UM MERCADO MIRANDO PARA O ALTO

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Transcrição:

BRASIL UM MERCADO MIRANDO PARA O ALTO Newsletter Accountancy & Finance # 15 I Maio 2012 CENÁRIO ECONÔMICO O foco do capital está cada vez mais voltado para os países emergentes AMÉRICA LATINA Crescimento atrai investimentos para Equador, Chile, Colômbia e Peru PROFISSIONAL DE FINANÇAS Procura-se dinamismo e flexibilidade para enfrentar os desafios econômicos FUSÕES E AQUISIÇÕES Em alta: mercado de M&A continuará aquecido ENTREVISTA Superintendente-geral da Fundação Nacional da Qualidade fala sobre os principais gargalos do País

A EQUIPE Lucas Peschke Gerente de Accountacy & Finance, Legal e Taxation da HAYS em São Paulo lucas.peschke@hays.com.br Natasha Patel Gerente da área de expertise Accountancy & Finance da HAYS em São Paulo natasha.patel@hays.com.br Alexandre Benedetti Gerente da área de expertise Accountancy & Finance da HAYS em São Paulo alexandre.benedetti@hays.com.br Cesar Rego Responsável pelo escritório de Curitiba cesar.rego@hays.com.br Thiago Medeiros Gerente das áreas de expertise Accountancy & Finance e Taxation da HAYS no Rio de Janeiro thiago.medeiros@hays.com.br Fernando Paiva Gerente da área de expertise Accountancy & Finance e Human Resources da HAYS em Campinas fernando.paiva@hays.com.br BOM MOMENTO PARA PROFISSIONAL DE FINANÇAS E CONTABILIDADE Embora relativamente afastado do epicentro das crises econômicas, o Brasil também sente os reflexos da situação da Europa e Estados Unidos. Um dos efeitos notado por aqui é a chegada das empresas estrangeiras que buscam os mercados emergentes para compensar perdas. Atentas aos novos consumidores que ascenderam à classe C, multinacionais compram marcas locais intensificando as operações de fusões e aquisições. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), em 2011 foram registradas 179 grandes fusões e aquisições no País. O número de operações desse porte foi 100% maior do que o registrado em 2010. E os especialistas afirmam que a tendência é as operações continuarem crescendo. Dados divulgados pela consultoria KPMG reforçam a tese: foram efetuadas, no total, 817 fusões e aquisições no ano de 2011, um crescimento de 12,5% em relação a 2010, que já tinha sido o ano recordista. Uma mudança na lei do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aumentou o tempo de análise dos processos, o que gerou uma antecipação das operações dessa natureza recentemente. Como o capital está voltado para os países emergentes em razão, principalmente, das turbulências na Zona do Euro e nos Estados Unidos, as empresas multinacionais vêem o Brasil com mais solidez devido ao aumento da classe média e ao pleno emprego. Em entrevista recente ao jornal O Estado de S. Paulo, o sócio da consultoria PwC, Alexandre Pierantonim, afirmou que o País está extremamente atrativo para o investimento estrangeiro e que continua, mesmo com a crise, como um mercado potencialmente ativo. Para o consultor, o Brasil sai fortalecido neste contexto internacional. Essas impressões e dados desenham um cenário repleto de oportunidades para os profissionais de finanças, como, por exemplo, a forte demanda derivada da busca pela otimização e redução de custos que culminou com a criação dos Centros de Serviços Compartilhados (CSC), que consolidam em um único lugar as atividades operacionais que servem para todas as BUs (Business Unit) de uma companhia, reduzindo custos e aumentando a eficiência através da especialização e padronização. Outra forte demanda por especialistas é gerada pelo segmento chamado BPO (Business Process Outsourcing) que oferece serviços especializados nas áreas de finanças e administração, impostos, contabilidade, folha de pagamento, recursos humanos e tecnologia da informação. A pressão por menos custos e eficiência incrementou os serviços de BPO ofertados pelas Big 4, bem como estimulou o surgimento de boutiques do segmento e o start up de empresas internacionais especializadas nesse tipo de serviço, explica Natasha Patel, gerente da expertise de contabilidade da HAYS. Também vale destacar a maior procura por profissionais dedicados às áreas relacionadas à auditoria. Com aumento dos custos gerados por viagens, deslocamentos e hospedagens durante o período de auditoria nas empresas brasileiras, muitas companhias decidiram por montar as áreas localmente e recrutar auditores brasileiros, afirma Natasha. Além de diminuir custos, há claras vantagens de comunicação e também culturais em se optar por brasileiros especialistas em auditoria, fraudes e investigação, complementa. A HAYS lançou mais uma edição semestral do Hays Journal. A publicação oferece aos seus leitores matérias voltadas à atualidade, tendências e percepções sobre temas que exercem impacto no mundo do trabalho. Confira! A entrada de estrangeiros interessados em aproveitar o bom momento no País também movimenta o mercado de trabalho. Segundo dados do Governo Federal, nos últimos quatro anos houve um crescimento de 60% no número de vistos de trabalho concedidos, superando 70 mil em 2011. Estabelecida no Brasil desde 2006, a HAYS já apontou esta tendência e tem recebido um grande número de currículos de profissionais que estão no exterior. Esse fluxo maior de ingresso de estrangeiros sinaliza um aumento da competição por melhores cargos e salários para os executivos brasileiros. Desse modo, investir em capacitação e em uma compreensão cada vez mais ampla dos meandros da legislação tributária, das particularidades do modelo nacional e dos diferentes segmentos econômicos torna-se indispensável. Mas isso não é tudo. Estar familiarizado com normas e certificações globais da área também é fundamental para atuar em um cenário econômico cada vez mais forte localmente e, ao mesmo tempo, cada vez mais mundial. Newsletter Accountancy & Finance - #15 Maio 2012 02

OLHOS PARA A AMÉRICA LATINA Crescimento econômico atrai investimentos para Equador, Chile, Colômbia e Peru Não é apenas o Brasil que tem atraído a atenção dos investidores internacionais dispostos a diversificar sua atuação. Países que antes não eram considerados foco de investimentos vêm ganhando importância, especialmente por demonstrarem consistência no crescimento econômico ao longo dos últimos anos. Por sua localização estratégica e sua posição de liderança regional, o Brasil também é responsável por grande parte desse redirecionamento dos investimentos estrangeiros diretos na América Latina, abrindo espaço para Equador, Chile, Colômbia e Peru, além da Argentina. Os investimentos foram injetados em sua maioria na indústria de serviços, infraestrutura e na expansão do mercado financeiro, bem como nas tradicionais atividades de exploração de recursos naturais da América Latina. Dados divulgados no início de maio pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) mostram que os investimentos direcionados à região representam 10% do fluxo mundial. Segundo a comissão, o Investimento Estrangeiro Direto (IED) atingiu US$ 153,5 bilhões em 2011. O valor ainda é 27% superior ao registrado em 2010, quando a região recebeu US$ 120,9 bilhões em IED. Com US$ 66,6 bilhões, o Brasil foi o principal destino desses investimentos, com 44% do total. Também tiveram destaque o México (US$ 19,4 bilhões), Chile (US$ 17,3 bilhões), Colômbia (US$ 13,2 bilhões), Peru (US$ 7,7 bilhões) e a Argentina (US$ 7,2 bilhões). Para a entidade, os números refletem a confiança das empresas internacionais na região. MOVIMENTAÇÃO DE EXECUTIVOS O cenário próspero da América Latina e a crise européia vêm servindo de atrativo para os executivos da região deixarem de lado os planos de migrarem para Europa e Estados Unidos. Em vez disso, os profissionais locais têm percebido de maneira cada vez mais vantajosa a atuação em países vizinhos, afirma Lucas Peschke, gerente das áreas de expertise Accountancy & Finance, Taxation e Legal. Segundo dados da Organização Internacional de Migração (OIM) para América do Sul, existe hoje uma tendência crescente de migração regional, puxada por um conjunto de fatores, como a facilidade para obtenção de documentos de residência. De acordo com a OIM, cerca de 700 mil sul-americanos migraram para um país da própria região na última década. Para os profissionais da área de finanças, a possibilidade de migrar para um país vizinho significava também um desafio. O executivo precisa entender as particularidades de cada país quanto a contabilidade e a área tributária, afirma Fernando Paiva, gerente da área de expertise Accountancy & Finance em Campinas. Gradativamente, o Brasil vai se transformando em um pólo de atração para executivos, no qual as oportunidades do mercado de trabalho chamam atenção na mesma medida que a riqueza cultural local. Tal fenômeno é benéfico. A diversidade e a troca de experiências fortalecem a marca Brasil no exterior, completa Cesar Rego, responsável pela operação da HAYS em Curitiba. Esse fortalecimento tem feito com que profissionais das áreas de finanças e contabilidade sejam chamados para atuar cada vez mais em mercados externos. Além dos destinos mais tradicionais, Angola, na África, tem grande predileção por executivos brasileiros por conta do domínio da língua portuguesa, do bom nível de capacitação e da alta adaptabilidade a diferentes mercados. Newsletter Hays Accountancy & Finance - #15 Maio 2012 03

MAPA DE OPORTUNIDADES NO SETOR REGIÃO NORTE Infraestrutura Energia Bens de Consumo Indústria REGIÃO NORDESTE Infraestrutura Energia Bens de Consumo Indústria REGIÃO CENTRO-OESTE Mineração Agronegócio Indústrias em geral REGIÃO SUDESTE Bens de Consumo Varejo Agronegócio Entretenimento Ciências da Vida Energia e Saneamento Construção e Propriedade Petróleo e Gás Infraestrutura Serviços Mineração Fonte: HAYS REGIÃO SUL Automotivo Bens de consumo Indústrias de base Serviços SUL Gerente de controladoria Gerente de contabilidade Gerente de fusões e aquisições Coordenador de planejamento financeiro Coordenador de controladoria Coordenador de contabilidade SUDESTE SÃO PAULO Business Partner FP&A (Sales & Mkt) Coordenador financeiro e contas a pagar Analista de novos negócios Especialista de consolidação e reporting Especialista de FP&A Plant controller Statutory accounting Gerente de auditoria interna SUDESTE RIO DE JANEIRO Gerente tributário Gerente de tesouraria Gerente de fusões e aquisições SUDESTE MINAS GERAIS Gerente administrativo financeiro Gerente contábil e fiscal Gerente tributário Gerente de tesouraria NORTE E NORDESTE Gerente administrativo financeiro - em empresas de médio porte Gerente contábil e fiscal Gerente de tesouraria CENTRO-OESTE Gerente administrativo financeiro - em empresas de médio porte Gerente contábil e fiscal Newsletter Accountancy & Finance - #15 Maio 2012 04

FUSÕES E AQUISIÇÕES DEMANDA POR VISÃO ANALÍTICA Fusões e aquisições tendem a estar constantemente em alta. Afinal, sempre haverá uma empresa interessada em redimensionar sua participação no mercado. A frase de André Ferreira, sócio líder de mercados estratégicos da Ernst & Young Terco, fornece uma noção clara da importância deste segmento de atuação para o profissional de finanças. Mas, atuar no chamado setor de M&A - da sigla em inglês Merges and Acquistions -, demanda do profissional diversas habilidades. Segundo Alexandre Benedetti, gerente da expertise Accountancy & Finance em São Paulo, a própria natureza deste tipo de operação pede domínio de idiomas e formação em primeira linha. É fundamental um MBA, se possível internacional, diz o consultor. Além disso, o profissional precisa ter uma visão completa e estratégica de negócios, complementa André Ferreira. Quem lida com fusões e aquisições precisa avaliar o momento econômico macro e estudar o setor em que atua em profundidade. Encontrar e avaliar oportunidades demanda uma visão analítica acurada do profissional, explica Cesar Rego. Para ele, o primeiro passo é descobrir que empresa adquirir ou com qual grupo se fundir. Nesse momento, a contratação de uma consultoria de negócios pode ser importante, acrescenta. Algumas empresas contam também com profissionais cuja O momento econômico atravessado pela economia nacional está permitindo que diversas novas empresas estabeleçam atividades no País. O cenário também tem feito com que grupos econômicos maiores passem a adquirir o controle de empresas menores, muitas delas familiares. Em ambos os casos, o papel do profissional de finanças requer um perfil dinâmico e flexível para enfrentar os desafios requeridos por essas duas modalidades de negócios. Em uma start up, o executivo necessita ter um perfil hands on, como executor, explica Lucas Peschke, gerente das áreas de expertise Accountancy & Finance, Taxation e Legal em São Paulo. Um CFO, ou diretor financeiro de uma empresa iniciante vai ter não apenas que desenvolver a rotina de processos, bem como ter de executar muitos deles, acrescenta. Além disso, o profissional que assume o departamento de finanças de uma start up tem a necessidade de tornar-se referência de sua área para toda a companhia, tendo de utilizar bastante conhecimento técnico. O desafio também vem acompanhado de algumas vantagens. A tendência é que esse profissional passe a crescer à medida que a companhia também se desenvolve, explica Fernando Paiva, gerente da área de expertise Accountancy & Finance em Campinas. função é mapear as oportunidades. Após a identificação dessas, começa a fase de investigação as chamadas diligências. Além de conhecer o negócio, o profissional precisa ter uma boa base de conhecimento contábil e tributário, explica Benedetti. Visão estratégica e uma boa capacidade de negociação também são indispensáveis. Tanto em caso de fusões, quanto de aquisições, avaliar possíveis sinergias entre as empresas vem logo depois das negociações estarem concluídas, lembra Ferreira. Nesse processo de integração, o profissional precisa aliar habilidades que vão do cálculo matemático a questões de logística. Além, é claro, de um perfil de liderança. Muitas vezes é o departamento financeiro quem toma a frente para que os processos se unifiquem, afirma Alexandre Benedetti. Em alguns casos, o trabalho não acaba após a fusão ou aquisição. Mesmo depois de uma operação concluída, o profissional de finanças especializado pode seguir atuando no projeto. No caso das consultorias, o trabalho normalmente acaba com a conclusão do negócio, mas pode haver situações em que um relatório post merger é solicitado, esclarece André Ferreira. Já para os integrantes dos departamentos internos de fusão e aquisição, o mapeamento para novas oportunidades é contínuo. Afinal, fusões é aquisições estão sempre acontecendo. Apenas mudam de ritmo de incidência de acordo com o momento econômico, finaliza o consultor. PROFISSIONAL DE FINANÇAS PRECISA SER DINÂMICO E FLEXÍVEL Já para o executivo que trabalha com uma empresa que tenha adquirido um grupo familiar, o desafio é ter jogo de cintura para lidar com a transição. Isso inclui, muitas vezes, lidar com predileções e processos utilizados pelo antigo proprietário, que costuma permanecer um período na nova empresa após vender seu negócio, normalmente como um consultor. Em uma transição como essa, a diplomacia é fundamental, explica Fernando Paiva. Para o consultor, a demanda pela flexibilidade no trato pessoal para o profissional de finanças, na verdade, não é novidade. Torna-se apenas mais importante diante dos atuais desafios, completa. Além de flexibilidade, o conhecimento de outras línguas é outro aspecto fundamental para o profissional da área. Apesar disso, muitos profissionais do setor financeiro ainda têm esse gap. É importante investir em um curso de língua estrangeira para garantir boas oportunidades no mercado. Muitas empresas com base em outros países estão iniciando suas operações no Brasil e precisam contar com um profissional que possa relatar todas as etapas do processo, explica Thiago Medeiros, gerente das áreas de expertise Accountancy & Finance e Taxation no Rio de Janeiro. Newsletter Accountancy & Finance - #15 Maio 2012 05

ENTREVISTA COMPETITIVIDADE DEPENDE DO INVESTIMENTO EM INOVAÇÃO E EM PESSOAS Superintendente-geral da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) fala sobre os principais gargalos do País para aumentar o nível de competitividade registro de patentes, considerado um processo demorado. Isso prejudica a competitividade do país, por não dar um incentivo maior à inovação. HAYS: O Brasil possui profissionais com qualificação para elevar o nível do mercado brasileiro e, assim torná-lo mais competitivo? Jairo Martins: O Brasil tem uma deficiência de educação básica. Se quisermos manter esse crescimento experimentado com o avanço da economia, logo vamos nos deparar com o gargalo educacional. Por isso, muitas empresas têm feito investimentos para suprir essa necessidade, com escolas, universidades corporativas, programas educacionais, já que isso não faz visivelmente parte das estratégias do país. Do ponto de visto público, não adianta facilitar o acesso das pessoas à universidade se não houver preparo básico. É preciso haver uma melhoria no ensino primário para que os profissionais entrem na universidade mais bem preparados para suportar o crescimento do País. HAYS: A FNQ possui números que mostrem uma evolução ou uma redução no nível de competitividade no Brasil? Foto: Divulgação Competitividade é a palavra que acompanha o dia a dia de Jairo Martins*, superintendente-geral da FNQ. A Fundação, ao longo de seus 20 anos de atuação, trabalha para auxiliar as organizações na busca pela excelência de sua gestão, no aumento de sua competitividade. No momento de vulnerabilidade na zona do euro e com a crise financeira que perdura nos EUA, tornar o Brasil mais competitivo nesse cenário é algo primordial. É sobre o tema que Jairo Martins fala a newsletter da HAYS. HAYS: Quais os principais gargalos para que o Brasil se torne mais competitivo? Jairo Martins: O Brasil tem enfrentado alguns problemas crônicos que podemos considerar os principais gargalos, tais como: tributação elevada, leis trabalhistas inflexíveis, logística dos transportes, além das deficiências na educação, saneamento básico e saúde pública. São temas que visivelmente tem afetado a competitividade do país. Entretanto, não podemos achar que se trata apenas de um problema do governo. As empresas não podem se acomodar e deixar de se preocupar com a melhoria constante de seus processos, investimento em inovação e investimento em pessoas. A competitividade do país depende não só da atuação do governo, como também dos investimentos e esforços das organizações em prol do crescimento do país. HAYS: Ainda há muita burocratização para negociar no Brasil, mesmo com a economia em aquecida e com altos investimentos? Jairo Martins: Não diria que existe muita burocratização. O que realmente atrapalha a negociação com o Brasil é a falta de competitividade, flexibilidade e adaptabilidade em decorrência dos gargalos citados acima. Não há uma burocracia na negociação, mas uma série de fatores que tornam o país sem competitividade. Se olharmos o aspecto da inovação, sempre temos dificuldade no Jairo Martins: O foco de atuação da FNQ é melhoria da gestão empresarial, com base no Modelo de Excelência da Gestão (MEG), para melhoria de sua competitividade. Assim, não medimos indicadores de competitividade. Entretanto, o Fórum Econômico Mundial divulga, anualmente, o ranking global de competitividade. Segundo o último levantamento, divulgado em setembro de 2011, o Brasil avançou cinco posições no ranking e é considerada a 53ª economia mais competitiva entre as 142 nações analisadas. HAYS: Quais são as principais questões que a FNQ discute quando se trata de competitividade? Jairo Martins: Ao longo de seus 20 anos de atuação, a FNQ está sempre voltada para a melhoria da gestão para que as organizações se tornem competitivas e sustentáveis, seja das organizações, seja do país. No início dos anos 90, o foco da melhoria da competitividade era na indústria, que não estava apta para competir com empresas estrangeiras, devido à globalização. Depois disso, vários segmentos (como setor de serviços e micro e pequenas empresas) passaram a melhorar também sua gestão para acompanhar essa evolução natural do mercado nacional e global. Hoje está evidente que alguns fatores críticos, como os gargalos citados antes (tributação, leis trabalhistas, logística), são problemas estruturais do país e entraves à melhoria da competitividade. Embora estejamos em uma situação mais favorável do que o restante do mundo, afetado pela crise econômica, devemos nos espelhar em outros países que estão buscando medidas para melhorar sua competitividade, com a redução de custos, investimento em inovação, etc. Assim como eles estão procurando melhorar para sair de uma crise, nós podemos nos antecipar para que não entremos nela. Diante disso, a FNQ, para cumprir sua missão, tem a obrigação de debater esses temas, já que afetam diretamente a competitividade do País. * Jairo Martins da Silva é engenheiro eletrônico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) com especialização em Marketing e Propaganda pela Faculdade de Administração e Economia de Curitiba (PR), além de MBA em gestão empresarial pela Duke University, na Carolina do Norte (EUA). Newsletter Accountancy & Finance - #15 Maio 2012 06