UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO: LITERATURA INFANTIL



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Transcrição:

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO: LITERATURA INFANTIL COLLARES, Solange Aparecida de O. Unicentro - Coordenadora do projeto de estágio e mestre solcollares@yahoo.com O relato de experiência aqui apresentado é fruto do Projeto de Extensão da Disciplina de Estágio Supervisionado nas Disciplinas Pedagógicas do Ensino Médio (Modalidade Normal), realizado no Colégio Estadual D. Pedro I EFMPN., no Município de Pitanga, Campus Avançado de Pitanga/Universidade Estadual do Centro-Oeste, no Estado do Paraná, com o tema Literatura Infantil. É coordenado pela professora Ms. Solange Aparecida de Oliveira Collares, professora da Disciplina de Estágio Supervisionado nas Disciplinas Pedagógicas do Ensino Médio (modalidade Normal). A proposta do projeto se baseia na compreensão de que a prática está vinculada com a teoria, assim, o público escolhido para desenvolvê-lo são acadêmicos do 4ª ano de Pedagogia, e alunos de formação docente (magistério). Os acadêmicos do 4º do Curso de Pedagogia realizaram oficinas pedagógicas, na área de Literatura Infantil, tendo como objetivo a articulação da teoria e da prática. Compreende-se o que se propõe na resolução de Estágio nº 136/2010 de 7 de dezembro de 2010, do Curso de Pedagogia/UNICENTRO, que o Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório tem como objetivo propiciar, ao acadêmico, a vivência de situações profissionais, nas diferentes áreas de atuação do pedagogo, por meio de: articulação dos conhecimentos teóricos e práticos na efetivação da práxis educativa; fortalecimento entre o espaço de formação e o campo de atuação do pedagogo, entre outros. A clientela que participou das oficinas realizadas pelos acadêmicos foram alunos do magistério, do Município de Pitanga e de Boa Ventura de São Roque, totalizando um número de 238 participantes. A oficina de Literatura Infantil foi planejada contemplando fundamentação teórica e atividades práticas, tendo como intuito por meio da oficina, a inclusão de alguns alunos com deficiência visual. Foi realizada no período noturno, nos dias 13,14,15,16 de junho de 2011, no colégio D.Pedro I, juntamente com os alunos procedentes do Município de Boa Ventura de São Roque.

Por acreditarmos na importância da aproximação da criança com a literatura, a qual se manifesta por meio de imagens, sonoridade, jogos de palavras e rimas, garante-se a possibilidade de encantamento do público infantil, através do prazer lúdico-estético. Ao trabalhar com as histórias e contos de fadas, o professor deve se valer de todos os recursos para prender a atenção do ouvinte. A presente oficina teve como objetivo trabalhar a contextualização dos contos de fada, numa perspectiva crítica, levando a criança a pensar na realidade apresentada pelos personagens nesse tipo de texto e, analisando, também, o estereótipo de cada personagem apresentado, pois compreendemos que o conto de fadas, traz situações do cotidiano, vivenciadas por algumas crianças que buscam, por meio da História contada pelo professor, um final feliz. Dessa forma, a criança cria uma perspectiva para possíveis problemas por ela vivenciados. O professor deve criar condições para que haja efetiva interação entre ele, como contador da história e o aluno, o que propiciará valioso auxílio na constatação e compreensão dos fatos e dos significados apresentados. É preciso considerar o poder mágico que as histórias e as palavras têm para as crianças, e apostar na criança como um ser capaz de se desenvolver e atribuir sentido às coisas, o que produz ótimos resultados. Desta forma, os contos de fada podem se tornar eficientes instrumentos pedagógicos. É importante ressaltar que não devem ser apresentados, na proposta do professor, significados prontos. Deve-se oportunizar, à criança, descobrir suas próprias interpretações o que proporciona uma maior compreensão. E sistematizando idéias, ouvindo seus alunos, o professor pode gerar significados que as crianças, muita vezes, por suas limitações e falta de concentração, não conseguem realçar. Além disso, vale ressaltar a importância dos contos de fadas que, além de seus valores éticos e morais, podem contribuir, e muito, para a formação de seres humanos, na incorporação de exemplos que trabalham regras de procedimento, por apresentarem suas causas e conseqüências. Diante de todas essas diferentes idéias, o professor deve trabalhar, também, de forma positiva, todo o universo cultural existente na escola o que leva a criança a descobrir, através do outro, as semelhanças e diferenças que integram o seu universo. O educador deve estar atento para a qualidade literária do texto e o público ao qual se destina. É necessário considerar a criança como um ser em desenvolvimento que se encontra na fase do pensamento lúdico. Daí então, a necessidade de se adequar o conteúdo à faixa etária.

Os contos de fada também auxiliam no processo de alfabetização, incentivando a formação de novos leitores, ampliando o vocabulário e aproximando a leitura da escrita. De acordo com LEARDINI, A maior contribuição dos contos de fada segundo Bettelhein (1980) é no aspecto emocional, pois a partir dos mesmos, a criança transpõe suas ansiedades, seus medos internos, busca força e entendimento para superá-los, aliviando as tensões e favorecendo a compreensão da vida real, a partir do fantástico e do lúdico. (LEARDINI, 2006, p.47). Por meio dos contos, as crianças experimentam emoções únicas que transportam para seu mundo real. Tal exercício mental, cognitivo, lúdico e de encantamento, ajuda a criança a entender seus problemas e conflitos reais, devolvendo-lhe a esperança de que poderá ter um final feliz. Tal processo torna-se, de certa forma, acalentador para a criança, o que renova e fortalece a sua esperança resultando em aprendizagem significativa, como também auxilia na formação emocional e psicológica ao aprender a dominar e lidar com as suas emoções. Muitas vezes, as historinhas infantis são trabalhadas de forma a favorecer o individualismo e a competitividade, o que reforça a discriminação e não favorece um clima de cordialidade e acolhimento das diferenças. O professor deve oportunizar, ao aluno, possibilidade de criar uma história com os mesmos personagens, mas produzindo novos finais como já se encontra aqui citado, atingindo, assim, os seus objetivos, utilizando-se dos contos como instrumento pedagógico e não apenas como um momento de descontração ou passa tempo. A leitura apresenta-se como benefício à formação integral do aluno, possibilitando a articulação entre os saberes, podendo ser trabalhada desde a mais tenra idade, nos berçários, estendendo-se pela vida inteira. FERREIRO (1990), apresenta a literatura e sua relação com a interpretação do texto: toda leitura é interpretação, e o que leitor é capaz de compreender e de aprender através da leitura depende fortemente daquilo que o leitor conhece e acredita a priori, ou seja, antes da leitura. (FERREIRO, 1990, p.15) O conhecimento prévio à leitura facilitará a interpretação do aluno em relação à temática. Para aproveitar essa disponibilidade, faz-se necessário que o professor, disponha

leituras diversificadas o que contribuirá, ainda mais para o enriquecimento cultural da criança. O professor que trabalha a literatura tem a função de envolver as crianças em suas narrativas, mesmo reconhecendo que esse não é um trabalho fácil, pois requer esforços, espontaneidade, intimidade com a leitura, desenvoltura, disposição e, principalmente, colocar-se no lugar de imaginador, voltando a ser criança. O surgimento da Literatura infantil Histórias de fada constitui-se um dos Gêneros da literatura, da prosa e ficção, que engloba a narração de fatos imaginários, histórias maravilhosas, breve romance e contos de fadas. De acordo com SENS (2008, p.13), o conto de fada tem seu surgimento no folclore europeu com povos germânicos (Celtas). A partir de lendas, mitos e superstições, os contos eram transmitidos entre familiares e amigos com narrativas breves de forma oral. Representavam simbolicamente os acontecimentos humanos e sociais e reproduzem valores por meio de personagens e enredos maravilhosos, os quais correspondem às características do ser humano. Os contos continham suspenses, com herói ou heroína desafiados por um ser do mal, como fantasmas, bruxas, dragões, anões e gigantes, sendo que, destes confrontos, o bem prevalecia sobre o mal. No enredo dos contos havia magia, metamorfose e encantamento, animais falantes, fadas, príncipes etc. Para Cunha (1999, p.22), A história da literatura tem relativamente poucos capítulos. Começa a delinearse no inicio do século XVIII, quando a criança pelo que deveria passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos demais velhos e receber uma educação especial, que preparasse para a vida adulta. Assim a criança passa a ser vista não mais como adulto em miniatura e, desse modo na literatura, esse conceito começa a influenciar para uma adaptação ou minimização dos textos dos adultos, para o publico infantil. Segundo SENS (2008, p.14) a palavra fada da língua portuguesa vem do latim fatin e significa destino ou fatalidade. Nas principais nações européias, são encontradas as seguintes denominações: fee em Frances, fairy em inglês, fata em italiano, fee em alemão e hada em espanhol. Na Alemanha, após os estudos dos irmãos Grimm, os contos passaram a ser conhecidos como narrativa popular ou história fantasiosas. No fim do

Século XIX, em Portugal os contos de fada surgiram com o nome de Contos da Carochinha, conhecidos como contos de histórias populares de Portugal. Em 1914 o termo foi substituído por Contos de Fada. Parafraseando SENS (2008) destaca entre os autores mais famosos da literatura infantil, os seguintes autores: Charles Perrault, da França, no século XVII, e Jacob e Wilhelm Grimm, (irmãos Grim), na Alemanha do século XIX. Hans Chistian Andersen. Perraut e os Irmãos Grimm registravam, no papel, as histórias que o povo contava oralmente. Com o tempo, essas histórias foram sendo destinadas às crianças. Já Andersen escreveu seus contos de fada pensando nas crianças e para esse público, por isso foi considerado o pai da literatura infantil. No Brasil, SENS (2008) aponta como cumpridor da função de registrar a memória oral do povo, Câmara Cascudo. Ele percorreu o Brasil e registrou, em vários livros de folclore, as histórias de cada região de nosso país, colaboração que, sem dúvida, é de muita importância para a literatura infantil, pois mostra a riqueza de nosso folclore, nossas lendas através da literatura popular, que pode ser muito bem explorada pelos professores em sala de aula. A Literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o Mundo, o Homem, a Vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e sua possível/impossível realização. (CAGNETI, 1996 P.7) Assim, a proposta apresentada aqui, teve como objetivo geral, contribuir para formação e qualificação dos alunos do curso do magistério, visando contato com manifestações de literatura oral e escrita, instrumentalizando o participante para o desenvolvimento de atividades práticas utilizando a literatura infantil. Oferecendo-lhe a oportunidade de experimentar técnicas e recursos teórico-práticas sobre elementos básicos da obra literária infantil e de desenvolver a imaginação, a percepção, o hábito de ouvir, de interpretar, o desenvolvimento da concentração, do gosto pelas histórias, pelos contos e lendas, e, sobretudo, adquirir o hábito da leitura. Para Pimenta (2001) a educação é uma pratica social. Mas a prática não fala por si mesma. Exige uma reflexão teórica com ela. A pedagogia, enquanto ciência (teoria), ao investigar a educação enquanto pratica social, coloca os ingredientes teóricos necessários aos conhecimentos e à intervenção na educação (pratica social). Ainda a autora (2001, p.94) propõe um esquema baseado em VASQUEZ (1968) que corresponde:

a. A Pedagogia, ao investigar os fenômenos educacionais que ocorrem na prática social, busca conhecer a realidade que é objeto de transformação (da práxis transformadora); b. A Pedagogia, ao investigar as políticas, as técnicas, os instrumentos na educação enquanto pratica social, busca conhecer os meios necessários ás transformações (neste nível poderíamos situar a Didática enquanto teoria do ensino-aprendizagem) c. A Pedagogia, ao investigar a gênese e a evolução do pensamento e das praticas educacionais, busca compreender a práxis educativa atual; d. A Pedagogia, ao investigar os sentidos do humano presente na educação como práxis social, busca antecipar resultados objetivos, finalidades que se pretende com e na pratica educacional (que, enquanto prática social, é práxis) Portanto, os objetivos específicos que se esperam que aconteçam são: estimular a imaginação e criatividade dos alunos na confecção de personagens para elaboração de uma história, utilizando lixo reciclável (sucata); despertar, no aluno, a magia dos contos da literatura infantil, relacionando com os princípios de valores moral, cultural e social nas relações de convivência em sociedade; desenvolver nos alunos, através dos jogos cooperativos e no trabalho em equipe, a compreensão do texto (conto), para que eles possam descrever a história a partir do seu entendimento, reescrevendo-a com suas próprias palavras. A metodologia utilizada para o desenvolvimento das oficinas consta de: a aula será iniciada com uma explanação acerca da temática literatura infantil, abordando aspectos teóricos, bem como os objetivos propostos para a oficina. Após essa introdução, será feita uma dinâmica, para enfatizar a socialização do grupo, abordando alguns personagens de contos de fada. A seguir, realizaremos atividades que enfatizarão metodologias e recursos a serem utilizados na contação de histórias, visando valorizar a ludicidade e demonstrar a importância dos contos em si, para a significação do trabalho com literatura, salientando as especificidades do desenvolvimento do aluno por meio da imaginação, ou seja, do jogo simbólico. Finalizaremos oportunizando, aos alunos, momentos de avaliação informal, para que eles demonstrem os possíveis saberes assimilados. Os alunos participaram atentamente das atividades desenvolvidas, entre elas a Mala de História, onde cada aluno retirava personagens e cenários, para compor o início de uma nova história. Para eles, foi uma experiência inesquecível e, para o ensino, um momento relevantes pois, ao mesmo tempo em que aprendiam, estavam criando e estava sendo despertado o interesse dos alunos em outras áreas como: o canto, a dança, a pintura, o teatro.

Conclusão: Os resultados obtidos foram gratificantes, pois os alunos com necessidades visuais, puderam ter a oportunidade de manusear livros e outros recursos que atendem, especificamente, a necessidade de cada um, pois os acadêmicos de Pedagogia contaram com o auxilio dos profissionais de ensino das escolas especiais, que contribuíram com diversos materiais. Assim, os acadêmicos de pedagogia tiveram oportunidade de aplicar a atividade de estágio no sentido de analisar o processo ensino-aprendizagem na realidade históricosocial, construindo a compreensão de que é a interpretação docente do estagiário/acadêmico na realidade sistemática, objetiva e intencional, com o intuito de combater o antagonismo existente entre as duas etapas desenvolvidas no contexto profissional: teoria e prática. REFERÊNCIAS:

CAGNETI, Sueli de Souza. Livro que te quero livre. Rio de Janeiro: Nórtica, 1996 CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil:Teoria e Pratica. 18 ed. São Paulo: Ática, 1999. FERREIRO, Emília: PALACIO, Margarita Gomes: Os Processos de leitura e escrita: Novas Perpectivas, 3 ed. Porto Alegre: Artemed, 1990. LEARDINI, Eleuza Maria Ferreira. O contador de histórias na educação infantil: Um estudo acerca dos valores atribuídos por professores sobre a importância dessa prática para o desenvolvimento da função simbólica, Dissertação de mestrado, S.P Campinas, 2006 PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática? 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2001. SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO. NÚCLEO REGIONAL DE GUARAPUAVA. PDE- Programa de Desenvolvimento Educacional. Sirlei Fátima Sens- Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola. Os Contos de Fadas...Formando Leitores e professores da Educação Infantil. Guarapuava- 2008. VÁSQUEZ, Adolfo S. Filosofia da Práxis. Rio de Janeiro, Paz e Terra 1968.