Pelouro do Desenvolvimento Social
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- Maria Antonieta Cesário Castelo
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1 Pelouro do Desenvolvimento Social Novembro de 2012
2 ENQUADRAMENTO A problemática do envelhecimento da população constitui uma importante oportunidade de desenvolvimento social, uma vez que uma sociedade que possui mais cidadãos em idades avançadas encontra-se perante o desafio de repensar as suas estruturas sociais. As Grandes Opções do Plano (GOP) orientam a actuação da Câmara Municipal de Lisboa para as políticas de proximidade, entre as quais se destacam as políticas sociais. Estas devem permitir o desenvolvimento de acções mais próximas dos cidadãos idosos, capacitadoras da sua autonomia e independência, acessíveis e sensíveis às suas necessidades, que permitam minimizar custos, evitar dependências, humanizar os cuidados e ajustar-se à diversidade que caracteriza o envelhecimento da população. Paralelamente às GOP, também outros documentos estratégicos, nomeadamente o Plano Gerontológico Municipal (PGM), o Plano de Desenvolvimento Social de Lisboa , o Estudo Seniores de Lisboa: Capital Social e Qualidade de Vida (Instituto de Envelhecimento), entre outros, têm vindo a reforçar a necessidade de encontrar respostas que promovam a melhoria das condições de vida da população mais envelhecida, principalmente a que se encontra em situação de isolamento e vulnerabilidade física e psicossocial. Reforça-se, ainda, que 2012 é o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações (AEEA), o que implica, entre muitos outros contributos, a valorização da intergeracionalidade como resposta social que deve ser incentivada e exponenciada. No ano passado, o Regimento de Sapadores Bombeiros e o Departamento de Protecção Civil da Câmara Municipal de Lisboa receberam 1511 chamadas de abertura de porta com socorro, tendo sido salvas 1129 pessoas e resolvidas 303 situações de risco. No entanto, 79 pessoas foram encontradas mortas. Esta realidade coloca em 2
3 evidência a existência de casos de idosos isolados em situações de grave carência e risco de vida que urge resolver. Neste sentido, em Fevereiro de 2012 iniciou-se a Operação S.Ó.S. com o objectivo de sensibilizar a comunidade para esta problemática e desenvolver uma resposta de emergência, associada a um número verde Esta resposta de emergência pode ser accionada pelos munícipes ou entidades, através de um telefonema de sinalização de situações de isolamento social, activando a resposta de socorro da SALOC (Sala de Operações Conjunta), onde se encontram elementos do Departamento de Protecção Civil, do Regimento de Sapadores Bombeiros e da Polícia Municipal, 24 horas por dia e 365 dias por ano. Após a intervenção de emergência, em caso de necessidade de acompanhamento social, é fulcral a criação de uma resposta integrada, passível de responder às diferentes casuísticas, e continuada no tempo. Outras entidades da Rede Social de Lisboa, com destaque para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que levou a cabo em 2012 um levantamentos exaustivo e personalizado da situação dos idosos em Lisboa, têm vindo a identificar necessidades de resposta diversificadas, mas muitas vezes bastante urgentes, quer ao nível da habitação e da saúde, quer do quadro de vida quotidiano. As respostas adequadas e rápidas a estas necessidades devem ser articuladas entre as entidades com recursos e meios disponíveis, por forma a não haver sobreposições nem adiamentos que podem ser fatais. Tanto mais que sabemos que a génese do isolamento está associada à conjugação de um conjunto de fatores, nomeadamente fracos rendimentos, situações de doença e rarefação ou inexistência de redes de sociabilidade, os quais por sua vez são fortemente condicionados por défices de acessibilidade no espaço público e na própria habitação. 3
4 É neste contexto que surge o Programa Municipal Ajuda Lisboa (PMAL), que pretende constituir-se como uma resposta social, integrada e articulada em parceria com outras entidades, às situações de isolamento e dependência identificadas, num modelo de gestão de caso. Através de uma plataforma colaborativa on-line, bem como de um conjunto de respostas em rede previamente articuladas, pretende-se garantir uma melhor cobertura das situações referenciadas e uma gestão de casos mais eficaz, com evidentes benefícios para os munícipes de Lisboa, em particular os mais vulneráveis. Apesar de o PMAL pretender ser a extensão da operação S.Ó.S., deverá poder responder a outras sinalizações de vulnerabilidade social que surjam e que se enquadrem nos seus objectivos. Para além da intervenção institucional, é preciso recordar que o voluntariado é cada vez mais uma variável fundamental no reforço da coesão e desenvolvimento social. Neste programa, o voluntariado municipal assumirá um papel relevante, quer pelo acompanhamento realizado por voluntários inscritos no Banco de Voluntariado para a Cidade de Lisboa (BVL), quer pela promoção do voluntariado sénior, como ferramenta essencial na promoção do envelhecimento activo. Destaca-se, ainda, que a implementação do PMAL se conjuga com a atribuição em Lisboa de equipamentos de teleassistência, adquiridos pela CML com o patrocínio da Fundação PT, ao abrigo do respectivo protocolo de colaboração. OBJETIVO GERAL Criação de parcerias em rede para responder de forma articulada a situações de isolamento social dos munícipes, em particular dos cidadãos idosos, destacando-se os casos identificados pela operação S.Ó.S. ou por outros levantamentos, levados a cabo pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ou pelo Centro Distrital de Lisboa do Instituto de Segurança Social. 4
5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Promover o acesso à prestação de cuidados e serviços que respondam às necessidades da população, em particular os idosos que se encontrem em situação de isolamento, destacando-se: a) Saúde Melhoria do acesso aos cuidados de saúde e qualificação de respostas às necessidades de saúde dos idosos, nomeadamente através do acesso directo e mais imediato aos serviços do SNS, seja no domicílio ou no próprio centro de saúde. b) Segurança Reforço dos níveis de segurança efectiva e percepcionada, através de articulação privilegiada com o Programa Integrado de Policiamento em Proximidade da PSP, bem como do reforço da Rede Social, entre outras acções. c) Serviços da Comunidade Promoção do acesso a serviços da comunidade que respondam a necessidades identificadas. Acompanhamento nas actividades instrumentais da vida diária no exterior da habitação (ir às compras, ao médico, à farmácia, etc.) ou estruturação de alternativas em caso de situações de incapacidade, sendo assegurado por voluntários do Banco de Voluntariado de Lisboa, designadamente através de acções de cariz intergeracional, ou pelas Juntas de Freguesia. d) Cidadania e Participação Promoção do acesso à informação de forma a contribuir para um maior empoderamento das pessoas idosas. Promoção da participação em actividades culturais, sociais ou outras, que possibilitem um sentimento de pertença e uma intervenção cívica mais activa, com a participação das Juntas de Freguesia. e) Conforto na Habitação Articulação com o Programa Acupunctura Urbana para pequenas obras, bem como melhoria da utilização e adequação do espaço habitacional às necessidades dos idosos (mudança de lâmpadas, arrumação, etc.), através de recursos da comunidade, voluntariado, relações de vizinhança ou outros. PÚBLICO-ALVO ESTRATÉGICO Toda a comunidade da Cidade de Lisboa. 5
6 PÚBLICO-ALVO FINAL Munícipes de Lisboa que se encontrem em situação de isolamento social, doença ou incapacidade, em particular cidadãos idosos. OPERACIONALIZAÇÃO 1. As situações serão sinalizadas de duas formas: a) Munícipes e outras entidades através do número do SALOC ( ); b) Entidades parceiras (Juntas de Freguesia, Parceiros da Rede Social de Lisboa, Ministério Público - Departamento de Investigação e Acção Penal, Agrupamentos de Centros de Saúde, entre outras) que o farão directamente numa plataforma online de sinalização e gestão de caso, que estará em articulação com o SALOC, para a qual a CML dará formação e acesso ou diretamente para o (SALOC). 2. A justificação para que as sinalizações sejam sempre remetidas para o SALOC prende-se com a necessidade de prevenir situações de emergência que possam estar camufladas. 3. Após triagem pelo SALOC, e no caso de ser uma situação do foro social, a mesma será remetida para análise social por técnico do Departamento de Desenvolvimento Social e devidamente encaminhada para a resposta ou serviço competente. Podem ser accionados três níveis de resposta: o Situações relativamente integradas que necessitam de reforço do suporte social, através da mobilização de parceiros da Rede Social ou voluntários locais; o Situações já referenciadas a alguma entidade mas que necessitam de melhor enquadramento para outras necessidades identificadas que ainda se encontrem sem resposta; 6
7 o Situações não referenciadas a nenhuma entidade, sendo encaminhadas para as entidades competentes para resposta às necessidades identificadas. CRONOGRAMA 1ª fase preparação de parcerias Medida 1 - Articulação com a Rede Social de Lisboa, nomeadamente Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Centro Distrital de Lisboa do Instituto de Segurança Social, e outras entidades parceiras, com o objectivo de definir procedimentos de intervenção e interlocutores privilegiados para formalização de Protocolos de Colaboração. Medida 2 - Acções de formação de voluntários e técnicos envolvidos no PMAL. Medida 3 Articulação com as Juntas de Freguesia no quadro de delegação de competências para o ano de Medida 4 Construção da plataforma colaborativa. 2ª fase Divulgação e implementação Medida 1 - Divulgação do PMAL e sensibilização da comunidade para a problemática do Isolamento Social e do Envelhecimento. Medida 2 Assinatura de protocolos de colaboração com as entidades da Rede Social ou outras Medida 3 Atribuição de 1000 equipamentos de teleassistência a pessoas que se encontrem em situação de isolamento social, doença ou incapacidade, em particular cidadãos idosos. Medida 4 Definição e produção de indicadores para o acompanhamento e gestão de caso. AVALIAÇÃO O PMAL será avaliado e monitorizado mensalmente. 7
8 FLUXOGRAMA OPERAÇÃO S.Ó.S. LISBOA E PROGRAMA MUNICIPAL AJUDA LISBOA Sinalização Triagem Intervenção Munícipes Outras entidades Juntas de Freguesia N.º VERDE CASO EMERGÊNCIA SMPC, RSB, PM CML SALOC SCML Seg. Social PLATAFORMA ON-LINE JF, SCML, ACES, PSP, IPSS PSP IPSS SALOC CASO SOCIAL CML/DDS PROGRAMA MUNICIPAL AJUDA LISBOA VOLUNTÁRIOS ACES DIAP OUTRAS ENTIDADES COMPETENTES 8
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