Universidade Federal do Rio de Janeiro. A ordem VS/SV e as interrogativas-q no PE e no PB: uma análise diacrônica. Mayara Nicolau de Paula

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1 Universidade Federal do Rio de Janeiro A ordem VS/SV e as interrogativas-q no PE e no PB: uma análise diacrônica Mayara Nicolau de Paula 2016

2 A ordem VS/SV e as interrogativas-q no PE e no PB: uma análise diacrônica Mayara Nicolau de Paula Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Título de Doutora em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa). Orientadora: Professora Doutora Maria Eugenia Lammoglia Duarte Rio de Janeiro Fevereiro de 2016

3 CIP - Catalogação na Publicação d324o de Paula, Mayara Nicolau A ordem VS/SV e as interrogativas-q no PE e no PB: uma análise diacrônica / Mayara Nicolau de Paula. -- Rio de Janeiro, f. Orientador: Maria Eugênia Duarte. Coorientador: Ana Maria Martins. Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, Programa de Pós Graduação em Letras Vernáculas, Sintaxe. 2. Português Brasileiro. 3. Português Europeu. 4. Interrogativas-Q. I. Duarte, Maria Eugênia, orient. II. Martins, Ana Maria, coorient. III. Título. Elaborado pelo Sistema de Geração Automática da UFRJ com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

4 A ordem VS/SV e as interrogativas-q no PE e no PB: uma análise diacrônica Mayara Nicolau de Paula Orientadora: Professora Doutora Maria Eugenia Lamoglia Duarte Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requesitos para a obtenção do Título de Doutora em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa). Examinada por: Presidente, Profª.Dr. Maria Eugênia Lammoglia Duarte (UFRJ) Profª Dr. Mary Aizawa Kato (UNICAMP) Profª Dr. Marina Rosa Ana Augusto (UERJ) Profª Dr. Sílvia Regina de Oliveira Cavalcante (UFRJ) Profª Dr. Mônica Tavares Orsini (UFRJ) Prof. Humberto Soares da Silva (UFRJ) - SUPLENTE Profª Juliana Esposito Marins (UFRJ) - SUPLENTE Rio de Janeiro Fevereiro de 2016

5 RESUMO À luz do modelo de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1995), esta tese apresenta uma investigação diacrônica das interrogativas-q no português europeu (PE), com base em uma amostra constituída de dados coletados em peças teatrais portuguesas, escritas ao longo dos séculos XIX e XX. Paralelamente, foi elaborada uma breve análise dos padrões de interrogativas Q encontrados entrevistas orais contemporâneas e em textos jornalísticos. Os resultados são comparados com os obtidos para as interrogativas Q do português brasileiro (PB), a partir de Duarte (1992) e Pinheiro e Marins (2012). Como o PE exibe comportamento de língua de sujeito nulo consistente, trabalho com a hipótese de que os sujeitos de primeira e segunda pessoas, bem como os anafóricos de terceira, devem exibir a preferência por sujeitos nulos. Em relação aos sujeitos expresso (DPs lexicais e pronomes), a gramática do PE deve apresentar a ordem V(erbo) S(ujeito) ativa e a ocorrência de S(ujeito) V(erbo) será condicionada pela presença da clivagem. Tomando o modelo de Competição de Gramáticas (Kroch, 1989, 2001) para a interpretação da mudança linguística, os resultados confirmam minha hipótese inicial: o PE exibe uma competição que envolve a ordem QVS, resquícios de uma gramática V2, que passa a QSV em consequência da entrada e generalização da clivagem, que vai se tornar o padrão mais frequente não apenas nas interrogativas QSV, mas também em Q V (interrogativas com sujeito nulo). Já, o PB, que exibe resíduos de uma gramática V2, tal como o PE, nas três primeiras sincronias analisadas (século XIX e primeiro quartel do século XX), passa a exibir uma nova gramática, igualmente desencadeada pela entrada da clivagem, mas, a partir de então, generalizar a ordem QSV independentemente da clivagem, ao mesmo tempo que remarca o valor do Parâmetro do Sujeito Nulo. As evidências empíricas aqui encontradas sustentam a hipótese de que a ordem QSV no PE não está relacionada à perda do sujeito nulo, como ocorreu no PB. Uma discussão seguida da sistematização formal dos padrões de interrogativas Q atestados finaliza a análise. PALAVRAS-CHAVE: Interrogativas Q; Ordem VS/SV; Parâmetro do Sujeito Nulo; Clivagem; Competição de Gramáticas

6 ABSTRACT Using the theoretical framework of the Principles and Parameters Theory (Chomsky, 1995), this dissertation presents a diachronic analysis of Wh questions in European Portuguese (EP) based on data from a sample of Portuguese plays produced along the 19 th and the 20 th centuries. An additional sample examines the Wh patterns found in newspaper writing and spontaneous speech from recorded sociolinguistic interviews. The results are compared with those found for Brazilian Portuguese (BP) by Duarte (1992) and Pinheiro & Marins (2012). Since EP behaves like a consistent null subject language, I assume the hypothesis that 1 st. 2 nd. person and anaphoric subjects should be preferably null. With respect to overt subjects (lexical DPs and pronouns), EP grammar will present consistent VS order without clefting and SV order will always exhibit clefting. Using the model of Grammar Competition (Kroch, 1989, 2001) to interpret linguistic change, the results confirm my initial hypothesis: EP exhibits a competition involving WhVS, traces of a V2 grammar and WhSV triggered by the introduction of clefting, which generalizes in the system, becoming the most frequent pattern not only in WhSV but also in WhV (questions with a null subject). BP, which shows traces of a V2 grammar, just like EP, in the first three synchronies analyzed (19 th century e 1 st quarter of the 20 th century), starts to exhibit a new grammar also triggered by clefting as well; but from then on SV generalizes and clefting is no longer obligatory at the same time that BP resets the Null Subject Parameter. Empirical evidence supports the hypothesis that WhSV order in EP is not related to the loss of null subjects as it seems to be in BP. A discussion and a formal systematization of the attested Wh question patterns closes the analysis. KEY WORDS: Wh questions; VS/SV order; Null Subject Parameter; Clefting; Grammar Competition

7 Todas as vitórias ocultam uma abdicação. (Simone de Beauvoir)

8 AGRADECIMENTOS Começo agradecendo à minha família. Pai, mãe e irmã, obrigada pela base, pelo apoio e pela estrutura oferecida a mim em todos esses anos de vida acadêmica. Não encontro as palavras exatas para expressar o quanto sou grata por vocês sempre apoiarem minhas escolhas. Amo vocês! Agradeço a Deus, pois sei que Ele foi uma presença fundamental ao longo de toda a minha vida. À Maria Eugênia Lammoglia Duarte, que me acompanha com seu olhar atento desde o mestrado e me ensinou entre outras coisas a como ser uma pesquisadora. Muito obrigada por estar disposta a compartilhar todo seu imenso conhecimento comigo. Obrigada pela preocupação com a forma e o conteúdo de todos os trabalhos apresentados até aqui. À Mônica Tavares Orsini, por ter me ajudado a dar os primeiros passos dessa longa caminhada, um muito obrigado não seria suficiente. Agradeço imensamente a você, que ouviu minhas ideias ainda imaturas e acreditou em mim. Agradeço aos meus amigos, que tiveram papel essencial nessa caminhada. Aos amigos de fora da UFRJ, obrigada pela força e pela paciência quando eu não podia estar tão presente quanto eu gostaria, pois estava ocupada com a tese. Aos amigos da UFRJ, agradeço especialmente à Rachel e Janaína, que acompanham de muito perto as dores e as delícias de um doutorado. E aos outros que estiveram sempre por perto e entendem como essa conclusão é incrível. Desejo sorte a nós todos, doutores! Aos colegas já professores, Juliana Marins, mais que amiga e colega de grupo de pesquisa, você foi um exemplo! Obrigada por tudo o que compartilhamos, obrigada pelas leituras e pela confiança que você sempre me passa. Humberto, obrigada pelas dicas e pelos comentários sobre diversos pontos do trabalho. Espero um dia estar ao lado de vocês no setor. Aos professores da UFRJ, que me ensinaram muita coisa nesses seis anos de mestrado e doutorado, um muito obrigado especial porque vocês abriram portas e janelas para mim. E aos membros desta banca, que se dispuseram a ler e contribuir para o meu trabalho: sei que cada comentário acrescentará muito à minha experiência acadêmica.

9 Agradeço grandemente à Ana Maria Martins, minha orientadora e anfitriã em Lisboa. Professora, obrigada por ter disponibilizado seu tempo e por ter aberto seu grupo de pesquisa para mim nos poucos meses que estive em Portugal. As contribuições da senhora foram essenciais e muito do que fizemos no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa está presente nesta tese. Ainda do lado de lá do mapa, agradeço aos colegas do CLUL, que me receberam de braços e sorrisos abertos. Além de ótimos pesquisadores, vocês são excelentes guias turísticos e Lisboa não teria sido a mesma sem vocês. A realização deste trabalho não teria sido possível se eu não tivesse tanto a agradecer. Este trabalho foi parcialmente financiado pelo CNPq e CAPES

10 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS V verbo S sujeito VS ordem verbo sujeito SV ordem sujeito - verbo PB Português Brasileiro PE Português Europeu V2 - verbo em segunda posição CL2 clítico em segunda posição Spec especificador TP sintagma temporal (tense phrase) DP sintagma determinante (determiner phrase) SN sintagma nominal SVO ordem sujeito - verbo - objeto QVS palavra Qu verbo sujeito Q é que SV palavra Qu clivagem ordem SV Q Cliv V palavra Qu clivagem verbo Q Cliv VS palavra Qu clivagem - ordem VS Q Cliv SV palavra Qu - clivagem ordem SV Q que SV clivada reduzida Q V palavra Qu (sujeito nulo) verbo PSN parâmetro do sujeito nulo I núcleo do sintagma flexional (inflection) C complementizador (complementizer) PM português moçambicano pro pronome nulo

11 CP sintagma complementizador (complementizer phrase) FL forma lógica SS estrutura superficial (superficial structure) F foco FP/FocP sintagma foco (focus phrase) VP sintagma verbal (verb phrase) TopP sintagma tópico (topic phrase) LSN língua de sujeito nulo GU gramática universal PRON - pronome Q [+ arg] elemento Qu argumental Q [ arg] elemento Qu não argumental Aux verbo auxiliar

12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1 CAPÍTULO 1 PONTOS DE PARTIDA 1. INTRODUÇÃO Periodização das diferentes gramáticas do português com base na ordem dos constituintes O período V O fim do período V2 e a emergência de uma nova gramática A ordem QVS no PB e no PE As interrogativas Q do PB e as mudanças encaixadas As interrogativas do PE Uma breve análise da fala contemporânea do PB e PE A ordem QVS em interrogativas Q em outras línguas românicas O fenômeno da clivagem no português...28 CAPÍTULO 2 2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS Diferentes abordagens no estudo da mudança Teoria Linguística O critério Q, a questão do foco e o Q in situ O critério Q (Rizzi, 1996)...47

13 2.3.2 O foco O Q in situ no PB O Parâmetro do Sujeito Nulo...55 CAPÍTULO 3 3. Objetivos, Hipóteses de Trabalho e Metodologia Objetivos e hipóteses de trabalho Metodologia de análise procedimentos metodológicos A amostra Os dados Os grupos de fatores linguísticos e não linguísticos...65 CAPÍTULO 4 4. A ANÁLISE DOS DADOS Análise dos dados do português europeu Resultados gerais Sujeitos nulos e expressos Algumas restrições estruturais relativas à ordem VS/SV As interrogativas com Q in situ A escrita de jornais no PE As interrogativas encaixadas ou indiretas Revisitando os dados do PB...91

14 4.6 Comprando PE e PB Mais algumas reflexões sobre o Q in situ As interrogativas com Q in situ no francês (Cheng & Rooryck, 2000) O CP em camadas (Rizzi, 1997) e as interrogativas Q do português Algumas reflexões sobre a mudança linguística CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...124

15 LISTA DE GRÁFICOS, TABELAS, FIGURAS E QUADROS GRÁFICOS Gráfico 1.1: Evolução da ordem SV (vs. VS) em interrogativas diretas (adaptado de Duarte, 1992, p.41)...12 Gráfico 1.2 Expressão do sujeito x ordem em interrogativas Q adaptado de Pinheiro e Marins, Gráfico 1.3: Evolução do sujeito pleno (Duarte, 1993), da ordem QSV (Pinheiro e Marins, 2012) e do processo de clivagem no PB...15 Gráfico 4.1: Distribuição da ordem nas interrogativas Q ao longo de sete períodos no PE...72 Gráfico 4.2: Interrogativas Q clivadas e não clivadas ao longo de sete períodos no PE.76 Gráfico 4.3: A ordem Q V DP (vs Q DP V) e Q V PRO (vs Q PRO V) e a representação do sujeito ao longo do tempo no PE...83 Gráfico 4.4: Distribuição da ordem nas interrogativas Q ao longo de sete períodos no PB...93 Gráfico 4.5: Interrogativas Q clivadas e não clivadas no PB ao longo de sete períodos no PB...96 Gráfico 4.6: Interrogativas Q V e Q é que V (vs total de dados nas peças do PB e do PE Gráfico 4.7: Interrogativas Q VS não clivadas (vs Q SV) nas peças do PB e do PE..101 Gráfico 4.8: Interrogativas Q clivadas (vs total de dados) nas peças do PB e do PE..102 TABELAS Tabela 1: Distribuição dos padrões das interrogativas Q no PB e PE falados...21 Tabela 4.1: Distribuição da ordem nas interrogativas Q ao longo de sete períodos no PE...72 Tabela 4.2: Detalhamento dos padrões nas interrogativas Q ao longo de sete períodos no PE...73

16 Tabela 4.3: Distribuição do sujeito nulo segundo sua referência no PE...78 Tabela 4.4: Distribuição do sujeito expresso segundo a pessoa e a referência no PE...80 Tabela 4.5: Relação entre o padrão de interrogativa Q e o tipo de sujeito no PE...81 Tabela 4.6: A ordem e a representação do sujeito ao longo do tempo no PE...82 Tabela 4.7: Ordem QVS (vs. QSV) segundo o estatuto sintático-semântico do interrogativo (argumento ou adjunto) ao longo de sete períodos no PE...84 Tabela 4.8: Distribuição dos tipos verbais ao longo de sete períodos no PE...85 Tabela 4.9: Distribuição da estrutura verbal ao longo de sete períodos no PE...85 Tabela 4.10: Padrões de interrogativas Q na escrita de jornais do PE...88 Tabela 4.11: índices de Q in situ em três amostras...89 Tabela 4.12: Distribuição da ordem das interrogativas Q diretas ao longo do tempo no PB...93 Tabela 4.13: Detalhamento dos padrões das interrogativas Q diretas no PB...94 Tabela 4.14: Distribuição dos padrões das interrogativas Q no PB falado...97 Tabela 4.15: Interrogativas Q com sujeito nulo (clivadas e não clivadas) vs total de dados na fala do PB e do PE Tabela 4.16: Interrogativas Q não clivadas e ordem VS vs não clivadas e ordem SV na fala do PB e do PE Tabela 4.17: Interrogativas Q clivadas (vs total) na fala do PB e do PE Tabela 4.18: Distribuição das sentenças com Q in situ em diferentes gêneros no PE e no PB FIGURAS E QUADROS Figura 1: O desenho da gramática no programa minimalista...45 Quadro 1: Distribuição do período compreendido em cada sincronia...61 Quadro 2: Distribuição da amostra utilizada por período e autor...62 Quadro 3: Relação de peças utilizadas em Duarte (1992)...69 Quadro 4: Peças brasileiras utilizadas na análise...92

17 1 INTRODUÇÃO O comportamento da ordem dos constituintes Verbo e Sujeito no interior das interrogativas Q já foi tópico de interesse de diversos trabalhos e vários deles são utilizados como base para as reflexões desta tese, como o de Duarte (1992) e Lopes Rossi (1996), além dos vários estudos teóricos como o de Kato e Ribeiro (2009, 2015), Mioto (1996). Além da descrição da ordem VS/SV, interessa para esta tese pensar em fenômenos de mudança relacionados ao Parâmetro do Sujeito Nulo e aos processos de focalização ao longo da história do português. Tenho como objetivo principal nesta tese analisar a evolução da ordem VS/SV nas interrogativas Q do PE com base em um corpus de peças teatrais distribuídas em sete períodos de tempo entre os séculos XIX e XX. A partir dos resultados, será elaborada uma comparação com os resultados já existentes para o PB, particularmente os de Duarte (1992) e Pinheiro e Marins (2012), que utilizam uma amostra de peças teatrais brasileiras igualmente constituída Organizo o trabalho da seguinte maneira: no capítulo 1, apresento os pontos de partida do trabalho, retomando os estudos empíricos de Ribeiro (2007), Berlinck (1995, 2000), Duarte (1992), Lopes Rossi (1996), Pinheiro e Marins (2012), além de outros que contribuem para a compreensão do fenômeno da ordem. Apresento nesse capítulo questões sobre a periodização do português e como o estudo das interrogativas e da ordem pode contribuir com evidências para delimitação das diferentes gramáticas ao longo do tempo. Em seguida, discuto a relação entre a perda do sujeito nulo e da ordem VS no PB e, na seção seguinte, falo sobre as descrições referentes à ordem VS/SV no PE. Com base em resultados da fala do PE contemporâneo, aponto que existe uma diferença entre as descrições linguísticas e o que acontece no sistema. Nesse capítulo, apresento também breves descrições sobre outras línguas românicas e seu comportamento no que diz respeito às interrogativas Q. Discuto, ao final do capítulo, questões relacionadas à clivagem. No segundo capítulo, apresento os pressupostos teóricos que norteiam a análise. Começo fazendo uma visita aos modelos para o estudo da mudança sintática. Em seguida, associo o modelo de mudança escolhido - Competição de Gramáticas (Kroch, 1989, 2001) com a teoria linguística de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1995). Por fim, trato de questões teóricas que têm ligação com o fenômeno em estudo: o critério Q

18 2 proposto por Rizzi (1996), a questão do foco com propostas como a de Uriagereka (1995) e as interrogativas sem movimento do sintagma Q com base em trabalhos como o de Kato (2014), além de uma breve discussão sobre o PSN baseada em Holmberg (2010). No capítulo 3, apresento a metodologia, incluindo a descrição da amostra de peças teatrais e sua divisão em períodos de tempo, além dos grupos de fatores que serão observados na análise dos dados. Também faço referência ao corpus de entrevistas orais que foi utilizado com o objetivo de discutir se as descrições tradicionais para o PE estão em conformidade com a língua em vigor, bem como aos dados retirados de textos jornalísticos que serviram como mais uma evidência do comportamento do PE. Apresento também os critérios de seleção dos dados e exemplifico o que foi considerado na análise empírica. Neste capítulo, refino meus objetivos e hipóteses de trabalho, sendo os principais objetivos (i) traçar o percurso das interrogativas Q no Português Europeu ao longo dos séculos XIX e XX, (ii) elaborar um panorama de comparação do histórico das interrogativas Q do PE com as mesmas estruturas no PB, a fim de contribuir para as descrições de ambos os sistemas e (iii) tomando o modelo de competição de gramáticas como modelo de estudo e interpretação da mudança, relacionar possíveis mudanças no padrão de interrogativa a mudanças no sistema do português. A hipótese que norteia o trabalho se baseia em Kato e Duarte (2002) e propõe que a tendência da língua a preencher a posição de sujeito tenha uma estreita relação com a ordem preferencial dos constituintes tanto nas declarativas quanto nas interrogativas Q. Uma vez que o PE se apresenta como um sistema de sujeitos nulos estável, era de esperar que a ordem VS fosse produtiva em todos os períodos de tempo, o que confirmaria a relação entre o PSN marcado negativamente e a ordem VS nas interrogativas Q. O capítulo 4 traz a análise dos dados. As seções iniciais tratam dos dados do PE e descrevem os resultados associados a reflexões teóricas sobre o comportamento das interrogativas Q nas peças e em outros gêneros textuais a fim de testar a representatividade das peças. Após os resultados para o PE, apresento uma comparação com os dados do PB, que leva em conta uma nova análise dos dados de Duarte (1992) e Pinheiro e Marins (2012). O resultado dessa comparação permite observar o percurso diacrônico das duas gramáticas e concluir que o PE exibe uma competição que envolve a ordem QVS, originada a partir de resquícios de uma gramática V2. Essa ordem passa a QSV em consequência da entrada e generalização da clivagem no sistema. O padrão

19 3 mais frequente não apenas nas interrogativas QSV, mas também em Q V (interrogativas com sujeito nulo) passa, portanto, a ser com clivagem. Em relação ao PB, que também exibe resíduos de uma gramática V2 no século XIX e primeiro quartel do século XX, observa-se que o sistema passa a exibir uma nova gramática, igualmente desencadeada pela entrada da clivagem. Porém, diferente do PE, o PB generaliza a ordem QSV independentemente da clivagem. Paralelamente a isso, o sistema passa pela remarcação no valor do Parâmetro do Sujeito Nulo. O capítulo conta também com uma seção de formalização das estruturas analisadas. Encerro esse o capítulo 4 com algumas reflexões sobre interrogativas com Q in situ e questões sobre a observação da mudança linguística. Por fim, apresento as considerações finais, em que busco retomar as principais discussões traçadas ao longo da tese sobre como e por que as gramaticas de PB e PE se aproximam e/ou se distanciam no que diz respeito à ordem VS/SV nas interrogativas Q e como essa diferença está (ou não) relacionada ao PSN.

20 4 CAPÍTULO 1 1- Introdução - Pontos de Partida Neste capítulo, mostro a evolução da ordem do (V) verbo e do (S) sujeito ao longo do tempo no português com base em diversos autores que tratam do tema. Tenho como objetivo inicial identificar diacronicamente diferentes gramáticas com base na ordem desses constituintes. Em seguida, descrevo o fenômeno da ordem VS/SV no PB e no PE contemporâneos a partir de trabalhos que buscam refletir sobre como as mudanças na ordem dos constituintes se relacionam a outras mudanças no sistema. Volto minha atenção para a ordem nas sentenças interrogativas Q, porém, em alguns momentos, é preciso fazer um paralelo com as estruturas declarativas, que são os primeiros contextos de mudança na ordem VS. Ainda pensando em um possível encaixamento da mudança, entendendo-se aqui a correlação entre fenômenos, porém em uma perspectiva interlinguística, descrevo brevemente algumas línguas românicas com o objetivo de localizar o comportamento do PB e do PE dentro desse quadro. Dedico uma seção ao fenômeno da clivagem, uma vez que se trata de uma estratégia de focalização descrita na maioria dos trabalhos como um dos gatilhos da mudança de VS para SV e constituirá um ponto importante para o trabalho a ser desenvolvido nos capítulos seguintes Periodização das diferentes gramáticas do português com base na ordem dos constituintes Ribeiro (2015, p.219 [2007]) discute as diferentes propostas de periodização do português e afirma que É constante, no âmbito dos estudos de sintaxe diacrônica, a preocupação com a identificação de períodos históricos de uma língua, estando subjacente à periodização o pressuposto de mudanças internas ao sistema, mudança de gramática ou de Língua-I(nterna). Por isso, farei aqui uma breve retomada de alguns trabalhos a fim de localizarmos no tempo as mudanças na gramática do português, especificamente no que tange à ordem de constituintes.

21 O período V2 Ribeiro (2007) reflete sobre a formação do PE relacionando propriedades como a sintaxe da ordem e a sintaxe das interrogativas, dois temas de interesse para esta tese, com diferentes fases históricas da língua. A autora postula a existência de duas gramáticas no período do português arcaico: uma gramática V2, em que o foco atrai o verbo para seu núcleo e se tem uma relação estreita entre foco e verbo flexionado; e uma gramática CL2 (uma variante galega) em que não se observa a adjacência entre o elemento focalizado e o verbo, ou seja, o foco não atrai o verbo flexionado, caracterizando a gramática que Ribeiro (2015, p.219 [2007]) define da seguinte maneira: Identifico esta gramática como CL2, por ser o clítico o constituinte que satisfaz os requerimentos do núcleo da categoria funcional hospedeira do Foco.. Os exemplos (1) e (2) ilustram estruturas de cada uma dessas gramáticas, sendo (1) representativo da gramática V2 e (2) referente à gramática CL2. (1) E estes dizia el-rrei que mandava matar porque forom da parte da rrainha dona Branca. [ FocP estes [ F dizia i [ TP el-rrei [ T t i [que mandava matar porque forom da parte da rrainha dona Branca. ]]] (2) a. Ainda vos eu mais direi [ FocP ainda [ F vos i [ TP eu [ T mais t i direi...]]] b. todo nos este uemtre come [ FocP todo [ F nos i [ TP este uemtre [ T t i come]]] No exemplo em (1), o verbo flexionado está adjacente ao constituinte focalizado; o sujeito permanece em spec TP, ou seja, o verbo está em segunda posição. No exemplo em (2) um constituinte adverbial ou um quantificador é focalizado (ou enfatizado), o clítico ocupa a posição seguinte e o verbo flexionado aparece seguindo o sujeito em uma posição mais baixa. Por conta dessa dupla possibilidade no comportamento do Foco, a autora identifica a convivência de duas gramáticas, já que as duas ordens de constituintes geradas não são compatíveis com uma mesma gramática. Basta observar que um

22 6 sistema estritamente V2, como o alemão, não admite tal opção em contextos-raiz. O período de convivência entre esses dois sistemas corresponde aos séculos XIII XV. A partir do século XVI, Ribeiro afirma encontrar um uso mais consistente de uma gramática portuguesa, nas palavras da própria autora. Este é o período denominado V2 pleno, que apresenta sentenças como (3) com o verbo sempre na segunda posição: (3) a. Muyto é boa cousa a oraçõ dos monges. b. Dous veeron o dia d oonte que me tiraron a alma do corpo e mh a levaron pera o bo o logar. Torres Morais (1993) também apresenta um percurso da ordem sujeito-verbo no português. A autora mostra que entre os séculos XVI e XVIII uma porcentagem significativa de V2 é atestada, como ilustra o exemplo em (4): (4) a. Cada dia vão os padres visitar os enfermos (séc XVI) Isso significa dizer que, nessa fase, o português licenciava um movimento que fazia com que o verbo finito sempre aparecesse na segunda posição nas orações matrizes. O elemento que antecede o verbo pode ser um constituinte (XP) de natureza gramatical variada: um DP sujeito, um locativo ou até mesmo um elemento discursivo. Em relação às interrogativas Q, Ribeiro observa que nos séculos XIV e XV elas seguem a ordem Q V (S), reflexo da gramática V2, como mostrado em (5), uma estrutura idêntica às ilustradas em (1), (3) e (4): (5) Que pescado cuidas tu ora que ti nós tragamos naquestes montes? Porém, a autora aponta que em casos de interrogativas globais (sim/não) a ordem VS padrão em todos os casos no português arcaico não aparece mais e dá lugar à ordem SV ilustrada em (6): (6) Disse o juiz: Lógo, vós quereis désta fazenda nòveçentos mil reáes?

23 7 O uso de SV nas perguntas sim/não já indica que há uma mudança em curso no padrão da ordem dos constituintes nas interrogativas; afinal em um sistema V2 a ordem VS seria a esperada, já que o verbo flexionado é atraído para o núcleo de Foco. A presença de SV indica, portanto, que o PE neste momento já dispõe de uma nova estratégia para realizar interrogativas sim/não, diferente da estratégia licenciada pela gramática V2. A partir do século XVII, Ribeiro (2007) identifica uma mudança na estratégia de focalização, que deixa de ser V2 (verbo atraído para o núcleo F) e passa a ser com clivadas invertidas, estruturas em que o foco é movido para antes da cópula como mostra o exemplo (7): (7) a. A estes é que na Conjugação Passiva chamamos compostos. b. Dêste homem e da nossa desgraça é que me queixo. As clivadas invertidas ainda estão sujeitas à sintaxe V2; porém, do século XVIII em diante, o que aparece como estratégia de focalização é a clivada canônica, como mostra (8); nesse caso o foco fica depois da cópula seguido pelo elemento Q: (8) foi Vossa Eminência quem me conduziu à presença de Sua Alteza Real. A presença dessas estruturas clivadas, como ilustra a interrogativa Q em (9), indica que o movimento do verbo para F já não é mais categórico no século XVIII como era no português arcaico: (9) Logo com que substantivo é que concordam? O uso da clivada canônica como estratégia de focalização mostra que não existe mais uma restrição V2 atuando no sistema. A clivagem nas interrogativas é, segundo Ribeiro, um traço que caracteriza o português europeu moderno: a partir do século XVI, o português europeu começa uma trajetória que resultará na realização de um V2 residual (nos termos de RIZZI, 1996), não mais um V2 pleno (Ribeiro, 2015, p.235

24 8 [2007]), ou seja, já temos nesse momento, a gramática do português europeu contemporâneo. Já nas interrogativas Q em peças escritas no Brasil ao longo dos séculos XIX e XX (Duarte, 1992), o uso do padrão V2 evidencia a gramática do PE, na primeira metade do século XIX e princípio do século XX, como mostra a estrutura ilustrada em (10 a). Depois disso, a ordem SV começa a aparecer associada à clivagem, como vemos em (10 b): (10) a. Que tens tu, Emília? (O noviço ) b. O que é que você sabe fazer de prático? (Um elefante no caos ) Lopes Rossi (1993 e 1996) analisa as interrogativas Q em peças teatrais, além de um corpus de língua falada (programas de televisão - fala espontânea). Sua amostra diacrônica compreende os séculos XVI a XVIII, que seriam períodos representativos do português clássico, e os séculos XIX e XX, representando o PB moderno. A análise do período correspondente ao português clássico mostra resultados semelhantes aos encontrados por Ribeiro (2007), revelando que o padrão das interrogativas era semelhante ao de uma língua V2 e a única exceção ao movimento ocorre quando o interrogativo é seguido de um SN. Segundo a interpretação da autora, esse tipo de interrogativo não é um quantificador da mesma natureza dos outros interrogativos e por isso deve ser analisado de maneira diferente. Os resultados de Lopes Rossi para a fala espontânea serão comentados nas seções seguintes e retomados no capítulo de análise. Já é possível observar que, tanto no PB quanto no PE, a entrada das estruturas canônicas de clivagem causou um impacto no sistema de ordenação de constituintes, licenciando uma ordem que não era o padrão no português arcaico e no português clássico O fim do período V2 e a emergência de uma nova gramática Os estudos de Berlinck (1995, 2000) mostram os padrões principais na ordem das declarativas do PB, entre os quais está o já citado padrão V2, também conhecido como inversão germânica, além da inversão românica e o padrão VS em construções inacusativas.

25 9 Os padrões V2 e V1 ainda são encontrados por Berlinck no século XIX como mostram os exemplos em (11), exatamente os padrões que Torres Moraes aponta como típicos do período anterior, compreendido entre os séculos XVI e XVIII (cf. exemplo (4)). (11) a. Emília, aos cinco anos estava eu órfão, e tua mãe, minha tia, foi nomeada por meu pai sua testamenteira e minha tutora. (séc XIX) b. Então, não pensou ela na felicidade de seus filhos. (séc. XIX) O outro padrão encontrado nas declarativas do PB, a inversão românica, é aquele em que o sujeito não aparece contíguo ao verbo, mas ocupa a posição final e recebe valor de foco, como vemos em (12) (com verbos intransitivos, a construção é ambígua entre inversão germânica e românica). Observe-se que o verbo se encontra em primeira posição e o DP sujeito é pesado, o que favorece sua posposição: (12) Tocou à minha cunhada, como principal bem de fortuna e fonte de renda, a conhecida fábrica de meias da rua de Santa Engrácia. (Século XIX) Finalmente, temos o terceiro padrão descrito por Berlinck, a ordem VS, com construções inacusativas, que incluem os inacusativos propriamente ditos e as construções com a cópula, como em (13). (13) a. Nesses planos estávamos, quando apareceu este homem, não sei donde, (...) (Século XIX) b. Não é mais dramático um salto daqui de cima (Século XX) A inversão com inacusativos é o contexto em que a ordem VS resiste no PB esses verbos têm seu único argumento gerado na posição interna do sintagma verbal, não se podendo falar propriamente em inversão. Esta é, certamente, a razão de sua resistência à mudança na fixação da ordem SV. A essa resistência de VS com os monoargumentais Kato (2000) dá o nome de restrição de monoargumentalidade. Torres Morais (1993) aponta o começo da perda da ordem VS tanto nas interrogativas quanto nas declarativas finitas entre os séculos XVIII e XIX, considerados como períodos de transição, pois seus resultados para as declarativas

26 10 mostram que a não inversão já aparecia no sistema desde o século XVIII. A ordem (X)SVX é muito frequente a partir do século XVIII, como mostramos em (14): (14) Finalmente, o pequeno tomou juízo. (séc. XIX) Embora, a partir de então a ordem (X) SV se torne mais frequente, ainda são atestados casos que podem ser interpretados como V2 e ocorrências de VS, o que sugere uma competição de gramáticas. Portanto, o português passou por um processo de mudança de gramáticas que pode ser resumido na perda do sistema V2 e na entrada de uma gramática que prioriza a ordem SVO. No PB contemporâneo, apesar de a ordem preferencial ser com sujeito anteposto ao verbo, encontramos VS com verbos inacusativos tanto nas declarativas quanto nas interrogativas. Esse é um contexto de resistência à mudança na direção de SV. No PE, diferentemente disso, encontramos mais contextos de VS além dos inacusativos. Nas declarativas, por exemplo, o sujeito focalizado deve ficar em posição pós-verbal para que receba essa leitura. Nas interrogativas Q, que serão detalhadas em seções subsequentes, observamos a ordem VS que tende a ser mantida no PE salvo em contextos licenciados por algum outro fator como a clivagem, por exemplo. O comportamento da ordem no PE está sempre relacionado ao processo de focalização; esse é um dos pontos centrais desta tese A ordem QVS no PB e no PE As interrogativas Q no PB e as mudanças encaixadas Duarte (1992), estudo já referido na seção precedente, apresenta uma análise detalhada sobre o comportamento das sentenças interrogativas Q no PB utilizando peças teatrais distribuídas em sete períodos de tempo 1. A autora mostra que a mudança na ordem de VS para SV está, inicialmente, associada à clivagem. Nas peças de 1734 estudadas pela autora, todas as interrogativas exibiam ordem Q VS, o que está em consonância com o que outros pesquisadores mencionam para períodos anteriores. Até o ano de 1918 a ordem SV se mantem um pouco abaixo dos 20%, tal como na segunda 1 A última sincronia analisada no texto de Duarte (1992) contava com episódios de novelas e foi depois substituída pelos dados de uma peça de teatro.

27 11 metade do século XIX. As poucas ocorrências de SV coincidem com a entrada da clivagem no sistema, porém só nos anos 1930, é possível observar o aumento de estruturas clivadas e os dois padrões - Q VS e Q é que SV - aparecendo em distribuição complementar, ou seja, há uma relação entre presença de clivagem e SV; na ausência de clivagem, a ordem é VS, como ilustrado, respectivamente, em (15 a,b). (15) a. Que é que você está fazendo? (O hóspede do quarto no ) b. Mas que veio você fazer aqui novamente? (O hóspede do quarto no ) A partir da peça representativa de 1955, a ordem VS se mantém com interrogativos argumentais (16 a) e a complementaridade atestada no período não se verifica mais. A ordem SV já aparece com clivagem, padrão anterior, ou sem clivagem, como ilustrado, respectivamente, em (16 b, c): (16) a. Que fez seu filho com os documentos que lhe dei? (Um elefante no caos ) b. O que é que ele disse? (Um elefante no caos ) c. Onde você andou? (Um elefante no caos ) A partir de 1975, a ordem SV é predominante (17 a, b), enquanto VS fica restrita aos verbos monoargumentais desde que o sujeito seja um DP lexical (17 c, d), tal como ocorre nas declarativas. Além disso, a clivagem pode ou não aparecer: (17) a. Como é que você sabe? (A mulher integral ) b. E por que os erros persistem? (A mulher integral ) c. Onde andará a Neiva? (No coração do Brasil ) d. Como é que me acontece uma coisa dessas? (No coração do Brasil ) Finalmente, nesse mesmo período, surgem as clivadas reduzidas (estruturas em que a cópula é apagada) e as interrogativas com Q in situ, não descritas no trabalho de Duarte (1992), ilustradas em (18), com dados da peça de Miguel Falabella, de 1992: (18) a. Se eu estiver mesmo grávida, o que que eu vou fazer?

28 12 b. E eu vou pra onde? c. E eu vou dizer o quê? Tais sentenças podem receber duas interpretações - (1) pergunta eco: tem entoação ascendente e denota espanto (esse tipo não foi encontrado nas peças). (2) pergunta real: tem entoação descendente, a mesma das perguntas sim/não, como vemos em (18 b, c). De acordo com um levantamento feito para esta tese, na peça de 1975, já encontramos 15% de sentenças (14/89) com o interrogativo in situ e na peça de 1992, 10% das estruturas (7/68) seguem esse padrão. Esse resultado aliado ao crescimento da ordem SV indica que no PB a subida do Q, tal como a subida do verbo, já não é obrigatória. O gráfico a seguir, adaptado de Duarte (1992), permite observar a evolução da ordem SV (vs VS) nas interrogativas diretas do PB: 100% 90% 80% 77% 95% 87% 70% 60% 57% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 16% 14% 3% SV Gráfico 1.1: Evolução da ordem SV (vs. VS) em interrogativas diretas (adaptado de Duarte, 1992, p.41) Como mencionado anteriormente, a ordem SV aparece em índices muito baixos na primeira metade do século XIX e fica em torno de 20% na segunda metade desse século e no primeiro quartel do século XX. Com a peça de 1937, a autora afirma que o sistema parece se estabilizar apresentando sistematicamente a ordem VS sem a

29 13 clivagem e a ordem SV com a clivagem, como exemplifiquei em (15). A autora encontra nesse período o predomínio de SV (67%) contra VS (33%). Lopes Rossi (1996) também afirma que uma mudança no padrão das interrogativas começa a ser percebida na 1ª metade do século XIX. Essa mudança, segundo a autora, é a perda do movimento do V. O padrão encontrado é, portanto, a ordem Q SV, já que o movimento de Q ainda permanece no sistema. O PB só vai perder a obrigatoriedade do movimento de Q na 2ª metade do século XX, período em que o movimento de V já não aparece mais. A autora afirma que casos de movimento de V só aparecem em construções inacusativas, corroborando resultados anteriores como o de Duarte (1992). É também na 2ª metade do século XX, como já foi mencionado acima, que a autora observa, a partir das amostras de fala, o aumento das sentenças clivadas; o surgimento da clivada reduzida e uma grande porcentagem de Q in situ. Logo, observamos que os resultados de Lopes Rossi (1993 e 1996) estão na mesma linha dos encontrados por Duarte (1992), ambas apontam que a entrada da clivagem alterou a ordem preferencial no sistema do PB e relacionam essa mudança a outras mudanças pelas quais o português passava no momento, como a mudança no quadro pronominal e o enfraquecimento da concordância verbal, por exemplo. Mais recentemente, o trabalho de Pinheiro e Marins (2012), apresenta uma revisita à análise de Duarte (1992) com o objetivo principal de incluir as interrogativas Q com sujeito nulo na investigação sobre a evolução dessas estruturas no PB, sob a perspectiva teórica de competição de gramáticas (Kroch 1989). Observando os resultados desse trabalho é possível notar a redução dos sujeitos nulos e da ordem VS como mostra o gráfico 1.2:

30 14 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 67% 76% 55% 56% 47% 48% 47% 35% 37% 38% 39% 33% 14% 18% 19% 16% 14% 15% 10% 7% 9% Q V Q VS Q SV Gráfico 1.2 Expressão do sujeito x ordem em interrogativas Q adaptado de Pinheiro e Marins, 2012 Esses resultados corroboram os encontrados por Duarte (1993), apresentados no gráfico 1.3, que investiga a realização do sujeito pronominal em todos os tipos de sentença no mesmo corpus de peças teatrais. Seus resultados mostram que a mudança na ordem de VS para SV não acontece isoladamente. É justamente na passagem do terceiro para o quarto período, que corresponde ao ano de 1937, que o aumento de SV começa a ser notado e é nesse mesmo período que o sujeito nulo começa a cair junto com a ordem VS. O gráfico 1.3 mostra que o sujeito pleno (nas declarativas e interrogativas) e a ordem QSV crescem juntos. A clivagem atua paralelamente aos dois processos e tem um efeito forte no período referente ao ano de 1937, momento em que a competição entre sujeito nulo e pleno, bem como entre a ordem QVS e QSV fica evidente. No período seguinte, a ordem QSV já não depende mais da clivagem. As curvas de ambos os gráficos sugerem que a mudança de VS para SV no PB é um fenômeno paralelo à remarcação do PSN.

31 15 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 67% 50% 49% 46% 47% 45% 25% 23% 33% 20% 14% 6% 7% 14% 9% 0% 73% 67% 58% % 76% clivada suj pleno QSV Gráfico 1.3: Evolução do sujeito pleno (Duarte, 1993), da ordem QSV (Pinheiro e Marins, 2012) e do processo de clivagem no PB Além da relação com o preenchimento do sujeito mostrada nos gráficos 1.2 e 1.3, existe no PB uma correlação das referidas mudanças com a redução do paradigma flexional. Desde 1937, segundo os dados de Duarte (1995), você se gramaticaliza e entra no paradigma como um pronome de segunda pessoa, mesmo momento em que se dá a implementação do sujeito pleno e da ordem SV nas interrogativas. Os exemplos com sujeitos nulos (a forma preferida nas três primeiras sincronias) e os sujeitos expressos (preferidos a partir dos anos 50), ilustrados em (19) e (20), mostram a primeira, segunda e terceira pessoas nas declarativas, além de uma sentença interrogativa Q: (19) a. Quando [Ø] 1ps te vi pela primeira vez, [Ø] 1ps não sabia que [Ø] 2ps eras viúva e rica. (O noviço ) b. Tua filha i lamentar-se-á, [Ø] i chorará desesperada, não importa (...) Depois que [Ø] i estiver no convento e acalmar-se esse primeiro fogo, [Ø] i abençoará o teu nome e, junto ao altar, no êxtase de sua tranqüilidade e verdadeira felicidade, [Ø] i rogará a Deus por ti. (O noviço ) c. Por que saíste do convento? (O noviço ) (20) a. Se eu ficasse aqui eu ia querer ser a madrinha. (No coração do Brasil )

32 16 b. Você não entende meu coração porque você tá sempre olhando pro céu e procurando chuva. (No coração do Brasil ) c. Agora ele não vai mais poder dizer as coisas que ele queria dizer. (No coração do Brasil ) d. Desde quando a gente precisa saber escrever prá vender bala? (No coração do Brasil ) Observe-se que em (19 a), os sujeitos de primeira e segunda pessoa são nulos. Em (19 b) os sujeitos nulos são identificados pelo DP [tua filha], o que mostra um sistema capaz de licenciar e identificar categorias vazias nessa posição. Em (20), são ilustrados os sujeitos plenos, acompanhando a tendência das peças mais recentes e os resultados obtidos para a fala espontânea (cf. Duarte, 1995). O que se depreende das análises citadas acima é que nos períodos em que o sujeito não era realizado foneticamente, a ordem VS se mostrava obrigatória nas declarativas. Com o aumento do preenchimento da posição de sujeito o sistema muda e tal mudança afeta diretamente a ordem preferencial dos constituintes nas sentenças declarativas, que passa de VS a SV. Tal mudança na ordem das declarativas se espraia para as interrogativas-q, ou seja, a ordem SV passa a ser aplicada tanto nas declarativas quanto nas interrogativas. O gráfico 1.3 indica que a clivagem acompanha essas evoluções passando a ser o processo focalizador por excelência e depois perdendo sua obrigatoriedade no licenciamento de QSV. Nesse sentido, Kato e Duarte (2002) apresentam uma possível explicação para a mudança na ordem das interrogativas no PB. Segundo elas, por conta do aumento dos sujeitos preenchidos em todos os tipos de oração, a geração mais jovem passou a reanalisar a posição do sujeito em relação ao verbo nas interrogativas-q. Tal reanálise consistia em entender estruturas que antes eram V(S) 2 como sendo (S)V, desencadeando a mudança na gramática. Esse processo é ilustrado em (21): (21) a. Por que parou com a leitura? b. Por que parou (você) com a leitura? c. Por que (você) parou com a leitura? 2 (S) indica o sujeito nulo.

33 17 Os estudos apresentados para o PB mostram que há dois gatilhos principais quando tratamos de mudança na ordem VS nas interrogativas Q: a clivagem e a perda do licenciamento do sujeito nulo. Acredito que estes fenômenos atuem de modo paralelo; no entanto exercem influências de modo distinto no sistema. Essa hipótese se justifica uma vez que no PE não observamos o mesmo processo. Logo, a clivagem pode atuar tanto como parte de um conjunto de mudanças relacionadas que serviram de gatilho para uma mudança de gramática; caso do PB, como pode se tornar o processo focalizador principal e ainda assim não influenciar na estabilidade dos sujeitos nulos, aparente caso do PE. Buscarei investigar essa hipótese durante a análise dos dados As interrogativas Q do PE A ordem das interrogativas no PE apresenta um comportamento diferente do que já foi descrito para o PB. Segundo Ambar (1992), uma sentença como (22 a) sem o movimento do verbo seria agramatical por não apresentar inversão (subida do verbo), que é obrigatória no PE; logo, somente (22 b) é gramatical: (22) a. *O que a Maria comprou? b. O que comprou a Maria? Descrições mais recentes, presentes em Brito, Duarte e Matos (2003), sobre as interrogativas Q do PE, reiteram as informações já fornecidas por Ambar em Na seção da Gramática da Língua Portuguesa (Mateus et al. 2003), as autoras se dedicam às interrogativas Q (referidas como interrogativas parciais), afirmando que tais estruturas podem envolver movimento dos constituintes Q para uma posição à esquerda da frase como mostra (23) ou este elemento pode permanecer in situ: (23) a. *Onde a Maria trabalha? (Brito, Duarte e Matos, p. 471) b. Onde trabalha a Maria? c. A Maria trabalha onde? A princípio a inversão é obrigatória no PE, no entanto Ambar aponta algumas exceções à regra, as chamadas inversões não obrigatórias, que seriam aquelas que

34 18 podem concorrer com outros processos não sintáticos para o licenciamento das sentenças, como o acento prosódico, por exemplo, como mostra (24): (24) a.* Onde o Pedro encontrou a Joana? b.onde O PEDRO encontrou a Joana? b'.onde o Pedro encontrou a Joana? O acento prosódico que confere foco a um constituinte específico pode tornar a ordem VS facultativa como se vê em (24 b e c). Nesse caso, a ordem SV é licenciada por um processo de focalização de ordem prosódica e não sintática. No exemplo (25), o constituinte Q integra um N foneticamente realizado (Q complexo), diferentemente do que se vê nos outros exemplos. Em tais casos, como mostra (25), a ordem VS também é facultativa. Sendo assim, a possibilidade de ordem SV é explicada tendo em conta o fato de um elemento Q acompanhado de um SN não ser um operador genuíno e por isso ele pode apresentar um comportamento diferente do que rege os operadores reais: (25) a. Que disco o Pedro ofereceu à Joana? Ambar (1992) trabalha com a hipótese de que existe uma categoria vazia no constituinte Q interrogativo. Segundo ela, essa hipótese explica porque em casos de interrogativos simples a subida do verbo é obrigatória; pois nesse caso existe uma categoria vazia em C que precisa ser preenchida. Como foi dito anteriormente, Lopes Rossi (1993) defende que esse tipo de interrogativo não é um quantificador da mesma natureza dos outros interrogativos e por isso deve ser analisado de maneira diferente, levando em conta que seu domínio não é a sentença toda, mas somente o SN que o acompanha. Segundo Ambar, alguns falantes preferem a inversão mesmo diante de Qs complexos. Na descrição de Brito, Duarte e Matos (2003, p.471), os interrogativos que têm a estrutura ilustrada em (25) - especificador ou quantificador interrogativo + N realizado foneticamente - seriam estruturas mais pesadas ou complexas, também constituindo uma exceção à regra de inversão, que lhes permite aparecer com ordem VS ou SV, como pode se ver em (26).

35 19 (26) a. Quantos livros leu a Maria? b. Quantos livros a Maria leu? Ambar afirma também que a ordem SV poderá ocorrer no caso de clivagem, tanto em interrogativas diretas como indiretas. A autora define a clivagem da seguinte maneira: (i) é que é uma partícula com função de realce e (ii) é que é uma forma derivada do verbo ser e do complementador que (Ambar, 1992, p.189). Diante dessa estratégia, a autora afirma que a flexão sobe para C, ocupando o lugar que deveria ser ocupado pelo verbo. Para a autora, a coocorrência de clivagem com a ordem VS é marginal, mas é possível no PE. Brito, Duarte e Matos (2003, p.472) também apontam as sentenças clivadas como estruturas que, assim como os interrogativos complexos, não levam obrigatoriamente à inversão, podendo o sujeito aparecer em posição pré ou pós verbal como mostram os exemplos em (27 a e b), respectivamente: (27) a. Onde é que a Maria trabalha? b. Onde é que trabalha a Maria? Ainda em relação à clivagem, as autoras chamam a atenção para o fato de que, ao contrário do que se observa no PB e no português moçambicano, o interrogativo e o complementizador (referido por Mioto et al. como clivada reduzida), com o apagamento da cópula, são agramaticais no PE, como mostra (28): (28) *Quem que chegou? Encerrando a descrição, Brito, Duarte e Matos (2003, p.474) apontam algumas interrogativas que não apresentam movimento, ou seja, a partícula interrogativa permanecendo in situ. Como já nos referimos antes, trata-se das interrogativas plenas (de fato), como (29 a e b) e as interrogativas eco, como ilustram as sentenças em (29 a e b ), que podem ter as duas interpretaço es a depender da curva entoacional e do acento de intensidade que recai sobre o constituinte em destaque na interrogativa eco: (29) a. A Maria sai quando? a A Maria sai QUANDO?

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