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Transcrição:

Boletim do Leite ANO - NÚMERO 9 - DEZEMBRO 04/JANEIRO 05 USP/ESALQ - Depto. de Economia, Administração e Sociologia - Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) SETOR ENTRA 005 COM PÉ DIREITO Boas são as notícias para os produtores de leite neste início de ano. Em primeiro lugar, as expectativas de crescimento da economia mostram-se mais sólidas e, com isso, o consumo interno tende a melhorar, já que 97,5% da nossa produção total de lácteos é destinada ao mercado doméstico. O cenário é favorecido também pelo desempenho das exportações que encerraram 004 com o equivalente a 633 milhões de litros, 57% a mais que 003. 0,60 0,400 Mesorregiões de São Paulo 0,540 0,547 0,54 0,55 0,40 0,494 0,47 0,660 0,530 0,5 Os preços reais do leite pago ao produtor, na média nacional, em janeiro/05 ficaram,4% acima da inflação medida pelo IGP-DI - quando comparados aos de janeiro de 004. Em relação a 003, também em valores reais, o litro de leite pago ao produtor no último mês esteve 5,7% superior à média de janeiro daquele ano. São José do Rio Preto Macro Metropolitana Vale do Paraíba Mesorregiões de Goiás SP Frente a dezembro, o preço bruto pago ao produtor em janeiro recuou apenas 0,40%, na média nacional, com o litro a cotado a R$ 0,58/litro. Já as variações entre os máximos e os mínimos pagos ainda apresentam uma distância significativa de R$ 0,6/litro, ou seja, volume e qualidade estão fazendo a diferença. 0,60 0,54 0,483 0,6 0,53 0,6 0,360 0,350 0,350 0,58 0,488 0,486 Preço pago ao produtor em janeiro/05 Mesorregiões de Minas Gerais Centro Goiano Sul Goiano GO Mesorregiões da Bahia 0,60 0,564 0,543 0,535 0,493 0,50 0,54 0,500 0,494 0,455 0,400 0,360 0,480 0,454 0,403 0,376 0,59 0,505 0,476 0,448 0,376 Triângulo Mineiro/ Alto Paraíba Sul/Sudoeste de de Minas Metropolitana de Belo Horizonte MG Centro Sul Baiano Sul Baiano BA Mercado Oferta interna do leite e derivados cresce menos que população em 004. Pág. 03 Agronegócio Análise de 998 e 004 mostra o leite em situação melhor que várias commodities. Pág. 05 Fique Atento Americanos investem na substituição de refrigerantes por leite nas escolas. Taxas do Programa Moderinfra são unificadas em 8,75% ao ano. Pág. 06

Apesar de a média mostrar-se estável, os preços regionais mantêm tendências diferentes entre si. Nesta época do ano, devido principalmente aos regimes pluviométricos distintos entre as regiões do País, a oferta de pastagens e, por conseqüência, de leite acabam sendo diferentes, o que interfere também nos preços. Na região Sul, devido à seca, as cotações registraram alta de,8% no Rio Grande do Sul e de,% no Paraná. Vale destacar a região metropolitana de Porto Alegre, onde a alta chegou a 5,9% em relação ao mês anterior. 34,0 3,0 30,0 8,0 6,0 4,0 Consumo per capta anual de leite (litros/habitante/ano) Já nas regiões onde as chuvas foram mais intensas, os preços médios tiveram pequenos recuos. Em São Paulo, por exemplo, foi pago ao produtor,% a menos que em dezembro; em Minas Gerais, a queda foi de,% e, em Goiás, de,3%. A maior queda, de 5,3%, ocorreu no Estado de São Paulo, mais especificamente na microrregião metropolitana paulista. Essa variação pode ser atribuída à concorrência entre os laticínios paulistas, mineiros e goianos tanto pelo leite cru (aquele comercializado por laticínios e cooperativas ainda na forma fluida e sem embalagem) quanto no mercado de derivados da Grande SP. Em situação diferente, os custos da dieta para vacas de 5 litros/dia, em janeiro, não foram favoráveis aos produtores. Dietas à base de silagem de milho e também aquelas à base de cana picada registraram altas de,% e,68%, respectivamente, em relação a dezembro/04. No caso da dieta à base de silagem de milho, em relação aos custos computados em janeiro de 004, houve um aumento de 7,8%. Já a dieta à base de cana picada, devido à queda nos preços do milho e do farelo de soja, ficou 7,% mais barata. Vale lembra, neste caso, que a participação tanto do milho quanto do farelo de soja na composição da dieta à base de cana é superior às demais dietas. Volumes de leite importado e exportado no Brasil (mil litros).500.000.000.000.500.000.000.000 500.000 0 996 997 998 999 000 00 00 003 004 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 00.000 00.000 0,0 0,0 996 997 998 999 000 00 00 003 004 0,59 0,375 0,534 0,504 Centro Oriental Mesorregiões do Paraná 0,58 0,386 0,480 0,473 Oeste 0,543 0,49 0,440 0,50 0,468 0,565 0,59 0,509 0,508 0,469 0,480 0,430 Norte Central Mesorregiões do Rio Grande do Sul Noroeste Nordeste Metropolitana Porto Alegre 0,330 PR 0,638 0,530 0,59 0,489 0,438 0,479 0,440 0,360 RS Exportações Importações - Boletim do Leite

PECUÁRIA LEITEIRA SURPREENDE EM 004 Leandro A. Ponchio Ana Paula Silva Nos três primeiros meses de 004, o volume exportado equivaleu a aproximadamente 8 milhões de litros, enquanto as importações, no mesmo período, foram de 68,5 milhões de litros (equivalentes). Essa diferença significou o primeiro superávit do setor leiteiro nacional em oito anos. Fato marcante para o ano! No segundo trimestre, já entrando no período de entressafra, os preços pagos aos produtores elevaram-se ao patamar de R$ 0,5/litro, na média nacional. Esse comportamento de alta segue até meados de agosto, com o preço médio do litro a R$ 0,57 no fechamento da entressafra. No período de abril a agosto, as exportações somaram R$ 36 milhões de litros, enquanto as importações foram de 46 milhões de litros (equivalentes). Para efeito de comparação, em 003, o Brasil exportou o equivalente a 36 milhões de litros e, em 00, apenas 99,5 milhões de litros. Ao se incluir as importações na conversa, a balança comercial do setor fica ainda mais positiva. No período de abril a agosto de 00 (entressafra), foi importado o equivalente a 680 milhões de litros e, de 003, o equivalente a 33 milhões. Essa grande guinada da situação do Brasil foi possível pela reestruturação conjunta dos diversos segmentos do setor, calcada em ganhos significativos de produtividade. Os baixos patamares de preços vistos em 00 e em 00 inviabilizaram a continuidade de quem (produtor e laticínios) não conseguia produzir bem (quantidade e qualidade) com custos relativamente baixos. Ao final da tempestade, os sobreviventes, portanto, eram os mais eficientes. Em resumo, o País passou a produzir mais e com melhor qualidade. Outro fato surpreendente em 004 foi o volume de lácteos consumido no mercado interno. Com uma produção total estimada em 4 bilhões de litros e um superávit nas exportações de 5 milhões de litros, resta portanto, ao mercado interno, um volume de 3,7 bilhões de litros distribuídos nos mercados formal e informal. Tendo em vista que os preços ao produtor estiveram firmes no correr do ano, conclui-se que o acréscimo de,8% da oferta foi absorvido. Foram destinados ao mercado brasileiro cerca de 664 milhões de litros a mais que em 003. Com esse nível de demanda, os preços do leite pagos ao produtor em 004 conseguem uma posição confortável frente aos de outras commodities. Considerando o período de sete anos (de 998 a 004), constata-se que o boi é a commodity que mais se sustentou acima da inflação (IGP- DI), além de ter também a menor volatilidade de preços. No caso do leite, a variação dos preços também pode ser considerada baixa, apesar do período abaixo da inflação na safra de 00/0. Já em 003, principalmente pelas exportações, os preços assumem tendência de rápida valorização, chegando ao final de 004 como a commodity que mais se recuperou frente à inflação no período de sete anos recortado para esta análise. 350,00 300,00 50,00 00,00 50,00 00,00 50,00 0,00 jan/98 mar/98 mai/98 Evolução dos preços nominais das principais commodities no Brasil (Base 00 = jan/98) jul/98 set/98 nov/98 jan/99 mar/99 mai/99 jul/99 set/99 nov/99 jan/00 mar/00 mai/00 jul/00 set/00 nov/00 jan/0 mar/0 mai/0 jul/0 set/0 nov/0 jan/0 mar/0 mai/0 jul/0 set/0 nov/0 jan/03 mar/03 mai/03 jul/03 set/03 nov/03 jan/04 mar/04 mai/04 jul/04 set/04 nov/04 Leite Boi Soja Açúcar Algodão IGP-DI O gráfico evidencia também a alta volatilidade dos preços do algodão, da soja e do açúcar. Essas commodities, durante 00 e 003, mostraram-se significativamente mais competitivas que o boi e o leite, mas, em 004, seus preços estiveram abaixo da inflação (considerando análise com base 00 em janeiro de 998). Esse desempenho realça a importância da análise de longo prazo para a atividade leiteira e também de sua participação no portfólio das propriedades. Durante a crise deste setor em 00 e 00, era difícil apostar em uma recuperação tão forte e tão rápida já em 003, e que se consolidaria em 004. Esse resultado deve ser atribuído ao profissionalismo do setor tanto no gerenciamento da produção de leite quanto na comercialização dos derivados lácteos. Outro ponto a destacar é a união de produtores, políticos, pesquisadores, laticínios e cooperativas na luta de um objetivo comum: o fortalecimento, pela via técnica, da atividade leiteira no País. Pesquisador do Cepea-Esalq/USP e mestrando em Economia Aplicada Esalq/USP. laponchi@esalq.usp.br Assessora de Comunicação do Cepea e mestranda em jornalismo na ECA/USP. apsilva@esalq.usp.br Fontes: CEPEA/ESALQ - USP, FGV - (IGP-DI) Este espaço é seu! O Boletim do Leite convida sua empresa a fazer uma parceria com a pesquisa. Tel: (9) 349-883 - leitecepea@esalq.usp.br

VENDAS INTERNAS E EXTERNAS GARANTEM BONS PREÇOS EM 004 A demanda interna aquecida por leite e derivados somada ao bom desempenho das exportações favoreceram produtores de leite em 004. Pesquisas do Cepea mostram que, no último ano, o preço real do leite (descontando a inflação medida pelo IGP-DI) na média dos seis principais Estados produtores foi praticamente igual ao de 003 e superior ao de 00 e ao de 00 considerando os valores deflacionados. Já se for comparada a média de dezembro de 004 à do mesmo período de 003, constata-se um aumento real (acima da inflação) de 6,5% do preço bruto pago ao produtor. O crescimento da oferta interna por leite e derivados é estimado em torno de,8% em relação a 003. Contudo, a estimativa de crescimento da população, feita pela FGV, foi de,45%, entre 004 e 003. Esse descompasso entre a oferta e a demanda internas é atribuído às exportações, que somaram, em 004, o equivalente a 633 milhões de litros, contra um volume de 35 milhões de litros importados. São José do Rio Preto Mesorregiões de São Paulo Macro Metropolitana Vale do Paraíba 0,660 0,578 0,53 0,537 0,494 0,495 0,543 0,500 0,47 0,430 0,400 Mesorregiões de Goiás SP Por outro lado, é negativa a grande diferença entre os preços máximos (entressafra) e os mínimos (safra) praticados neste ano. Na média nacional (seis Estados), os preços pagos aos produtores em fevereiro/04 estavam na casa dos R$ 0,4/litro, chegando em agosto ao pico de R$ 0,57/litro. Isso significa uma oscilação de 38%, menor somente que os 55% observados em 00. Preço pago ao produtor em dezembro/05 Mesorregiões da Bahia Mesorregiões de Minas Gerais 0,550 0,570 0,553 0,54 0,497 0,50 0,530 0,500 0,470 0,507 0,400 0,350 0,350 0,447 0,46 0,503 0,49 Centro Sul Baiano Sul Baiano BA 0,469 0,438 Triângulo Mineiro/ Alto Paraíba Sul/Sudoeste de de Minas Metropolitana de Belo Horizonte MG

Essas variações prejudicam o planejamento financeiro tanto do produtor quanto dos laticínios. Em relação aos valores pagos no último mês do ano, há poucas alterações frente a novembro. Na média nacional, houve um recuo de,4%, com o litro a R$ 0,494. Quedas mais expressivas foram observadas em São José do Rio Preto (-6,3%), Vale do Paraíba (-4,%), Sul de Minas (-5,4%) e na mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte (-6,3%), áreas onde o volume captado aumentou significativamente por conta da melhora das pastagens. Na média dessas praças, a oferta da matéria-prima foi cerca de % maior que em novembro. As únicas bacias produtoras que registraram alta nos preços foram o sul da Bahia (+,6%) e a região nordeste do Rio Grande do Sul (+%), onde a falta de chuvas prejudicou as pastagens e fez com que o volume captado diminuísse, em média, 6,% frente a novembro. 0,65 0,6 0,55 0,5 0,45 0,4 0,35 0,3 Preço médio bruto pago ao produtor (valores reais em novembro 04/IGP-DI=00) GO MG SP PR Mesorregiões do Paraná Além do patamar de preços relativamente bom do leite ao produtor, também os custos de insumos importantes, como o farelo de soja e o milho, lhe estiveram favoráveis. Com isso, os concentrados parte da dieta animal estiveram cerca de 7% mais baratos em dezembro/04 quando comparados a dezembro do ano anterior. Num momento de preços como os atuais, é importante lembrar ainda das possibilidades oferecidas pelos mercados futuros da soja e o milho, que podem assegurar os preços desses insumos, facilitando o planejamento dos custos em médio e longo prazos. 0,590 0,34 0,57 0,50 Centro Oriental 0,595 0,479 0,46 0,338 Oeste 0,565 0,507 0,50 0,469 0,464 0,430 Norte Central 0,34 PR R$/litro Custo da dieta final (R$/L) para a produção de leite em novembro de 004 0,34 0,3 0,30 0,8 0,6 0,4 0, 0,0 0,8 0,6 0,4 0, 0,0 Silagem de Milho Silagem de Sorgo vacas de 5 L/dia Sil. Cap. Tanz nia Cana - Colh. Manual vacas de 30 L/dia Cana - Colh. Mecanc. * Ingredientes do concentrado: Farelo de Soja, Milho, Uréia e Sal Mineral Mesorregiões do Rio Grande do Sul 0,538 0,479 0,570 0,430 0,50 0,468 0,50 0,340 0,46 0,4 Noroeste Nordeste Metropolitana Porto Alegre 0,638 0,340 0,59 0,465 RS Este espaço é seu! O Boletim do Leite convida sua empresa a fazer uma parceria com a pesquisa. Tel: (9) 349-883 - leitecepea@esalq.usp.br

FIQUE ATENTO Nas escolas de todos os Estados Unidos, o leite está substituindo os refrigerantes. Um dos Estados onde a venda de leite nas escolas está se tornando muito popular é Wisconsin. Trata-se de um grande esforço para fazer com que as crianças consumam alimentos e bebidas mais saudáveis. Além do leite com chocolate, outros sabores estão disponíveis, como morango, creme e baunilha, em garrafas plásticas coloridas, a maioria com baixo teor de gordura. (Fonte: cnn.com adaptado por Milkpoint) As taxas de juros do Programa Moderinfra, destinado a investimentos em armazenagem na fazenda e em irrigação, foram unificadas em 8,75% ao ano para todas as faixas de financiamentos. A unificação das taxas do Moderinfra foi autorizada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atendendo proposta do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Ao mesmo tempo, o CMN reduziu de R$ 700 milhões para R$ 500 milhões o volume de recursos destinados ao programa no ano-safra 004/05 (julho/04 a junho/05) (Fonte: Mapa). A Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, avaliou o efeito da forma física do concentrado (moída, peletizada e texturizada) sobre o desempenho de bezerras no período de aleitamento. O estudo mostrou que, com a ração peletizada, as bezerras demoraram mais para desmamar, consumiram menos ração e ganharam menos peso que as demais formas. Isso significa que a peletização não torna a ração superior à forma farelada ou texturizada. Vale lembrar que a forma da ração não é a solução para todos os problemas da criação de bezerros. É importante que a formulação seja feita com ingredientes de qualidade, palatáveis e com adequados níveis nutricionais. Se não houver bom manejo, higiene e instalações corretas, tudo pode ser perdido. (Informativo Casmil) Professores da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp estão na fase final do desenvolvimento do primeiro alimento simbiótico do Brasil. Trata-se de uma bebida fermentada à base de soja. Essa matéria-prima serve para pessoas que não podem consumir lactose e componentes alergênicos presentes no leite. A função probiótica da bactéria patogênica selecionada é potencializar o organismo humano, exercendo ações terapêuticas, como a prevenção de doenças e a proteção de órgãos e tecidos. (revista Food Ingredients) Acordo de líderes fechado na Câmara dos Deputados em dezembro permitiu a votação de seis medidas provisórias que trancavam a pauta da casa, três delas relacionadas a questões agropecuárias. A primeira MP aprovada foi a de número 9, que garante alíquota zero de PIS e Cofins de produtos como leite pasteurizado e UHT, farinha de milho, fubá e pintinhos com um dia de vida. O texto, votado em forma de projeto de conversão, também garantiu a desoneração das cooperativas de crédito nas transações com seus filiados, entre outros. Com a aprovação, o governo deixará de arrecadar cerca de R$ bilhões por ano. (Fonte: Milkpoint) O Boletim do Leite é uma publicação do DEAS/CEPEA Endereço: Caixa Postal 3, Piracicaba, SP, CEP 3400-970 Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização. Coordenador Científico: Prof. Dr. Geraldo Sant Ana de Camargo Barros Conselho Editorial: Responsável - Eng. Agr. Leandro Augusto Ponchio; Ademir de Lucas - técnico em extensão rural, depto. Economia, Administração e Sociologia / Esalq-USP.; Paulo do Carmo Martins - Chefe da Embrapa Gado de Leite - Juiz de Fora. Equipe Técnica: Raquel Mortari Gimenes, Juliana M. Angelo, Erica Rodrigues da Paz e Priscila A. Cardoso. Jornalista Responsável: Ana Paula Silva - Mtb 7368 Tiragem mensal: 8.000 exemplares IMPRESSO