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Transcrição:

ÍNDICE - 12/06/2005 O Estado de S.Paulo...2 O Estado de S.Paulo...2 Vida&...2 Rede de bancos poderá facilitar transplantes...2 Revista IstoÉ...4 MEDICINA & BEM-ESTAR/Epidemia...4 Nem tão exemplar...4

O Estado de S.Paulo 12/06/2005 Vida& Rede de bancos poderá facilitar transplantes Criada em novembro, a Brasilcord deverá ter dez bancos públicos de sangue de cordão Lígia Formenti Criada em novembro, a Brasilcord deverá ser integrada por dez bancos públicos de sangue de cordão umbilical e placentário. Por enquanto, transplantes foram realizados somente no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio. Foram seis ao todo. O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, começou há pouco tempo a coletar material. Outras unidades estão ainda em fase de compras de equipamento e treinamento de pessoal. "É uma atividade delicada, que exige uma série de cuidados técnicos", explica Luis Fernando Bouzas, do Inca. O banco do instituto tem 899 unidades coletadas. Desde janeiro, o ritmo de coleta aumentou de forma significativa: cerca de 100 mensais. O custo anual de cada amostra coletada é de US$ 1 mil - o equivalente a R$ 2.500. As vantagens do investimento são inúmeras, afirma Bouzas. A primeira delas é a maior facilidade para fazer o transplante. "No caso de transplante de medula entre não aparentados, é preciso que o doador esteja disponível para a cirurgia, o que nem sempre ocorre. Já as células do cordão umbilical estão lá, armazenadas", completa. O transplante de células colhidas de cordão umbilical é indicado para as mesmas doenças tratadas com transplante de medula, como leucemia e linfomas. A expectativa do Ministério da Saúde é ter armazenado, em oito anos, 50 mil cordões, usados em tratamentos de crianças e adultos. Esse número também poderá permitir que nos bancos sejam encontrados tipos de sangue compatíveis para todos os pacientes brasileiros que necessitarem. RESTRIÇÕES A coleta do sangue de cordão umbilical exige treinamento de equipes e material específico. Além disso, não é todo cordão que pode ser aproveitado. "A mulher deve ter passado por uma gravidez sem intercorrências, o parto deve ocorrer no tempo certo", conta o médico do Inca. Além disso, uma série de exames é realizada, tanto na gestante quanto no sangue do cordão, para garantir que não haja contaminação por nenhum agente infeccioso. Tais testes são repetidos tempos depois. Isso porque algumas doenças somente são detectadas em exames passado algum tempo, o que médicos chamam de janela imunológica. Além do Inca e do Hospital Albert Einstein, devem integrar a rede instituições do Rio Grande do Sul, de Pernambuco e Minas. Santa Catarina também está disposta a participar da rede. O secretário de Atenção à Saúde, Jorge Solla, afirma que o ministério vai destinar recursos de investimento para hospitais públicos que vão integrar a Brasilcord. O pagamento dos procedimentos será feito no mesmo sistema que outros transplantes: centros conveniados vão receber repasses, a cada transplante realizado. A idéia do ministério é liberar R$ 9 milhões para investimento na rede pública. Com manutenção, os custos deverão ser em torno de R$ 28 milhões. Para buscar e obter células de cordão umbilical no exterior para transplante de medula óssea, o Brasil gasta, em média, US$ 23 mil por cordão - ou R$ 57.500. Com a

implantação dos bancos brasileiros, esse custo será de US$ 2 mil - ou R$ 5 mil - por cordão no primeiro ano de funcionamento da rede.

Revista IstoÉ 12/06/2005 MEDICINA & BEM-ESTAR/Epidemia Nem tão exemplar Pesquisador critica quebra de patentes de remédios contra a Aids e aponta falhas no programa nacional de controle da doença, considerado modelo Celina Côrtes O pesquisador Mauro Schechter é uma figura polêmica. Professor de doenças infecciosas da Faculdade de Medicina da Universidade Federaldo Rio de Janeiro e chefe do Laboratório de Pesquisas em Aids do Hospital Clementino Fraga Filho, ele não teme botar a boca no trombone. Vai, por exemplo, na contramão dos aplausos à aprovação, há duas semanas, do projeto de lei que permite a quebra de patentes de remédios contra a Aids. "É um assunto que desperta reações apaixonadas", diz. Outra estocada atinge mais um fator de orgulho nacional: os remédios genéricos. "É uma indústria que dá lucros fabulosos e não investe em inovações", acusa. O médico ainda aponta falhas no Programa Nacional de DST-Aids, considerado modelo no mundo. A falta de dados confiáveis e a ínfima produção científica brasileira sobre a doença estão entre as críticas. Aos 52 anos, Schechter é um dos coordenadores do Congresso Mundial de Aids, que acontecerá no Riocentro, em julho. ISTOÉ - O sr. é favorável à quebra de patentes dos remédios contra a Aids? Mauro Schechter - Quero deixar claro que tenho relações profissionais com inúmeras indústrias, regidas por contratos de consultoria. Sou pesquisador da UFRJ e meu emprego não está em jogo por isso. A questão é conciliar a necessidade de renovação com o acesso ao tratamento. O detentor da patente do efavirenz (Bristol Meyers-Squib), por exemplo, já ofereceu ao governo o licenciamento há dez anos. Por que fazer compulsoriamente algo que poderia ser feito voluntariamente? O lopinavir é da Abbott, que declarou a intenção de transferir para o Brasil a produção mundial do remédio. O que ele pode gerar de divisas e impostos pagos é mais do que o governo gasta com a compra de remédios. ISTOÉ - O governo é capaz de checar a qualidade dos genéricos? Schechter - Há pessoas dedicadíssimas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, mas eles têm um quadro de pessoal restrito. Como vigiar a produção do País inteiro? ISTOÉ - Existe garantia de que o genérico seja igual à droga de marca? Schechter - Se a curva da quantidade do genérico no sangue (diferença entre o momento em que a pessoa o ingere até atingir o efeito desejado) for semelhante à do de marca, ele é bioequivalente, o que não quer dizer que terá a mesma eficácia. ISTOÉ - Que medidas poderiam ser tomadas para reduzir os custos do tratamento contra a Aids? Schechter - A padronização de tratamento, como é feito com pacientes de tuberculose. A Aids começa a ser tratada na África de maneira direcionada. Há aplicação de testes, como os de resistência do vírus a medicamentos, sem demonstração na literatura científica de aumento da sobrevida do paciente. O Brasil gasta milhões de dólares por ano com esse teste. Outra medida: um dos remédios mais usados, o Ritonavir, vem em um frasco de 12 comprimidos. Mas hoje só são usados dois e há muita gente jogando fora frascos do remédio. ISTOÉ - O Programa de Aids estaria perdendo a qualidade? Schechter - Ele tem méritos inegáveis, mas há problemas. Não temos dados confiáveis. Em uma auditoria feita há dois anos pelo Banco Mundial, uma das queixas

foi a falta de dados com padrão de qualidade. Não é possível saber quantas pessoas entre 15 e 25 anos do sexo feminino tomavam determinado remédio, apesar de não poder ser usado por mulheres com potencial de engravidar. Há muito poucos trabalhos nacionais publicados na literatura internacional, outra falha grave. ISTOÉ - Quais os demais problemas? Schechter - A sustentabilidade do programa está em cheque. O próprio governo diz que não terá recursos para mantê-lo a longo prazo. ISTOÉ - Por que o governo prioriza a Aids em detrimento de outras doenças? Schechter - Em termos de África e de mundo, não há dúvida de que a Aids é uma tragédia sem paralelo. Mas em termos de Brasil, não. No Brasil morre mais gente de ataques cardiovasculares do que de Aids, 86% dos brasileiros têm colesterol alto. O governo deveria produzir remédio para controlar colesterol e inseri-lo na merenda escolar? Compete ao ministro da Saúde estabelecer prioridades. ISTOÉ - Não teria deixado de ser uma tragédia em grande parte por causa do Programa DST-Aids? Schechter - Sem dúvida. Mas não podemos esquecer o resto. Hoje, duas crianças chegam ao posto de saúde, as duas com infecção no ouvido. A que tem HIV sai com antibiótico, a outra leva a receita. Isso tem de ser discutido.