A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL: SOLUÇÃO OU ILUSÃO?
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- Maria de Belem Padilha Almeida
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1 A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL: SOLUÇÃO OU ILUSÃO? GT VIII Educação, Violência Social e Sistema Penal Latino-americano. Jordani Elias Souza Cunha 1 Robson José de Carvalho Cláudia Ribeiro Pereira Nunes 2 RESUMO O artigo 228 da Constituição Federal de 1988 e o Código Penal em seu art. 27 e o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente - no art. 104 estabelecem que a maioridade penal começa aos 18 anos. Contudo, o que acontece na prática é bem diferente, pois as medidas socioeducativas aplicadas aos menores (adolescentes de 12 a 18 anos de idade) são verdadeiras penas de reclusão em ambiente diferenciado. Logo, é forçoso concluir que a maioridade penal, no Brasil, começa com efetividade aos 12 anos de idade. Partindo desta premissa, os pesquisadores estudam o tema e pretendem provar que a discussão da maioridade penal no Projeto que tramita no congresso Nacional está com o foco deturpado. O projeto antecipa a maioridade para 16 anos, enquanto legalmente o ECA permitiria a reforma da lei para 12 anos. Palavras chave: Maioridade Penal. Estatuto da Criança e do adolescente. Violência. 1. INTRODUÇÃO Pesquisa do DATAFOLHA recente aponta que 87% da população brasileira é favorável à redução da maioridade penal, sem se atinar para a real condição de 1 Discentes do curso de direito do Centro Universitário de Barra Mansa, pesquisadores do NUPED. 2 Doutora, docente do curso de direito do Centro Universitário de Barra Mansa, pesquisadora do NUPED, orientadora da pesquisa. 1
2 antecipação das penitências estabelecidas no ECA - Estatuto de Criança e do Adolescente. Em 2015, o assunto ganhou real destaque com a morte do estudante Victor Hugo Deppman, 19 anos, assassinado por um outro adolescente de 17 anos. As imagens do ocorrido foram para nas redes sociais, por terem sido gravadas pela câmera de segurança do prédio onde o estudante morava e causaram forte impacto na opinião pública, levando a histeria coletiva. 2. OBJETIVOS Geral Entender se a menoridade reduzida para 16 anos representa ou não uma falácia, já que o ECA impõem 12 anos como a idade do discernimento da criança e a inclusão dela no rol dos adolescentes. Especiais - Analisar as dificuldades impostas na aplicabilidade do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como entender o clamor social para a diminuição da menoridade sem a devida atenção para a idade dessa redução e os impactos jurídicos. A problemática apresentada demonstra que a redução para 2 (dois) anos a menos não representa uma real redução da menoridade. Sendo o correto a redução para 12 anos. Figura: Foto representativa da discussão objeto da pesquisa. 2
3 Fonte: Foto de domínio público disponível em direito. Disponível em: < Acessado em 10 mai Figura 2: Foto representativa da discussão objeto da pesquisa. Fonte: Foto de domínio público disponível em direito. Disponível em: < Acessado em 10 maio METODOLOGIA São duas as abordagens realizadas nessa pesquisa: I - Pesquisa teórica com análise de fontes primárias (costumes, legislações vigentes e históricas existentes sobre o tema) e secundárias (por meio de revisão bibliográfica ampla sobre o tema); II - Pesquisa de dados secundários em sites oficiais para entender quais são os números da violência, principalmente a urbana e o percentual da prática infracional dos menores. Para daí, poder mensurar a real situação existente e se a redução da menoridade para 16 asnos é uma falácia. 3
4 4. DISCUSSÕES E RESULTADOS Vale lembrar que algumas das medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, no art. 112, são muito semelhantes àquelas previstas no Código Penal. Acredita-se que, parecendo idênticas em efeitos, ao criar as medidas sócioeducativas, o legislador tentou dar um tratamento diferenciado aos menores, reconhecendo neles a condição peculiar de pessoas em desenvolvimento. Contudo, parece que o legislador estabeleceu que as crianças com 12 anos de idade podem viajar sozinhas, escolher com qual dos pais querem ficar, etc... A sociedade tem por obrigação garantir os direitos fundamentais da criança e do adolescente. O Estado, em nome do Poder Público, a Família e a Escola em nome da Sociedade Civil devem refletir o significado do ECA. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A proposta de redução da menoridade penal apenas busca encobrir as falhas dos Poderes, das Instituições, da Família e da Sociedade com a ridícula diminuição para 16 anos, que não terá um significativo resultado. Por outro lado, revela-se esta falácia como uma falta de coragem de muitos em enfrentar o problema na sua raiz, cumprindo ou compelindo os faltosos a cumprir com seus deveres, o que é lamentável. 6. REFERÊNCIAS: ABRAPIA - Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência. Programas desenvolvidos pela ABRAPIA. Disponível em: < Acesso em: 23 fev BENÁCCHIO, Rosilda. Meninos vadios: reeducação e maioridade penal aos nove anos de idade. Rio de Janeiro, s.a. Disponível 4
5 em: < Acesso em: 22 fev BRASIL., Decreto-lei nº 2.848, de 07 de dezembro de Código Penal. Disponível em: < Acesso em: 04 set , Lei nº 4.513, de 01 de dezembro de Autoriza o Poder Executivo a criar a Fundação Nacional do Bem Estar do Menor, a ela incorporando o patrimônio e as atribuições do serviço de assistência a menores, e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 06 set , Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: < Acesso em: 23 fev
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