Plano Local De Prevenção dos Maus Tratos na Infância e Juventude



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Transcrição:

Plano Local De Prevenção dos Maus Tratos na Infância e Juventude 2013-2015 Amadora, Abril de 2014 1

pág. Índice Introdução ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 I.Visão, Missão e Lema da CPCJ da Amadora ----------------------------------------------------------------- 4 II Fundamentação ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 5 III. Prevenção Universal ---------------------------------------------------------------------------------------------- 7 Eixo 1: Participação da Comunidade na Proteção da Criança e do Jovem Eixo 2: Colaboração Interinstitucional para a Promoção dos Direitos e da Criança e do Jovem IV. Prevenção Seletiva ------------------------------------------------------------------------------------------------ 7 1 Eixo 3: Promoção das Competências Parentais, em Contextos de Vulnerabilidade Social Eixo 4: Promoção de Competências Pessoais e Sociais nas Crianças e Jovens, em Contextos de Vulnerabilidade Social V. Prevenção Indicada ------------------------------------------------------------------------------------------------ 8 1 Eixo 5: Promoção de Respostas Integradas, na Proteção das Crianças e Jovens em Perigo VI. Plano de Intervenção --------------------------------------------------------------------------------------------- 8 VII. Avaliação ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9 Anexo 1: Quadro Resumo do Plano de Intervenção -------------------------------------------------------- 10 2

Introdução O presente documento constitui o Plano Local de Prevenção dos Maus Tratos na Infância e Juventude (PLPMTIJ), referente ao triénio de 2013-2015, pretendendo-se que o mesmo seja dinâmico e evolutivo, procurando assim ao longo do seu percurso, agregar outras ações, de modo a promover uma actuação global e integrada das entidades com competência em matéria de infância e juventude. A construção do PLPMTIJ, remonta ao Projecto Tecer a Prevenção, iniciado em Maio de 2012, promovido pela Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR), cujo objectivo foi o aprofundamento e a interiorização das responsabilidade e competências da Comissão na sua modalidade de funcionamento alargada, conforme disposto no artigo 18º da Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (LPCJP) aprovada pela Lei n.º 147/99, de 1 de Setembro. A importância de priorizar a prevenção, exige organização, persistência e respeito pelas especificidades de cada uma das instituições e organizações implicadas no sistema de proteção à infância e juventude, devendo basear-se na minimização de fatores de risco e no fortalecimento de fatores de proteção. O PLPMTIJ pretende, deste modo, refletir uma prática planificada e integrada para a promoção e proteção da infância e juventude do concelho da Amadora, integrando o Plano Municipal contra a Violência, de modo a que as acções se possam desenvolver concertadamente, de forma holística e sistémica. Contribuir significativamente para uma cultura da prevenção primária no domínio dos direitos da criança constitui uma das missões mais relevantes que o sistema de promoção e proteção confia às Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (Armando Leandro, in comunicação sobre As Comissões de Proteção de Crianças e Jovens na sua Modalidade Alargada, Contributos para uma Reflexão, Março de 2008) 3

I.Visão, Missão e Lema da CPCJ da Amadora Visão A promoção e proteção dos direitos das Crianças e Jovens, encontra-se dependente da Comunidade, que partilha valores de solidariedade e cooperação, partindo do pressuposto básico de que o sucesso da intervenção junto das crianças e jovens em perigo se encontra directamente ligado à interacção e interdependência das várias instituições, na procura de soluções para a Criança e Jovem, preservando a sua individualidade, a sua cultura e as suas necessidades específicas de desenvolvimento. Missão Promover o desenvolvimento de uma rede que contribua para a transformação da família, entendendo a Criança no centro das decisões e atendendo ao seu superior interesse (princípios consagrados no art.º 4º da Lei 147/99 de 01/09). Lema É preciso toda a comunidade para proteger uma criança. 4

II Fundamentação COMISSÃO DE PROTEÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS DA AMADORA A construção do PLPMTIJ 2013-15, teve por base o diagnóstico das situações de risco e perigo, que se iniciou em maio de 2012, com as Entidades com Competência em Matéria de Infância e Juventude (ECMIJ), através do Projecto Tecer a Prevenção, ao qual aderimos com o apoio da CNPCJR. Na primeira fase de diagnóstico, participaram 48 instituições da 1ª linha, numa reunião alargada, em que foi utilizada a metodologia participativa do world Café. Ao longo de várias sessões de trabalho da Comissão Alargada, foi realizado o tratamento de dados estatísticos, que posteriormente foram tratados de forma qualitativa, em complementaridade com os dados extraídos dos últimos três relatórios de actividades. Desta forma, o PLPMTIJ, fundamenta-se no diagnóstico elaborado com base: 1- No diagnóstico participado com as ECMIJ, realizado em 2012; 2- Nos relatórios de atividades da CPCJ dos anos de 2011, 2012 e 2013; 3- Na reflexão partilhada dos diferentes elementos representativos de serviços e entidades que compõem a CPCJA e ECMIJ. Do diagnóstico participado com as ECMIJ, concluído em 2013, resultaram os seguintes indicadores de risco e de protecção: FACTORES DE RISCO Competências parentais desajustadas; Exposição a modelos parentais com comportamento desviante (violência doméstica, crime); Exposição a Comportamentos Aditivos (Toxicodependência/ Alcoolismo); Permanência irregular em território nacional; Diminuição dos recursos financeiros e humanos das instituições; Abandono escolar/ trabalho infantojuvenil; Aumento das problemáticas associadas à saúde mental; Desemprego/ Diminuição dos rendimentos: Carência sócioeconómica das famílias. FACTORES PROTECTORES Meio Organizacional e Associativo (Organismos Públicos, IPSS, Projectos Sociais); Programas de intervenção interinstitucional (Escolhas, RIIVA, SAAI, PSP policiamento de proximidade, Comissões Sociais de Freguesia, Pressley Ridge ); Rede Social colaborativa/ Prática de intervenção em parceria; Existência de Ações de intervenção na família, em contexto escolar e no âmbito de Projectos locais; Flexibilização das respostas em função das necessidades das famílias, por parte dos serviços que estão a intervir; Relação previligiada com os Núcleos de Apoio à Criança e Jovem em Risco 5

do Hospital Fernando da Fonseca e do Agrupamento dos Centros de Saúde (NHACJR e NACJR ACES+ Amadora Integraram a elaboração do PLPMTIJ, as seguintes entidades: Câmara Municipal da Amadora; Instituto da Segurança Social Serviço Local da Amadora; Ministério da Educação e Ciência; Hospital Fernando da Fonseca; Cruz Vermelha Portuguesa; Polícia de Segurança Pública ; Federação das Ass. de Pais do Concelho da Amadora; Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora; CEBESA Centro de Bem Estar Social da Amadora; Associação de Solidariedade SUBUD; Centro Social do Bairro 6 de Maio; Centro Social Paroquial da Buraca; Ass. Cultural Moinho da Juventude; Santa Casa da Misericórdia da Amadora; Associação Pressley Ridge; Associação Ajuda de Mãe; Agrupamento de Centros de Saúde da Amadora + - NACJR Assim, de acordo com os resultados da reflexão efetuada e no quadro da intervenção estratégica ao nível da Prevenção Universal, Seletiva e Indicada, considerou-se que é fundamental: A CPCJ constituir-se como entidade impulsionadora do compromisso interinstitucional na defesa dos Direitos da Criança e do Jovem, através da promoção de uma visão integrada da Promoção e Proteção da Infância e Juventude, privilegiando a intervenção precoce e promovendo a redução das situações de risco; O Plano Local de Prevenção dos Maus Tratos na Infância e Juventude, encontra-se organizado de acordo com as três áreas da prevenção (Universal, Selectiva e Indicada) e definiu cinco Eixos Estratégicos, a saber: Eixo 1: Participação da Comunidade na Proteção da Criança e do Jovem; Eixo 2: Colaboração Interinstitucional para a Promoção dos Direitos da Criança e do Jovem; Eixo 3: Promoção das Competências Parentais, em Contextos de Vulnerabilidade Social; Eixo 4: Promoção de Competências Pessoais e Sociais nas Crianças e Jovens, em Contextos de Vulnerabilidade Social; Eixo 5: Promoção de Respostas Integradas, na Proteção das Crianças e Jovens em Perigo 6

III. Prevenção Universal A Prevenção Universal ou Primária, é direcionada à população em geral, com o objetivo de prevenir a existência de situações de maus tratos ou de violência parental. Estas ações encontram-se descritas no Quadro Resumo do Plano de Intervenção (Anexo 1), estando divididas em dois grandes grupos/ eixos: Eixo 1: Participação da Comunidade na Proteção da Criança e do Jovem Eixo 2: Colaboração Interinstitucional para a Promoção dos Direitos da Criança e do Jovem Relativamente ao Eixo 1, o objetivo geral é a diminuição da prevalência dos maus tratos na Amadora, através da promoção de uma cultura de responsabilidade social partilhada. Para isso, é fundamental sensibilizar a comunidade para a importância do seu papel na prevenção. Ex. de ações: Campanha do Laço Azul, Participação na Exposição Amadora Educa, Apresentação e discussão pública do Relatório e do Plano de Atividades da CPCJA; Participação e dinamização de ações de sensibilização sobre os Direitos das Crianças e os Maus Tratos. Relativamente ao Eixo 2, pretende-se um maior envolvimento das entidades públicas e privadas do concelho, na garantia dos Direitos das Crianças e Jovens. Potenciar a efetiva proteção das crianças e jovens, baseada numa visão comum do sistema de promoção e proteção, tendo por base uma perspetiva sistémica, colaborativa e de solidariedade social. Pretende-se, assim, sensibilizar as ECMIJ para as competências da 1ª linha e dos diferentes níveis de intervenção, numa lógica subsidiária, e de acordo com os princípios consagrados no art.º 4º da LPP; Ex. de ações: Ações de formação e sensibilização sobre a importância da prevenção, da deteção precoce dos sinais de maus tratos e os procedimentos a adotar após tomada de conhecimento de uma situação de maus tratos. IV. Prevenção Seletiva A Prevenção Seletiva ou Secundária, é aquela que é dirigida a grupos específicos, visando identificar os fatores de risco relativamente à ocorrência de violência ou de maus tratos na família. Pretende-se com estas ações impedir a continuidade ou manutenção dos comportamentos violentos. Estas ações encontram-se descritas no Quadro Resumo do Plano de Intervenção (Anexo 1), estando divididas em dois grandes grupos/ eixos: Eixo 3: Promoção das Competências parentais, em Contextos de Vulnerabilidade Social Eixo 4: Promoção de Competências Pessoais e Sociais nas Crianças e Jovens, em Contextos de Vulnerabilidade Social 7

Relativamente ao Eixo 3, pretende-se promover práticas parentais impulsionadoras de um desenvolvimento saudável na criança e no jovem, designadamente através da implementação de Programas de Promoção das Competências Parentais, baseados num modelo colaborativo e vivencial. Quanto ao Eixo 4, pretende-se prevenir os comportamentos de risco nas Crianças e Jovens, que integram contextos potencialmente desencadeadores de comportamentos disruptivos e/ou de pré-delinquência. Ex. de ações: Desenvolvimento de Programas de Promoção das Competências Pessoais e Sociais, baseadas no reforço da auto-estima e do respeito pelo outro, tendo por base um modelo colaborativo e vivencial. V. Prevenção Indicada A Prevenção Indicada ou Terciária, é planeada para as crianças e jovens que já estejam sinalizadas no sistema de promoção e proteção. Pressupõe, por isso, a necessidade de uma mudança efectiva de comportamentos e padrões familiares. O objectivo é o de por termo à situação de perigo existente, bem como a de prevenir a reincidência de tal situação. Estas ações encontram-se descritas no Quadro Resumo do Plano de Intervenção (Anexo 1) no grupo/ eixo: Eixo 5: Promoção de Respostas Integradas, na Proteção das Crianças e Jovens em Perigo Este eixo apresenta três objectivos específicos: 1- Evitar a institucionalização; 2- Apoiar e acompanhar a Criança, Jovem e famílias nas suas necessidades específicas; 3- Melhorar o sistema de promoção e protecção às vítimas de abuso sexual e de maus tratos físicos. VI. Plano de Intervenção O Plano de Intervenção, define as acções a realizar, em função dos cinco eixos estratégicos e dos objectivos definidos, garantindo em simultâneo a flexibilidade necessária para a realização dos ajustamentos que se mostrarem necessários à realidade observada. Assim, de acordo com a especificidade do PLPMTIJ 2013-15, que potencia na sua estruturação a inter e transdisciplinaridade, optou-se pela constituição de cinco Grupos de Trabalho. Estes, são constituídos por: Elementos da Comissão Alargada; Representantes de serviços, instituições ou entidades que intervenham especificamente nas temáticas definidas nos diferentes eixos; 8

Representantes da comunidade ou de outras entidades públicas ou privadas que assumam particular relevância na matéria a trabalhar. Para a prossecução dos objectivos expressos no PLPMTIJ, é absolutamente vital o envolvimento da comunidade nas suas múltiplas expressões, sendo esse um dos principais desafios para que sejam plenamente alcançados os objectivos da prevenção dos maus tratos e do abuso/ negligência parental. VII. Avaliação A avaliação do PLPMTIJ é um momento essencial, na medida em que permite medir o impacto e a eficácia das ações realizadas. Por outro lado, a avaliação deve constituir-se como um instrumento de reflexão e crítica construtiva, no sentido de promover um progressivo e cada vez mais adequado ajustamento das ações às necessidades, de acordo com o território e as problemáticas identificadas. Assim, a avaliação do PLPMTIJ, decorrerá concomitantemente à concretização das ações, e baseia-se nos seguintes instrumentos: Escalas de avaliação respondidas pelo público alvo a que se destinam as ações; Escalas de avaliação respondidas pelos parceiros e ECMIJ; Análise dos relatórios de atividade da CPCJ; Análise das sinalizações enviadas à CPCJ (designadamente quanto à qualidade e nível de profundidade das intervenções prévias à referenciação). Poderão, no decurso do PLPMTIJ, ser identificados outros instrumentos de avaliação pertinentes. 9

Quadro Resumo do Plano local de Prevenção dos Maus Tratos na Infância e Juventude (PLPMTIJ) 2013/2015 Lema: É preciso toda a comunidade para proteger uma criança Tipo de Prevenção Eixos Estratégicos Objetivo Geral Objetivos Específicos Ações População Alvo Parceiros para a Execução Responsáveis pela execução e acompanhamento da Ação Calendarização UNIVERSAL EIXO 1 PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO JOVEM Sensibilizar a comunidade para a importância do seu papel na prevenção da violência e dos maus tratos nas crianças e jovens; Diminuir a prevalência dos maus tratos na Amadora, através do desenvolvimento de uma cultura de responsabilidade social partilhada. A.1. Apresentação e discussão pública do Relatório e do Plano de Atividades da CPCJA A.2. Participação no Amadora Educa A.3. Participação e/ ou dinamização de ações de sensibilização sobre os Direitos das Crianças e a existência de Maus Tratos A.4. Campanha do Laço Azul Sociedade Civil/ ECMIJ/ Crianças e Jovens Todos os parceiros que constituem formalmente a CPCJ e outras entidades publicas ou privadas que desejem associar-se. CPCJA e ECMIJ A1,A2,A3,A4 e A5 - Anual A.6. 2014 (março a maio) A.5. Participação em exposições de trabalhos alusivos à Prevenção do Abuso Infantil e divulgação da intervenção da CPCJA e das instituições que a integram. A.6. Concurso do logotipo para a CPCJ; 10

Eixo 2 COLABORAÇÃO INTERINSTITUCIONAL PARA A PROMOÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO JOVEM Potenciar a efetiva proteção das crianças e jovens, baseada numa visão comum do sistema de promoção e proteção, tendo por base uma perspetiva sistémica, colaborativa e de solidariedade social. Maior envolvimento das entidades públicas e privadas do concelho, na garantia dos Direitos das Crianças e Jovens. Sensibilizar as ECMIJ para: a) A importância da prevenção dos maus tratos no seu contexto institucional; b) A deteção precoce dos sinais de maus tratos; c) Os procedimentos a adotar após tomada de conhecimento de uma situação de maus tratos; d) O enquadramento legal para a intervenção em situações de risco e perigo, as competências da 1ª linha e dos diferentes níveis de intervenção, numa lógica subsidiária, e de acordo com os princípios consagrados no art.º 4º da LPP; e) A Integração de ações de prevenção universal, seletiva e indicada de comportamentos de risco nos Projetos A.7. Apresentação e discussão pública do Relatório e do Plano de Atividades da CPCJA A.8. Participação no Amadora Educa A.9. Participação e/ ou dinamização de ações de sensibilização/ formação sobre: A.9.1. Direitos da Criança e do Jovem A.9.2 Maus Tratos Físicos e Abuso Sexual; A.9.3. Mutilação Genital Feminina/ Excisão A.9.4. Procedimentos a adotar após tomada de conhecimento dos maus tratos ou negligência parental; A.9.5. Violência Doméstica A.9.6.. Toxicodependências A.9.7. Apadrinhamento Civil A.10. Encontro com os Agrupamentos de Escolas: Partilha de Projetos no âmbito da Prevenção. A.11. Encontros de trabalho com as escolas públicas e privadas do concelho. A.12. Encontros de trabalho com a FAPCA e associações de pais e encarregados de educação. A.7, A.8: ECMIJ e Sociedade Civil A.9 CPCJ e ECMIJ A.10., A.11 Comunidade Escolar A.12.: Famílias A.13.: Professores A.7.CPCJA A.8.: CMA/Estabeleci mentos de Ensino A.9.: CPCJA/CNPCJR /ECJ/ACES Amadora/HFF/ SCMA/ Associação Aguinenso de Solidariedade Social/ Questão de Igualdade - Associação para a Inovação Social /ETA- SICAD/ DIAP A.10. CMA/Agrupame ntos de Escolas A.12. FAPCA A.13. CFAECA A.7., A.8.: CPCJA A.9.: CPCJA/CNPCJR/E CJ/ACES Amadora/HFF/ SCMA/ Associação Aguinenso de Solidariedade Social/ Questão de Igualdade - Associação para a Inovação Social /ETA-SICAD/ DIAP A.10, A.11, A.12.e A.13: CPCJA A.7 a A.10: Anual A11: Mensal A.12: Semestral A.13. 2014/15 11

Educativos de Escola. f) A Integração de ações de prevenção universal, seletiva e indicada de comportamentos de risco nos Planos de Atividades das ECMIJ. A.13. Propor formação na LPP credenciada para professores (CFAECA Centro de Formação Associação de Escolas do Concelho da Amadora) Sensibilização junto de dirigentes institucionais e líderes políticos, para um envolvimento efetivo das entidades na promoção e proteção dos direitos da Criança. Obter uma maior representatividade das ECMIJ na CPCJA A.14. Reuniões com os dirigentes das instituições. Dirigentes das ECMIJ CMA/ISS/MEC CPCJA 2014/2015 SELETIVA Eixo 3 PROMOÇÃO DAS COMPETÊNCIAS PARENTAIS, EM CONTEXTOS DE VULNERABILIDDAE SOCIAL Promover práticas parentais impulsionadoras de um desenvolvimento saudável na criança. Promover a vinculação precoce da criança com as suas figuras significativas. Desenvolver e aprofundar competências ao nível da gravidez, prestação de cuidados básicos e de práticas educativas protetoras relativas à primeira infância. Favorecer a partilha A.15. Sessões lúdicas com a criança/ bebé e a mãe/ pai ou cuidador, no domicílio preferencialmente; A.16. Sessões e dinâmicas de grupo sobre temas, como: a) Características do desenvolvimento infantil ; b) Necessidades das crianças de acordo com as etapas do seu desenvolvimento; c) A importâncias dos limites na Famílias: mães, pais e/ou cuidadores. Programa Roldana Programa Mira Kapaz NUPIC Associação Penélope Villar Associação Ajuda de Mãe Associação Cultural Moinho da Juventude SCMA Centro Social 6 de Maio ASSUBUD A decorrer durante o ano 12

de experiências e preocupações parentais. Ajudar os pais a desenvolver o autoconhecimento e autoconfiança; Promover a rede de suporte social entre as mães; Desenvolver estratégias de resolução de problemas; Aumentar a proatividade. Educação; e) A importância do amor firme; f) Desenvolver competências de comunicação assertiva na interação com os filhos ; g) Gestão Doméstica; Pressley Ridge CVP- Delegação da Amadora Eixo 4 PROMOÇÃO DE COMPETÊNCIAS PESSOAIS E SOCIAIS NAS CRIANÇAS E JOVENS, EM CONTEXTOS DE VULNERABILIDADE SOCIAL Promover o conhecimento dos direitos e dos deveres das Crianças e Jovens em situação de vulnerabilidade social. Prevenir comportamentos de risco.. Promover a responsabilidade e participação social A.17. Implementação de Programas promotores do respeito pelo outro, da auto-estima e auto-conhecimento, da aquisição da autonomia, do respeito pelos limites, da relação inter-pessoal, valores A.18. Realização de Assembleias com Crianças e Jovens Crianças e Jovens Crianças e Jovens Centro Social 6 de Maio Centro Social 6 de Maio Escolas/CMA/ CPCJA 2015 A decorrer durante o ano 13

Prevenção da Vitimização Promover a participação dos jovens na reflexão sobre os vários tipos de comportamento no namoro. A.19.Ações de Sensibilização sobre a Violência no Namoro Crianças e Jovens Centro Social 6 de Maio/ Questão da Igualdade Centro Social 6 de Maio/ Questão da Igualdade A decorrer durante o ano Prevenção de Reincidência de comportamentos desviantes Aumentar a autoestima e o sentimento de pertença à comunidade, atendendo aos valores de integração numa sociedade. A.20. Ações sobre os direitos e os deveres. Trabalho sobre a cidadania e valores. Apoio no desenvolvimento de um projeto de vida. Jovens acompanhados pela equipa RSI SCMA com registo de prédelinquência e delinquência SCMA/PSP SCMA/PSP A decorrer durante o ano INDICADA EIXO 5 PROMOÇÃO DE RESPOSTAS NA PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS EM PERIGO Desenvolver respostas especializadas e complementares de proteção às crianças e jovens em perigo;. Evitar a institucionalização Apoiar e acompanhar a Criança/ o Jovem e a Família nas suas necessidades específicas. A.21. Desenvolver uma resposta de famílias idóneas, em alternativa à institucionalização: bolsa de famílias amigas/ famílias de acolhimento. A.22. Criação de Programas de Apoio à Criança e à Família, com respostas ao nível da saúde mental e da promoção das competências parentais. Crianças e Jovens em Perigo, sem alternativa de permanência no seu seio familiar de origem. Crianças e Jovens em Perigo e suas famílias CPCJA/ CMA/ ISS/SCMA / Pressley Ridge CPCJA/ CMA/ ISS/SCMA/Pressley Ridge 2014/15 CPCJA/ ECMIJ ECMIJ 2014/15 Melhorar o sistema de proteção às vítimas de abuso sexual e de A.23. Constituição de um grupo interdisciplinar para elaboração de Guia Entidades com Competência em Matéria de CPCJA/ISS- ECJ/Escolas, ACES CPCJA/ISS- ECJ/Escolas, ACES Amadora+ NACJR/ 2014/15 14

maus tratos físicos na Amadora. de Procedimentos para a Proteção da Criança ou Jovem Vítima de Maus Tratos Físicos e/ou Abuso Sexual. Infância e Juventude (ECMIJ) Amadora+ NACJR/ HFF- NHACJR/ PSP/ Ministério Público/ CNPCJR. HFF- NHACJR/ PSP Legenda: ECMIJ Entidades com Competência em Matéria de Infância e Juventude CPCJA Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da Amadora ISS Instituto de Solidariedade e Segurança Social ECJ Equipa de Crianças e Jovens do ISS FAPCA- Federação das Associações de Pais do Concelho da Amadora NACJR- Núcleo de Apoio á Criança e Jovem em Risco do Agrupamento dos Centros de saúde NHACJR- Núcleo Hospitalar de Apoio á Criança e Jovem em Risco SCMA Santa Casa da Misericórdia da Amadora DIAP Departamento de Ação e Investigação Penal Tribunal da Amadora ETA SICAD: Equipa de Tratamento da Amadora do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências SFRAA- Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora CEBESA Centro de Bem Estar Social da Amadora ASUBUD- Associação de Solidariedade SUBUD INML Instituto Nacional de Medicina Legal 15

HFF Hospital Fernando da Fonseca ACES Amadora +: Agrupamento dos Centros de Saúde da Amadora CVP-Delegação da Amadora: Cruz Vermelha Portuguesa-Delegação da Amadora NUPIC - Núcleo de Psicologia e Intervenção Comunitária Notas: Cada eixo tem um grupo responsável pela execução das ações. O Plano é um instrumento estratégico dinâmico, pelo que, à medida que as ações se vão desenvolvendo, o grupo pode propor a integração/ agregação de ações de outras entidades. As instituições que integram o plano, apresentam em anexo o seu programa de ação. 16