V-Nóbrega-Brasil-1 CONHECIMENTO E A PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE JOÃO PESSOA BRASIL - NO SEU PROGRAMA DE COLETA SELETIVA
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- Eduarda Alessandra Lobo Canto
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1 V-Nóbrega-Brasil-1 CONHECIMENTO E A PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE JOÃO PESSOA BRASIL - NO SEU PROGRAMA DE COLETA SELETIVA Claudia Coutinho Nóbrega¹ Engenheira civil pela UFPB (1989), Mestre em Engenharia Sanitária pela UFPB (1991), Doutora em Recursos Naturais pela UFCG (2003), Professora Adjunto II do Aplicar Departamento de Engenharia Civil DEC da Universidade Federal da Paraíba UFPB Brasil. Consultora na área de resíduos sólidos. Foto Heber Pimentel Gomes Engenheiro civil pela UFPB (1977), Mestre em Hidrologia pela UFPB (1980), Doutor em Hidráulica pela Universidade Politécnica de Madrid (1992). Autor dos livros: Sistemas de Abastecimento de Água Dimensionamento Econômico; e Engenharia de Irrigação: Hidráulica dos Sistemas Pressurizados Aspersão e Gotejamento, Professor Adjunto IV do Departamento de Engenharia Civil da UFPB Brasil. Alba Valéria de Barros e Silva Pinheiro Arquiteta pela UFPE (1990), Especialista em Programação de Ensino em Pedagogia (FFPP - UPE, 1999), Mestre em Engenharia Urbana pela UFPB (2005), Professora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Petrolina-PE - Brasil. Endereço (1) : Av. Oceano Atlântico, 198/101 Intermares Cabedelo - CEP Brasil - Telefone: claudiacn@uol.com.br RESUMO Dentro da gestão dos resíduos sólidos, sobressai-se o processo de coleta seletiva que consiste na separação na fonte geradora, dos componentes que podem ser recuperados e que devem ter acondicionamentos distintos, para serem comercializados. Este estudo foi realizado no Núcleo 1 (abrangendo os bairros de Cabo Branco, Manaíra, Miramar e Tambaú) de coleta seletiva da cidade de João Pessoa Paraíba - Brasil, implantado desde setembro de 2000 e apoiado pela Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (EMLUR). Este trabalho justificou-se pela necessidade de coletar informações sobre os problemas e soluções da coleta seletiva, visando subsidiar os gestores municipais na tomada de decisões, no que se refere à gestão dos resíduos sólidos, otimizando os recursos públicos, diminuindo os impactos negativos ao meio ambiente e induzindo questionamentos que venham promover alterações nos hábitos de consumo e desperdícios na sociedade em que vivemos. O objetivo do trabalho foi analisar a adesão da população da cidade de João Pessoa para implantação da pré-coleta nos Sistemas de Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos Domiciliares. Neste trabalho desenvolveu-se uma pesquisa de campo com o objetivo de obter dados qualitativos e quantitativos, que demonstrassem o conhecimento e a participação da comunidade do Núcleo 1 do programa de coleta seletiva. As etapas de aquisição dos dados adotadas nesta pesquisa foram as seguintes e: elaboração de questionários, determinação do tamanho da amostra, aplicação dos formulários análise estatística dos dados. Do exposto pode-se concluir que a maioria da população que faz parte do Núcleo 1, aderiu ao programa de coleta seletiva, entretanto, ainda há uma grande parcela que pode fazer parte e para isto necessita de uma divulgação maior do programa por parte da Prefeitura Municipal. Tanto os entrevistados que fazem a pré-coleta seletiva e os que não a fazem afirmaram que através de um incentivo proposto eles fariam a pré-coleta em quatro frações, pois entre outras vantagens, minimizaria o tempo de separação na central de triagem e viabilizaria uma maior coleta. Pode-se observar que a opção que se refere aos recipientes adequados para cada tipo de resíduo situado próximo à residência dos entrevistados foi a mais solicitada e a última foi a redução na Taxa de Coleta de Resíduos (TCR), entretanto, a Prefeitura já dá um desconto de 5% nos bairros que há coleta seletiva.
2 PALAVRAS CHAVES: Coleta seletiva, resíduos sólidos, população, João Pessoa, Brasil INTRODUÇÃO A destinação final dos resíduos sólidos é considerada hoje, nas cidades de médio e grande porte, um dos maiores problemas da administração municipal, pois praticamente não existem áreas apropriadas para disposição final dentro das cidades e os órgãos responsáveis pelo gerenciamento desses resíduos têm de procurar locais mais distantes para dispô-los, encarecendo o processo. Este aspecto tem motivado os órgãos municipais a rever e melhorar a gestão destes resíduos, de modo que seu gerenciamento não se restrinja apenas à coleta e a disposição final. Dentro da gestão dos resíduos sólidos, sobressai-se o processo de coleta seletiva que consiste na separação na fonte geradora, dos componentes que podem ser recuperados e que devem ter acondicionamentos distintos, para serem comercializados. Neste tipo de coleta, a fase da pré-coleta (manuseio, acondicionamento e segregação) tem papel relevante, pois o cidadão passa de uma situação passiva a um papel ativo, como processador dos materiais na origem. O programa de coleta seletiva caracteriza-se pela substituição do sistema de coleta convencional pela coleta seletiva e pela intensificação do trabalho humano nos processos de triagem, classificação e prensagem dos materiais recicláveis dos resíduos sólidos, sem que se observe agregação de custos ao sistema operacional da coleta. Este estudo foi realizado no Núcleo 1 (abrangendo os bairros de Cabo Branco, Manaíra, Miramar e Tambaú) de coleta seletiva da cidade de João Pessoa Paraíba - Brasil, implantado desde setembro de 2000 e apoiado pela Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (EMLUR), tendo como base, a execução de uma pesquisa de campo, para obtenção de dados qualitativos e quantitativos consistentes para a execução de projetos que visem à solução dos problemas relativos aos resíduos sólidos urbanos. Este trabalho justificou-se pela necessidade de coletar informações sobre os problemas e soluções da coleta seletiva, visando subsidiar os gestores municipais na tomada de decisões, no que se refere à gestão dos resíduos sólidos, otimizando os recursos públicos, diminuindo os impactos negativos ao meio ambiente e induzindo questionamentos que venham promover alterações nos hábitos de consumo e desperdícios na sociedade em que vivemos. OBJETIVO Analisar a adesão da população da cidade de João Pessoa para implantação da pré-coleta nos Sistemas de Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos Domiciliares. METODOLOGIA Para a realização deste trabalho desenvolveu-se uma pesquisa de campo com o objetivo de obter dados qualitativos e quantitativos, que demonstrassem o conhecimento e a participação da comunidade do Núcleo 1 no programa de coleta seletiva implantado pela EMLUR. As etapas de aquisição dos dados adotadas nesta pesquisa são as seguintes: Elaboração dos formulários: Foram aplicados dois questionários, o primeiro, objetivou analisar o nível de conhecimento e participação da comunidade no programa de coleta seletiva implantada pela EMLUR, observando o perfil sócio-econômico, o nível de conhecimento da população, a estrutura e serviços da coleta seletiva, além de investigar a possibilidade de adesão da população à pré-coleta em quatro frações mediante um incentivo proposto. O segundo, foi aplicado ao superintendente e ao diretor operacional da EMLUR, no qual se perguntou sobre as ações de apoio material, técnico e de divulgação da coleta seletiva e quais dos incentivos propostos à comunidade do Núcleo 1 que a autarquia poderia dispor para aumentar a adesão ao programa.
3 Determinação do tamanho da amostra: O município de João Pessoa tem de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2001), uma população residente de habitantes e um total de domicílios. A área objeto de estudo tem domicílios, o que corresponde a 6,81% do total. E por serem muitos domicílios, o que tornaria o processo de aplicação desses formulários muito lento e dispendioso, foi necessária a obtenção de um plano de amostragem que considerasse uma amostra significativa da área estudada, para posterior aplicação das entrevistas domiciliares. Para a seleção dos domicílios necessários à realização da pesquisa de campo elaborou-se um plano de amostragem baseado na NBR 5426, que trata de Planos de amostragem e procedimentos na inspeção de atributos e na NBR 5427, Guia para utilização da norma NBR Na determinação do tamanho da amostra foram considerados os seguintes procedimentos: Tamanho do lote inspecionado domicílios. E para que fosse mais representativo, o número de unidades da amostra foi retirado proporcionalmente ao número de domicílios por bairro e a seguir, por tipo: casas e apartamentos. Nível de inspeção do plano de amostragem nível II. Determinação do código literal do tamanho da amostra - o tamanho do lote é de domicílios e o nível geral de inspeção II, logo se obtém a letra do código literal da amostra M. Escolha do plano de amostragem e estabelecimento da severidade da inspeção - plano de amostragem simples inspeção normal. Determinação do Nível de Qualidade Aceitável NQA e do tamanho da amostra NQA preferencial de 0,15 e tamanho da amostra de 315 unidades. Sendo assim, de acordo com o plano de amostragem, deveriam ser entrevistadas pessoas de 315 domicílios. A partir da amostragem determinada pela NBR 5426 e das planilhas de estudo demográfico e de população residente segundo as unidades habitacionais do município de João Pessoa (IBGE, 2000), calculou-se o percentual correspondente ao número de domicílios por bairro em relação ao tamanho do lote, ou seja, domicílios. O Quadro 1 apresenta o número de domicílios por bairro do Núcleo 1 e seu percentual em relação ao tamanho do lote. Quadro 1 Percentual de domicílios por bairro em relação ao tamanho do lote, João Pessoa, Bairros Nº de domicílios % por bairro Cabo Branco ,23 Manaíra ,47 Miramar ,20 Tambaú ,10 Total No entanto por se tratarem de bairros onde existem tanto casas quanto apartamentos, sentiu-se a necessidade de encontrar valores que permitissem um resultado real, pois o acesso às casas é muito mais fácil do que aos condomínios de apartamentos e se as entrevistas fossem aplicadas
4 apenas nas casas, possivelmente ter-se-ia um resultado distorcido do programa de coleta seletiva. Para tanto se fez a separação entre casas e apartamentos. O Quadro 2 mostra o número de casas e apartamentos por bairro e seus valores relativos ao tamanho do lote. Quadro 2 Percentual de casas e apartamentos por bairro do Núcleo 1 em relação ao tamanho do lote, João Pessoa, % Bairros Nº de domicílios Casas Apartamentos % Cabo Branco Manaíra Miramar Tambaú Total De posse dos percentuais totais de domicílios (Quadro 1) e divididos por casas e apartamentos (Quadro 2) em relação ao tamanho do lote, calculou-se o número de domicílios por bairro e de casas e apartamentos em relação ao tamanho da amostra, que correspondeu a 315 domicílios, que podem ser observados no Quadro 3. Quadro 3 Número de casas e apartamentos por bairro em relação ao tamanho da amostra, João Pessoa, Bairros Cabo Branco % de domicílios Nº de domicílios % Casas Nº de casas Apartamentos % Nº 15, Manaíra 49, Miramar 17, Tambaú 18, Total Em resumo tem-se que da amostra de 315 domicílios do Núcleo 1 de coleta seletiva foram amostrados 181 casas e 134 apartamentos. Aplicação dos formulários: A aplicação do formulário nos domicílios deu-se nos meses de maio a agosto de Durante a aplicação dos formulários fizeram-se os esclarecimentos necessários ao entendimento das questões sem comprometimento nas respostas. O segundo formulário foi aplicado em dezembro de 2004 ao superintendente e ao diretor operacional da EMLUR da época, no qual se perguntou sobre as ações da autarquia em relação ao Núcleo 1, no que se refere ao apoio material, técnico e de divulgação da coleta seletiva e quais dos incentivos propostos à comunidade do Núcleo 1 que a autarquia poderia dispor para aumentar a adesão ao programa. Análise estatística dos dados coletados: Foi utilizado o programa Sphinx Plus2 para a análise dos dados obtidos já que o mesmo permite análises mais sofisticadas, assim como acessa e analisa qualquer base externa de dados de forma simples e compreensível. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
5 A partir da amostra calculada através da NBR 5426 e dos resultados encontrados nos dados coletados dos questionários aplicados, pode-se observar na Tabela 1 que em relação à amostra total, 61,27% domicílios fazem a pré-coleta. Tabela 1 Amostra total de domicílios por bairro x domicílios que fazem a pré-coleta, João Pessoa, Amostra total Fazem pré-coleta Bairros Cabo Branco Casas (%) Apartamentos (%) Casas (%) Apartamento s ,87 Manaíra , ,54 Miramar ,40 Tambaú ,62 Total p/ domicílio , , , ,24 Total geral (61,27 %) (%) Verifica-se também, na Tabela 1, que entre os números dos que fazem a pré-coleta em relação à amostra total nos bairros do Núcleo 1, o melhor índice apresentado em relação às casas é o do bairro do Cabo Branco com 84% e em relação aos apartamentos é o bairro de Tambaú com 65,62%. O bairro de Manaíra é o de menor adesão com 60,44% de casas e 41,54% de apartamentos, isto se deve possivelmente a falta de divulgação e incentivo constante para adesão da população ao programa de coleta seletiva implantada no bairro. Durante a aplicação das entrevistas, buscou-se entrevistar os moradores adultos e do sexo feminino, pois se pressupõe que as donas de casa são as responsáveis pela administração do lar, o que daria maior credibilidade às informações obtidas. Logo, pode-se verificar na Tabela 2 que, 70,80 % dos entrevistados são adultos e do sexo feminino, representando 2/3 dos domicílios. Tabela 2 Faixa etária e sexo dos entrevistados, João Pessoa, Sexo (%) Idade Masculino Feminino Total Adulto (>18) 26,03 70,80 96,83 Jovem (entre 10 e 18) 0,95 2,20 3,15 Criança (<10) Total Observa-se na Figura 1 que, 31,43% dos entrevistados que fazem a pré-coleta têm curso superior, 15,24% têm curso médio completo, 4,44% têm curso superior incompleto, 4,13% têm curso fundamental incompleto, 3,49% têm curso médio incompleto e 2,54% têm curso fundamental completo.
6 49,52% 6,67% 0,00% 3,81% 5,40% 22,54% 12,06% Sem Instrução Fundamental Incompleto Fundamental Completo Médio Incompleto Médio Completo Superior Incompleto Superior Completo Figura 1 Grau de escolaridade dos entrevistados, João Pessoa, A Figura 2 mostra a renda familiar, em salários mínimos mensais, dos entrevistados do Núcleo 1, onde pode-se verificar que entre os que fazem a pré-coleta seletiva, 22,86% tem renda familiar entre 10 e 20 salários mínimos, 19,37% tem renda entre 3 e 10 salários, 8,25% recebem mais de 20 salários, 7,94% não declararam renda e 2,86% recebem até três salários. 13,65% 12,06% 38,41% 3,81% 32,06% Até 3 Entre 3 e 10 Entre 10 e 20 Mais de 20 Não declarou Figura 2 Renda familiar em salário mínimo mensal dos entrevistados, João Pessoa, Pode-se verificar na Tabela 3, que 70,16% da comunidade sabem sobre o programa de coleta seletiva, 19,37% não sabem e 10,48% não souberam informar. Tabela 3 Coleta seletiva x faz pré-coleta seletiva, João Pessoa, Tem conhecimento sobre a Faz pré-coleta seletiva (%) coleta seletiva na sua rua? Sim Não Outro* TOTAL Sim 54,29 15,56 0,32 70,16 Não sabem 5,08 14, ,37 Não souberam informar 1,90 8,25 0,32 10,48 TOTAL 61,27 38,1 0,63 * Faz eventualmente. Verifica-se também na referida tabela que, apenas 54,29% dos que disseram conhecer o programa faz a pré-coleta, 15,56% não a fazem e 0,32% fazem às vezes. Pode-se observar na Tabela 4 que, 81,27% dos entrevistados sabem como reaproveitar os resíduos, principalmente pela reciclagem, porém apenas 50,48% fazem a pré-coleta e 30,16% não fazem.
7 Tabela 4 Pré-coleta x reaproveitamento dos resíduos, João Pessoa, Sabe como reaproveitar os resíduos Faz pré-coleta seletiva Sim Não Outro TOTAL Sim 50,48 8,57 2,22 61,27 Não 30,16 6,67 1,27 38,1 Outro 0, ,63 TOTAL 81,27 15,24 3,49 A Tabela 5 mostra os tipos de resíduos mais reutilizados pelos entrevistados. O material mais reutilizado é a sacola plástica com 96,83%, principalmente no acondicionamento dos resíduos, os potes plásticos, com 63,81% são utilizados para armazenamento e congelamento de alimentos, os vidros de conserva (58,10%) e latas (10,79%) na sua maioria são doados a grupos voluntários que fornecem alimentos aos necessitados. Quanto ao jornal, papel e papelão (29,21%) são usados para limpeza de janelas e coleta de fezes de cães e gatos, as garrafas descartáveis (18,41%) são doadas para fábricas de produtos de limpeza e 4,13% reutilizam restos de comida para fazer composto orgânico. Tabela 5 Tipos de resíduos mais reutilizados, João Pessoa, Materiais %* Sacola plástica 96,83 Potes plásticos 63,81 Vidros de conserva 58,10 Jornal/ papel/ papelão 29,21 Garrafa descartável 18,41 Latas 10,79 Resto de comida para adubação 4,13 Não responderam 1,90 * a questão é de respostas múltiplas. A Figura 3 mostra a opinião dos entrevistados sobre a coleta seletiva, considerando-a benéfica, maléfica ou indiferente. Dos entrevistados, 94,92%, consideram a coleta seletiva benéfica e apenas 5,08% são indiferentes. Entretanto, nenhum dos entrevistados considerou a coleta seletiva maléfica.
8 5,08% 0,00% Benéfica Maléfica 94,92% Indiferente Figura 3 A coleta seletiva é benéfica, maléfica ou indiferente, João Pessoa, Pode-se verificar na Tabela 6 que, a maioria dos entrevistados (42,86%) separa os resíduos em duas frações, a fração úmida e a fração seca, ou seja, uma fração com todos os tipos de materiais recicláveis juntos em uma sacola. Tabela 6 Pré-coleta x separação dos resíduos em até 4 frações secas, João Pessoa, Separação em até 4 frações secas (%) Pré-coleta Seco e úmido 2 secos 3 secos 4 secos Não fazem Total Sim 42,86 3,49 5,08 9, ,27 Não ,10 38,10 Outro ,32 0,63 Total 43,17 3,49 5,08 9,84 38, Observa-se também na tabela supracitada que, a maioria das pessoas que estão dispostas a fazer a pré-coleta em várias frações, a faz em uma maior separação dos materiais recicláveis. Dessa forma elas estarão contribuindo com um material reciclável mais limpo e que poderá agregar um maior valor comercial. Para os que não realizam a pré-coleta seletiva (38,73%) foi perguntada qual a dificuldade em fazer a separação dos resíduos. Pode-se observar na Tabela 7 que, as principais dificuldades citadas pelos entrevistados são a falta de incentivo com 12,06%, como principal dificuldade para separação, 11,43% citaram a falta de tempo, 8,25% citaram a falta de treinamento, 4,76% trabalham fora, 3,50% informaram que a coleta seletiva não passa na rua em que moram, 3,17% informaram que no condomínio não tem coleta seletiva, 2,86% disseram não ter interesse em fazê-la, 1,27% consideram a coleta muito trabalhosa. Tabela 7 Dificuldades em fazer a pré-coleta seletiva, João Pessoa, Dificuldades em fazer a pré-coleta seletiva %* Falta incentivo 12,06 Não tem tempo 11,43 Falta treinamento 8,25 Trabalha fora 4,76 A coleta seletiva não passa na rua 3,50 O condomínio não tem coleta seletiva 3,17
9 Não me interessa 2,86 Outras respostas 2,54 Muito trabalhoso 1,27 Não recompensa financeiramente 0 * a questão é de respostas múltiplas. Foi perguntado aos entrevistados, tanto aos que fazem a pré-coleta seletiva e aos que não a fazem se, através de um incentivo proposto eles fariam a pré-coleta em quatro frações, pois uma maior divisão dos resíduos para os agentes ambientais, entre outras vantagens, minimizaria o tempo de separação na central de triagem e viabilizaria uma maior coleta, gerando mais material para venda. Tabela 8 Incentivo para aderir a pré-coleta em 4 frações, João Pessoa, Incentivo para aderir a pré-coleta em quatro frações %* Recipientes adequados para cada tipo de resíduo próximo a residência 55,87 Recepção de embalagens específicas para cada tipo de material 40,32 Minimização da taxa de coleta de resíduos 26,35 Não precisam de incentivo 21,90 * a questão é de respostas múltiplas Pode-se observar na Tabela 8 que, em relação aos incentivos propostos, a opção que se refere aos recipientes adequados para cada tipo de resíduo situado próximo à residência dos entrevistados foi a mais solicitada (55,87%). Isso se deve provavelmente à falta de espaço físico nas residências para acondicionamento destes materiais. A segunda opção com 40,32% se refere à recepção de embalagens específicas para materiais recicláveis, de forma subsidiada pela prefeitura, que facilitaria a separação dos resíduos por tipo. Em relação à entrega de embalagens específicas para cada tipo de material, a EMLUR comunicou, através do ex-diretor operacional que essa proposta deverá ser implantada na próxima gestão, já que está definida no Plano de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos PGIRS do município. A ultima opção, com 26,35%, diz respeito à minimização da Taxa de Coleta de Resíduos (T.C.R.) cobrada pela Prefeitura. De acordo com a EMLUR, já é dado um desconto de 5%, no valor pago na T.C.R., na área abrangida pelo programa. No entanto, durante a pesquisa verificou-se que nenhum dos entrevistados demonstrou ter conhecimento deste desconto. A Tabela 9 mostra a relação dos que fazem a pré-coleta e a opinião dos entrevistados a respeito do trabalho dos agentes ambientais. Pode-se observar que 32,38% dos entrevistados que fazem a pré-coleta consideram o trabalho dos agentes ambientais bom, ou seja, os agentes são educados, só recolhem o material separado pelos moradores e passam sempre no dia e horário, 11,43% consideram ótimo, 8,57% fazem a précoleta, mas não souberam informar sobre o trabalho dos agentes ambientais, 6,98% apesar de fazerem a pré-coleta, não responderam por desconhecer o programa, 1,59% considera regular e 0,32% considera péssimo. Tabela 9 Pré-coleta x Trabalho dos agentes ambientais da coleta seletiva, João Pessoa, Trabalho dos agentes Faz pré-coleta (%) ambientais da coleta seletiva Sim Não Outra resposta TOTAL Bom 32,38 5, ,46 Ótimo 11,43 1, ,70
10 Não soube informar 8,57 7,62 0,32 16,51 Não responderam porque desconhecem o programa 6,98 22,54 0,32 29,84 Regular 1,59 1,59 0 3,17 Péssima 0, ,32 Ruim TOTAL 61,27 38,10 0,63 CONCLUSÃO Do exposto pode-se concluir que a maioria da população que faz parte do Núcleo 1, aderiu ao programa de coleta seletiva, entretanto, ainda há uma grande parcela que pode fazer parte e para isto necessita de uma divulgação maior do programa por parte da Prefeitura Municipal. Quando perguntado aos entrevistados, tanto aos que fazem a pré-coleta seletiva e aos que não a fazem, se através de um incentivo proposto eles fariam a pré-coleta em quatro frações, pois uma maior divisão dos resíduos para os agentes ambientais, entre outras vantagens, minimizaria o tempo de separação na central de triagem e viabilizaria uma maior coleta, gerando mais material para venda. Pode-se observar que a opção que se refere aos recipientes adequados para cada tipo de resíduo situado próximo à residência dos entrevistados foi a mais solicitada e a última foi a redução na Taxa de Coleta de Resíduos (TCR), entretanto, a Prefeitura já dá um desconto de 5% nos bairros que há coleta seletiva. A maioria da população (65,16%) considera o programa de coleta seletiva entre bom e ótimo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT. NBR Planos de Amostragem e Procedimentos na Inspeção por Atributos. Rio de Janeiro, 1985a. 2.. NBR Guia de Utilização da Norma Planos de Amostragem e Procedimentos na Inspeção por Atributos. Rio de Janeiro, 1985b. 3.. NBR Resíduos Sólidos Classificação. São Paulo, NBR Coleta de Resíduos Sólidos. São Paulo, IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico PNSB, Rio de Janeiro, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, Rio de Janeiro, NÓBREGA, C.C. Viabilidade Econômica, com Valoração Ambiental e Social, de Sistemas de Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos Domiciliares Estudo de Caso: João Pessoa/PB p. Tese (Doutorado Temático em Recursos Naturais) Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande. Brasil. 8. PINHEIRO, A. V. B. S. Análise da adesão da população para implantação da pré-coleta nos sistemas de coleta seletiva de resíduos sólidos domiciliares da cidade de João Pessoa /PB p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana) - Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa Brasil.
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