IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA



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Transcrição:

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 1.Conceito - Improbidade Administrativa é o designativo técnico para a chamada corrupção administrativa, que, sob diversas formas, promove o desvirtuamento da Administração Pública e afronta os princípios nucleares da ordem jurídica revelando-se pela obtenção de vantagens patrimoniais indevidas às expensas do erário, pelo exercício nocivo das funções e empregos públicos, pelo "tráfico de influência" nas esferas da Administração Pública e pelo favorecimento de poucos em detrimento dos interesses da sociedade. 2.Fonte - art. 37, 4º, da CF e Lei 8.429/92 (alterada pela Lei 12.120/2009 e pela Lei nº 13.019/2014) 3.Natureza do Ilícito de Improbidade - natureza de ilícito civil, conforme decisão do STF na ADIN 2797 - lembrando que há possibilidade da mesma conduta ser punida tanto na instância civil, quanto penal e administrativa, caso as leis respectivas assim o estabeleça. Nesse caso aplica-se para cada processo a independência das instâncias, admitindo-se decisões diferentes. Excepcionalmente haverá comunicação nas hipóteses de absolvição penal por inexistência de fato e negativa de autoria (art. 935, CC; art. 66, CPP e art. 126, da Lei 8112/90). 4. Elementos Constitutivos do Ato de Improbidade A) Sujeito passivo do ato de improbidade rol previsto no art. 1º, caput e parágrafo único. - obs.: observe que para as pessoas jurídicas elencadas no parágrafo único a sanção patrimonial aplicável restringe-se à repercussão do ilícito aos cofres públicos. B)Sujeito ativo do ato de improbidade Observação importante: A posição atual do STF é que o agente político responde por ato de improbidade no juízo de primeiro grau (confira decisões recentes abaixo). 5. Atos de Improbidade 5.1 Modalidades 1

A)importam enriquecimento ilícito art. 9º B)causam prejuízo ao erário art. 10 (foi alterado recentemente pela Lei nº 13.019/2014) C)atentam contra os princípios da administração art. 11 (foi alterado recentemente pela Lei nº 13.019/2014) 6. Sanções aplicáveis ao ato de improbidade Atenção as alterações da Lei 8.429/92: Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). Possíveis sanções por ato de improbidade art. 12 (aplicáveis cumulativamente ou não) Atos que importem enriquecimento ilícito - perda de bens e valores acrescidos indevidamente Atos que importem dano ao erário - perda de bens e valores acrescidos indevidamente Atos que violem princípios. Da Administração - perda da função pública - perda da função pública - perda da função pública - ressarcimento integral do dano, quando houver - suspensão de direitos políticos 8 a 10 anos - ressarcimento integral do dano, quando houver - suspensão de direitos políticos 5 - ressarcimento integral do dano, quando houver - suspensão de direitos políticos 3 a 5 anos 2

- multa civil até 3 vezes o valor do acrescido a 8 anos - multa civil até 2 vezes o valor do dano - multa civil até 100 vezes o valor da remuneração do agente - proibição de contratar de receber benefícios e incentivos fiscais e creditícios 10 anos - proibição de contratar de receber benefícios e incentivos fiscais e creditícios 5 anos - proibição de contratar de receber benefícios e incentivos fiscais e creditícios 3 anos INFORMAÇÃO IMPORTANTE: O art. 126 da Lei 8.112/90 foi alterado no final de 2011, sendo incluído o art.126-a com a seguinte redação: Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública. RESPONSABILIDADE DO ESTADO 1. EVOLUÇÃO 1.1. Primeira Fase Princípio da Irresponsabilidade do Estado 1.2. Segunda Fase Responsabilidade Subjetiva do Estado 1.3. Terceira Fase Responsabilidade objetiva do Estado 2. RESPONSABILIDADE OBJETIVA NO BRASIL 2.1. Fundamento Constitucional art. 37, 6º. 3

2.2. DISTINÇÃO RESPONSABILIDADE SUBJETIVA procedimento ilícito (dever de fazer e não fez) Elementos: depende de conduta do agente, dano, nexo causal e a culpa ou dolo Excludente: exime-se do dever se demonstrar a ausência de qualquer dos elementos, inclusive a ausência de culpa ou dolo, mostrando que se comportou com diligência, perícia e prudência RESPONSABILIDADE OBJETIVA procedimento lícito ou ilícito Elementos: só depende de conduta do agente, dano e nexo de causalidade. Dispensando a culpa e o dolo. Excludente: exime-se do dever se provar a inexistência de qualquer um dos elementos, inclusive do nexo causal. São exemplos a culpa exclusiva da vítima, o caso fortuito e a força maior (rol somente exemplificativo) 2.3. Teorias da Responsabilidade Objetiva a) risco integral - o Estado responde sempre, não admite excludente no Brasil admite-se em caso de danos decorrentes de material bélico, substâncias nucleares e dano ambiental; b) risco administrativo - admite-se excludentes afastando a responsabilidade do Estado, por exemplo são consideradas hipóteses excludentes: o caso fortuito, a força maior e a culpa exclusiva da vítima. Esta é a regra adotada no Brasil. - a culpa concorrente (vitima e Estado são culpados) o Estado continua responsável, entretanto o valor da indenização deve ser reduzido. 3. TIPOS DE RESPONSABILIDADE - responsabilidade civil, penal e administrativa, 4

- independência das instâncias em regra uma mesma conduta pode gerar a instauração de um processo civil, um processo penal e um processo administrativo, sendo possível decisão diferente em cada processo, o que significa que o agente pode ser condenado em um e absolvido em outro. ATENÇÃO: Esta independência não existe quando a hipótese for de absolvição no processo penal tendo como fundamento a negativa de autoria ou a inexistência do fato, neste caso o agente também será absolvido nos demais processos. 4. ELEMENTOS DEFINIDORES 4.1. SUJEITOS - Observações importantes: - Responsabilidade Subsidiária x Responsabilidade Solidária ATENÇÃO: 10/11/2014 - Responsabilidade civil do Estado pelas atividades de cartórios tem repercussão geral A extensão da responsabilidade civil do Estado em razão de dano causado pela atuação de tabeliães e oficiais de registro é tema que será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A questão constitucional, apresentada pelo Estado de Santa Catarina em Recurso Extraordinário (RE 842846), teve repercussão geral reconhecida pela unanimidade dos ministros, por meio do Plenário Virtual da Corte.O caso concreto diz respeito a erro na certidão de óbito quanto ao nome de uma mulher falecida, fato que impediu o viúvo de receber a pensão previdenciária por morte da esposa junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Diante disso, houve necessidade de ajuizamento de ação para retificação do registro, o que retardou o recebimento do benefício. 5

Conforme os autos, o viúvo ingressou com ação de indenização por danos materiais contra o Estado de Santa Catarina em decorrência do erro cometido pelo Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais. A ação foi julgada procedente para acolher a pretensão do autor. Após recurso do estado, o Tribunal de Justiça local (TJ-SC) confirmou a sentença e atribuiu ao estado-membro a responsabilidade objetiva direta, e não subsidiária, por atos praticados por tabeliães, por força do artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal.Para aquela corte, o estado, na condição de delegante dos serviços notariais, responde objetivamente pela reparação dos danos que os tabeliães e registradores vierem a causar a terceiros em razão do exercício de suas funções. Contra esse entendimento, a procuradoria estadual interpôs o RE 842846 para questionar o acórdão do TJ-SC. Manifestação do relator É salutar que se pacifique, no âmbito desta Corte, a controvérsia sobre qual a responsabilidade civil do Estado pelos danos causados pelos seus delegatários, ressaltou o relator do processo, ministro Luiz Fux. Ele observou ser necessário definir, com base nos artigos 37, parágrafo 6º, e 236 da Constituição Federal, qual o tipo de responsabilidade civil que rege a atuação dos tabeliães e notários, se objetiva ou subjetiva, além de saber se o estado-membro aos quais estes agentes se acham vinculados deve responder em caráter primário, solidário ou subsidiário em relação aos delegatários.dessa forma, o ministro entendeu cabível reconhecer a repercussão geral, tendo em vista que o tema constitucional apresentado nos autos é questão relevante do ponto de vista econômico, político, social e jurídico, e ultrapassa os interesses subjetivos da causa. A manifestação do relator foi seguida, por unanimidade, em deliberação no Plenário Virtual do STF. (RE 842846) 6

- Responsabilidade das pessoas privadas prestadoras de serviços públicos e não usuário do serviço. - Para pessoas privadas prestadores de serviços públicos, por um determinado período, subsistiu, na jurisprudência do STF, uma discussão quanto à aplicação da teoria objetiva em face de terceiros, usuários ou não usuários do serviço. Hoje essa questão, já superada, foi objeto de decisão pela Corte Suprema em sede de recurso extraordinário, o RE nº 591874, com o reconhecimento de repercussão geral, admitindo que a responsabilidade é objetiva independentemente de ser usuário ou não usuário, importando apenas a caracterização de um serviço público. A decisão ressalta que, se a Constituição não fez essa restrição, não cabe ao intérprete fazê-la e que em nome do princípio da isonomia, a regra deve ser a mesma para os beneficiários diretos ou não do serviço. - Tema - Nº 130 (Responsabilidade objetiva do Estado em caso de responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público em relação a terceiros não-usuários do serviço.) MÉRITO JULGADO EMENTA: CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO- USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO. I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, 6º, da Constituição Federal. II - A inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente para estabelecer 7

a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado. III - Recurso extraordinário desprovido. (RE 591874, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 26/08/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe- 18-12-2009) 4.2. Conduta Estatal Lesiva - pode ser em decorrência de comportamentos unilaterais, - lícitos ou ilícitos, - comissivos ou omissivos, - materiais ou jurídicos. I) Danos por ação do Estado = ATO COMISSIVO a) por comportamentos lícitos (ATOS JURÍDICOS E MATERIAIS) b) por comportamentos ilícitos II) Danos por omissão ATO OMISSIVO - Divergências - REPERCUSSÃO GERAL - Tema 366 - Responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes de omissão do dever de fiscalizar comércio de fogos de artifício em residência. EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PÚBLICO POR OMISSÃO (ART. 107, EC 1/69). EXPLOSÃO DE LOCAL DESTINADO AO COMÉRCIO DE FOGOS DE ARTIFÍCIO. COMUNICAÇÃO PRÉVIA À AUTORIDADE MUNICIPAL COMPROVADA. EFETIVO PAGAMENTO DE TAXA PARA EXPEDIÇÃO DE LICENÇA. AUSÊNCIA DE PRECEDENTES ESPECÍFICOS. NECESSIDADE DE SUBMISSÃO AO PLENÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. A Turma, ao apreciar agravo regimental interposto pelo município de São Paulo à decisão monocrática proferida pelo min. relator, reconheceu a existência de repercussão geral (art. 543-A, 4º, CPC) e, considerando a 8

inexistência de precedentes específicos - responsabilidade civil do poder público por omissão relativa à fiscalização de local destinado ao comércio de fogos de artifício cujo proprietário requerera licença de funcionamento e recolhera a taxa específica -, deu provimento ao agravo regimental para submeter o recurso extraordinário a julgamento do Plenário, oportunizando-se às partes a possibilidade de sustentações orais.(re 136861 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 01/02/2011, DJe- 15-04- 2011) CURIOSIDADE - RG - Tema Nº 19 - Indenização pelo nãoencaminhamento de projeto de lei de reajuste anual dos vencimentos de servidores públicos. VENCIMENTOS REPOSIÇÃO DO PODER AQUISITIVO ATO OMISSIVO INDENIZAÇÃO INCISO X DO ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO REPERCUSSÃO DO TEMA. Ante a vala comum da inobservância da cláusula constitucional da reposição do poder aquisitivo dos vencimentos, surge com repercussão maior definir o direito dos servidores a indenização. (RE 565089 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 13/12/2007, DJe- 01-02-2008) Sem julgamento de mérito ainda. - REPERCUSSÃO GERAL Tema 512 - Responsabilidade civil do Estado por danos materiais causados a candidatos inscritos em concurso público em face do cancelamento da prova do certame por suspeita de fraude. 9

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ANULAÇÃO DO CONCURSO POR ATO DA PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, EM FACE DE INDÍCIOS DE FRAUDE NO CERTAME. DIREITO À INDENIZAÇÃO DE CANDIDATO PELOS DANOS MATERIAIS RELATIVOS ÀS DESPESAS DE INSCRIÇÃO E DESLOCAMENTO. APLICABILIDADE DO ART. 37, 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.(RE 662405 RG, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 15/12/2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 25-06-2012 ) Sem julgamento de mérito III) Danos dependentes de situação produzida pelo Estado OUTRAS REPERCUSSÕES GERAIS SOBRE RESPONSABILIDADE CIVIL - Tema 592 - Responsabilidade civil objetiva do Estado por morte de detento. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO POR MORTE DE DETENTO. RELEVÂNCIA DA MATÉRIA E TRANSCENDÊNCIA DE INTERESSES. MANIFESTAÇÃO PELA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.(ARE 638467 RG, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 20/09/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe- 04-10-2012 ) - Tema 362 - Responsabilidade civil do Estado por ato praticado por preso foragido. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO DANO DECORRENTE DE CRIME PRATICADO POR PRESO FORAGIDO. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da responsabilidade civil do Estado em face de dano decorrente de crime praticado por preso foragido, haja vista a omissão no dever de vigilância por parte do ente federativo. (RE 10

608880 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 03/02/2011, DJe- 18-09-2013) 4.3. DANO INDENIZAVEL a) DANO JURÍDICO b) DANO CERTO c) DANO ESPECIAL d) DANO ANORMAL 4.4. INDENIZAÇÃO 4.5 HIPÓTESES DE EXCLUSÃO - TEORIAS - a responsabilidade objetiva se divide em 2 teorias: - I) risco integral - II) risco administrativo 5. AÇÃO REGRESSIVA - caso o Estado seja condenado a indenizar a vítima pelos prejuízos causados pelo agente, tendo esse agido com culpa ou dolo, é possível que o Estado busque a compensação de suas despesas por meio de uma ação de regresso, aplicando a parte final do art. 37, 6º, da CF. Trata-se de uma ação autônoma para o exercício do direito de regresso, que garante o ressarcimento pelas despesas que o Estado suportou em razão da condenação. - quanto à possibilidade de denunciação da lide a doutrina e a jurisprudência são muito divergentes. Inúmeros administrativistas defendem a impossibilidade da denunciação considerando que introduzirá para o processo um fato novo, a discussão sobre a culpa ou o dolo do agente, dispensável em responsabilidade objetiva. Também alegam o efeito procrastinatório desse novo conjunto probatório. De outro lado, a jurisprudência do STJ reconhece que a denunciação é aconselhável porque representa economia e celeridade para o processo, admitindo que essa é uma decisão da Administração e que 11

sua ausência não vai gerar nulidade para o processo e nem impedir o direito de regresso. - Algumas decisões: EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO: 6O DO ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. AGENTE PÚBLICO. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento da RE n. 327.904, Relator o Ministro Carlos Britto, DJ de 8.9.06, fixou entendimento no sentido de que "somente as pessoas jurídicas de direito público, ou as pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos, é que poderão responder, objetivamente, pela reparação de danos a terceiros. Isto por ato ou omissão dos respectivos agentes, agindo estes na qualidade de agentes públicos, e não como pessoas comuns". Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento.(re 470996 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 18/08/2009, DJe- 11-09-2009) OUTROS JULGADOS: AI552366 AgR/MG e RE 327.904/SP No mesmo sentido, as seguintes decisões monocráticas: RE nº 549.126/MG, Relator o Ministro Ayres Britto, DJe de 9/9/11; RE nº 235.025, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 19/11/10; e RE nº 601.104/DF, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 15/9/09, RE601104/DF CURIOSIDADE: Posição também do TST RR 360240-65.2007.5.09.0322 Rel. Min. Hugo Scheuermann DJE 11.10.2013) DECISÃO DO STJ DIVERGENTE DO ENTENDIMENTO DO STF Na hipótese de dano causado a particular por agente público no exercício de sua função, há de se conceder ao lesado a possibilidade de ajuizar ação diretamente contra o agente, contra o Estado ou contra ambos. De fato, o art. 37, 6º, da CF prevê uma garantia para o administrado de buscar a 12

recomposição dos danos sofridos diretamente da pessoa jurídica, que, em princípio, é mais solvente que o servidor, independentemente de demonstração de culpa do agente público. Nesse particular, a CF simplesmente impõe ônus maior ao Estado decorrente do risco administrativo. Contudo, não há previsão de que a demanda tenha curso forçado em face da administração pública, quando o particular livremente dispõe do bônus contraposto; tampouco há imunidade do agente público de não ser demandado diretamente por seus atos, o qual, se ficar comprovado dolo ou culpa, responderá de qualquer forma, em regresso, perante a Administração. Dessa forma, a avaliação quanto ao ajuizamento da ação contra o agente público ou contra o Estado deve ser decisão do suposto lesado. Se, por um lado, o particular abre mão do sistema de responsabilidade objetiva do Estado, por outro também não se sujeita ao regime de precatórios, os quais, como é de cursivo conhecimento, não são rigorosamente adimplidos em algumas unidades da Federação. Posto isso, o servidor público possui legitimidade passiva para responder, diretamente, pelo dano gerado por atos praticados no exercício de sua função pública, sendo que, evidentemente, o dolo ou culpa, a ilicitude ou a própria existência de dano indenizável são questões meritórias. Precedente citado: REsp 731.746-SE, Quarta Turma, DJe 4/5/2009. REsp 1.325.862-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/9/2013, publicado DJE 10.12.2013 e no Informativo de 19.12.2013. QUESTÕES SOBRE O ASSUNTO IMPROBIDADE ADMINISTATIVA 1 - Q419811 ( Prova: ACAFE - 2014 - PC-SC - Delegado de Polícia / Direito Administrativo / Improbidade administrativa - Lei 8.429/92; Atos de Improbidade Administrativa e suas Sanções; ) Considerando as diretrizes trazidas pela Lei 8.429/92, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no 13

exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional, é correto afirmar, exceto: a) A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. b) Aquele que, mesmo não sendo agente público, concorrer ou se beneficiar da prática ilícita contra a Administração Pública, estará sujeito às sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa. c) A rejeição, pela autoridade administrativa, de representação apresentada pelo particular, destinada a apurar a prática de ato de improbidade administrativa, não impede a representação ao Ministério Público. d) Para que se enquadre o agente público na Lei de Improbidade é necessário que haja dolo, culpa e prejuízo ao ente público, caracterizado pela ação ou omissão do administrador público. e) Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo. 2 - Q402677 ( Prova: CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária / Direito Administrativo / Improbidade administrativa - Lei 8.429/92; Disposições gerais; ) A respeito de agentes públicos, responsabilidade civil do Estado e improbidade administrativa, julgue os itens que se seguem. Consideram-se sujeitos ativos dos ilícitos previstos na Lei de Improbidade Administrativa o agente público e o terceiro particular que, mesmo não sendo agente público, induzir ou concorrer para o ato ou dele se beneficiar direta ou indiretamente. ( ) Certo ( ) Errado 3 - Q402678 ( Prova: CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária / Direito Administrativo / Improbidade administrativa - Lei 8.429/92; Atos de Improbidade Administrativa e suas Sanções; ) A respeito de agentes públicos, responsabilidade civil do Estado e improbidade administrativa, julgue os itens que se seguem. 14

Conforme a recente jurisprudência do STJ, para a configuração dos atos de improbidade administrativa que causem lesão ao erário previstos na Lei de Improbidade Administrativa, exige-se comprovação de efetivo dano ao erário e de culpa, ao menos em sentido estrito. ( ) Certo ( ) Errado 4 - Q389321 ( Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polícia / Direito Administrativo / Improbidade administrativa - Lei 8.429/92; Demais disposições da Lei 8.429/92; ) De acordo com a Lei n. o 8.429/92, a ação de improbidade, em caso de enriquecimento ilícito, a) seguirá o rito ordinário e será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada. b) deve ser proposta no prazo de 45 dias da efetivação da medida cautelar de sequestro. c) deve ser proposta no prazo de 60 dias da efetivação da medida cautelar de sequestro. d) seguirá o rito sumário e será proposta exclusivamente pelo Ministério Público. e) seguirá o rito ordinário e será proposta exclusivamente pelo Ministério Público. 5 - Q389368 ( Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polícia / Direito Administrativo / Improbidade administrativa - Lei 8.429/92; Atos de Improbidade Administrativa e suas Sanções; ) Dispõe a Lei n.º 8.249, de 1992 Lei de Improbidade Administrativa que, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, na hipótese dos atos que importam enriquecimento ilícito, a suspensão dos direitos políticos será de a) 1 (um) a 4 (quatro) anos. b) 1 (um) a 3 (três) anos. c) 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 15

d) 2 (dois) anos. e) 8 (oito) a 10 (dez) anos. 6 - Q385000 ( Prova: FUNCAB - 2014 - PM-MT - Soldado da Polícia Militar / Direito Administrativo / Improbidade administrativa - Lei 8.429/92; Atos de Improbidade Administrativa e suas Sanções; ) Nos termos da Lei Federal n 8.429/1992, "receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado" constitui ato de.. improbidade sujeito, dentre outras, à seguinte pena: a) proibição de contratar com o poder público pelo prazo máximo de 3 anos. b) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano. c) suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos. d) pagamento de multa civil de até cem vezes o valor do dano. e) perda da função pública. 7 - Q350762 ( Prova: IBFC - 2013 - PC-RJ - Oficial de Cartório / Direito Administrativo / Improbidade administrativa - Lei 8.429/92; Atos de Improbidade Administrativa e suas Sanções; ) Analise as condutas abaixo descritas com base a Lei Federal n. 8.429/93 (Lei de Improbidade Administrativa): I. Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo. II. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício. III. Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente. IV. Negar publicidade aos atos oficiais. V. Revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. Dentre estas condutas, atentam contra os princípios da Administração Pública apenas as descritas nos itens: 16

a) I, II, III e IV. b) I, II, III ev. c) I, II, IV e V. d) I, III, IV e V. e) II, III, IV e V. 8 - Q353516 ( Prova: CESPE - 2013 - PC-DF - Agente de Polícia / Direito Administrativo / Improbidade administrativa - Lei 8.429/92; Atos de Improbidade Administrativa e suas Sanções; ) Acerca do que dispõe a Lei de Improbidade Administrativa e dos poderes da administração, julgue o item que se segue. Considere a seguinte situação hipotética. Após investigação, constatou-se que determinado servidor público adquiriu, em curto período de tempo, uma lancha, uma casa luxuosa e um carro importado avaliado em cem mil reais, configurando um crescimento patrimonial incompatível com sua renda. Apesar de a investigação não ter apontado a origem ilícita dos recursos financeiros, o referido servidor foi condenado à perda dos bens acrescidos ao seu patrimônio, à demissão, à suspensão dos direitos políticos e ao pagamento de multa. Nessa situação hipotética, o servidor foi indevidamente condenado por improbidade administrativa, haja vista não ter ficado comprovada ilicitude na aquisição dos bens. ( ) Certo ( ) Errado 9 - Q350409 ( Prova: CESPE - 2013 - PC-DF - Escrivão de Polícia / Direito Administrativo / Improbidade administrativa - Lei 8.429/92; Disposições gerais; ) Acerca do regime jurídico dos servidores públicos, julgue os itens subsecutivos. O conceito de agente público para a aplicação da Lei de Improbidade Administrativa abrange aqueles que exerçam, sem remuneração, função no âmbito da PCDF. 17

( ) Certo ( ) Errado 10 - Q329577 ( Prova: CESPE - 2013 - PRF - Policial Rodoviário Federal / Direito Administrativo / Improbidade administrativa - Lei 8.429/92; Atos de Improbidade Administrativa e suas Sanções; ) No que se refere ao regime jurídico administrativo, julgue os itens subsecutivos. Somente são considerados atos de improbidade administrativa aqueles que causem lesão ao patrimônio público ou importem enriquecimento ilícito. ( ) Certo ( ) Errado GABARITOS: 1 - E 2 - C 3 - C 4 - A 5 - E 6 - E 7 - C 8 - E 9 - C 10 - E RESPONSABILIDADE CIVIL 1 - Q432631 ( Prova: FGV - 2014 - MPE-RJ - Estágio Forense / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; Reparação do dano, ação de indenização, ação regressiva e prescrição.; ) José, motorista da Secretaria Municipal de Obras, dirigia caminhão oficial do Município e falava ao telefone celular enquanto trafegava, acabando por colidir com um veículo de particular que estava regularmente estacionado em via pública. No caso em tela, aplica-se a responsabilidade civil: a) subjetiva do Município, que responde pelos danos que seu agente, nessa qualidade, causou a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o motorista, que agiu com culpa; b) subjetiva do Município, que responde pelos danos que seu agente, nessa qualidade, causou a terceiros, independentemente da culpa ou dolo de seu agente; 18

c) subjetiva do motorista, porque agiu com imperícia, cabendo responsabilidade subsidiária do Município que responde pelos danos que seu agente, nessa qualidade, causou a terceiros, no caso de insolvência do funcionário; d) objetiva do Município, que responde pelos danos que seu agente, nessa qualidade, causou a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o motorista, que agiu com culpa; e) objetiva do Município, que responde pelos danos que seu agente, nessa qualidade, causou a terceiros, sendo imprescindível a demonstração de culpa ou dolo de seu funcionário. 2 - Q420610 ( Prova: ACAFE - 2014 - PC-SC - Agente de Polícia / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; Previsão constitucional e elementos da responsabilidade civil objetiva do Estado; ) Considerando a responsabilidade civil do Esta do, assinale a alternativa correta. a) A culpa concorrente da vítima é causa excludente da responsabilidade civil do Estado. b) A responsabilidade civil do Estado por danos nucleares depende da existência de culpa. c) São requisitos para configuração da responsabilidade civil do Estado: ocorrência do dano, ação ou omissão administrativa, existência de nexo causai entre o dano e a ação ou omissão administrativa, ausência de causa excludente da responsabilidade estatal. d) O Estado é responsável e obrigado a indenizar os danos causados somente por atos ilícitos de seus agentes. e) Caracteriza a responsabilidade objetiva a necessidade de o lesado provar a existência da culpa do agente ou do serviço público. 3 - Q419866 ( Prova: ACAFE - 2014 - PC-SC - Delegado de Polícia / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; Excludentes e atenuantes da responsabilidade civil objetiva e teoria do risco integral; Previsão constitucional e elementos da responsabilidade civil objetiva do Estado; ) 19

À polícia civil, dirigida por Delegado de Polícia de carreira, incumbe, ressalvada a competência da União, a função de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, salvo as militares. (ALVES, Vilson R. Respons. Civil do E., 2001, p. 346) Considere o texto, analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta. l O Estado responde e presta indenização diante da morte de vítima baleada por Delegado em atividade de perseguição, no exercício de sua função. ll Não alegada e não comprovada, para elidi-la, a culpa exclusiva da própria vítima para evento danoso causado pelo agente estatal, é certa a responsabilidade civil do Estado de indenizar. lll Comprovada a relação de causalidade entre a atuação ou a omissão administrativa do Delegado de Polícia e o dano causado a terceiro, configura-se o dever do Estado de indenizar objetivamente o ofendido. lv A responsabilidade do Estado por ato omissivo ou comissivo de seus agentes é objetiva, apesar da responsabilidade subjetiva do causador do dano para indenizar, em regresso, a Administração Pública, no caso de dolo ou culpa. V A Administração Pública responde civilmente por atos negativos de seus agentes quando, por inércia em atender uma situação, que exigia a presença deles para evitar a ocorrência danosa, o dano sobrevém em decorrência dessa falta. a) Apenas a afirmação V está correta. b) Todas as afirmações estão corretas. c) Apenas I, II e IV estão corretas. d) Apenas I, IV e V estão corretas. e) Apenas II, III e IV estão corretas. 4 - Q419809 ( Prova: ACAFE - 2014 - PC-SC - Delegado de Polícia / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; Excludentes e atenuantes da responsabilidade civil objetiva e teoria do risco integral; Responsabilidade do Estado por obras públicas, atos legislativos e atos judiciais; Previsão constitucional e elementos da responsabilidade civil objetiva do Estado; ) Sobre a responsabilidade civil da Administração Pública, assinale a alternativa correta. 20

a) A absolvição do servidor no juízo criminal afastará a responsabilidade civil do Estado se não ficar comprovada culpa exclusiva da vítima. b) A responsabilidade da Administração Pública será afastada se comprovada ausência do nexo causal entre o dano e a ação do Estado. c) Não cabe à Administração Pública indenizar o erro judiciário. d) As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que, nessa qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, apenas se houver dolo por parte destes. e) A Administração Pública deve indenizar o dano sofrido pelo particular somente se for comprovada a existência de falha da atividade administrativa. 5 - Q393783 ( Prova: Aroeira - 2014 - PC-TO - Agente de Polícia / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; Previsão constitucional e elementos da responsabilidade civil objetiva do Estado; ) Determinado Policial Civil, conduzindo uma viatura oficial para a investigação de um crime, avança o sinal vermelho e atropela um cidadão. Nesse caso, a responsabilidade do Estado é do tipo: a) subjetiva b) objetiva c) universal d) contratual 6 - Q395584 ( Prova: Aroeira - 2014 - PC-TO - Delegado de Polícia / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; Previsão constitucional e elementos da responsabilidade civil objetiva do Estado; ) Em uma situação hipotética, determinado Delegado de Polícia, sem observar as formalidades legais, autuou em flagrante cidadão conduzido pela Polícia Militar, o que acarretou o relaxamento da prisão por ordem judicial três dias depois. Essa situação configura um caso de responsabilidade: a) subsidiária do Estado. 21

b) subjetiva do Estado. c) exclusiva do Delegado. d) objetiva do Estado. 7 - Q378555 ( Prova: CESPE - 2014 - PM-CE - Oficial da Polícia Militar / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; Previsão constitucional e elementos da responsabilidade civil objetiva do Estado; ) Julgue os próximos itens, referentes a cargos públicos, empregos públicos e responsabilidade civil do servidor. A responsabilidade civil do servidor público por dano causado a terceiros, no exercício de suas funções, ou à própria administração, é subjetiva, razão pela qual se faz necessário, em ambos os casos, comprovar que ele agiu de forma dolosa ou culposa para que seja diretamente responsabilizado. ( ) Certo ( ) Errado 8 - Q353511 ( Prova: CESPE - 2013 - PC-DF - Agente de Polícia / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; Evolução da responsabilidade civil estatal - Teoria da irresponsabilidade, teorias civilistas e teorias publicistas; ) Durante rebelião em um presídio, Charles, condenado a vinte e oito anos de prisão por diversos crimes, decidiu fugir e, para tanto, matou o presidiário Valmir e o agente penitenciário Vicente. A fim de viabilizar sua fuga, Charles roubou de Marcos um carro que, horas depois, abandonou em uma estrada de terra, batido e com o motor fundido. Charles permaneceu foragido por cinco anos e, depois desse período, foi preso em flagrante após tentativa de assalto a banco em que explodiu os caixas eletrônicos de uma agência bancária, tendo causado a total destruição desses equipamentos e a queima de todo o dinheiro neles armazenado. Com referência a essa situação hipotética e à responsabilização da administração, julgue o item a seguir. A responsabilidade do Estado com relação aos danos causados à agência bancária é objetiva, uma vez que a falha do Estado foi a causa da fuga, da qual decorreu o novo ato ilícito praticado por Charles. ( ) Certo ( ) Errado 22

9 - Q353512 ( Prova: CESPE - 2013 - PC-DF - Agente de Polícia / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; Evolução da responsabilidade civil estatal - Teoria da irresponsabilidade, teorias civilistas e teorias publicistas; ) Se as famílias de Valmir e Vicente decidirem pleitear indenização ao Estado, terão de provar, além do nexo de causalidade, a existência de culpa da administração, pois, nesses casos, a responsabilidade do Estado é subjetiva. ( ) Certo ( ) Errado 10 - Q379937 ( Prova: FUMARC - 2013 - PC-MG - Analista da Polícia Civil - Direito / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; Reparação do dano, ação de indenização, ação regressiva e prescrição.; Previsão constitucional e elementos da responsabilidade civil objetiva do Estado; ) Durante perseguição a um criminoso, veículo da Polícia Civil conduzido em alta velocidade colide com três auto- móveis particulares que trafegavam regularmente pela via pública, causando danos materiais a seus respectivos proprietários. Na hipótese, é CORRETO afirmar: a) Impõe-se ao Estado o dever de indenizar com base na teoria da responsabilidade objetiva, segundo expressa previsão do ordenamento jurídico brasileiro. b) Não se impõe ao Estado o dever de reparar os danos, em face da excludente de responsabilidade caracterizada pelo estrito cumprimento do dever legal. c) Não se impõe ao Estado o dever de indenizar, em face da excludente de responsabilidade civil representada pela imprevisibilidade e inevitabilidade do evento danoso. d) Responderá o Estado pelo dever de indenizar os danos com base na teoria da culpa subjetiva, ou seja, desde que demonstrado que a operação policial ou, especificamente, as colisões tenham sido dolosas ou culposas. 23

GABARITOS: 1 - D 2 - C 3 - B 4 - B 5 - B 6 - D 7 - C 8 - E 9 - E 10 - A 24