EUROBARÓMETRO 68 OPINIÃO PÚBLICA NA UNIÃO EUROPEIA OUTONO



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Transcrição:

Standard Eurobarometer European Commission EUROBARÓMETRO 68 OPINIÃO PÚBLICA NA UNIÃO EUROPEIA OUTONO 2007 RELATÓRIO NACIONAL Standard Eurobarometer 68 / Autumn 2007 TNS Opinion & Social SUMÁRIO EXECUTIVO Portugal A sondagem foi encomendada e coordenada pela Direcção-Geral da Comunicação. Este relatório foi produzido para a Representação da Comissão Europeia em Portugal. Este documento não reflecte as opiniões da Comissão Europeia. Quaisquer interpretações ou opiniões expressas neste relatório são apenas dos seus autores.

1. Portugal e os Portugueses: o actual clima de opinião pública O panorama da opinião pública portuguesa sobre a situação económica nacional é globalmente muito negativo. Assim, este Eurobarómetro revela que 89 por cento dos portugueses consideram que a situação da economia nacional é má. A este pessimismo em relação à economia juntam-se percepções negativas sobre a situação do emprego em Portugal, com 94 por cento dos inquiridos a avaliarem-na negativamente. Já quanto à situação do bem-estar social, apenas 14 por cento dos inquiridos consideram que ela é boa um decréscimo de dez pontos percentuais em relação aos dados do Outono de 2006. Nestes três indicadores economia, emprego e bem-estar social Portugal encontra-se entre os países da UE-27 em que os inquiridos mais negativamente percepcionam a sua situação nacional. A nível europeu, a média de avaliações negativas em relação à economia nacional é de 49 por cento, e de 61 por cento em relação à situação de emprego. De igual modo, 46 por cento dos europeus considera que a situação do bem-estar social no seu país é positiva. Esta avaliação negativa da situação socioeconómica co-existe com uma insatisfação com a forma como funciona a democracia em Portugal. Sessenta por cento dos inquiridos consideram-se insatisfeitos com o funcionamento da democracia nacional, em comparação com uma média europeia de 39 por cento. Portugal, juntamente com a Itália, destaca-se dos restantes Estados-membros mais antigos da UE (UE-15) no seu grau de insatisfação com o funcionamento da democracia. Os seus níveis de satisfação estão antes mais próximos de Estados-membros do alargamento (NEM-12) como a Hungria (73 por cento de insatisfeitos), a Lituânia (70 por cento), a Bulgária (67 por cento), a Eslováquia (62 por cento) e a Roménia (61 por cento). Na opinião dos inquiridos, as questões mais importantes com que Portugal se depara são económicas. O desemprego é a mais importante (54 por cento), seguido da inflação (35 por cento) e da situação económica no geral (25 por cento). São os desempregados, os jovens e aqueles que vivem nas grandes cidades que revelam maior preocupação com a situação actual do desemprego. A dimensão económica também está presente nas preocupações a nível europeu. Contudo, as questões económicas são menos salientes na generalidade da UE (27 por cento em relação ao desemprego, 26 por cento em relação à inflação, 17 por cento em relação à situação económica), e coexistem com outras preocupações, onde se destaca o combate à criminalidade.

Quanto ao futuro, apenas 16 por cento dos portugueses consideram que a situação económica irá melhorar nos próximos doze meses (contra 24 por cento dos europeus), e 15 por cento têm a mesma opinião em relação à situação financeira do agregado familiar (sendo a média da UE de 25 por cento). Uma análise destes indicadores desagregados por grupos sociais revela que, tanto para a situação económica nacional como para a do agregado familiar, são os mais idosos, aqueles com menos anos de escolaridade, os desempregados e os habitantes de localidades rurais que detêm uma percentagem de opiniões negativas substancialmente acima da média nacional. 2. Portugal e a UE: Envolvimento Nacional nas Decisões Europeias Os portugueses possuem uma visão maioritariamente favorável da UE, com 56 por cento dos inquiridos nacionais a terem uma imagem positiva da União, em comparação com 49 por cento dos europeus em geral. Este resultado está mais próximo da média dos NEM-12 do que dos países da UE-15, com os Estados-membros do novo alargamento a terem uma visão mais positiva da UE do que os seus congéneres mais antigos. Constata-se também uma recuperação do apoio afectivo dos portugueses pelo projecto europeu. Uma média de 57 por cento dos portugueses afirmou que ser membro da União Europeia é uma coisa boa em 2007, contra uma média de 49 por cento no ano anterior. Os resultados sugerem assim que o ano de 2006 constituiu um caso isolado, sobretudo se tivermos também em conta a média da década de 55-60 por cento. Examinando os dados específicos deste semestre, os portugueses apresentam um nível de apoio afectivo idêntico à generalidade dos europeus, sendo este de 58 por cento tanto em Portugal como no conjunto da UE-27. No que diz respeito à componente instrumental do apoio português à UE, a proporção daqueles que acreditam que o nosso país beneficiou do facto de ser membro também aumentou de 2006 para 2007, passando de 59 por cento para 68 por cento. Mais uma vez, 2006 parece ter representado um ano atípico numa década de alto apoio instrumental. De igual modo, os portugueses apresentam um nível de apoio instrumental superior à média europeia, que foi de 59 por cento para o ano de 2007. Quando nos viramos para as políticas públicas, especialmente o debate sobre as competências da União e dos Estados-membros, os portugueses estão entre os europeus

mais favoráveis a que os assuntos económicos sejam decididos a nível europeu. Sessenta e quatro por cento dos portugueses possuem essa opinião, por oposição a uma média europeia de 48 por cento. O mesmo acontece em relação às pensões e ao combate à inflação. Os portugueses são assim os europeus que mais advogam que as pensões deveriam ser uma área de intervenção europeia (54 por cento a favor), por oposição à maioria esmagadora da UE que rejeita tal proposta (apenas 26 por cento a favor). De igual modo, os portugueses estão entre os cidadãos da União que defendem mais firmemente a luta contra a inflação como um assunto que deve ser encarado pela UE como um todo: 64 por cento dos inquiridos nacionais têm esta opinião, vs. 49 por cento dos europeus. Contudo, a avaliação que os inquiridos fazem dos resultados que a UE obtém nas políticas públicas não é tão positiva. Os portugueses estão entre os europeus que menos positivamente avaliam o impacto da União Europeia na situação económica do seu país. Apenas 19 por cento dos cidadãos nacionais consideram que a UE tem um impacto positivo na sua economia, a proporção mais baixa dos Estados-membros, e consideravelmente abaixo da média de 39 por cento na UE. A avaliação maioritariamente negativa ocorre também em relação ao papel da UE no combate à inflação e na protecção do meio ambiente. Quarenta e seis por cento dos portugueses (em comparação com 36 por cento dos europeus) consideram que a UE tem um impacto negativo no controlo da inflação, e apenas 28 por cento dos portugueses acreditam que a UE tem um impacto positivo nas questões ambientais, vs. uma maioria de 52 por cento na Europa como um todo. Em relação ao envolvimento dos cidadãos no processo de decisão europeu, a opinião mais prevalecente, tanto dos portugueses como da generalidade dos europeus, é que os interesses nacionais não são tidos em consideração nas instâncias europeias. Em Portugal, 47 por cento dos inquiridos tem esta opinião (vs. 38 por cento que considera que os interesses nacionais são tidos em conta), sendo estes valores próximos da média europeia (46 e 38 por cento, respectivamente). De igual modo, a maioria dos portugueses e dos europeus não acreditam que têm voz no processo de integração europeu, sendo esta a opinião de 72 por cento dos inquiridos nacionais e de 61 por cento dos europeus. 3. Informação, Media e UE no Contexto da Presidência Portuguesa Neste Outono, o sentimento de informação sobre a União Europeia expresso pelos portugueses é bastante baixo. Portugal é um dos países onde menos se concorda com a ideia de que os cidadãos nacionais estão bem informados sobre a União (13 por cento, vs.

uma média europeia de 18 por cento), e onde existe uma menor proporção de inquiridos que consideram compreender o seu funcionamento (32 por cento, vs. uma média europeia de 40 por cento). No que diz respeito a este último indicador, houve uma descida drástica da percentagem de cidadãos nacionais que afirmam entender o funcionamento da União Europeia, por comparação com os dados recolhidos no primeiro semestre de 2007. Apesar deste panorama, o desempenho dos portugueses nas questões de avaliação concreta de conhecimento sobre a União Europeia é positivo (54 por cento) e em geral superior ao da média dos cidadãos europeus (42 por cento). Contudo, o desempenho nestas perguntas é desigual entre a população nacional, sendo menos satisfatório entre as mulheres, os cidadãos mais velhos, os menos escolarizados e os residentes em zonas rurais. No que diz respeito à informação sobre a Presidência Portuguesa da União Europeia, a percentagem de cidadãos nacionais que recebeu informação sobre esta através dos media situa-se pouco abaixo dos 60 por cento. Mais uma vez, as mulheres, os inquiridos mais idosos, os menos escolarizados e os habitantes em aldeias e zonais rurais são aqueles que menos referem ter recebido informação sobre a Presidência Portuguesa através da comunicação social. Os padrões de consumo de meios de comunicação social dos portugueses caracterizam-se essencialmente pelo predomínio da exposição aos canais de televisão generalistas e por um consumo mais débil de jornais e de rádio. Observa-se também que dois terços dos portugueses afirmam não aceder a nenhum website. Quando se analisa a confiança depositada nestes quatro meios de comunicação, verifica-se que não existem diferenças muito acentuadas entre Portugal e a média dos Estados-membros, mas essencialmente entre as taxas de confiança nos media tradicionais (televisão, rádio e imprensa) e a confiança na internet (uma questão cuja taxa de não-respostas é particularmente elevada). A confiança nos meios de comunicação social desceu drasticamente em Portugal entre o primeiro e o segundo semestre de 2007. Para além disso, no caso da imprensa e da internet, esta confiança é especialmente baixa entre os indivíduos mais velhos, as domésticas e os desempregados. O papel dos meios de comunicação social na divulgação de informação sobre a União Europeia foi avaliado em duas instâncias a quantidade de informação fornecida e a objectividade com que os temas europeus são abordados. No que concerne à primeira dimensão, os portugueses afirmam que se falou da União Europeia com frequência

suficiente na imprensa e insuficiente na rádio. No que diz respeito à televisão, emerge um relativo equilíbrio entre os que consideram que a sua cobertura foi satisfatória (44 por cento) e os que gostariam de ter recebido mais informação através deste meio (41 por cento). Relativamente à objectividade, a maioria dos cidadãos nacionais consideram que a rádio, a imprensa e a televisão não são enviesadas na forma como retratam a União Europeia, embora este indicador apresente um decréscimo em relação à Primavera de 2007.