RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA TRIBUTAÇÃO NAS ENTIDADES DE CLASSE
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- Aline Barreto Escobar
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1 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA TRIBUTAÇÃO NAS ENTIDADES DE CLASSE
2 ASSOCIAÇÃO NATUREZA JURÍDICA As associações são pessoas jurídicas de direito privado constituídas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos, não havendo entre os associados, direitos e obrigações recíprocos - artigos 44 e 53, do CC.
3 ASSOCIAÇÃO DE LOJISTAS NATUREZA JURÍDICA MARIA HELENA DINIZ É a pessoa jurídica de direito privado, sem intuito lucrativo, que tem por fim: a) cultivar relações entre pessoas físicas e jurídicas locatárias de lojas de shopping centers, promovendo entre eles um intercâmbio de informações e experiências; b) estabelecer normas disciplinadoras das atividades comerciais de seus associados; c) realizar estudo ou pesquisa e serviço de utilidade para os associados; d) praticar atos que beneficiem os interesses dos associados; e) amparar os interesses dos associados perante órgãos públicos ou entidades de direito privado.
4 CDL - BH Associação que tem por finalidade principal ofertar aos associados as atividades e produtos de seu interesse, compartilhando com estes os custos decorrentes. Os associados da CDL/BH contribuirão para o sustento da Entidade, havendo o compartilhamento e rateio dos custos e despesas provenientes da manutenção da estrutura e desenvolvimento das atividades próprias, em respeito ao orçamento, obedecidas as disposições e limitações estatutárias.
5 CDL BH PRODUTOS OFERTADOS A CDL firma e administra o contrato com terceiro em benefício dos seus associados. O valor global é cobrado da CDL/BH, que o rateia entre seus associados de acordo com utilização de cada um.
6 TRIBUTAÇÃO DAS ENTIDADES DE CLASSE Hipótese de incidência previsão de tributação; Imunidade previsão constitucional de não tributação; Isenção previsão legal de não tributação; Hipótese de não incidência situação fora do campo de tributação.
7 IMUNIDADE: ART. 150, VI, DA CF 88 Art Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; CDL não é entidade de educação ou de assistência social.
8 ISENÇÃO: IRPJ E CSLL ART. 15 DA LEI FEDERAL Nº 9.532/97 Art. 15. Consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos. 1º A isenção a que se refere este artigo aplica-se, exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subseqüente. 3º Às instituições isentas aplicam-se as disposições do art. 12, 2, alíneas "a" a "e" e 3 e dos arts. 13 e 14.
9 ISENÇÃO: IRPJ E CSLL - CONDIÇÕES ART. 12, 2º, DA LEI FEDERAL Nº 9.532/97 a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais; c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão; d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial; e) apresentar, anualmente, Declaração de Rendimentos, em conformidade com o disposto em ato dasecretaria da Receita Federal;
10 ISENÇÃO: IRPJ E CSLL - REMUNERAÇÃO DOS DIRIGENTES 4º A exigência a que se refere a alínea a do 2º não impede: I - a remuneração aos diretores não estatutários que tenham vínculo empregatício; e II - a remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração inferior, em seu valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo federal. 5º A remuneração dos dirigentes estatutários referidos no inciso II do 4º deverá obedecer às seguintes condições: I - nenhum dirigente remunerado poderá ser cônjuge ou parente até 3º (terceiro) grau, inclusive afim, de instituidores, sócios, diretores, conselheiros, benfeitores ou equivalentes da instituição de que trata o caput deste artigo; e II - o total pago a título de remuneração para dirigentes, pelo exercício das atribuições estatutárias, deve ser inferior a 5 (cinco) vezes o valor correspondente ao limite individual estabelecido neste parágrafo. 6º O disposto nos 4º e 5º não impede a remuneração da pessoa do dirigente estatutário ou diretor que, cumulativamente, tenha vínculo estatutário e empregatício, exceto se houver incompatibilidade de jornadas de trabalho.
11 ISENÇÃO: PIS E COFINS: ARTIGOS 13 E 14 DA MP /2001 Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: X - relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13.
12 ISENÇÃO: COFINS MATÉRIA CONTROVERTIDA SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 472 de 15 de Dezembro de 2009 EMENTA: COFINS. ASSOCIAÇÃO. ISENÇÃO. São isentas da Cofins as contribuições fixas (tais como mensalidades) fixadas por lei, assembléia ou estatuto, recebidas pelas associações a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997, de associados ou mantenedores, sem caráter contraprestacional direto, destinadas ao custeio e ao desenvolvimento dos objetivos sociais. Não são isentas, porém, as receitas de serviços de consultas ao banco de dados e cadastro do SPC, mesmo que prestados exclusivamente aos associados, bem como as receitas de cursos ministrados pela associação. Quanto ao ressarcimento de investimentos em decoração natalina de ruas e praças públicas, com pagamento rateado entre os associados, se o pagamento for uma doação dos associados sem caráter contraprestacional, será receita isenta da Cofins. Mas se o pagamento for rateado entre os associados beneficiados pela decoração feita na frente de seus estabelecimentos, ou se a decoração for patrocinada por associados em troca de publicidade nos enfeites, o caráter contraprestacional estará presente e a receita não será isenta da Cofins.
13 ISSQN NÃO INCIDÊNCIA MATÉRIA CONTROVERTIDA No sistema associativo, a associação nada mais é do que a reunião de associados, são todos considerados uma só pessoa. Não há prestação de serviços entre a associação e os seus associados, pela singela circunstância de que não é possível prestar serviço para si próprio, já que no âmbito de suas relações internas (associativa) todos são considerados uma só pessoa, que colaboram mutuamente por um objetivo comum. Não há, portanto, prestação de serviços entre a CDL/BH e seus associados.
14 ISSQN CONSULTA DO DISTRITO FEDERAL Processo: /2014 ISS. SUJEIÇÃO PASSIVA DE ASSOCIAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS AO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA ISS. NÃO INCIDÊNCIA. I Relatório O Consulente é associação de classe, sem fins lucrativos, criada para atender o interesse de seus associados, que são os empresários e as sociedades empresárias. A associação tem, entre suas finalidades estatutárias essenciais, a de criar e manter serviços de orientação e assessoria empresarial úteis e benéficos à classe. Com base nessa finalidade presta o serviço de proteção ao crédito SPC, aos associados. Vem por meio desta Consulta requerer esclarecimentos nos seguintes termos: a) A associação de classe sem fins lucrativos, como prestadora de serviços constantes de suas finalidades estatutárias essenciais aos seus associados, é contribuinte do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza ISS sobre essas operações? b) Sendo a resposta anterior negativa, está obrigada a emitir Nota Fiscal dos serviços prestados sem a incidência do ISS? c) Sendo prestadora de serviços somente aos seus associados e, caso não seja obrigada a emitir a Nota Fiscal para os serviços prestados a seus associados, está obrigada a manter inscrição no Cadastro Fiscal do Distrito Federal?
15 CONTINUAÇÃO... II Análise O assunto da presente Consulta já foi objeto das Consultas de nºs. 25/2000, 83/2003, 99/2003 e da Declaração de Ineficácia de Consulta DIne nº 16/2013. Essas Consultas e DIne citadas debateram exaustivamente o tema e concluíram que não há incidência de ISS sobre a realização de atos negociais entre associação sem fins lucrativos e seus associados. Dessa forma, considerando que o Consulente é associação de classe sem fins lucrativos que presta serviços exclusivamente a seus associados, mesmo que mediante a cobrança de taxas pela utilização dos serviços prestados, entende-se que não há incidência do ISS sobre a prestação desses serviços. Ainda, se os atos praticados em prol dos associados não configuram fato gerador do ISS, não há que se falar em contribuinte. Não há fato gerador e, de conseguinte, não há relação jurídica tributária. Inexistem tributo devido e contribuinte.
16 ISSQN CONSULTA DE SÃO PAULO Resposta de Consulta SF/Dejug n. 50 de 27 de julho de 2012 DOC- SP de (n. 144, p. 14) Os serviços prestados por associações sem fins lucrativos aos seus associados não são tributáveis pelo ISS desde que se enquadrem entre aqueles descritos em seus objetivos sociais. Esta não incidência de ISS independe da existência de Lei municipal que conceda isenção.
17 ISSQN - DECISÕES JUDICIAIS DO STJ
18 REsp nº /RS TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ALÍNEA "A" DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL. MERA INDICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS SUPOSTAMENTE VIOLADOS. SÚMULA 284/STF. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. DEMONSTRAÇÃO. ISSQN. SERVIÇO DE CONSULTA A CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO PRESTADO POR CÂMARA DE DIRIGENTES LOJISTAS APENAS A SEUS ASSOCIADOS. AUSÊNCIA DE LUCRO. NÃO INCIDÊNCIA. NATUREZA DA ATIVIDADE VERIFICADA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. REEXAME. SÚMULA 7/STJ. 1. Discute-se nos autos a incidência de ISSQN sobre serviço de consulta a cadastros de proteção ao crédito prestado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul, associação civil sem fins lucrativos, a seus associados. 2. A mera indicação dos dispositivos de lei supostamente violados, sem que se explicite, com transparência e objetividade, os motivos pelos quais o recorrente visa a reforma da decisão, é considerada deficiência na fundamentação do recurso especial e atrai a incidência da Súmula 284/STF. 3. A Primeira Seção do STJ, por ocasião do julgamento do REsp /PR, de Relatoria da Ministra Eliana Calmon (DJe 8/10/2009), pelo rito previsto no art C do CPC, pacificou entendimento no sentido de que "é taxativa a Lista de Serviços anexa ao Decreto-lei 406/68, para efeito de incidência de ISS, admitindo-se, aos já existentes apresentados com outra nomenclatura, o emprego da interpretação extensiva para serviços congêneres".
19 CONTINUAÇÃO Conforme delineado pelas instâncias ordinárias, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul é uma associação cujos serviços destinam-se a atender seus próprios sócios, os diretores de lojas, sem objetivo de lucro, mas visando a realização de seus objetivos, tal como previsto em seu estatuto. 5. "O CDL, realizando atividades de fins não lucrativos, destinados a atender seus próprios sócios, visando a realização de suas finalidades estatutárias não está sujeito à incidência do ISS" (REsp /RJ, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/11/2001, DJ 15/04/2002, p. 187) 6. Verificado pelo Tribunal de origem que não há, in casu, distribuição de lucros nem dividendos na prestação de serviços pela CDL aos seus associados, tampouco prestação de serviços a terceiros no período em discussão, o que eventualmente poderia descaracterizar a natureza associativa do CDL, não se configura o fato gerador do ISS. 7. Para chegar à conclusão diversa da firmada pelas instâncias ordinárias seria necessário o reexame de matéria fático-probatória, o que encontra óbice na Súmula 7 desta Corte, segundo a qual "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial". Recurso especial conhecido em parte e improvido. (REsp /RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/05/2015, DJe 13/05/2015).
20 REesp nº /RJ PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - ISS - ISENÇÃO - CLUBE DOS DIRETORES LOJISTAS - ASSOCIAÇÃO DE CLASSE - CLT, ART. 511 E PARÁGRAFOS - VIOLAÇÃO NÃO CONFIGURADA - DISSÍDIO PRETORIANO NÃO COMPROVADO - RISTJ, ART. 255 E PARÁGRAFOS - LEI 8.038/90. - O CDL, realizando atividades de fins não lucrativos, destinados a atender seus próprios sócios, visando a realização de suas finalidades estatutárias não está sujeito à incidência do ISS. - Constitui o CDL uma associação de classe, reunindo integrantes que exercem a mesma atividade econômica e social, os quais se beneficiam com as vantagens pecuniárias dos serviços prestados pela entidade, em cumprimento às determinações estatutárias. - Dissídio jurisprudencial que colaciona acórdãos fincados em matéria de natureza constitucional, não se presta à comprovação da divergência interpretativa, como determina a legislação de regência. - Recurso especial não conhecido. (REsp /RJ, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJ 15/04/2002, p. 187).
21 ISSQN DECISÃO JUDICIAL DO STF RE Nº ISS. SERVIÇOS PRESTADOS POR ASSOCIAÇÕES CIVIS RECREATIVAS A SEUS SOCIOS OU A SEUS PROPRIOS EMPREGADOS: ESTACIONAMENTO E FISIOTERAPIA. CORREÇÃO MONETÁRIA: REPETIÇÃO DE INDEBITO. A JURISPRUDÊNCIA DO S.T.F., QUANTO A SERVIÇOS PRESTADOS POR ASSOCIAÇÕES CIVIS RECREATIVAS, TEM-SE ORIENTADO NO SENTIDO DE QUE SE TAIS EMPRESAS PRESTAM SERVIÇOS A TERCEIROS, OBTENDO LUCRO, NO QUE DIZ RESPEITO A TAIS SERVIÇOS INCIDE O ISS, POIS, SOB ESSE ASPECTO SE EQUIPARA A EMPRESAS. SENDO, POREM, OS SERVIÇOS DESTINADOS A ATENDER SEUS PROPRIOS SOCIOS, E MESMO A EMPREGADOS DA ENTIDADE, MAS COM VISTAS A PROPRIA REALIZAÇÃO DE SUAS FINALIDADES, SEM OBJETIVO DE LUCRO, NÃO HÁ INCIDENCIA DAQUELE TRIBUTO. ASSIM, O SERVIÇO DE ESTACIONAMENTO DO JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO, DESTINADO AOS PROPRIOS SOCIOS E OS DE FISIOTERAPIA TAMBÉM A ESTES DESTINADOS E UTILIZADOS POR EMPREGADOS DA ASSOCIAÇÃO, COM VISTAS A PROPRIA FINALIDADE DESTA, SEM OBJETIVO DE LUCRO, NÃO ESTAO SUJEITOS AO ISS. PRECEDENTES.(RE , Relator(a): Min. ALDIR PASSARINHO, Segunda Turma, julgado em 27/10/1987, DJ PP EMENT VOL PP-00256).
22 Obrigado!! Marcelo Braga Rios (31)
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