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Transcrição:

APELAÇÃO CÍVEL (AC) Nº 522402/PB (0002392-24.2011.4.05.9999) APTE : ANTÔNIO DA SILVA LIMA ADV/PROC : ORION FERREIRA DE SOUSA APDO : INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL REPTE : PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE ORIGEM : 2ª VARA DA COMARCA DE BREJO DO CRUZ - PB - PB RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO RELATÓRIO O Senhor DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO: Trata-se de ação de rito ordinário proposta por particular em face do INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, visando à concessão do benefício de aposentadoria por invalidez. O MM. Juiz de Direito da Comarca de Brejo da Cruz-PB julgou improcedente o pedido, por entender não comprovada a incapacidade. Apelação manifestada pelo particular, para reforma da sentença. Contrarrazões apresentadas. É o relatório. AC nº 522402-PB 1 JPGDC

APELAÇÃO CÍVEL (AC) Nº 522402/PB (0002392-24.2011.4.05.9999) APTE : ANTÔNIO DA SILVA LIMA ADV/PROC : ORION FERREIRA DE SOUSA APDO : INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL REPTE : PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE ORIGEM : 2ª VARA DA COMARCA DE BREJO DO CRUZ - PB - PB RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO VOTO O Senhor DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO: A questão em debate refere-se à comprovação da incapacidade de trabalhador rural, visando à concessão de benefício de aposentadoria por invalidez. Aposentadoria por invalidez é benefício previsto no artigo 42, da Lei n.º 8.213/91, devido ao segurado incapacitado total e irreversivelmente para todo e qualquer ofício. Para a concessão do benefício em tela, portanto, mister se faz que o requerente comprove a sua condição de trabalhador rurícola, em regime de economia familiar (art. 11, VII, 1º, da Lei 8.213/91), e o tempo mínimo de labor campesino, exigido e especificado pelo art. 142 da mesma Lei. Quanto à condição de rurícola, restou incontroversa, pois foi concedido e cancelado o benefício de auxílio-doença. No tocante à incapacidade para o trabalho, laudo pericial do Juízo, fl. 69, informando que o autor é portador de enfermidade, CID 10 M 41. Apesar de o perito não reconhecer a incapacidade do autor, ao longo do processo, verifico atestado médico, fl. 32, afirmando ser o autor portador de osteoartrose, processo degradativo/degenerativo articular, o qual resulta de um processo anormal entre a destruição cartilaginosa e a reparação da mesma, que dificulta o exercício de atividades de médio e grande esforço físico..não está, pois, o Juiz adstrito a decidir nos termos do laudo pericial, artigo 436, CPC. Considerando a difícil e árdua atividade na agricultura, considerando, ainda, a pouca instrução de morador do interior da Paraíba é que entendo existir a incapacidade definitiva do autor, tendo em conta a osteoartrose que dificulta o exercício de atividades de médio e grande esforço físico. Trago os seguintes julgados desta Corte a seguir transcritos, no que me interessa: AC nº 522402-PB 2 JPGDC

PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO- DOENÇA COM CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONTROVÉRSIA QUE RESIDE UNICAMENTE NA EXTENSÃO DA INCAPACIDADE, SE TEMPORÁRIA OU TOTAL E DEFINITIVA. INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE COMPROVADA. JUROS E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA DO ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/1997 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.960/2009. REMESSA OFICIAL PROVIDA EM PARTE. APELAÇÃO IMPROVIDA. 1. O benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez alcança tão-somente aqueles segurados que, cumprida a carência do benefício ou dispensada dela por força de lei, estão em situação de incapacidade permanente para o trabalho, com quadro clínico de característica irreversível e insusceptível de reabilitação profissional, ao passo que o auxílio-doença alcança tão-somente aqueles segurados que estão em situação de incapacidade temporária para o trabalho, com quadro clínico de característica reversível. 2. Autora, com 55 anos de idade (fl. 40), portadora de "hérnia discal cervical, protusão discal na coluna lombar, alterações degenerativas no joelho direito, coluna vertebral e hipertensão arterial". 3. Embora o laudo pericial tenha salientado inexistir incapacidade definitiva e total para o trabalho, uma vez que, segundo fez constar, a autora pode ser reabilitada ou mesmo voltar a exercer sua atividade profissional (auxiliar de escritório e faturista), o Juízo sentenciante, atento aos demais elementos que instruem os autos, destacou o caráter progressivo e evolutivo das enfermidades relacionadas à coluna vertebral com o decorrer dos anos, não vislumbrando a possibilidade de a autora manter-se no competitivo mercado de trabalho, ainda mais quando foi submetida a procedimento cirúrgico há mais de 25 anos, sendolhe recomendado, para melhora da capacidade, uma nova cirurgia. 4. (...). 5. (...). 6. O julgador não está vinculado ao lado pericial (art. 436 do CPC), sendo-lhe possível decidir em sentido diverso quando presentes nos autos outros elementos de convicção. 7. A realidade retratada no presente caso concreto evidencia que a incapacidade que acomete a autora é, incontestavelmente, total e permanente. 8. (...). AC nº 522402-PB 3 JPGDC

9. Apelação improvida e remessa oficial provida parcialmente apenas quanto aos critérios de aplicação de juros de mora e atualização monetária. (APELREEX14138/PB, Primeira Turma, relator Desembargador Federal ROGÉRIO FIALHO MOREIRA, unânime, julgado em 20.01.2011, DJE. 27.01.2011) EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. QUALIDADE DE SEGURADO. CARÁTER INCONTROVERSO. INCAPACIDADE LABORATIVA. COMPROVAÇÃO. CONDIÇÕES PESSOAIS. IDADE AVANÇADA, BAIXO NÍVEL DE ESCOLARIDADE E RESIDÊNCIA NO INTERIOR DO ESTADO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONCESSÃO. RETROATIVOS AO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. ÍNDICES OFICIAIS E JUROS DA POUPANÇA. APLICAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 111 DO STJ. APELAÇÃO PROVIDA. 1. Reconhecida que a incapacidade laboral da parte portadora da patologia - hérnia umbilical - não lhe permite exercer a função habitual de feirante ou qualquer trabalho braçal, por se tratar de pessoa de pouca instrução, reside o interior do Estado da Paraíba e possui idade avançada (66 anos), é forçoso o reconhecimento da incapacidade para o trabalho e a concessão da aposentadoria por invalidez, com o pagamento de retroativos ao ato impugnado. 2. Na condenação imposta ao INSS deve ser aplicado à correção monetária e aos juros de mora, até o efetivo pagamento, os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança (cf. art. 1º-f da lei nº 9.494, com da lei nº 11.960/2009). 3. Os honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre a condenação incidem tão somente sobre as prestações vencidas até a data da prolação da sentença, conforme súmula n. 111 do STJ. 4. Apelação provida. (AC532273-PB, Terceira Turma, relator Desembargador Federal ANDRÉ LUÍS MAIA TOBIAS GRANJA, unânime, julgado em 31.01.2013, DJE 07.02.2013). Assim, uma vez inquestionável o exercício da atividade rural pelo demandante, bem como sua incapacidade total e irreversível, se apresenta legítimo o pleito, no sentido de que seja concedido o benefício de aposentadoria por invalidez, uma vez que está presente a doença incapacitante justificadora do benefício. Sobre a enfermidade em apreço já decidiu esta Corte: AC nº 522402-PB 4 JPGDC

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PORTADOR DE OSTEOARTROSE SINFONADA. RESTRIÇÕES PARA O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE LABORATIVA DE FORMA DEFINITIVA. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. JUROS DE MORA. LEI 11.960/09. HONORÁRIOS. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. RECURSO ADESIVO PROVIDO. 1. Trata-se de Apelação e recurso adesivo contra sentença que, em sede de Ação Ordinária, julgou procedente o pedido formulado na inicial, para condenar o INSS a conceder a parte autora o benefício de aposentadoria por invalidez, desde a data do requerimento administrativo. 2. Constata-se, a partir dos documentos acostado aos autos, que a parte apelada é portadora de osteoartrose sinfonada da coluna cervical (CID: M47.9), o que acarreta restrições definitiva ao trabalho laborativo, conforme atestado médico. 3. Não há discussão quanto à condição de segurado especial da apelada, conforme termo de homologação da atividade rural expedido pelo próprio INSS. 4. No que tange ao laudo pericial contrário à concessão do benefício previdenciário, este não merece prosperar, pois há nos autos outros elementos de provas que corroboram com a concessão do benefício. 5. Uma vez verificada a condição de rurícola da parte autora, que conta com 55 (cinqüenta e cinco anos) de idade e é portadora de osteoartrose sinfonada, pode-se comprovar, com fulcro nas provas documentais e testemunhais, que a autora não tem mais condições de exercer a atividade rural, pois exige grande esforço físico, o que é inviável em virtude do seu problema de saúde. Ademais, por sempre ter trabalhado no labor agrícola, a autora não tem condições de ser reaproveitada em outra atividade. 6. Os juros moratórios devem ser fixados no percentual de 1% (um por cento) ao mês, a partir da citação, até o mês de junho do ano de 2009, devendo a partir do mês seguinte incidir na forma prevista na Lei nº 11.960/09. 7. Na fixação dos honorários advocatícios, o entendimento jurisprudencial de nossos Tribunais e desta Egrégia Corte é no sentido de que para as ações previdenciárias devem ser fixados no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, incidentes sobre as parcelas vencidas (Súmula 111/STJ). Ressalto que tal súmula já foi aplicada na decisão a quo. 8. Apelação do INSS parcialmente provida e Recurso Adesivo provido. AC nº 522402-PB 5 JPGDC

(REOAC526508/CE, relator Desembargador Federal GERALDO APOLIANO, unânime, julgado em 06.09.2012, DJE 27.09.2012.) Parcelas devidas a partir do requerimento administrativo, ressalvada a prescrição qüinqüenal. Juros de mora de 1,0% (um por cento) ao mês, a partir da citação válida (Súmula 204-STJ) e, a partir de 30.06.2009, inclusive a correção monetária, nos termos do art. 1º - F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, de aplicação imediata, a teor do que decidido pelo STF, em regime de repercussão geral, no AI 842063, da Relatoria do Ministro Cezar Peluso. Honorários advocatícios arbitrados em 10% (dez por cento) do valor da condenação, artigo 20, 4º, CPC, excluídas as parcelas vincendas, assim entendidas as posteriores à prolação da sentença, nos termos da Súmula nº 111 do eg. STJ. Ante o exposto, dou provimento à apelação. É como voto. Recife, 04 de abril de 2013. DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARO RELATOR AC nº 522402-PB 6 JPGDC

APELAÇÃO CÍVEL (AC) Nº 522402/PB (0002392-24.2011.4.05.9999) APTE : ANTÔNIO DA SILVA LIMA ADV/PROC : ORION FERREIRA DE SOUSA APDO : INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL REPTE : PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE ORIGEM : 2ª VARA DA COMARCA DE BREJO DO CRUZ - PB - PB RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORATIVA TOTAL COMPROVADA. JUROS. HONORÁRIOS. 1. É devida a concessão do benefício de aposentadoria por invalidez ao segurado da Previdência que esteja impossibilitado de exercer suas atividades laborativas em face de moléstia que incapacita de forma irreversível. 2. O julgador não está vinculado ao laudo pericial, artigo 436. osteoartrose em trabalhador rural, residente no interior da Paraíba, pouca instrução é moléstia irreversível e incapacitante para o exercício de atividade profissional. 3. Uma vez atestada a incapacidade total e irreversível para qualquer tipo de trabalho, correta a concessão do benefício de aposentadoria por invalidez. 4. Condição de segurado especial, trabalhador rural, incontroversa. 5. Juros de mora de 1,0% (um por cento) ao mês, a partir da citação válida (Súmula 204-STJ) e, a partir de 30.06.2009, inclusive a correção monetária, nos termos do art. 1º - F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, de aplicação imediata, a teor do que decidido pelo STF, em regime de repercussão geral, no AI 842063, da Relatoria do Ministro Cezar Peluso. 6. Honorários advocatícios arbitrados em 10% (dez por cento) do valor da condenação, artigo 20, 4º, CPC, observada a Súmula n.º 111-STJ. 7. Apelação provida. A C Ó R D Ã O Decide a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, dar provimento à apelação, nos termos do voto do relator, na forma do relatório e notas taquigráficas constantes nos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Recife, 04 de abril de 2013. AC nº 522402-PB 7 JPGDC

DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO RELATOR AC nº 522402-PB 8 JPGDC