MEDIAÇÃO PEDAGOGIA ATRAVÉS DAS NOVAS TECNOLOGIAS EM EAD Josineide Maria De Carvalho RESUMO: A educação a distância abrange uma modalidade de ensino-aprendizagem, que possibilita a mediação entre os suportes tecnológicos digitais e de rede, sendo implantada em sistemas de ensino presenciais, mistos ou completamente efetivada por intermédio da distância física. Levando-se em consideração os limites e possibilidades da educação à distância, evidencia-se que prevalecem as novas possibilidades, uma vez que esta modalidade de ensino vem sendo cada vez mais impulsionada, ampliando seu campo de atuação, fazendo com que seja necessária a formação para professores que possam atuar na área. Palavras-chave: educação à distância formação de professores ensinoaprendizagem 1.Introdução A formação do educador e a educação a distância são temas que têm sido amplamente palco de discussão, trazendo a baila teorias diferenciadas, sem, no entanto, ser oferecida a precisa proeminência ao fato de que a formação do educador também necessita o mínimo de auto-conhecimento, ou seja, mostra que no currículo de formação docente devem existir requisitos que auxiliem na construção da personalidade do futuro professor, exigindo tratar uma reflexão sobre seus valores e os valores do outro, isto é, daqueles que no futuro serão seus alunos, principalmente no que concerne a educação especial (MERCADO, 1999).
O que nos apresenta a existência de uma nova perspectiva estrutural de redes nas relações humanas, em decorrências para os diferentes campos de saber, até mesmo tornando as fronteiras entre eles mais flexíveis, uma vez que essa ótica aponta para a interdependência de diversos fenômenos. Na Educação, este ponto de vista faz nascer questionamentos, e, no caso específico da formação de professores-aprendentes, considerado uma maior articulação entre as disciplinas escolares com o saber do dia-a-dia, com a finalidade de uma qualificação para educadores, que dê privilégio a cerne ética do ser, numa procura de ajuste dialético com os saberes da sala de aula. A precisão de repensar a prática escolar tem sido uma constante, uma vez que esta é um código social, tem se apresentado em muitos casos, assim como a própria fonte do processo educacional por gerações, enredando os educadores a partir de seu período de formação até o momento em que acontece a troca de papéis e passam a ser os sujeitos que se tornam aptos a formar. Atualmente o mundo está marcado pela pluralidade, tendenciando por encarar a vida social como um sistema, sem se desejar um modelo absoluto por causa da complexa rede de informações, na qual se admite que as relações construídas sejam sempre produtoras de significação. A função de ensinar é a mais relevante e antiga quanto à própria história de vida do homem uma vez que esta é a condição dicotômica entre os homens dos demais animais do planeta. Ensinar sugere levar até outrem conhecimentos, informações e valores que possibilitam a sobrevivência e evolução da civilização humana. Kenski (2003) faz um relato como professora de cursos a distância e expõe suas percepções sobre a ação docente em ambientes virtuais e na sala de aula fisicamente demarcada: Tenho a compreensão de que não somos profissionalmente diferentes apenas porque estamos em um novo ambiente, seja ele presencial ou não. Em princípio, somos sempre os mesmos profissionais, professores. Mas o paradoxo básico é de que 'o novo professor', que os autores listam com uma multiplicidade de papéis, precisa agir e ser diferente no ambiente virtual. Essa necessidade se dá pela própria especificidade de ciberespaço, que possibilita novas formas, novos espaços e novos tempos para o ensino, a interação e a comunicação entre todos. (KENSKI, 2003, p. 143).
2. Educação à distância e a formação do educador Há um grande desafio nas mãos dos professores, frente aos grandes desafios educacionais, que os impulsionam a criarem um ofício novo em que o aprender-fazer é de importância superior ao transmitir (ROSSINI, 2004). Todavia, enfrentamos um quadro paradoxal: o preparo inadequado dos professores, cuja formação, de modo geral, manteve predominantemente o modelo tradicional, não contempla muitas das competências consideradas, na atualidade, inerentes à atividade docente (PERRENOUD, 2000). Atualmente, o mundo passa por um processo de rápidas e crescentes mudanças, imprimindo uma dinamicidade jamais vista nas relações sócio-econômicas de grupos sociais, empresas e países. No centro dessa turbulência está um fluxo de novas tecnologias e mercados consumidores cada vez mais exigentes e diversificados em suas necessidades e preferências e altamente competitivos. Essas tendências vieram exigir mudanças organizacionais radicais, forçando as empresas e a sociedade a reverem seus paradigmas tradicionais. Os desafios competitivos do mercado do século XXI, em que se desenvolvem mudança de parâmetros, tecnologia e força de trabalho, exigem que as empresas com seus colaboradores desempenhem novos papéis e demonstrem competências inéditas. Sendo que, a nova realidade competitiva demanda uma nova maneira de ver metodologias de aprendizagem. Cada vez mais as tecnologias são utilizadas em benefício da aprendizagem e a Internet, uma vez que estamos atravessando a então chamada Era do Conhecimento que tem como característica o acelerado ritmo na geração de novos conhecimentos (CRAWFORD, 1994), talvez seja o mais relevante canal deste processo de obtenção de informações e conhecimentos. Em função dessa velocidade, aquele conhecimento adquirido torna-se rapidamente obsoleto, gerando novas necessidades de aprendizagem e demandando um processo ágil, flexível e contínuo para atualização dos indivíduos.
Não existe dúvida que a Internet tornou mínima as distâncias e derrubou muitas fronteiras até então existentes, passando a ser um meio atraente para a promoção da educação e do treinamento à distância. A Educação à Distância é uma área de estudos e pesquisas, é metodologia, estratégia, e também uma prática social: é um sistema formado por um grupo de atores e fatores que inclui seus fundamentos teóricos, seu contexto histórico, o uso de tecnologias e meios, equipe multidisciplinar, professores, alunos, material didático, tutoria, infra-estrutura acadêmica e administrativa (RAMIREZ, 2000). O docente na atualidade não é mais definido como um repassador ou transmissor de conteúdos, mas como um mediador. Essa expressão, corrente nos discursos pedagógicos, caracteriza as abordagens que se opõem à concepção tradicional e às de caráter espontaneista e se traduz didaticamente numa série de atitudes e procedimentos. Na Educação a Distância, a mediação pedagógica tomou uma significativa proporção, uma vez que o distanciamento físico sempre esteve a exigir recursos e estratégias diferentes dos convencionais - pautados na exposição oral e no contato face a face. Com a inserção das Tecnologias de Comunicação Digital - TCDs, segundo Catapan (2001) - na EaD e o desenvolvimento de ambientes informatizados de apoio à aprendizagem, a função mediadora do professor tomou um forte impulso, pelas possibilidades e também pelas exigências da configuração. Tornou-se corrente conceber o educador como o responsável em organizar e dirigir situações de aprendizagem (PERRENOUD, 2000), abandonando a velha fórmula de exercícios repetitivos, sem criatividade nem desafio para ao educando. Já não basta um grande conhecimento da área de atuação, é preciso conhecer como se dá o processo de aprendizagem, conhecer estratégias que estimulem a elaboração criativa e ativa do conhecimento, aliado à resolução de problemas contextualizados. Para Masetto (2000), mediação pedagógica é a atitude, o comportamento do professor que se coloca como um facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem, que se mostra como uma ponte rolante e não estática entre o aprendiz e a aprendizagem, destacando o diálogo, a troca de experiências, o debate e a proposição de situações-problemas com suas características. Em ambientes de aprendizagem a distância, o professor faz a mediação com as ações do aluno/grupo de alunos, preparando o campo e o ambiente para que
ocorra a interação, provocando e/ou facilitando essas ações. Para Franciosi, Medeiros, Andrade e Colla (2003), a ação do professor é transitiva e visa: provocar - colocar o pensamento do grupo em movimento, propor situações e atividades de conhecimento, provocar situações em que os interesses possam emergir; dispor objetos/elementos/situações - propor condições para acesso a novos elementos, possibilitando a elaboração de respostas aos problemas; interagir com o sujeito - construir e percorrer caminhos, favorecendo a reconstrução das relações existentes entre o grupo e o objeto de conhecimento. 3. Conclusão Neste momento, ao verificarmos a atual realidade, podemos observar que no âmbito escolar, o movimento é para que o aluno seja capaz de reconstruir criticamente o conhecimento, dando-lhe critérios para avaliar e alistar os dados, beneficiando a aplicação racional e justa do saber no dia-a-dia, sendo capaz de interferir na realidade, identificando e resolvendo os problemas e os desafios colocados pela vida social. Por conseguinte, deduz-se que a formação dos professores bem como a dos demais profissionais de educação deve ser, cada vez mais responsabilidade das universidades e dos institutos superiores de educação, para que se dê em alta qualidade social, política e pedagógica, assegurando a indissociabilidade das funções de pesquisa, ensino e extensão e das relações entre teoria e prática. A Educação à distância é considerada uma das realizações do ensinoaprendizagem mais importantes alcançada neste século, uma vez que, não é necessária uma participação presencial na Universidade a qual você deseja ou almeja estudar, sabendo que ainda não são todas que disponibilizam esse ensino, uma vez que a EaD se apurou à medida que se implantaram as tecnologias informativas e comunicativas, crescendo as possibilidades dos instrumentos mediadores da aprendizagem, do material impresso aos ambientes virtuais de aprendizagem.
4. Referências bibliográficas CRAWFORD, Richard. Na era do capital humano: o talento, a inteligência e o conhecimento como forças econômicas, seu impacto nas empresas e nas decisões de investimento. Trad. Luciana Bontempi Gouveia. Rev. Téc. Heitor José Pereira. São Paulo: Atlas, 1994. MERCADO, Luis Paulo Leopoldo. Formação continuada de professores e novas tecnologias. Maceió: Edufal, 1999. PERRENOUD, Philippe. Pedagogia diferenciada: das intenções a ação. Porto Alegre: ArtMed, 2000. RAMIREZ, R.C. Reflexiones sobre la educación a distancia. San Jose: EUNED, 2000. ROSSINI, M.J. A solidariedade e a cooperação como estratégias para um trabalho eficaz no ambiente escolar. 2004. 176 f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2004. Josineide Maria de Carvalho Diretora Adjunta da Escola Professora Jandira de A. Lima Referência em Gestão Escolar - Limoeiro-PE. Professora de Estrutura e Funcionamento e Atividades Práticas da Faculdade Luso Brasileira- Carpina- PE-Curso de Pedagogia Professora de Prática de Ensino e Metodologia da História e Geografia da Universidade do Vale do Acaraú / ISEAD-Curso de Pedagogia Limoeiro/PE Mestranda em Educação pela Universidade Moderna de Lisboa/ SOES- FAESC E mail- jmclimoeiro@msn.com Endereço: Rua Professora Jandira de Andrade Lima, 367 Bairro: José Fernandes Salsa-/ CEP -55 700 000 Fone- 81 96861346 Limoeiro- PE