PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS



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Transcrição:

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS GUILHERME JAIR DA SILVA A UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA DO CIMENTO: Um estudo a empresa revendedora de produtos para a construção civil. São José 2013

1 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS GUILHERME JAIR DA SILVA A UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA DO CIMENTO: Um estudo a empresa revendedora de produtos para a construção civil. Trabalho elaborado para a disciplina de Estágio III do Curso de Ciências contábeis do Centro Universitário Municipal de São José - USJ. Orientadora: Profa. Juliane Vieira de Souza, Msc. Co-orientação: Prof. Renato Brittes, Esp. São José 2013

2 GUILHERME JAIR DA SILVA A UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA DO CIMENTO: Um estudo a empresa revendedora de produtos para a construção civil. Trabalho de conclusão de curso elaborado como requisito parcial para obtenção de grau de bacharel em Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José USJ avaliado pela seguinte banca examinadora: Prof. Juliane Vieira de Souza, Msc Orientadora Prof. Renato Brittes, Esp. Membro Examinador Prof. Nei José de Macedo Lemos, Esp. Membro Examinador São José, 26 de junho de 2013.

DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha família, em especial aos meus pais Jair e Deyse. Aos meus orientadores e professores que auxiliaram no transcorrer da jornada acadêmica.

4 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por me proporcionar saúde, sabedoria e introduzir pessoas especiais na minha vida. Minha jornada acadêmica sem elas seria em vão, são várias pessoas, posso até mesmo esquecer-me de mencionar alguém, porém não me esquecerei de mencionar minha fonte de inspiração Jair e Deyse (Pai e mãe). Agradeço a minha família por me incentivar na caminhada, a qual não terminou ainda, em especial a senhora Deyse, pois é ela a responsável por me dar conselhos e me aguentar em minhas crises emocionais. Não esquecerei meus orientadores, Juliane Vieira de Souza e Renato Brittes, que me auxiliaram na jornada acadêmica. Tenho a honra de ser orientado por ambos, pois sei que além de excelentes profissionais, posso contar com sua amizade. Em síntese meu trabalho é uma vitória coletiva, onde a união faz a força! Agradeço a todos do fundo do meu coração, obrigado.

5 O mundo está nas mãos daqueles que têm a coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos (Paulo Coelho)

6 RESUMO O objetivo geral é identificar a composição dos custos e despesas pertinentes a comercialização do produto. Referente à metodologia, realizou-se uma pesquisa exploratória, quanto ao procedimento utilizado foi o estudo de caso, para ter um conhecimento aprofundado da empresa estudada. A coleta de dados foi por meio de análise documental e entrevista não estruturada. Para construção da fundamentação teórica buscou-se os termos e metodologias utilizadas na contabilidade de custo, além de apresentar os principais métodos de custeios pertinentes a esta ciência. O método proposto para formular o preço de revenda foi o método de custeio RKW (Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit). Mediante ao resultado encontrado, observa-se que o método é eficaz, porém o preço de revenda do produto está fora dos parâmetros atuais, ou seja, fora do preço de mercado. Verifica-se, também, que nos dias atuais o mercado é o responsável pela formação do preço de revenda, onde os preços são formulados de fora para dentro. Em síntese, a formulação do preço é um processo de suma importância para a empresa, visa à sobrevivência e o desenvolvimento autossustentável, independente do porte. Palavras-chave: Ferramenta gerencial. Formação de preço. Metodologia. Contabilidade de custo. Sistema de custeio RKW.

7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Organograma da Mazinho materiais de construção Ltda... 50

8 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Funções da informação gerencial contábil... 19 Quadro 2: Estrutura do custeio variável... 33 Quadro 3: Vantagens do custeio ABC... 35 Quadro 4: Custo direto... 51 Quadro 5: Custos indiretos... 52 Quadro 6: Custo fixo e variável... 52 Quadro 7: Identificação dos custos... 53 Quadro 8: Mercadoria para revenda... 54 Quadro 9: Rateio do aluguel... 55 Quadro 10: Rateio energia elétrica (deposito)... 56 Quadro 11: Mão de obra já incluso férias e 13º salário... 57 Quadro 12: Retirada do cimento incluindo férias e 13º salário (motorista)... 57 Quadro 13: Armazenagem do produto/viagem... 57 Quadro 14: Apuração do combustível... 58 Quadro 15: Apuração do combustível II... 58 Quadro 16: Rateio combustível/ custo unitário... 59 Quadro 17: Depreciação mensal do caminhão... 59 Quadro 18: Depreciação mensal/ produto.... 60 Quadro 19: Rateio do telefone... 60 Quadro 20: Despesa mensal janeiro 2013... 61 Quadro 21: Despesa direta/ indireta... 62 Quadro 22: Percentual de comissão... 62 Quadro 23: Despesa de salário... 63 Quadro 24: Despesa de pró - labore... 63 Quadro 25: Despesa de depreciação do prédio... 64 Quadro 26: Depreciação do caminhão... 64 Quadro 27: Depreciação da máquina... 65 Quadro 28: Rateio despesas indiretas... 65 Quadro 29: Percentual de imposto... 66 Quadro 30: Valor unitário dos custos /despesas... 67 Quadro 31: Fórmula markup... 68

9 Quadro 32: Prova real/ markup... 68 Quadro 33: Margem de contribuição unitária... 69 Quadro 34: Margem de contribuição total... 70 Quadro 35: Ponto de equilíbrio... 70 Quadro 36: Ponto de equilíbrio contábil (PEC)... 71 Quadro 37: Demonstração do resultado do exercício... 73

10 LISTA DE ABREVIATURAS CF- Custo fixo CFI- Custo fixo indireto CIF- Custo indireto de fabricação CIF- Custo indireto fixo CIP- Conselho interministerial de preços CP- Custo de Produção CPV- Custo do produto vendido CV- Custo variável CVD- Custo variável direto CVL- Custo/Volume/Lucro DF- Despesa fixa DRE- Demonstração do resultado do exercício DV- Despesa variável EEPP- Estoque final de produtos em processo EIPP- Estoque inicial de produtos e processos FGTS - Fundo de garantia por tempo de serviço FIPE- Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas ICMS- Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços INSS - Instituto nacional do seguro social IPI- Imposto sobre produtos industrializados ISS - Imposto sobre serviços de qualquer natureza MC- Margem de contribuição MCu- Margem de contribuição unitária MD- Material direto MOD- Mão de obra direta MOI Mão de obra indireta PEC- Ponto de equilíbrio contábil PV- Preço de venda RKW- (Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit) RV- Receita de venda SEBRAE - Serviço brasileiro de apoio às micro e pequenas empresas

11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 14 1.1OBJETIVOS... 15 1.2 JUSTIFICATIVA... 15 2 CONSTRUÇÃO CIVIL... 17 3 CONTABILIDADE... 18 3.1 CONTABILIDADE GERENCIAL... 18 3.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS... 19 3.2.1 Conceito de contabilidade de custos... 20 3.2.1.1 Principio contábil da entidade... 22 3.2.1.2 Principio contábil da competência... 22 3.3 TERMINOLOGIA EM CUSTOS... 22 3.4 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS... 23 3.4.1Nomenclaturas de custos... 24 3.4.2 Custos e despesas relacionados a uma base de volume... 25 3.4.3 Classificação dos custos e despesas: Fixos e variáveis... 25 3.5 SISTEMAS DE CUSTO... 26 3.5.1 Implantação de sistema de custo... 26 3.5.2 Custo padrão... 28 3.5.3 Custo histórico... 29 3.5.4 Custos estimados... 29 3.6 AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES... 29 3.7 MÉTODOS DE CUSTEIO... 30 3.7.1 Departamentalização... 31 3.7.2 Absorção... 31 3.7.3 Custeio variável (ou custeio direto)... 32 3.7.6 Custos por atividade... 34 3.7.7 Sistema de custeio RKW... 36 3.8 CUSTOS E DESPESAS DO PRODUTO (INVENTARIÁVEIS)... 36 3.9 CUSTOS E DESPESAS DO PERÍODO (NÃO INVENTARIÁVEIS)... 37 3.10 CUSTOS EM RELAÇÃO À TOMADA DE DECISÃO... 37 4 FORMAÇÃO DE PREÇO... 38 4.1 FORMAÇÃO DE PREÇOS COM BASE NO CUSTO PLENO (ABSORÇÃO)... 39 4.2 FORMAÇÃO DE PREÇOS NO MÉTODO RKW... 39

12 4.3 FORMAÇÃO DE PREÇO COM BASE NO CUSTO VARIÁVEL... 40 4.4 TARGET COSTING (CUSTEIO META); O USO DO ABC PARA CHEGAR AO TARGET COST.... 41 4.5 RELAÇÃO CUSTO/VOLUME/LUCRO... 41 4.6 PONTO DE EQUILÍBRIO... 42 4.7 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO... 43 4.8 MARGEM DE SEGURANÇA... 45 5 METODOLOGIA... 46 5.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO... 46 5.1.1 Classificações da pesquisa... 46 5.1.2 Coleta e análise dos dados... 47 5.1.6 Procedimentos para revisão da literatura... 48 5.1.7 Delimitação... 48 6 ESTUDO DE CASO... 49 6.1 HISTORICO DA EMPRESA... 49 7 PLANILHA DE CUSTO... 51 7.1 ESTRUTURA DOS CUSTOS... 51 7.1.1 Custos diretos... 51 7.1.2 Custos indiretos... 52 7.1.3 Custos fixos e variáveis... 52 7.2 IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS... 53 7.3 APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS... 53 7.4 CUSTOS DIRETO... 54 7.4.1 Mercadoria para revenda... 54 7.5 RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS... 55 7.5.1 Aluguel... 55 7.5.2 Energia elétrica (depósito)... 56 7.5.3 Mão de obra... 56 7.5.4 Combustível... 58 7.5.5 Depreciação do caminhão... 59 7.5.6 Telefone... 60 7.6 DESPESAS OPERACIONAIS... 61 7.6.1 Despesas de vendas... 61 7.6.2 Despesas diretas... 62

13 7.6.2.1 Comissão... 62 7.6.3 Despesa indireta fixa e variável... 63 7.6.5 Dedução... 66 7.7 FORMAÇÃO DO PREÇO DE REVENDA... 66 7.8 PREÇO SUGERIDO PARA VENDA.... 67 7.8.1 Definição do Markup... 67 7.9 ANÁLISE DE CUSTO VOLUME LUCRO... 69 7.9.1 Calculando a margem de contribuição... 69 7.9.2 Calculando o ponto de equilíbrio... 70 7.9.3 Calculando o ponto de equilíbrio Contábil (PEC)... 71 8 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO... 72 CONCLUSÃO... 74 REFERÊNCIAS... 76

14 INTRODUÇÃO As empresas de pequeno e médio porte têm grande representatividade no cenário econômico nacional. Apesar da representatividade nacional existem diversos problemas gerencias que acarretam na mortalidade dessas empresas. O serviço brasileiro de apoio às micro e pequenas empresas (SEBRAE), distingui que além de problemas gerencias que perpetuam no fechamento da empresa, destacam-se que algumas hipóteses são levantadas, tais como a questão da ausência de planejamento, gestão empresarial e conhecimentos contábeis. (SEBRAE, 2006, p.07). Tornando-se importante a capacitação dos gestores, a fim de buscar uma política eficiente para sua empresa, na qual é fundamental para a sobrevivência e o crescimento de seu estabelecimento (empresa). Com a utilização de métodos gerenciais a empresa poderá analisar e averiguar maneiras de aumentar sua lucratividade ou até mesmo estabelecer parâmetros a fim de não obter prejuízo. O objetivo é o retorno financeiro e consequentemente dar continuidade a entidade, almejando seu crescimento de forma qualitativa. Alguns gestores utilizam a contabilidade de custos como ferramenta gerencial, permitindo analisar dados internos (inventariar o estoque, rentabilidade do produto, margem de contribuição, entre outros aspectos correlacionados com a contabilidade e às vezes despercebidos), utilizando os benefícios da contabilidade de custos com pretexto de obter vantagens em relação aos concorrentes, e posteriormente evitar sua fraqueza. Na atualidade, existe uma correlação na formação de preço entre mercado e consumidor, ou seja, os consumidores buscam por produtos com os melhores preços e prazos, consequentemente as empresas tendem a se enquadrar nos parâmetros estabelecidos. Com ênfase no mercado atual a contabilidade tornou-se uma ferramenta de mensuração dos custos dos produtos, para formação do preço de venda equiparado aos demais concorrentes. A formulação do preço de venda e o conhecimento do mercado é de suma importância para as empresas, independente do setor ou ramo de atuação. O trabalho terá como base os dados de uma empresa de pequeno porte, uma revendedora de produtos para a construção civil (material de construção). O objeto de estudo deste trabalho é a precificação do cimento, um dos produtos mais utilizados na construção civil, independentemente do porte da obra.

15 O intuito é demonstrar que a contabilidade de custo é um método eficaz na formulação do preço de venda, e auxilia os gestores na tomada de decisões rápidas e precisas. Diante do exposto, apresenta-se o seguinte problema de pesquisa: Como identificar a composição dos custos e despesas pertinentes à comercialização do cimento? 1.1OBJETIVOS Os objetivos tendem a apresentar como a contabilidade de custos pode auxiliar na formação do preço de venda e divide-se em objetivos geral e específico. OBJETIVO GERAL cimento. Identificar a composição dos custos e despesas pertinentes à comercialização do OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar os custos e as despesas da empresa. Demonstrar mediante a planilha o custo unitário do produto comercializado. Descrever como o preço de venda é definido. Oferecer parâmetros para auxiliar a formação do preço de venda. Apurar os resultados e proporcionar sugestões aos problemas encontrados. 1.2 JUSTIFICATIVA Segundo a economista da fundação Getúlio Vargas, o setor da construção civil deve crescer em média 4% no ano de 2013. (ROTOMIX, 2013). Contribuindo com o contexto, descreve Notícia do Dia (2013) que Santa Catarina tem hoje 12 mil empresas na área da construção civil, que geram mais de 105 mil empregos. Seguindo o raciocínio dos autores, observa-se que nos dias atuais, o setor da construção civil está em ascensão o que posteriormente facilita a entrada de novos empreendedores, tornando a concorrência entre as empresas acirrada. Corroborando com o contexto, afirma Assef (2003, p.11) que a análise e o acompanhamento constante das estratégias da concorrência, em todos os aspectos, tanto financeiros quanto mercadológicos, são essenciais em qualquer atividade empresarial. A busca por informações relevantes torna-se fundamental no processo decisório, tornando a contabilidade uma ferramenta indispensável no processo gerencial.

16 A escolha foi trabalhar com a contabilidade de custos no setor da construção civil, focando primordialmente a empresa de pequeno porte cuja finalidade é a venda de material de construção. O assunto terá como foco principal a identificação dos aspectos que abarcam a utilização da contabilidade de custos na referida empresa. Destaca-se também a importância deste trabalho no âmbito acadêmico e empresarial, pois ambos poderão utilizá-lo como fonte de pesquisa para futuras atividades. O trabalho será elaborado mediante a informação empresarial, sendo possível cruzar dados de empresas do mesmo segmento, cabível de comparação e se possível elaborar sugestões. Do ponto de vista gerencial destaca-se a contribuição do trabalho ao ambiente externo, demonstrando a realidade da entidade e possibilitando que outras empresas o utilizem como fonte de pesquisa.

17 2 CONSTRUÇÃO CIVIL De acordo com a Receita Federal (2012) obra de construção civil é a construção, a demolição, a reforma, a ampliação de edificação ou qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo. A construção civil no Brasil é um mercado em ascensão, apesar da crise econômica mundial desde 2007, a estabilidade financeira e as boas expectativas para 2012 têm atraído grandes investimentos em diversos setores, especialmente na construção civil. (PORTAL VGV, 2012) O ramo da construção civil sofre com as dificuldades na área de venda a varejo, ainda que o mesmo seja de suma importância para a economia, pois contribui na geração de empregos. Um dos problemas que se destacam é a bagunça de preço entre os concorrentes, facilitando a compra para o consumidor, fazendo com que o mesmo consiga comprar seu material com preço acessível, e com facilidade no pagamento, ou seja, às vezes o produto ofertado acaba se tornando não rentável a empresa. Devido à dificuldade do setor, os gestores tendem a buscar soluções, utilizando os métodos e sistemas contábeis, focando no planejamento e controle. Podemos mencionar que a contabilidade nos dias atuais torna-se uma ferramenta importante aos gestores, pois é uma ciência que busca registrar e contabilizar todas as transações que influenciam qualitativamente ou quantitativamente no patrimônio da empresa.

18 3 CONTABILIDADE É a uma ciência que tem como objetivo científico, a correta apresentação do patrimônio, e respectivamente demonstrar as causas de suas mutações. A contabilidade fornece aos seus usuários informações de natureza econômica, financeira e física. (IUDÍCIBUS, 2009). Segundo Marion (2004, p.26-27), a contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomar decisões. Nessa mesma linha de raciocínio, afirma Neves e Viceconti (2009, p.04) que os usuários da contabilidade são pessoas físicas e jurídicas que tenham interesse na avaliação da situação patrimonial da entidade. Em síntese, a contabilidade transforma os dados recebidos em informações relevantes à tomada de decisão. Através das informações oriundas ou mediante dos relatórios contábeis os administradores conseguem visualizar de forma eficiente a situação financeira e econômica de entidade. 3.1 CONTABILIDADE GERENCIAL É uma das ramificações da contabilidade cujo objetivo é auxiliar a administração da empresa, estabelecendo parâmetros (informações), que assessoram na tomada de decisão. Pode ser considerada como uma ferramenta auxiliar aos gestores, pois a mesma trabalha com informações de características contábeis. (PADOVEZE, 2010). Afirmam Santos et al. (2009, p.43) que a contabilidade gerencial baseia-se fundamentalmente em traduzir e interpretar os dados constantes nos relatórios contábeis, de forma a proporcionar ao administrador condições de entender essas informações, tornando as úteis no processo decisório. Dentre os diversos aspectos destacados pelos autores, vale ressaltar que: Contabilidade gerencial: Processo de produzir informações operacional e financeira para funcionários e administradores. O processo deve ser direcionado pelas necessidades informacionais dos indivíduos internos da empresa e deve orientar suas decisões operacionais e de investimentos. (A ATKINSON et al., 2000, p.36)

19 O quadro abaixo demonstra as funções da informação gerencial contábil. Fornecer informação (feedback ) sobre a eficiência e qualidade Controle operacional das tarefas executadas. Custeio do produto e do Mensura os custos dos recursos para se produzir, vender e cliente entregar um produto ou serviço aos clientes. Fornece informação sobre o desempenho de gerentes e de Controle administrativo unidades operacionais. Fornece informações sobre o desempenho financeiro e Controle estratégico competitivo de longo prazo, condições de mercado, preferências dos clientes e inovações tecnológicas. Quadro 1: Funções da informação gerencial contábil Fonte: A Atkinson et al. (2000, p.45). A finalidade da contabilidade gerencial é estabelecer procedimentos que auxiliam no controle das atividades, monitorar a eficiência de produção e de venda, elaborar um planejamento estratégico, onde posteriormente contribuam nas tomadas de decisões. Deve se destacar que o prisma desta ciência é contribuir para geração de lucros da entidade, para se manter frente aos demais concorrentes. 3.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS A contabilidade de custos faz parte da contabilidade gerencial, pois é capaz de produzir informações a vários níveis gerenciais, independente da área ou setor. De acordo com Crepaldi (2002, p. 14): A contabilidade de custo faz parte da contabilidade gerencial ou administrativa e dispõe de técnicas que são aplicadas não somente ás empresas industriais, mais também a outras atividades, inclusive empresas públicas e entidades sem fins lucrativos, não estando restrita às formalidades legais da contabilidade geral. Ressalta-se a diversificação da contabilidade de custos, sendo que sua aplicabilidade não se restringe a determinado grupo especifico, podendo ser aplicada a várias empresas, de pequeno e grande porte.

20 Segundo Bornia (2002, p. 35) A contabilidade de custo surgiu com o aparecimento das empresas industriais (revolução industrial), tendo como objetivo calcular os custos dos produtos fabricados. Observa-se que a contabilidade de custo, tornou-se aliada da contabilidade gerencial, pois mesmo naquela época existia a preocupação do controle, com foco nos estoques (controle e levantamento), havendo a preocupação de quanto e como produzir. De acordo com Martins (2000, p. 22): [...] importante ser constatado que as regras e os princípios geralmente aceitos na contabilidade de custo foram criados e mantidos com a finalidade básica de avaliação de estoque e não para fornecimento de dados à administração. Por essa razão, são necessárias certas adaptações quando se deseja desenvolver bem seu outro potencial. Em essência, a contabilidade de custos continua com a mesma lógica e os mesmos objetivos. Em comparação do surgimento até os dias de hoje, a contabilidade de custos foi se qualificando, devido as mudanças de cenário, porém continua mantendo seus princípios e continua sendo utilizada como uma ferramenta auxiliar dos administradores, a fim de suprir as necessidades pertinentes no cenário atual. (LEONE, 2009). 3.2.1 Conceito de contabilidade de custos A contabilidade de custo deixou de ser apenas uma observadora de números (dados quantitativos), tornando-se fator determinante no processo gerencial. Prevalecem como as principais funções: Controlar e auxiliar as tomadas de decisões. A moderna contabilidade de custos fornece aos administradores as informações de que necessitam ao tomar decisões. Seu estudo permite melhor compreensão das atividades dos administradores e contadores dentro de uma organização. (HORNGREN; DATAR; FOSTER 2004, P.1). Nota-se que a contabilidade de custo é um multiprocessador de dados, pois a mesma fornece informações para a contabilidade financeira e gerencial. É a ciência que mede e relata os custos de determinado serviço ou produto, assim tornando possível a utilização da informação aos demais departamentos. De acordo com Martins (2000, p. 22): No que diz a respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriores definidos.

21 Ressalta-se a importância do controle de estoque ou das atividades pertinentes, tornando-se possível estabelecer metas e normas com base no controle. Exemplo: Uma empresa que comercialize mesa de churrasco, consultando o estoque, verifica que seu almoxarifado está com o nível baixo (estoque mínimo). Ao negociar, o comprador irá barganhar um desconto maior, ele utiliza as informações de sua empresa (estoque e preço de compra) como a base de uma boa negociação. Comprando uma quantidade maior, conseguirá diminuir o custo e aumentará o lucro, ou seja, o controle está relacionado ao processo decisório. De acordo com Martins (2000, p. 22): No que tange à decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, fixação de preços de venda, opção de compra ou fabricação etc. O conhecimento dos custos é necessário para que as empresas consigam manter- se no mercado, pois atualmente os clientes exigem das empresas produtos com qualidade e preço acessível, fazendo com que as empresas definam seus preços com base nos concorrentes. É essencial saber o custo do produto ou serviço prestado, pois ao estabelecer seu preço com base no mercado, o produto ofertado pode ser tornar não rentável ao estabelecimento. De acordo com Crepaldi (2002, p. 14): A contabilidade de custo auxilia na determinação dos custos dos fatores, dos custos dos fatores de produção, dos custos de determinado setor da empresa; no controle e observação dos desperdícios, horas ociosas de trabalho, equipamentos mal utilizados; na quantificação exata da matéria- prima utilizada, entre outros. É uma ferramenta que auxilia a análise das informações gerenciais na qual os administradores (gestores) conseguem resolver ou diagnosticar problemas relacionados ao custo (mensuração dos estoques, perdas e o desembolso), obtendo vantagens que consequentemente repercutirão no retorno financeiro. A contabilidade de custo é um ramo da ciência que tem muito a ser explorado, demonstrando seu potencial e quais vantagens (retorno) que o mesmo poderá proporcionar à entidade. No surgimento da contabilidade de custos, sua utilização era voltada apenas as indústrias, fazendo avaliação dos estoques, custo incorrido no processo ou perdas relacionadas à produção. Para Martins (2009, p. 23) A contabilidade de custos acabou por passar, nessas últimas décadas, de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para importante

22 arma de controle e decisões gerenciais. Devido à competitividade, as empresas necessitam de informações precisas e oportunas na tomada de decisão, ou até mesmo para a formulação de preço. Afirma Theiss e Krieck (2009, p.39) que para garantir a qualidade das informações, é indispensável que sejam observadas as regras básicas definidas pelas entidades contábeis, entre as quais se destacam os princípios básicos da entidade e o da competência. 3.2.1.1 Principio contábil da entidade Em suma, é o princípio que determina que não se deve misturar as contas da empresa com as dos sócios. De acordo com Theiss; Krieck (2009, p.40): O problema que mais frequentemente ocorre na contabilidade é a inclusão de gastos de natureza pessoal ou ainda a omissão de receitas e de parte dos gastos relacionados com a empresa, absorvidos pelos sócios. Mas ocorrem outros problemas, menos frequentemente, porém com efeitos também graves quando da realização dos cálculos dos custos e/ou mensuração das despesas. É por exemplo, o caso de propriedades (terrenos, prédio, maquinas, veículos, etc.) dos sócios e/ou pessoas a ele ligadas, utilizadas pela empresa, sem a cobrança de valores justos de alugueis. Observa-se que além dos fatos apresentados dificultarem o processo de mensuração dos custos/ ou despesas ocorridas, os mesmos poderão ocasionar em conflitos societários e em contingências fiscais. 3.2.1.2 Principio contábil da competência As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. (CREPALDI, 2003, p.143). Conforme observado, devem ser conhecidas as receitas e despesas independente do pagamento ou recebimento, tendo como exemplo as férias e 13º dos colaboradores, uma fração deve ser reconhecida mensalmente, mesmo que o valor total será pago no final de determinado período. 3.3 TERMINOLOGIA EM CUSTOS Para o desenvolvimento do trabalho, serão utilizados alguns conceitos e nomenclaturas oriundas da contabilidade de custo. Assim, os mesmos serão apresentados e explicados, seguindo as definições do autor Martins (2000, p.25):

23 Gasto é o sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Investimento é o gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefício atribuíveis a futuro (s) período (s). Custo é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Despesa é o bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Desembolso é o pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Perda é o bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Mediante a terminologia contábil apresentada, verifica-se que a finalidade é a padronização e o entendimento dos termos, evitando erros nos cálculos e nas situações decorrentes do processo de comercialização do produto. 3.4 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS A contabilidade de custos tende a se qualificar e consequentemente adaptar-se às evoluções tecnológicas. Torna-se necessário que o contador busque o conhecimento em determinada área ou departamento, para estar apto a exercer sua função mediante as novas tecnologias. Os custos podem ser divididos em diretos e indiretos, quando relacionados ao produto. (MARTINS, 2000, p.51) Os Custos diretos são aqueles custos (despesas) que podem ser facilmente identificados como o objeto de custeio. São os custos diretamente identificados aos seus portadores. Para que seja feita a identificação não há necessidade de rateio. (LEONE, 2009). Destaca-se que o custo direto pode ser diretamente apropriado ao produto, basta ter uma medida de consumo com relação à quantidade utilizada na sua produção. De acordo com Theiss; Krieck (2009, p.15): São as parcelas de custos de despesas, sejam estas fixas ou variáveis, que se relacionam diretamente com cada um dos produtos e serviços produzidos ou comercializados. Exemplo (a) o produto A tem como custo direto a matéria prima X, necessária à sua produção, e (b) as comissões de vendas do produto Z, são despesas diretas desse produto. Observa-se que os custos diretos estão diretamente relacionados ao produto ou serviço a ser executado, não havendo a necessidade de ratear para descobrir a quantidade consumida na elaboração do produto/ serviço.

24 Os Custos indiretos são aqueles custos que são alocados por meio de estimativas, ou seja, não possuem uma medida de consumo. Corroborando com o contexto, afirma Theiss e Krieck (2009, p.15) que os custos e as despesas indiretas são atribuídos aos produtos ou serviços através de rateios. De acordo com Leone (2009, p. 35): Os custos indiretos são aqueles custos que não são facilmente identificados com o objeto do custeio. Às vezes, por causa de sua não relevância, alguns custos são alocados aos objetos do custeio através de rateios [...] adotando o rateio, os custos serão considerados indiretos. Verifica-se que os custos indiretos, são aqueles que não conseguem a apropriação diretamente a unidade de custeamento (produto ou departamento), quando houver rateio, o mesmo será considerado como custo indireto. 3.4.1Nomenclaturas de custos Serão apresentadas algumas das nomenclaturas mais utilizadas na contabilidade de custos, entre elas o custo da produção acabada, custo dos produtos vendidos, custos primários e os custos de transformação. O custo da produção acabada é a soma dos custos contidos na produção acabada no período. Pode conter custos de produção também de períodos anteriores existentes em unidades que só foram completas no presente período (MARTINS, 2009, p. 47). Dada pela fórmula: CPA= EIPP + CP EFPP De acordo com Crepaldi (2002, p.132) a fórmula é composta pela soma do estoque inicial de produtos em processo (EIPP) com o custo de produção (CP), menos o estoque final de produtos em processo (EFPP). Contribuindo com o contexto, afirma Viceconti e Neves (2003, p.36) que os registros contábeis são efetuados a partir da venda dos produtos, sendo que será creditada pelo valor de custos a eles referentes. Seu saldo, ao final do período, corresponderá aos produtos acabados que não foram vendidos e constituirá o estoque inicial do período seguinte. Os custos dos produtos vendidos é a soma dos custos incorridos na fabricação dos bens que só agora estão sendo vendidos. Pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocas diferentes. (MARTINS, 2009, p.47). Corroborando o com contexto, afirma Crepaldi (2002, p.131) que o CPV é formado pela soma dos materiais diretos (MD) mais Mão-de-obra Direta (MOD) mais os

25 custos indiretos de Fabricação (CIF), ajustado para mais ou para menos pela variação dos estoques de produtos acabados e produtos em processo. Já os custos primários é a soma de matéria- prima com a mão de obra direta. Não são a mesma coisa que custos diretos, já que nos primários só estão incluídos aqueles dois itens. Assim, a embalagem é um custo direto, mas não primário. (MARTINS, 2000, p.56) Por fim, o custo de transformação é conceituado por Crepaldi (2002, p.18) como o esforço empregado pela empresa no processo de fabricação de determinado item (mão de obra direta e indireta, energia, hora máquina etc.). Corroborando com o contexto, afirma Martins (2000, p.56) que custo de transformação é a soma de todos os custos de produção, exceto os relativos a matérias primas e outros eventuais adquiridos e empregados sem nenhuma modificação pela empresa (componentes adquiridos prontos embalagens compradas etc.). 3.4.2 Custos e despesas relacionados a uma base de volume Segundo Leone (2009, p.39) a contabilidade escolhe determinada unidade de medida do volume a que chama de base de volume e verifica como um custo (ou uma despesa) se comporta diante da variabilidade dessa base de volume. Conceitua-se que a base deste método esta direcionalmente ligada à quantidade de produtos produzidos pela empresa, ou seja, os custos e despesas surgem mediante o efeito da atividade (produção). 3.4.3 Classificação dos custos e despesas: Fixos e variáveis Custos e despesas variáveis são aqueles que sofrem variações decorrentes com o volume das atividades, quanto maior a produção, maior serão as variáveis. [...] custo variável como aquele que varia com o volume de qualquer atividade que tenha sido escolhida como referência. Atente, ainda, para o fato de que o custo variável no total é variável, mas, quando considerado como custo unitário diante do quantitativo da base de volume, ele é fixo. (LEONE 2009, p. 39) Dentre os diversos aspectos salientados pelo autor, vale ressaltar que na produção é a matéria- prima e a mão-de-obra direta que variam, enquanto que nas vendas são os tributos e as comissões de vendas que servem de exemplo. (THEISS; KRIECK 2009, P.15) Para Theiss e Krieck (2009, p.15) os custos e despesas fixas são as parcelas que se mantêm constante, independentemente dos volumes de produção e/ou vendas. Um exemplo

26 clássico é o aluguel do prédio que abriga a indústria, a loja ou o escritório. Em síntese os custos e despesas fixas são aqueles que não variam conforme a atividade a ser desenvolvida. 3.5 SISTEMAS DE CUSTO Os sistemas de custos têm a finalidade de desenvolver técnicas que demonstre de forma clara e objetiva a rentabilidade, o custo e a lucratividade dos produtos ou serviços ofertados no mercado. Para Ferreira (2007, p.26) o sistema de custo tem a responsabilidade de realizar a mensuração monetária das ocorrências que afetam o patrimônio da empresa, ou seja, é à base de dados que a empresa utiliza para levantar as informações sobre custos. Dentre os diversos aspectos destacados, enfatiza-se que os sistemas de custos são os meios que a empresa utilizará para colher os dados de que precisa arrumá-lo e produzir informações gerenciais para outros setores da administração. (PEREIRA; BEUREN, 2004, apud LEONE, 1981). Não existe um sistema universal, ou seja, informações utilizadas na empresa X poderão não ser úteis para a empresa Y. Antes de implantar um sistema de custo, o gestor deve analisar e escolher um sistema que se enquadra com as necessidades da empresa. 3.5.1 Implantação de sistema de custo Em consequência das necessidades dos dados para controle e decisão, observa-se que é comum às empresas implantarem sistemas de custo, crendo que os mesmos serão a salvação e a continuidade da entidade. A afirmativa é falsa, pois nenhum sistema é capaz de resolver todos os problemas da empresa (problemas internos /externos) e posteriormente, para que funcione adequadamente a favor da administração é necessário o desenvolvimento e o aprimoramento do mesmo. (MARTINS, 2000) Para que o sistema de custo seja bem sucedido ele deve contar com o apoio de todos os membros da administração, onde todos tenham os mesmos objetivos. De acordo com Leone (2000, p. 449): A implantação de qualquer sistema de informações gerenciais, sobretudo o de custos, não terá sucesso se não contar com o apoio decidido da alta administração, principalmente porque os dados (monetários e quantitativos) deverão ser colhidos (ou recebidos) pelo contador de custos em outras áreas sobre as quais não tem ingerência.

27 É fundamental que os dados sejam de fonte segura e que os mesmos contenham características verídicas, pois será elaborado um plano ou estratégias com base nos dados, surgindo assim as informações, que posteriormente auxiliarão na tomada de decisão. Afirma Martins (2000, p. 28) que o nível médio cultural e o grau de interesse por serviços burocráticos são notoriamente baixos. Esse nível de educação insuficiente do pessoal que inicia o processo é, em muitos casos, o grande responsável pelo insucesso de sistemas de custos. A parte operacional torna-se a base da implantação de um sistema, pois os mesmos verificam quais e como os dados estão sendo implantado no sistema, para que os dados se transformem em informações. De acordo Beuren (2002, apud Lunkes; Schnorrenberger, 2009): As informações devem ser tratadas como um recurso valioso, de forma a assegurar a continuidade e o cumprimento dos objetivos da organização. Um fluxo constante de informações é necessário para que os gestores possam tomar decisões adequadas nas diversas fases do processo de gestão. As organizações que utilizam a informação com eficácia obtêm vantagens competitivas em relação a seus concorrentes que não o fazem. Conforme analisado a informação é a estrutura fundamental para a tomada decisão, na implantação de um sistema torna-se importante o treinamento dos colaboradores, melhorando gradativamente os dados coletados. Para Bornia (2002, p. 36): Os sistemas de custos podem ajudar a gerência da empresa basicamente de duas maneiras: Auxiliando o controle e as tomadas de decisões. No que se refere ao controle, os custos podem, por exemplo, indicar onde podem estar ocorrendo problemas ou situações não previstas, por meio de comparações com padrões e orçamentos. Informações de custos são também bastante úteis para fornecer subsídios a diversos processos decisórios importantes à administração das empresas. Sobre este ponto de vista, observa-se que as empresas tendem a buscar soluções para resolver seus problemas, utilizando de ferramentas ou parâmetros para gerar informações que orientem os gestores nas tomadas de decisões, sejam as informações de caráter qualitativo ou quantitativo. Corroborando com o contexto, destaca Leone (2000, p.450) que um sistema de custo não poderá funcionar, de início, satisfatoriamente numa empresa mal organizada. Neste sentido, deve ser levado em consideração o custo e benefício da implantação de um sistema, pois para obter os dados o sistema deverá exercer alguns procedimentos relacionados à atividade afim, ou seja, processar os dados e posteriormente transformá-lo em informações, gerando um sacrifício financeiro à entidade. É oportuno lembrar-se da importância do sistema de custo, ele fornece subsídios para a empresa analisar sua atividade

28 final (comercialização de produto ou prestação de serviço), observando se o mesmo é lucrativo a entidade. 3.5.2 Custo padrão É um sistema predeterminante para controlar as atividades antes da produção, facilitando a elaboração de orçamentos, quanto na definição do preço de venda dos produtos / serviços. O custo padrão é utilizado para fins gerenciais, também aceitos para a legislação, basta o mesmo ser utilizado com o custeio de absorção. De acordo com Leone (2009, p. 35): Custo padrão é o custo predeterminado que leva em conta condições consideradas normais de operação [...] Os valores - padrão monetário (de materiais, mão- de- obra e despesas de fabricação) são calculados com base em determinadas expectativas de eficácia e eficiência operacionais. Trata-se em confrontar as informações com objetivo de estabelecer padrões, ou seja, estabelecer qual o custo ideal de fabricação de determinado produto. Esses padrões são estabelecidos a partir de valores monetários (matéria prima + mão de obra) considerando a capacidade máxima de produção da fábrica, assim surgindo os padrões ideais. Afirma Martins (2000, p.332) que o uso do custo- padrão ideal é extremamente restrito, já que serviria apenas para comparações realizadas no maximo uma vez ao ano, para se ter ideia de quanto se evoluiu com relação a anos anteriores, ou seja fazer uma comparação teórica de longo prazo. Além do custo ideal, os custos padrões podem ser subdivididos em duas categorias, o custo padrão corrente e o custo padrão estimado. Para Martins (2000, p.333) custos padrão corrente é meta para o próximo período para um determinado produto ou serviço, mas com a diferença de levar em conta as deficiências sabidamente existentes em termos de qualidade de materiais, mão de obra, equipamentos, fornecimento de energia etc.. Custo padrão estimado são padrões estabelecidos por intermédio de fatos passados, não levando em considerações os obstáculos ou dificuldades pertinentes à produção. O objetivo principal dos custos- padrão é estabelecer uma medida planejada que será usada para compará-lo com os custos reais ou históricos (aqueles que aconteceram e foram registrados pela contabilidade) com a finalidade de revelar desvios que serão analisados e corrigidos, mantendo assim, o desempenho operacional dentro dos rumos previamente estabelecidos. (LEONE 2009, p.271) Neste sentido, entende-se como custo padrão o método de comparação entre o custo de fabricação em relação ao que deveria ter ocorrido, ou seja, é uma técnica que auxilia na

29 contabilização dos custos. Observa-se que se torna importante a comparação do custo real, ao custo padrão, tornando possível a comparação de ambos. Ressalta-se que a forma eficaz de controlar o custo é a partir da institucionalização do custo padrão, podendo ser utilizado em conjunto com os métodos de custeio de absorção ou o método de custeio variável. (MARTINS, 2000) 3.5.3 Custo histórico De acordo com Leone (2000, p. 68) os custos históricos são os custos registrados contabilmente. São os custos realmente incorridos. Em outras palavras, são os custos objetivos porque não sofrem nenhuma influência de julgamentos subjetivos. Em consonância com o contexto, afirma Crepaldi (2002, p.225) que nesse sistema, os custos são apropriados à medida que ocorrem, e os resultados só poderão ser apurados no final do período. Entretanto, a contabilidade aceita apenas como custo histórico aqueles custos oriundo de documentos hábeis, ou seja, o registro contábil do custo. 3.5.4 Custos estimados Característica decorrente quando a situação ou produto se encontra fora dos parâmetros da entidade, como exemplo a encomenda de determinada mercadoria, na qual a empresa não trabalha (ou fabrica), surgindo um custo (inesperado) fora do comum, sendo fundamental a utilização da contabilidade de custo na mensuração do fato. Os custos estimados são estabelecidos por fatos passados, no qual o responsável utilizará de um acontecimento anterior, como a base da situação atual, estabelecendo valores monetários, que consequentemente serviram de controle ao nível gerencial. (LEONE, 2009) 3.6 AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES Devido às compras de matérias para produção e para revenda em períodos diferentes, e respectivamente com valores diferentes, os mesmos acabam se misturando no depósito (almoxarifado), tornando-se fundamental a avaliação dos estoques a fim de atribuir os custos para as unidades (produto). Contribuindo com o contexto, afirma Lima (2006) que o maior objetivo do custeio do estoque é a determinação de custos adequados às vendas, de forma que o lucro apropriado seja calculado. Destaca o autor Crepaldi (2002, p.52), que as entradas no estoque de determinada matéria-prima, normalmente a custo diferente entre si, vão influenciar o valor das saídas desse estoque, base para o custeio do material direto aplicado na produção.

30 Entende-se como a avaliação dos estoques o registro das movimentações de produto (mercadoria), os métodos mais utilizados para determinar o controle são: Custo médio, PEPS e o UEPS. O Fifo ou Peps (First in, First out) Primeiro a entrar, primeiro a sair é conceituado pelo autor Crepaldi (2002, p.52) que nesse sistema, as saídas do estoque obedecem ao critério de que os primeiros produtos a sair receberão o custo correspondente ao das primeiras entradas no estoque. Noutras palavras, utilizamos ou vendemos os primeiros produtos comprados e armazenados no estoque. O Lifo ou Ueps (Last in, First out) Último a entrar, primeiro a sair é o método que indica que as saídas deverão ser custeadas ao valor das últimas entradas. (CREPALDI, 2002, p. 53). Já o custo médio ou a média ponderada é o método mais utilizado no Brasil, que consiste em calcular a cada entrada o novo custo dos produtos em estoque, dividindo o custo total pela quantidade total. (CREPALDI, 2002, p. 52). De acordo com a Receita Federal (2013) O valor dos bens existentes no encerramento do período-base poderá ser o custo médio ou dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente. Admite-se a avaliação com base no preço de venda subtraída a margem de lucro (RIR/99, art. 295). Em síntese, o Lifo ou Ueps (Last in, First out) Último a entrar, primeiro a sair é proibido na avaliação dos estoques, seguindo os critérios da legislação brasileira. 3.7 MÉTODOS DE CUSTEIO Conforme observado, a contabilidade de custo tornou-se uma ferramenta auxiliar dos administradores (gestores). Torna-se imprescindível a utilização desta ferramenta, sendo utilizada para identificar os custos / despesas e apropriar ao objeto de custeio, tornando-se essencial definir qual o método de custeio utilizado na organização. Entende-se como custeio o processo de distribuir os custos aos produtos ou serviços prestados. De acordo com Ferreira (2007, p.28): [...] os métodos de custeio visam determinar os critérios para apuração dos custos dos fatores produtivos em determinados níveis de interesse das entidades (produto, atividade, departamento, empresa etc.), ou seja, os métodos de custeio contemplam a problemática da atribuição de custos e despesas indiretos aos produtos [...]

31 Santos (1998, apud PEREIRA; BEUREN, 2004) é mais contundente, afirmando que o método de custeio é o critério utilizado, por uma unidade, para apropriar os custos dos fatores de produção às entidades objeto de acumulação de custos, definidas pelo método de acumulação de custos. De modo geral, os métodos de custeio visam à apropriação dos custos, conforme serão apresentados nos itens abaixo. 3.7.1 Departamentalização Entende-se como departamentalização a divisão da fábrica ou da empresa por partes. Essas partes podem ser divididas em dois grupos: Produção e departamento de serviço. Departamento de produção é aquele que exerce atividade diretamente ligada a produção / elaboração do produto, sendo os custos mensurados diretamente a eles. Exemplo: Corte, pintura, montagem entre outros. Departamento de serviço é aquele que fornece serviços a outras unidades da empresa. (MAHER, 2001) Afirma Oliveira e Perez Jr (2009, p. 106) que a divisão em departamentos não se restringe apenas à área industrial, podendo também ser aplicada às áreas administrativas, comerciais e financeiras. O processo de departamentalização é a união de pessoas e máquinas trabalhando em comum, com objetivo de desenvolver uma atividade homogênea. Desta forma, torna-se necessário um responsável em cada departamento para que o controle seja eficiente. (MARTINS, 2009) 3.7.2 Absorção É o método que apura todos os custos (direto ou indireto) de operação dos bens produzidos ou dos serviços prestados. Os custos são rateados de acordo com os critérios estabelecidos pela empresa. (SÁ). De acordo com o descrito, afirma Ferreira (2007, p.158) que o custo por absorção é usado para identificar qualquer sistema de acumulação no qual os custos fixos são aplicados à produção e incluídos nos estoques. De acordo com Martins (2009, p.37): Custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são atribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.

32 Como observado, o objetivo do custo por absorção é a avaliação dos estoques, onde os custos de fabricação são alocados apenas nos produtos em elaboração. De acordo com Ferreira (2007, p.157): [...] o custeio por absorção é o único legalmente aceito, no Brasil e em vários países, para a avaliação de estoques para fins de elaboração de balanço patrimonial e demonstrações de resultados. Cabe ressaltar que as empresas poderão apurar seus custos de produção e de produtos vendidos por outros métodos, desde que produzam notas explicativas conciliando o valor entre o método utilizado e aquele aplicado ao custeio por absorção. A legislação do imposto de renda no Brasil não aceita outro método, exigindo que as empresas ofereçam à tributação (adição na apuração do lucro real, base para o pagamento do imposto de renda), a diferença registrada no custo dos produtos vendidos. Entre os diversos aspectos abordados pelos autores, afirma Cardoso (2011, p.109) que este método resulta em um aumento dos custos administrativos, sendo um critério que exige muita dedicação e uma equipe altamente envolvida no processo. De acordo com Leone (2009, p.309): Os dirigentes das empresas vêm adotando a teoria econômica segundo a qual, a longo prazo, os produtos devem absorver todos os custos e despesas que serão repassados para o preço de venda. Na prática do dia-a-dia empresarial a contabilidade de custos tem-se esforçando para não só atribuir todos os custos e despesas fabris aos produtos (aos serviços, quando se tratar de empresas prestadoras de serviço), como também apropriar as despesas comerciais e administrativas numa tentativa, inteiramente vã no horizonte do curto prazo, de calcular os custos totais dos produtos e com isso conhecer os produtos mais lucrativos e menos lucrativos. Observa-se que o custeio de absorção é um método com a finalidade de alocar todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis no produto ou serviço prestado. Corroborando com o contexto, afirma Crepaldi (2002, p.220) que os custos de produção podem ser apropriados diretamente, como é o caso do material direto e mão de obra, ou indiretamente, como é o caso dos custos indiretos de fabricação. Esse método identifica qualquer custo seja ele fixo ou variável, correlacionando a atividade afim, no qual após separar os custos das despesas, os custos são apropriados ao produto ou serviço e as despesas serão excluídas. 3.7.3 Custeio variável (ou custeio direto) De acordo com Azevedo é o método que considera apenas os custos variáveis de apropriação direta como custo do produto ou serviço. Neste método os custos variáveis são mensurados aos produtos, sendo que os custos fixos são considerados como despesa do