51 Artigo de Revisão ACIDENTES DE TRABALHO E BIOSSEGURANÇA NO AMBIENTE HOSPITALAR WORK ACCIDENTS AND BIOSECURITY IN THE HOSPITAL ENVIRONMENT Ana Paula Brandão dos Santos 1 Mônica Machado Vilas Novas 1 Grasiella Oliveira Paizante 1 1 Faculdade do Futuro RESUMO Os profissionais de saúde correm riscos de contrair diversas infecções no ambiente hospitalar. A magnitude ocupacional depende de diversas variáveis, como a prevalência das doenças transmissíveis na população atendida, informações adequadas sobre os mecanismos de transmissão e prevenção e as condições de segurança. O objetivo deste estudo foi analisar os acidentes de trabalho por material biológico e sua relação com a biossegurança no ambiente hospitalar. Tal objetivo foi alcançado através de uma revisão bibliográfica. Considera-se o ambiente de trabalho hospitalar insalubre por agrupar pacientes portadores de diversas enfermidades infectocontagiosas e viabilizar muitos procedimentos que oferecem riscos de acidentes e doenças para os trabalhadores da saúde. Além de cuidar dos pacientes, cabe ao hospital proteger seus funcionários, racionalizar custos e manter uma qualidade de excelência em seus serviços. Alcançar essa "excelência" significa, basicamente, atingir níveis ótimos para a biossegurança e o controle das infecções. Todas as medidas possíveis devem ser adotadas para minimizar os riscos de acidentes ocupacionais devendo haver uma concentração de esforços e recursos para reconhecimento dos riscos no ambiente de trabalho, treinamento e conscientização de práticas seguras e fornecimento de forma contínua e uniforme dos dispositivos de segurança aos trabalhadores da área da saúde. Palavras-chave: acidentes ocupacionais, biossegurança, ambiente hospitalar ABSTRACT Health professionals are prone to contracting various infections in the hospital environment. The occupational magnitude depends on several variables, such as the prevalence of diseases in the assisted population, adequate information on the mechanisms of transmission and prevention and the conditions of security. This study aims at analyzing the accidents at work involving biological material and their relationship to the biosecurity of the hospital environment. This objective was reached through a literature review. The work environment in a hospital is considered to be unhealthy once it concentrates groups of patients with various infectious Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):51-62. Santos et al.
52 diseases; moreover, it is where many procedures that offer risks of accidents and disease contraction to health workers take place. In addition to taking care of patients, it is in charge of the hospital to protect their employees, streamline costs and maintain the quality of excellence in their services. Reaching this "excellence" means, basically, reaching optimum levels for the biosecurity and infections control. All possible measures should be taken to minimize the risk of work accidents and special attention should be given to concentrating efforts and resources on the risk recognition at the work environment, on the training and consciousness of safe practices and on the continuous and uniform supplying of safety devices to health workers. Key-words: work accidents, biosecurity, hospital environment Rev. Edu., meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):51-62. INTRODUÇÃO As condições de trabalho oferecidas pelos hospitais, as peculiaridades das tarefas de enfermagem, a crise econômica advinda da globalização, as dificuldades do setor de saúde, a carência de recursos humanos e materiais e a constante preocupação com o processo de atualização objetivando acompanhar os avanços técnico-científicos são fatores que contextualizam a situação de trabalho do pessoal de enfermagem em vários países (Royas e Marziale 2001). Para Nishide e Benatt (2004), as instituições hospitalares brasileiras começaram a se preocupar com a saúde dos trabalhadores no início da década de 70, quando pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) enfocaram a saúde ocupacional de trabalhadores hospitalares. Estudando a saúde ocupacional, observou-se que em 1971 ocorreram 4.468 acidentes de trabalho em estabelecimentos hospitalares brasileiros, sugerindo a necessidade de procedimentos preventivos para o controle dos riscos ocupacionais (Nishide e Benatt 2004). Os profissionais de saúde correm riscos de contrair diversas infecções no ambiente hospitalar. A magnitude ocupacional depende de diversas variáveis, como a prevalência das doenças transmissíveis na população atendida, informações adequadas sobre os mecanismos de transmissão e prevenção e as condições de segurança. A redução do perigo de exposição aos diversos agentes infecciosos constitui um dos objetivos do programa de trabalho dos profissionais de saúde, que freqüentemente tem sido auxiliado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) (Veronesi e Focaccia 2002). Acidentes de Trabalho e Biossegurança
53 Primeiramente há que se conhecerem os riscos, quais os seus tipos, onde eles são maiores estabelecendo um mapeamento e considerando duas medidas: as precauções universais e adoções de técnicas. O Manual do Estado de São Paulo (1998) diz que essas medidas foram revisadas para reduzir o risco de transmissão de microorganismos a partir de fontes conhecidas ou não em hospitais. Tais medidas compreendem o uso combinado ou não dos equipamentos de proteção individual (EPI) (luvas, aventais, máscaras, protetores oculares e propés) para proteger áreas do corpo expostas ao contato com materiais hospitalares. A manutenção da saúde em atividades de riscos na aquisição de doenças ocupacionais corresponde a um conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e adequados. Para Teixera e Valle (1996), biossegurança refere-se a uma vida livre de perigos e tudo aquilo que trás segurança em muitas das nossas atividades, inclusive na vida profissional. O objetivo deste trabalho foi analisar os acidentes de trabalho por material biológico e sua relação com a biossegurança no ambiente hospitalar. ACIDENTES DE TRABALHO As doenças profissionais e os acidentes de trabalho constituem um importante problema de saúde pública em todo o mundo. O ambiente de trabalho hospitalar é considerado insalubre por agrupar pacientes portadores de diversas enfermidades infectocontagiosas e viabilizar muitos procedimentos que oferecem riscos de acidentes e doenças para os trabalhadores da saúde. Os funcionários potencialmente expostos aos riscos precisam estar informados e treinados para evitar problemas de saúde, e métodos de controle devem ser instituídos para prevenir acidentes (Nishide e Benatt 2004). A instrução Normativa nº 78 de 2002 define o acidente do trabalho como o exercício da atividade a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. O art. 216 desta mesma instrução normativa classifica os acidentes ocupacionais em três tipos. O tipo 1 é classificado como acidente típico que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa; o tipo 2 como doença profissional Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):51-62. Santos et al.
54 Rev. Edu., meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):51-62. ou do trabalho, e o tipo 3, como acidente de trajeto, que ocorre no percurso do local de residência para o trabalho ou desse para aquele, considerando a distância e o tempo de deslocamento compatíveis com o percurso do referido trajeto (Brasil 2002). As estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que revelam a ocorrência anual de 160 milhões de doenças profissionais, 250 milhões de acidentes de trabalho e 330 mil óbitos, baseiam-se somente em doenças não transmissíveis (Zocchio 2000). De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social, em 2005 ocorreram cerca de 491 mil acidentes de trabalho e doenças ocupacionais notificadas, quase meio milhão de pessoas, e 2,7 mil mortes (Lobo e Andrade 2007). Em relação aos anos anteriores, o número de acidentes de trabalho está aumentando. Em 2004, foram cerca de 466 mil acidentes, 24 mil a menos que 2005, e em 2003 foram cerca de 399 mil, quase 90 mil acidentes a menos. Somente em junho deste ano, segundo o Boletim Estatístico da Previdência Social, foram pagos 29.290 benefícios acidentários, entre aposentadoria por invalidez (264), auxíliodoença (28.208) e auxílio-acidente de trabalho (818). O valor total pago apenas no mês de junho com problemas relacionados aos acidentes de trabalho soma R$ 20,7 milhões (Lobo e Andrade 2007). Os índices de acidentes de trabalho no Brasil ainda são bastante preocupantes, deixando vítimas, provocando seqüelas graves aos trabalhadores, perdas materiais para as organizações, enormes encargos sociais à Nação e grandes sofrimentos as famílias das vítimas (Dela Coleta 1991). As razões para explicar o elevado número de ocorrências dos acidentes são as mais diversas, envolvendo falhas nos projetos dos sistemas de trabalho, dos equipamentos, das ferramentas, deficiências nos processos de manutenção dos diversos elementos componentes do trabalho. No lugar de destaque como causa dos acidentes de trabalho, encontra-se o fator humano, compreendendo características psicossociais do trabalhador, atitudes negativas para com as atividades prevencionista, entre outras (Di Lascio 2001). Acidentes de Trabalho e Biossegurança
55 Um acidente, de acordo com Geller (1994), nunca tem origem em apenas uma causa, mas em diversas, as quais vão se acumulando, até que uma última precede o ato imediato que ativa a situação do acidente. As causas dos acidentes dividem, em causas humanas, materiais e fortuitas. As causas humanas assentam em ações perigosas criadas pelo homem, cuja origem pode residirem diversos fatores tais como, incapacidade física ou mental, falta de conhecimento, experiência, motivação, stress, incumprimento de normas, regras e modos operatórios, dificuldade em lidar com a figura de autoridade, dentre outras (Geller 1994). As causas materiais fundamentam-se em questões técnicas e físicas perigosas, apresentadas pelo meio ambiente quer natural, quer construído e ainda por defeitos dos equipamentos. Causas fortuitas são as mais raras, mas que por vezes constituem a causa única dos acidentes, nada tendo a ver com causas humanas e técnicas (Geller 1994). O fator humano é condicionado pelo meio ambiente interno, influindo e afetando o comportamento dos indivíduos considerados isoladamente e em grupo. Diversos estudos demonstram que muitos acidentes são atribuíveis a estes condicionamentos, separadamente, ou na maior parte das vezes, acumulados (Léplat e Xavier 2000). Silva (1998) analisou 1.506 acidentes de trabalho no Hospital das Clínicas da USP, e identificou casos de lacerações e ferimentos, contusões e torções como as mais freqüentes causas de afastamento do trabalho. Para Rosa (2007), os riscos para os profissionais de saúde estão associados à punção de Fístula Arteriovenosa (FAV) onde é mais comum espetar o dedo ao puncionar ou desprezar a agulha e espirrar sangue em olho e boca pela alta pressão da FAV. Além disso, o sangue também pode espirrar ao manipular cateter de dupla luz e durante o reprocessamento de dialisadores e linhas de sangue onde existe a necessidade de lavagem e manipulação para retirar coágulos, mais uma vez colocando o profissional em risco. Os riscos ocupacionais identificados pelos trabalhadores de enfermagem aparecem em maior número quando relacionados ao cuidado direto aos pacientes e às próprias características de pacientes críticos. Dentre estes riscos, estão: Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):51-62. Santos et al.
56 presença de sangue, secreções, fluidos corpóreos por incisões, sondagens, cateteres, expondo os trabalhadores a esse contato; elevado número de procedimentos e intervenções terapêuticas que necessitam utilizar materiais perfurocortantes e equipamentos; dependência dos pacientes, que exige esforço físico dos trabalhadores; investigação diagnóstica devida a patologias diversas, expondo os trabalhadores a infecções e doenças não confirmadas. Este mesmo autor afirmou que essa realidade condiz com estudo em que verificaram que os riscos ocupacionais da equipe intensivista estão inter-relacionados com os riscos de seus pacientes. Rev. Edu., meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):51-62. REGISTRO DE ACIDENTES DE TRABALHO Para a Inbravisa (2007), os protocolos de registro, avaliação, aconselhamento, tratamento e acompanhamento de exposições ocupacionais que envolvam patógenos de transmissão sanguínea devem ser implementados nas diferentes unidades de saúde. Os acidentes de trabalho deverão ser registrados com informações, sobretudo das condições do acidente (data e hora da ocorrência, tipo de exposição, área corporal atingida no acidente, material biológico, utilização ou não de EPI, avaliação do risco, causa, descrição e local do acidente); dados do paciente-fonte (identificação, dados sorológicos e/ou virológicos, dados clínicos); dados do profissional de saúde (identificação, ocupação, idade, datas de coleta e os resultados dos exames laboratoriais, dentre outros) (Moraes et al. 2007). A recusa do profissional para a realização do teste sorológico ou para o uso das quimioprofilaxias específicas deve ser registrada e atestada pelo profissional. Portanto, o formulário específico de comunicação de acidente de trabalho deve ser preenchido para devido encaminhamento (Inbravisa 2007). BIOSSEGURANÇA A biossegurança pode ser definida segundo Hinrichsen (2004), como um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico Acidentes de Trabalho e Biossegurança
57 e prestação de serviços que possam comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Além de cuidar dos pacientes, cabe ao hospital proteger seus funcionários, racionalizar custos e manter uma qualidade de excelência em seus serviços. Alcançar essa "excelência" significa, basicamente, atingir níveis ótimos para a biossegurança e o controle das infecções. Esta obra interessa a todos os profissionais envolvidos no dia-a-dia de um hospital (Hinrichsen 2004). Legalmente, a Biossegurança está vinculada à Lei Nº 8974, de 5 de janeiro de 1995 (Presidência da República - Ministério da Ciência e Tecnologia) que trata do uso das técnicas de Engenharia Genética dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM s). O Decreto Nº 1.752/95, acompanhando esta Lei, cria a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia que responde pela regulação, controle e fiscalização dos OGM s em todo território. Por outro lado, existe todo um campo em aberto denominado Biossegurança Praticada que o Setor de Biossegurança Hospitalar, vinculado ao Departamento de Epidemiologia do Centro de Pesquisa do Hospital Evandro Chagas, vem implementando desde o mês de junho de 1999. O hospital é um estabelecimento que presta serviços específicos à população em geral e apresenta uma variedade de ações de saúde que expõe seus trabalhadores a uma ou mais cargas, dentre as quais destacam-se a exposição à doenças infecto-contagiosas e aquelas em contato direto com pacientes e/ou com artigos e equipamentos contaminados com material orgânico. A diversidade de serviços existentes no âmbito hospitalar como: administrativos, lavanderia, refeitório, manutenção, caldeiras, transporte, almoxarifado, laboratório, centro cirúrgico, raio-x, isolamento, unidade de terapia intensiva; impõe uma antecipada tomada de posição face a possibilidade de ocorrência de acidentes e doenças (Starling 2000). BIOSSEGURANÇA E ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO O trabalhador de saúde em seu ambiente de trabalho precisa sentir que há um profissional (ou uma equipe) ao seu lado para lhe dar também um suporte psicossocial, que defenda seus interesses, principalmente, quando ele mais precisar, quando estiver mais vulnerável e frágil (Brandão Júnior 2001). Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):51-62. Santos et al.
58 Rev. Edu., meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):51-62. A real adoção das medidas de Biossegurança assume uma importância vital para a melhoria da qualidade da assistência à saúde, criando um ambiente seguro, tanto para o profissional, quanto para o usuário dos serviços de saúde. O surgimento da Aids coloca em relevância este fato, visto que existe uma possibilidade de contaminação profissional, mesmo que este risco seja baixo (Granato 1997). O risco médio de se adquirir o HIV é de, aproximadamente, 0,3% após exposição percutânea, e de 0,09 % após exposição mucocutânea. Esse risco foi avaliado em situações de exposição a sangue; o risco de infecção associado a outros materiais biológicos é inferior, ainda que não seja definido. O risco de transmissão após exposição da pele íntegra a sangue infectado pelo HIV é estimado como menor do que o risco após exposição mucocutânea (Inbravisa 2007). Atualmente, o uso combinado de anti-retrovirais é recomendado pela sua possibilidade de maior eficácia na redução do risco de transmissão ocupacional do HIV, embora isto ainda não tenha sido comprovado em estudos clínicos (Inbravisa 2007). A probabilidade de infecção pelo vírus da hepatite B após exposição percutânea é, significativamente, maior do que a probabilidade de infecção pelo HIV, podendo atingir até 40% em exposições onde o paciente-fonte apresente sorologia HBsAg reativa. Para o vírus da hepatite C, o risco médio é de 1,8%; dependendo do teste utilizado para diagnóstico de hepatite C, o risco pode variar de 1 a 10% (Inbravisa 2007). É importante ressaltar que não existe intervenção específica para prevenir a transmissão do vírus da hepatite C após exposição ocupacional (Inbravisa 2007). EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL A Norma Regulamentadora (NR-6) através da portaria nº 3214 de 08 de junho de 1978 considera o Equipamento de Proteção Individual (EPI), todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. É obrigatória a utilização desses equipamentos de proteção na execução de qualquer atividade que envolva o manuseio de reagentes químicos e soluções, Acidentes de Trabalho e Biossegurança
59 movimentação e transporte de materiais perigosos e também na circulação em áreas externas, consideradas de risco (Almeida-Muradian 2000). De acordo com a NR-06/78 do Ministério do Trabalho, a empresa é obrigada a fornecer os EPI s aos empregados gratuitamente, adequadamente às situações de riscos e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Em contrapartida, a mesma Norma Regulamentadora obriga o trabalhador a usar o EPI adequado para a finalidade a que se destina. O EPI deve ser inspecionado periodicamente e substituído, quando apresentar sinais de deterioração que comprometam por pouco que seja, a segurança de quem vai usá-lo. Por outro lado, os recursos técnicos, educacionais e psicológicos, devidamente aplicados, são imprescindíveis para que os EPI s correspondam ao grau de eficiência, que deles se espera na segurança do trabalho (Silva 2005). Este mesmo autor também relata que o EPI deve ser usado como medida de proteção quando não for possível eliminar o risco através da utilização de equipamentos de proteção coletiva; quando for necessária complementar a proteção individual; e em trabalhos eventuais e em exposições de curto período. O Setor de Segurança e Saúde da Telemig Celular (2004) enfatiza que os equipamentos de proteção individual não evitam acidentes. Eles têm a função de proteger o usuário das lesões da ocorrência de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização deste trabalho permitiu compreender melhor a importância da biossegurança no ambiente hospitalar para nortear ações preventivas relacionadas aos riscos de acidentes de trabalho. Foi observado que os riscos estão relacionados, principalmente, aos procedimentos de assistência ao paciente e também aos riscos ocupacionais existentes no ambiente laboral. Portanto todas as medidas possíveis devem ser adotadas para minimizar os riscos de acidentes ocupacionais devendo haver uma concentração de esforços e recursos para reconhecimento dos riscos no ambiente de trabalho, treinamento e Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):51-62. Santos et al.
60 conscientização de práticas seguras e fornecimento de forma contínua e uniforme dos dispositivos de segurança aos trabalhadores da área da saúde. Rev. Edu., meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):51-62. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA-MURADIAN, L.B.de. Equipamentos de Biossegurança. In: Manual de biossegurança. São Paulo: FCF/USP, 2000. BRANDÃO JUNIOR, P.S. Dimensões subjetivas da biossegurança nas unidades de saúde. Boletim de Pneumologia Sanitária. Bol. Pneumol. Sanit., v.9, n.2, Rio de Janeiro dez., 2001. BRASIL. Leis, Decretos. Instrução Normativa nº 78. Diário Oficial da União, Brasília, art. 211 de 16 de julho de 2002. DECRETO n 1752. Regulamentação da Lei de Biossegurança Brasileira. Comissão Interna de Biossegurança. Diário Oficial da União 1995; 21 dez. DELA COLETA J. A. Acidentes de Trabalho. São Paulo: Atlas, 1991. XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005. DI LASCIO C. H. R. A. Psicologia no trabalho. Revista Contato CRP 08, ano 23, nº. 113, Curitiba, 2001. GELLER E. S. Cultura de Segurança Total. Profissional Safety, Setembro, 1994. GRANATO C. Transmissão de HIV para Profissionais de Saúde: Prevenção Medicamentosa. Revista de Medicina - Conselho federal de Medicina, Rio de Janeiro, v.x, n.88, p.12, 1997. Transmissão de HIV para Profissionais de Saúde: Prevenção Medicamentosa. INBRAVISA. Instituição Brasileira de Vigilância Sanitária 2007. http://www.inbravisa.com.br (acessado em 04/ Out/ 2007). INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 78. Estabelece critérios a serem adotados pelas áreas de Arrecadação e de Benefícios. Diário Oficial da União 2002; 16 jul. HINRICHSEN S. L. Biossegurança e controle de infecções: risco sanitário hospitalar. Rio de Janeiro; Medsi; 2004. LEI nº 8974, de 5 Janeiro 1995. Lei de Biossegurança Brasileira. Ministério da Ciência e Tecnologia. Diário Oficial da União 1995; 6 jan. LÉPLAT J.; XAVIER C. Introdução à psicologia do trabalho. Rio de Janeiro: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000. Acidentes de Trabalho e Biossegurança
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