ese RECURSOS AÇÕES REALIZADAS DISSEMINAÇÃO DO ESTUDO ACONTECEU a b c d NEWSLETTER julho 2014 INSTITUTO DE ESTUDOS SOCIAIS E ECONÓMICOS

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Transcrição:

ese INSTITUTO DE ESTUDOS SOCIAIS E ECONÓMICOS 2 NEWSLETTER julho 2014 Resultados intermédios do Estudo Adultos de baixa escolaridade Novos desafios para a Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV) em Portugal : evolução da participação dos adultos de baixa escolaridade em ações de educação e formação (2008-2012) e análise das principais motivações e constrangimentos à participação em ALV. RECURSOS AÇÕES REALIZADAS DISSEMINAÇÃO DO ESTUDO ACONTECEU a b c d

Adultos de baixa escolaridade novos desafios para a Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV) em Portugal A participação em educação e formação de adultos em Portugal foi, nos últimos anos, bastante expressiva. Como ilustra o gráfico seguinte o número de formandos abrangidos, entre 2008 e 2012, nas modalidades previstas no Eixo 2 do POPH, particularmente nas FMC e nos RVCC, foi muito elevado. outras modalidades, embora decrescendo também nos últimos anos, a quebra muito significativa da participação em RVCC a partir de 2011 ou o volume que as FMC ainda mantêm entre 2011 e 2012, apesar da tendência generalizada de redução do número de formandos abrangidos. Nº de formandos por modalidade de Formação (2008-2012) 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 0 2008 2009 2010 2011 2012 EFA RVCC FMC Fonte: Dados de execução do SIIFSE, Outubro de 2013. A forte expansão da rede de oferta de educação e formação de adultos, impulsionada quer pela Iniciativa Novas Oportunidades e pela expressão que os processos de RVCC assumiram, quer pela adoção do CNQ e das FMC como modalidade de formação também financiada pelo POPH, viria a gerar um aumento muito significativo do número de formandos abrangidos, particularmente entre 2008 e 2009. Ainda que com um volume de formandos tendencialmente em redução partir de 2009, esta redução foi mais significativa a partir de 2011, e, sobretudo, na modalidade de RVCC. Para além da importância da estruturação destas ofertas, as suas próprias características e as alterações que ao longo do tempo viriam a ser introduzidas na sua capacitação parecem, de facto, condicionar fortemente a trajetória registada no volume de participantes. Veja-se, por exemplo, a expressão menor e mais constante que assumiram sempre os cursos EFA, comparativamente às duas Para além do volume, registaram-se, também, neste período, algumas alterações no perfil da procura, em grande parte condicionadas pelas (des) continuidades da oferta. Apesar do predomínio de formandos entre os 25 e os 49 anos, empregados e de baixas qualificações escolares (igual ou inferior ao 3.º ciclo do básico), ao longo do período cresceu o peso dos mais velhos, dos desempregados e das qualificações médias e superiores. Em 2012, os formandos entre os 50 e 64 anos representavam cerca de 19%, enquanto em 2008 eram 11,5%. Os desempregados chegaram a 50% dos formandos abrangidos (em 2008 representavam apenas 30%). E os formandos com qualificações médias e superiores, que em 2008 eram 18%, em 2012 representavam mais de 40% do total. Uma distribuição que, particularmente nos últimos anos, foi, sobretudo, influenciada pelo peso que as FMC assumem. Já a participação mais expressiva das mulheres (57%) relativamente à dos homens manteve-se estável.

Se tivermos em linha de conta os últimos dados do IEFA 2011 (INE), o panorama da participação dos adultos em ALV em Portugal, embora melhor do que em 2007 (INE, IEFA, 2007), revela ainda o grande desafio que temos pela frente. Há ainda uma proporção considerável de adultos (18-69 anos) 58,2% que não participou em ALV (educação formal e educação não formal). Os que participaram 41,8% fizeram-no, sobretudo, em educação não formal. Embora a participação em educação formal tenha sido também maior em 2011 do que em 2007, ela é ainda muito pouco expressiva face à participação dos adultos em educação não formal. Foi, aliás, o acréscimo muito significativo deste último indicador que contribuiu para o aumento registado entre 2007 e 2011 no número de adultos que participou em ALV. Neste caso, foram também mais importantes as razões relacionadas com o trabalho, nomeadamente a possibilidade, através da formação contínua, de abrir novas perspetivas profissionais, ou de melhorar o desempenho, as perspetivas carreira e a segurança no emprego. Mas os dados do IEFA 2011 permitem-nos, também, ter uma perceção mais clara acerca das motivações dos adultos para a ALV. A partir do quadro seguinte é possível distinguir não apenas dois grupos os que participaram e os que não participaram em ALV mas quatro grupos de adultos que, tendo ou não participado em ALV, parecem ter motivações distintas face a essa possibilidade: os que participaram em ALV e quiseram participar mais, aos quais chamamos de convertidos, e que representam apenas 12% dos inquiridos; os que apesar de terem participado, não quiseram participar mais os desanimados que representam 30%; os que não participaram mas que ainda assim quiseram participar - os esperançados, que são apenas 7%; e finalmente os resistentes, aqueles que não participaram nem quiseram participar, e que são 51% dos inquiridos. QUIS PARTICIPAR (MAIS) NÃO QUIS PARTICIPAR (MAIS) PARTICIPOU CONVERTIDOS ESPERANÇADOS 11,9% 7,0% DESANIMADOS RESISTENTES 29,9% 51,2% Fonte: IEFA 2011. NÃO PARTICIPOU Nota: Denominações dos grupos dadas pelos autores. Destes dados, parece claro que o desencorajamento e a resistência à participação em ALV são, de facto, ainda muito significativos em Portugal. Os desanimados e resistentes, ou seja, os que indicaram que, nos 12 meses anteriores à aplicação do inquérito, não quiseram participar em ALV, representam cerca de 81% dos adultos inquiridos. Serão estes certamente os mais difíceis de conquistar, não apenas pela dimensão que assumem, como também pela dificuldade do esforço da sua mobilização para a ALV. Entre os resistentes, o grupo mais significativo (51%), estão, com maior expressão, os adultos mais velhos (71% têm entre 45 e 69 anos de idade) e menos qualificados (85% com o ensino básico). Apesar do grande peso de inativos (41%) neste grupo, 47% estão empregados, o que revela a importância que a educação e a formação contínua pode ainda assumir para a vida ativa. Os desanimados (30%) são mais novos (62% entre os 18-44 anos), na sua maioria estão empregados (68,5%) e cerca de metade tem baixas qualificações (53%), o que revela, neste caso, o carácter imprescindível que a aprendizagem ao longo da vida deverá assumir para este segmento de adultos e a necessidade premente de lhes proporcionar oportunidades de educação e formação relevantes e mais ajustadas às suas preferências e condições.

a RECURSOS EUROPEAN VACANCY MONITOR O Observatório Europeu lançou a edição n.º 12 do European Vacancy Monitor em Fevereiro de 2014. A publicação destaca um conjunto de tendências registadas para a Europa entre 2012-2013: Redução geral do número de vagas de emprego, com exceção de poucos casos onde se inclui Portugal em que se verificou um aumento significativo, acima dos 5%, do volume de vagas de emprego sendo a maioria dessas registadas no setor do comércio. O recrutamento continua a diminuir, contribuindo para tal a forte diminuição registada no caso dos artífices e trabalhadores similares. Apenas em profissões elementares que exigem um nível baixo ou médio de qualificações se registou um aumento dos recrutamentos. As contratações diminuíram principalmente para os trabalhadores menos qualificados (-14% para os que detêm o nível de ensino básico e -6% para os que detêm o nível de ensino secundário), o que confirma a ideia de que os trabalhadores com níveis de educação superiores têm melhores prospetivas de emprego, embora se verifique um declínio generalizado das contratações. Portugal tem um comportamento semelhante no que concerne as contratações por nível de escolaridade quando se verifica que são os menos qualificados que são menos contratados, embora se registe um quadro de aumento do número de vagas e de contratações e se constate que cerca de metade dos contratados têm baixa escolaridade. Os países que compõem o centro e norte da europa desenvolvem, principalmente, atividades profissionais que exigem pessoal altamente qualificado enquanto os países do este e sul da europa detêm um perfil b AÇÕES REALIZADAS A Equipa do Estudo realizou o tratamento e análise das bases de dados enviadas pelo POPH e dos microdados relativos ao Inquérito à Educação e Formação de Adultos (IEFA 2011, INE). O primeiro instrumento possibilitou a caracterização da evolução recente (2008-2012) da participação dos adultos em Educação e Formação por modalidade, ano, género, escalão etário, situação face ao emprego, escolaridade, área de formação, região e número de inscritos e certificados (escolar e profissional). de população que desempenha, sobretudo, profissões manuais especializadas. O aumento da qualificação da população (qualificação média) enquadrada num cenário de profissões pouco qualificadas sugere que as pessoas com qualificação média são sobre qualificadas para os empregos disponíveis em Portugal. (http://ec.europa.eu/social/blobservlet?do cid=11426&langid=en) INQUÉRITO EUROPEU SOBRE COMPETÊNCIAS (EU-SKILLS) O CEDEFOP começou a recolher dados para realizar o primeiro Inquérito sobre as Competências na Europa. Cerca de 50.000 trabalhadores adultos dos 28 Estados-Membros da União Europeia serão auscultados com o intuito de identificar se as suas competências estão desajustadas e de que forma se podem desenvolver durante a carreira. O nível de competências necessárias para o trabalho em empregos menos especializados é geralmente menor, ao passo que nas profissões mais especializadas, em que ocorrem mudanças rápidas nas tecnologias, é necessária uma permanente atualização e aquisição de novas competências. Seja qual for a sua causa, o desajustamento de competências representa uma perda significativa de investimento nas pessoas e tem custos económicos e de bem-estar importantes para as empresas e indivíduos. Este inquérito permitirá identificar as causas do desajustamento das competências e em que medida a formação profissional inicial e contínua pode resolver o problema. Desta forma, permitirá detetar novas necessidades de educação e de qualificação em diferentes profissões e avaliar até que ponto as competências básicas e genéricas de indivíduos são valorizados no mercado de trabalho. A base de dados IEFA 2011 permitiu realizar a análise das respostas dos 14.189 indivíduos inquiridos relativamente à participação em ações de educação e formação formal e não-formal e principais motivações e obstáculos à participação. Numa vertente mais inovadora do trabalho desenvolvido no âmbito do Estudo, a Equipa do Estudo desenvolveu um modelo explicativo da participação dos adultos em ações de Aprendizagem ao Longo da Vida em que se testa a importância de um conjunto de características e condições socioeconómicas dos indivíduos e de diferentes atitudes e comportamentos relativamente à probabilidade de participar em ações de educação formal e não-formal. DESENVOLVIMENTO DAS ESTRATÉGIAS IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA EUROPEU DE CRÉDITOS PARA A EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAIS (ECVET 2013) O CEDEFOP divulgou o quarto relatório referente ao desenvolvimento das estratégias de implementação do Sistema Europeu de Créditos para a Educação e Formação Profissionais (ECVET). A análise realizada (que incluiu mais de 70 representantes e parceiros sociais, especialistas e operadores de educação e formação, provenientes de 38 países e regiões) demonstra que na maioria dos casos não se verifica uma reforma efetiva a um nível institucional e sistémico. No caso português, um dos principais problemas identificado pelo CEDEFOP reside no facto de a maioria do sistema de qualificações não ser definido em termos de resultados de aprendizagem, ressalvando a existência de uma revisão em curso. De igual forma, essa centralização das aprendizagens na certificação curricular é o maior obstáculo para a transferência de competências adquiridas no estrangeiro, nomeadamente em programas como o Leonardo da Vinci, a par da dificuldade na mobilidade entre cursos da oferta qualificante portuguesa. Nos processos de validação das aprendizagens informais e não-formais as principais dificuldades estão relacionadas com a duração do processo, a falta de conhecimento acerca das suas vantagens e a pouca credibilização da certificação obtida. No dia 28 de Fevereiro de 2014, a equipa do Estudo organizou um Workshop com vista à apresentação e discussão dos resultados preliminares do Estudo, em particular: Participação dos adultos por modalidades de Educação e Formação evolução recente e Participação em ALV: distintas motivações e modelo explicativo. A sessão contou com a participação de 20 atores chave com intervenção na formação profissional de adultos e na promoção de ações de educação e formação ao longo da vida, oriundos de várias entidades: ANQEP, CECOA, CINEL, CITEFORNA, IGFSE, CCP, ACIDI, CAP, IEFP, CEFOSAP, INETESE, UGT e Associação O Direito de Aprender.

c DISSEMINAÇÃO DO ESTUDO ACONTECEU E ESTIVEMOS LÁ O Campeonato Nacional das Profissões realizou-se este ano no Porto, entre os dias 25 a 30 de maio. Em competição estiveram cerca de 350 jovens apurados em fase de pré-seleção com base em elevados níveis de desempenho. Estes jovens competiram em 45 profissões. Em paralelo com a realização do Campeonato das Profissões, o IEFP, através do Centro Nacional de Qualificação de Formadores (CNQF), organizou um conjunto de 6 seminários/debates, de 26 a 29 de maio, Centro de EFP Porto. Neste âmbito o IESE participou no Seminário Aprendizagem ao longo da vida e empregabilidade no qual foram apresentados os principais resultados do Estudo, evidenciando as motivações e os fatores explicativos da participação dos jovens adultos em processos de ALV. Conferência Local Change, Social Actions and Adult Learning, promovida pela European Society for Research on the Education of Adults (ESREA). O IESE submeteu um abstract e participou na Conferência Internacional no Instituto de Educação entre os dias 26, 27 e 28 de Junho de 2014. Nesta conferência, a Equipa do Estudo teve a oportunidade de fazer a apresentação com o título Convincing resistant and discouraged adults for lifelong learning: the role of national strategies and local communities, subordinada ao tema Bottom-up and top-down decision making processes: how can local decision concerning adult education and development influence national and global policy orientations? que se realizou no dia 28 de Junho de 2014 entre as 9h00 e as 11h00. CONFERÊNCIA FORMAR NA EMPRESA E NA ESCOLA - UM MODELO DUAL PARA PORTUGAL promovida pela SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, no dia 15 de Janeiro, na Microsoft Portugal em Lisboa, debateu a adoção do modelo de Ensino Dual por Portugal como forma de possibilitar aos jovens a aquisição de competências específicas dos postos de trabalho e, simultaneamente, competências comportamentais exigidas no dia-a-dia do mundo do trabalho, e, assim, ocupar os postos de trabalho vagos por falta de candidatos com as qualificações e competências adequadas. SEMINÁRIO SROI PARA PRINCIPIANTES enquadrado no Projeto Employability and Skills Anticipation Policies: a Social ROI (SROI) Approach (cofinanciado pela União Europeia ao abrigo do subprograma Leonardo Da Vinci à Câmara de Loures), realizado no CECOA, dia 25 de junho, onde se ficou a conhecer a Metodologia SROI e alguns casos de sucesso. PROJETO RESLEA foi divulgado no seminário nacional, realizado no CECOA Centro de Formação Profissional para o Comércio e Afins, no dia 28 de novembro. O projeto RESLEA tem como principal objetivo contribuir para o desenvolvimento de abordagens inovadoras e de instrumentos específicos de combate ao abandono escolar precoce, aspeto considerado crucial a uma eficaz participação na Aprendizagem ao Longo da Vida e a uma melhor integração na sociedade. O debate animado por Roberto Carneiro centrou-se na metodologia e nos resultados do teste piloto realizados no âmbito do Projeto RESLEA. ESTRATÉGIA DE COMPETÊNCIAS DA OCDE O primeiro workshop de três a realizar em território nacional no âmbito do Projeto Estratégia de Competências da OCDE teve lugar em Lisboa, no Salão Macau do Museu do Oriente, no dia 9 de abril de 2014, entre as 10.00h e as 17.00h. O Projeto desenvolvido em parceria com a OCDE tem como principal objetivo identificar os pontos fortes e os desafios do sistema de competências nacional, de forma a promover o desenvolvimento de políticas transversais que assegurem melhores competências, melhores empregos, maior crescimento económico e coesão social. A publicação Estratégia de Competências da OCDE: Melhores competências, melhores empregos, melhores condições de vida - Uma Abordagem Estratégica das Políticas de Competências (http://skills.oecd.org/documents/ oecdskillsstrategy.html) apresenta o tema organizando informação relevante em 4 capítulos: Desenvolvimento de competências relevantes ; Ativação da oferta de competências ; Usar as competências de maneira eficaz ; e O caminho a percorrer. www.iese.pt Rua Instituto Industrial, n.º 18, 3.º Dto 1200-225 Lisboa Tel: 218160840 Fax: 218131373 email: iese@iese.pt GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu