EFEITO DO TIPO E DA CONCENTRAÇÃO DE PIGMENTO NAS PROPRIEDADES REOLÓGICAS DO POLIPROPILENO NA PRESENÇA DE DIFERENTES DISPERSANTES

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Transcrição:

EFEITO DO TIPO E DA CONCENTRAÇÃO DE PIGMENTO NAS PROPRIEDADES REOLÓGICAS DO POLIPROPILENO NA PRESENÇA DE DIFERENTES DISPERSANTES Regiane D. Dutra *, Rosário E. S. Bretas 2 * Cromex S.A. São Paulo-SP regiane.defacio@cromex.com.br 2 Depto. de Engenharia de Materiais da UFSCar, Rodovia Washington Luís, km 235 3565-905 São Carlos/SP O efeito do tipo e concentração de pigmentos dispersos em polipropileno foi estudado na presença de três dispersantes diferentes. As composições foram preparadas em homogeneizadores de alta rotação e caracterizadas em reômetros de placas paralelas e capilar. As análises mostraram que a presença do pigmento, independente da concentração, afeta fortemente o comportamento reológico do polipropileno a baixas taxas de cisalhamento e cada pigmento apresentou uma interação diferente com cada um dos dispersantes estudados. Palavras-chave: pigmentos orgânicos, polipropileno, propriedade reológica The effect of pigment type and concentration on the rheological properties of polypropylene in different dispersants presence The effect of pigment type and concentration in polypropylene was studied using three different types of dispersant. The compositions were prepared in a high speed mixer and characterized by parallel plates and capillary rheometry. The analysis showed that the pigment, independent on the concentration, affect strongly the rheological behavior of polypropylene in the small shear rate range; each pigment presented different interactions with each dispersant. Keywords: organic pigments, polypropylene, rheological property Introdução Na manufatura de produtos obtidos a partir de materiais poliméricos é necessário atingir não somente a forma e as propriedades requeridas, mas também, na maioria das vezes, a cor desejada. Em grande parte das aplicações industriais e bens de consumo costuma-se utilizar pigmentos coloridos para satisfazer as necessidades estéticas, comunicação, identificação, diferenciação ou, simplesmente para segurança e proteção []. Para alcançar o efeito da cor desejado, é necessário que o pigmento esteja bem disperso e distribuído no polímero [2]. O grau de dispersão do pigmento no meio é predominantemente dependente das características reológicas e termodinâmicas do sistema estudado. Uma dispersão adequada é usualmente atingida por meio da combinação de vários mecanismos, que podem ocorrer simultaneamente durante a operação de mistura, sendo eles: umectação inicial, redução de tamanho dos agregados e/ou aglomerados de pigmentos, umectação total das partículas reduzidas, distribuição das partículas uniformemente no meio e estabilização das mesmas para evitar a reaglomeração [3]. Como a resina de polipropileno possui elevada viscosidade, o processo de umectação é dificultado; neste caso, o uso de dispersantes de baixa viscosidade, tais como ceras e agentes umectantes podem auxiliar neste processo. Por outro lado, a elevada viscosidade da resina

tem como vantagem auxiliar no processo de dispersão, porque as elevadas tensões no polímero ajudam a quebrar os aglomerados. As propriedades reológicas de concentrados de pigmentos têm sido estudadas por equações tradicionais, tais como as equações de Ostwald & Waele, Mooney, Casson, Cross dentre outras; os parâmetros destas equações têm permitido caracterizar o comportamento da dispersão de pigmentos em oligômeros e polímeros [4]. Assim, este estudo teve como objetivo analisar a influência do tipo e da concentração de dois pigmentos orgânicos na resina de polipropileno utilizando três diferentes agentes dispersantes. Experimental Materiais - Polipropileno homopolímero (H 24 da Braskem), com índice de fluidez (IF) de 26 g/min (230 C/2,6 Kg). - Pigmento azul a base de ftalocianina de cobre (Azul Sólido PV A4R da Clariant), com resistência térmica de 300 C e área específica de 70 m 2 /g. - Pigmento vermelho a base de ácido beta-oxinaftólico (Graftol Vermelho Fogo 3 RLP da Clariant), com resistência térmica de 240 C e área específica de 29 m 2 /g. - Cera de polipropileno metalocênica (Licocene PP 602 da Clariant), com temperatura de fusão de 30 C. - Cera de polietileno oxidada (A-C 629A da Honeywell), com temperatura de fusão de C. - Dispersante com grupos afínicos (Solplus DP3 da Lubrizol), com temperatura de fusão de 5 C. Obtenção das formulações As composições utilizadas no estudo reológico estão apresentadas na Tabela. As formulações foram preparadas em homogeneizador de alta rotação, marca M. H. Equipamentos. Todos os componentes de cada fórmula foram adicionados simultaneamente no equipamento e as formulações foram fundidas por cisalhamento utilizando uma velocidade de rotor de 5450 rpm. A massa fundida obtida foi prensada em prensa quente à 200 C para a obtenção de uma placa fina, seguida de resfriamento em prensa fria com circulação de água na temperatura de 8 C. A placa foi picotada para a obtenção de pequenos pedaços de concentrado da dimensão dos grânulos da resina. Anais do o Congresso Brasileiro de Polímeros Foz do Iguaçu, PR Outubro/2009

Tabela Composições utilizadas no estudo do comportamento reológico Componentes Formulações (%) A/V A2/V2 A3/V3 A4/V4 A5/V5 A6/V6 A7/V7 A8/V8 A9/V9 A/V A/V A2/V2 PP 60 55 50 45 60 55 50 45 85,5 78 7 63,5 Pig. Azul / Vermelho 5 20 25 5 20 25 5 20 25 Cera de PP 30 30 30 30 Cera PE oxidada 30 30 30 30 Dispersante(*) 4,5 7 9,5 (*) O teor de dispersante utilizado foi conforme a dosagem recomendada pelo fornecedor, sendo o cálculo realizado com base em 45% de dispersante sob a quantidade de pigmento presente na fórmula. Caracterização reológica das formulações O comportamento reológico das formulações foi avaliado por meio de ensaios de viscosidade em função da taxa de cisalhamento (regime permanente), a baixas e altas taxas de cisalhamento, na temperatura 200 C (temperatura média de processamento); as condições das medidas foram as seguintes: a) Baixas taxas de cisalhamento: A curva reológica foi obtida em reômetro rotacional ARES, da Rheometric Scientific, de deformação controlada, em geometria de placas paralelas de 25 mm e distância entre placas de mm, em ambiente inerte de nitrogênio. A faixa de taxa de cisalhamento explorada foi de 0,0 s - a s -. b) Altas taxas de cisalhamento: A curva reológica foi obtida em reômetro capilar, marca Instron, com capilar de comprimento (l) de 25,52 mm e diâmetro (d) de 0,76 mm e, portanto, razão L/D igual a 33. A faixa de cisalhamento explorada foi de s - a 500 s -. Resultados e Discussão A Figura apresenta a curva reológica, a baixas e altas taxas de cisalhamento, para a resina de polipropileno a 200 C. Observa-se que a curva é composta por um platô newtoniano até aproximadamente s - e uma curva descendente a partir deste ponto, indicando o comportamento pseudoplástico do polipropileno. Análise do comportamento reológico das composições a baixas taxas de cisalhamento A Figura 2 apresenta os resultados da caracterização reológica em regime permanente a baixas taxas de cisalhamento das composições utilizadas nesse estudo. Pode-se observar para todas Anais do o Congresso Brasileiro de Polímeros Foz do Iguaçu, PR Outubro/2009

as composições estudadas que a viscosidade diminui à medida que a taxa de cisalhamento aumenta demonstrando um comportamento pseudoplástico mesmo a baixas taxas de cisalhamento. 00 Viscosidade (Pa.s) 0 E-3 0.0 0. 0 00 000 0000 Taxa cisalhamento (s - ) Figura Curva da viscosidade em função da taxa de cisalhamento a 200 C para o polipropileno (PP) O pigmento azul apresenta comportamento reológico distinto na presença de cada um dos dispersantes utilizados. Na composição em foi utilizada a cera de polipropileno, este pigmento não apresentou um padrão, ou seja, a composição com maior teor de pigmento apresentou um comportamento intermediário entre as curvas com menor teor de pigmento. Quando este pigmento foi misturado com a cera de polietileno oxidada a viscosidade inicial foi maior para as composições com maior teor de pigmento orgânico, sendo que na faixa de 0, a s - foi observada uma inversão no comportamento das composições, sendo que a formulação com maior carregamento de pigmento teve uma queda mais brusca de viscosidade para a mesma faixa de taxa de cisalhamento em que as demais composições foram estudadas. Já na presença do dispersante com grupos afínicos as curvas se comportaram semelhantemente às composições com cera de polietileno oxidada, porém observase uma tendência de todas as curvas convergirem para um mesmo valor de viscosidade. Para o pigmento vermelho na presença de cera de polipropileno observou-se que quanto maior o teor de pigmento na composição, maior é a variação da viscosidade. Foi constatado que este pigmento na presença da cera de polietileno oxidada, para as composições V6 e V7, a variação do teor de pigmento não influenciou no comportamento reológico. Quando este pigmento foi avaliado na presença do dispersante com grupos afínicos, observou-se um comportamento oposto ao do pigmento azul, as curvam tenderam a divergir para taxas de cisalhamento maiores. Estas curvas sugerem que há um tipo de cera/dispersante adequado para cada tipo de pigmento e que não é possível generalizar um único sistema dispersante para todas as classes químicas de pigmento. Uma possível explicação para isto se deve ao fato de que as interações pigmento-resina-dispersante representam as condições termodinâmicas da dispersão, onde a tensão Anais do o Congresso Brasileiro de Polímeros Foz do Iguaçu, PR Outubro/2009

superficial, a energia interfacial juntamente com o fenômeno da adsorção representam parâmetros importantes e são diferentes para cada sistema estudado [5]. 0000 000 000 00 A A2 A3 A4 00 0 A5 A6 A7 A8 0. (a) 0. (b) 0000 000 00 A9 A A A2 0.0 0. taxa de cisallhamento (s - ) V V2 V3 V4 0. (c) (d) 00 0 V5 V6 V7 V8 0. 00 0 V9 V V V2 0. (e) (f) Figura 2 Curvas de viscosidade em função da taxa de cisalhamento a 200 C para (a) pigmento azul + cera de PP; (b) pigmento azul + cera de PE oxidada; (c) pigmento azul + dispersante; (d) pigmento vermelho + cera de PP; (e) pigmento vermelho + cera de PE oxidada; (f) pigmento vermelho + dispersante Anais do o Congresso Brasileiro de Polímeros Foz do Iguaçu, PR Outubro/2009

Análise do comportamento reológico a altas taxas de cisalhamento Na Figura 3, estão apresentados os resultados da caracterização reológica em regime permanente a altas taxas de cisalhamento das composições utilizadas nesse estudo. Nota-se que o comportamento para os dois pigmentos foi muito semelhante nas condições avaliadas. Também foi observado que, a elevadas taxas de cisalhamento o comportamento reológico das composições se torna menos dependente do teor de pigmento nas fórmulas. Para o pigmento azul percebe-se que o uso do dispersante com grupo afínico desloca a curva para valores maiores de viscosidade quando comparada com as curvas (a) e (b), cera de polipropileno e cera de polietileno oxidada, respectivamente, para uma mesma taxa de cisalhamento. No caso do pigmento vermelho um comportamento irregular foi observado na presença da cera de polietileno oxidada (curva e), sendo que não foi possível a obtenção da curva reológica para a composição com menor teor de pigmento (V5) pelo fato desta composição apresentar uma viscosidade extremamente baixa, fluindo pelo capilar sem a aplicação da força necessária para a realização do ensaio. Conclusões Pode-se concluir que a presença de pigmento orgânico, independente da classe química e do teor presente na fórmula, influencia no comportamento reológico do polipropileno, sendo que os maiores efeitos foram observados nas curvas obtidas a baixas taxas de cisalhamento onde o comportamento do polipropileno passou de newtoniano para pseudoplástico. Também pode-se concluir que há um tipo de dispersante mais adequado para cada sistema pigmento-dispersanteresina estudado devido as diferentes interações termodinâmicas particulares de cada sistema. Referências Bibliográficas. Z. Hao; A. Iqbal. Chem. Soc. Rev. 997, 26, 203. 2. G. Hohner; R. Bott; R. Hess, US Patent 7 087 668 B2, 2006. 3. T. B. Reeve; W. L. Dills in Anais do 28 th Annual Technical Conference of Society for Plastics Engineer, 970. 4. A. Marcincin; M. Hricová; J. Lucivjansky. Fiber & Textiles. 2005, 3, 6. 5. A. Marcincin. Prog. Pol. Sci., 2002, 27, 853. Anais do o Congresso Brasileiro de Polímeros Foz do Iguaçu, PR Outubro/2009

A A2 A3 A4 0 00 000 A5 A6 A7 A8 0 00 000 (a) (b) 0 A9 A A A2 0 00 000 V V2 V3 V4 0 00 000 (d) (c) V6 V7 V8 0 00 000 V9 V V V2 0 00 000 (e) Figura 3 Curvas de viscosidade em função da taxa de cisalhamento a 200 C para (a) pigmento azul + cera de PP; (b) pigmento azul + cera de PE oxidada; (c) pigmento azul + dispersante; (d) pigmento vermelho + cera de PP; (e) pigmento vermelho + cera de PE oxidada; (f) pigmento vermelho + dispersante (f) Anais do o Congresso Brasileiro de Polímeros Foz do Iguaçu, PR Outubro/2009