REGULAMENTO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS- ESPANHOL
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- Anna Rodrigues das Neves
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1 REGULAMENTO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS- ESPANHOL 2010 Este regulamento disciplina o Estágio Supervisionado no Curso de Letras:Português/Espanhol, tendo em vista o Projeto Político- Curso, a Lei 9.394,de , que fixa as Diretrizes e Base da Educação Nacional para o Ensino Superior, as Diretrizes curriculares para os cursos de Licenciaturas, insertas na CNEnº 1/2002.
2 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ENSINO/ESTÁGIO EM LÍNGUA ESPANHOLA As Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio I, II e III do Curso de Licenciatura em Letras/Espanhol objetivam oportunizar aos acadêmicos do curso vivências em diferentes situações e contextos, no sentido de contribuir para o entendimento sobre o fazer pedagógico, situações de ensino, função da escola e da profissão professor. Enquanto atividade ou conjunto de atividades, as Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio, cumprem propiciar aos acadêmicos sua inserção em ambientes educativos, preferencialmente instituições escolares, objetivando concretizar processos dinâmicos de ensino, produtivos, de troca de serviços e de possibilidades de abertura para mudanças (Kulscar, 1994). Ao acadêmico, a vivência pedagógica e de ensino possibilita, analisar o contexto educativo na sua complexidade, tomando continuamente como objeto de reflexão a dinâmica escolar do ensino fundamental a partir de referenciais teóricos estudados e do exercício da investigação da realidade. Pensar as Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio I, II e III se concretiza em garantir situações de prática docente, por meio de ações e intervenção pedagógica, tendo como referência o contexto social, suas práticas de modo a contribuir na construção de visão consciente do conjunto do saber e do saber/fazer na sua área de atuação profissional. Para Pimenta (1995) o exercício da atividade docente requer preparo. Este preparo não se esgota em um momento específico da formação, ou através de práticas específicas de ensino. Entretanto as práticas pedagógicas e ensino contribuem e assumem significado, na medida que cumprem o papel de compreensão do real (em suas múltiplas determinações) e que colaboram com o fazer pedagógico e de ensino, permitindo a transformação de uma dada realidade, quando necessário. Nesse sentido e na busca da efetivação de trabalho consistente precisamos do envolvimento de todos aqueles que direta ou indiretamente pensam em contribuir no trabalho das práticas pedagógicas e ensino, trazendo ao acadêmico situações para o desenvolvimento de competências, ensejando conhecimento sistematizado do contexto,
3 objeto de intervenção, de modo a conceber e definir projeto para efetivo trabalho como professor. O processo de formação do professor conjuntamente às Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio I, II e III, anexado ao Projeto do Curso, extrapola a percepção do professor técnico, limitando sua formação em aquisição de conteúdos, métodos, técnicas e que o instrumentem a situações concretas de prática docente unicamente aplicativas e em sala de aula. Extrapola também a ideia de estágio que se resume a aplicação direta, imediata, mecânica e instrumental de técnicas, princípios e normas aprendidas na teoria. O trabalho desencadeado no interior das Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio I, II e III, busca possibilitar perfil de professor prático-reflexivo. Um professor que não se restringe ao trabalho do fazer, mas que construa uma prática baseada na sistemática das teorias que lhe deram suporte. Sobre as possibilidades de uma Prática. A atividade de ensino no espaço escolar é complexa, necessário se faz então, um professor que crie alternativas ao ensino a partir de reflexões fundamentadas sobre experiências diversificadas e de sua própria experiência, no sentido da organização do pensamento e da ação: o conhecimento prático (Freitas, 2000). O movimento açãoreflexão, que acontece a partir das leituras, práticas, saberes e conhecimentos, que se confrontam e se entrecruzam é que dão sentido às atividades práticas dos cursos de formação. Possibilitar o movimento da ação-reflexão consiste pensar intervenções diferenciadas para que efetivamente a ação e o conhecimento se confrontem, complementem e entrecruzem. Na busca da aproximação do real podemos então lançar mão de ações de como fazer, de envolvimento e intencionalidade investigativa. Para proporcionar aos acadêmicos o contato com a prática educativa e criar condições para a percepção dos avanços e fragilidades inerentes a atividade docente e do fazer pedagógico, e na busca de proposições de alternativas e soluções de problemas,
4 propõe-se diferentes ações, intervenções do trabalho pedagógico, em um processo orientado, a saber: Atividades interventivas em sala de aula: pressupõe vivências diretas de ensino e aprendizagem orientadas por concepções teórico-metodológicas, no sentido de responder às necessidades advindas de espaços específicos de educação; Atividades na forma de seminários, minicursos e oficinas: sobre temas específicos de área de conhecimento e atuação que podem estar voltados para alunos e comunidade escolar ou, ainda, grupos de educação não-formal; Estudos de caso - projetos de pesquisa: investigação do processo ensinoaprendizagem e suas especificidades, na busca de compreender possíveis fragilidades do processo e suas múltiplas implicações, contribuindo com sugestões e soluções de problemas; Atividades de Monitoria: acompanhamento ao trabalho de educadores em grupos de educação infantil e ensino fundamental; Atividades e ações de caráter científico, técnico, cultural e comunitário. Organizar as Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio I, II e III em Língua espanhola, que possibilitem a reflexão, requer planejamento e o exercício de registro sistematizado de todo o processo pensado e vivido. Em conformidade com Lima (2002), esse registro auxilia no entendimento das questões relativas às contradições acontecidas no trabalho educativo, uma vez que permeando este trabalho, estão a cultura, relações de trabalho, etnia, idade e campos de poder, entre outros aspectos. Na concretização do processo de registro, há que se ter clareza dos momentos a serem vivenciados, lembrando que qualquer trabalho cujo objeto de preocupação seja a ação/intervenção necessário se faz: Levantamento e conhecimento da realidade; envolve saber observar, descrever, registrar, interpretar e problematizar; pode-se efetivar através de observação, entrevistas, aplicação de questionários, pesquisas, entre outros;
5 Definição e construção da proposta de trabalho: projeto de ação/intervenção; consubstanciado nos dados da realidade e contribuições teórico-metodológicas das áreas de conhecimento; Vivência da proposta - trabalho pedagógico: momentos de ações e intervenções junto a uma dada realidade evidenciando levar contribuições e soluções de possíveis problemas; Análise e avaliação do proposto e vivido: reflexão sobre a ação e elaboração de relatório analítico; Socialização da experiência pedagógica: momentos específicos de troca de experiências, entre equipe de trabalho, colegas e comunidade, sujeitos envolvidos nas práticas educativas e ensino. Destacamos que as Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio I, II e III são pensadas como um campo de investigação e produção de conhecimentos, que possibilitem ao acadêmico o exercício da profissão, mas que se coloque acima de tudo, como espaço de reflexão sobre as próprias contradições e problemas da prática docente. Vivências no espaço educativo podem se traduzir em processos criadores, de investigação, explicação, interpretação e intervenção da realidade. Sobre a Avaliação. Nas Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio a avaliação segue, evidentemente, o explicitado no Projeto Pedagógico do Curso, que a entende como processo contínuo cumulativo, que requer elaboração e cujos critérios são estabelecidos considerando a natureza dos objetos que dão base as áreas de conhecimento do Curso de Pedagogia. Pensar o processo de ações e intervenções requer que o/a acadêmico/a constitua produções parciais, porém articuladas, que apontem para a construção do Trabalho de Conclusão de Curso. Com isso pretende-se acompanhamento das atividades de maneira que a reflexão na forma de registro escrito, possa compor ao longo do curso da formação, um todo sistematizado e organizado.
6 Sendo assim e tendo em vista os princípios até aqui explicitados, propõe-se que todas as fases das denominadas Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio componham um todo que evidencie o percurso do aluno nesse componente curricular. O levantamento da realidade, o planejamento, a concretização da proposta de trabalho em espaços educativos, bem como a reflexão e o registro sobre essas fases, constituem a base do processo avaliativo. Embora tratado como em fases, absolutamente tratar-se-ia de processos parciais, compreende-se que são a realização de um mesmo trabalho com atributos diferenciados em sua consecução. Propõe-se assim que a avaliação vai se efetivando em duas dimensões interdependentes: a que se refere ao projeto de trabalho segundo as possibilidades antes referenciadas, e da construção/constituição do relatório reflexivo. Os critérios da avaliação serão estabelecidos em documentos próprios para cada um dos momentos do curso, considerando áreas de conhecimento e a natureza dos projetos de trabalho dos alunos no componente curricular Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio. Como encaminhamento mais amplo os procedimentos aqui identificados percursos, fases, projeto, registro, reflexão, relatório são suficientes para que os Professores formulem a proposta de trabalho para os diversos momentos do curso que constarão como documentos complementares a esse. Considerando então que para cada um dos momentos do componente curricular Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio I, II e III serão elaborados relatórios reflexivos, o denominado Trabalho de Conclusão de Curso TCC, terá por base estes relatórios constituintes de um único percurso. O estágio em Língua espanhola, então se comporá a partir da realidade do ensino de língua espanhola no município de Diamantino, que se caracteriza por uma situação sui generis, uma vez que ainda não há obrigatoriedade de ensino nas escolas. Ao todo possuímos apenas duas escolas com professores regentes, o que nos motivou a aplicação de práticas pedagógicas. O estágio de língua espanhola será então composto pelos relatórios das Práticas Pedagógicas e Ensino/ Estágio I, II e III que para ser finalizado como trabalho único exigirá a construção de introdução que apresente e reviva os percursos vivenciados e de conclusão que aponte as reflexões constituídas no processo, dando conta da relação teoria/prática edificada durante formação efetivada no Curso.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PICONEZ, Stela. A Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado: a aproximação da realidade escolar e a prática da reflexão. Pg. 15 a 32. In: PICONEZ, Stela. (Org.). A Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado. Campinas: SP, Papirus Editora LIMA, Maria do Socorro L. Práticas de estágio supervisionado em formação continuada. In: Didática e Práticas de Ensino: interfaces com diferentes saberes e lugares formativos. XI ENDIPE- Goiania. Goiás FREITAS, Ana Lucia Souza de. O registro como instrumento da prática profissional do professor reflexivo. Pg In: Revista Educação. POA, FREITAS, Helena C. L. de. O Trabalho como Princípio articulador na Prática de Ensino e nos Estágios. Campinas: SP, Papirus Editora FAZENDA, Ivani C. A. O papel do estágio nos cursos de formação de professores. In: PICONEZ, Stela. (Org.). A Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado. Campinas: SP, Papirus Editora KENSKI, Vani M. A vivência escolar dos estagiários e a prática de pesquisa em estágios supervisionados. In: PICONEZ, Stela. (Org.). A Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado. Campinas: SP, Papirus Editora KULSCAR, Rosa. O estágio supervisionado como atividade integradora. In: PICONEZ, Stela. (Org.). A Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado. Campinas: SP, Papirus Editora PIMENTA, Selma G. O Estágio na Formação de Professores. Unidade Teoria e Prática? SP:Cortez Editora
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