CONFLITOS AMBIENTAIS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: DILEMAS NA GESTÃO DA APA NHAMUNDÁ Reginaldo Luiz Fernandes de Souza Universidade do Estado do Amazonas-UEA reginaldo.uea@gmail.com 1. INTRODUÇÃO A produção do espaço geográfico é sempre feita por meio da apropriaçãoda natureza o que muitas vezes pode gerar um processo de degradação do meioambiente. Nesse sentido, em virtude da crescente de degradação ambiental, alguns países procuraram criar mecanismos que assegurasse a conservação dos recursos naturais, principalmente a partir de 1960. Segundo Diegues & Arruda (2001), diante do processo crescente de exploração dos recursos naturais, o discurso ambientalista apontava para um conjunto de mudanças institucionais e sociais com o objetivo de conter os efeitos ecodestrutivos da racionalidade econômica. No bojo desse discurso, ganham forças as teorias conservacionistas e preservacionistas, com medidas para a conservação dos recursos naturais a partir da criação de áreas protegidas. Durante os anos seguintes surgiram grandes preocupações sobre com a questão ambiental em todo o mundo, que culminou como a realização em Estocolmo da Conferência Mundial do Desenvolvimento e Meio Ambiente em 1972, um marco no tratamento das questões ambientais. Em 1987 a ONU publicou o relatório Nosso Futuro Comum, cuja meta era aliar o crescimento econômico à proteção do meio ambiente, no qual propunha a exploração ambiental de forma planejada, racional e limitada. Uma das formas encontradas com a finalidade de cumprir essa meta incluía a criação de áreas protegidas pelo Estado, denominadas de Unidades de Conservação. Porém, a Gestão dessas áreas protegidas, principalmente as áreas de uso sustentável, enfrentam enormes problemas devidos aos conflitos de interesses em torno da apropriação dos recursos, gerando conflitos ambientais de diversas magnitudes. Para Gomes et al (2004) apudjacobi (1995), a questão ambientalé um dilema para a 1
construção democrática, poisa concepção de meio ambiente muda de indivíduopara indivíduo. Nesse contexto, uma vez que os conflitos ambientais são presenças constantes no ato de gerir e manejar os recursos naturais, o objetivo deste relato de experiência é efetuar uma síntese dos conflitos ambientais existente na Área de Proteção Ambiental Nhamundá (APA Nhamundá) buscandocompreender os atores sociais envolvidos nesse processo. 2. ÁREAS PROTEGIDAS As áreas protegidas são espaços que objetivam proteger e manter a diversidade biológica, os recursos naturais e culturais, através de instrumentos legais ou outros meios institucionais específicos. Apesar da emergência das questões ambientais na atualidade, o conceito dedelimitação de áreas protegidas é antigo, remontando a antiga Pérsia em 5000 a.c. No ocidente o atual conceito de unidades e áreas de preservação teve seus primórdios na Idade Média. Contudo o Parque Nacional de Yellowstone nos EUA, criado em 1872 é considerada a primeira unidade deconservação institucionalizada. Esse exemplo que foi seguido por diversos países como: Canadá (1885), Nova Zelândia (1894), Austrália e África do Sul (1898), entre outros (MEDEIROS, 2006). Estas áreas correspondem a um instrumento geopolítico de controle do território, objeto de disputas territoriais devido aos conflitos de interesses gerados por aspectos culturais e históricos decorrentes de sua ocupação, e foram denominadas a partir dos anos 1980 de Unidades de Conservação (GONÇALVES& HOEFFEL, 2012). A criação de áreas protegidas no Brasil é um fenômeno recente, que se consolidou apenas na primeira metade do século XX, com o objetivo de preservar áreas com características naturais e culturais singulares, assim como difundir na sociedade a importância da conservação ambiental. A primeira área considerada como unidade de conservação foi o Parque Nacional de Itatiaia, em 1937. Até a década de 80 existiam no país basicamente, três categorias de manejo legalmente instituídas, o Parque Nacional, Reserva Biológica (REBIO) e a Floresta 2
Nacional (FLONA). A partir 1981, foram criadas Unidades de Conservação Estação Ecológica, Área de Proteção Ambiental (APA) e Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE). Barbosa & Santos (2012), afirmam que no Brasil somente a partir das duas ultimas décadas do século XX, importantes debates foram desenvolvidos com a preocupação de estabelecer mecanismos de regulação à implantação das Unidades de Conservação. Tais debates absorvem maior expressividade durante a ECO/92, realizada em 1992 na cidade do Rio de Janeiro, quando as discussões entorno da temática ambiental como políticas públicas envolveram governos e entidades da sociedade civil. Em 2000, as Unidades de Conservação no Brasil, passaram a ser regulamentadas pela Lei N 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), estabelecendo quais os tipos de Unidades de Conservação podem existir, suas finalidades e requisitos para a sua formação. A implantação do SNUC sinaliza a consolidação da política nacional de gestão territorial de espaços naturais estabelecendo critérios e regras para o manejo de áreas protegidas. As Unidades de Conservação foram divididas em dois grupos: 1.Unidades de Proteção Integral que tem por objetivo preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais, que compreende as:estações Ecológicas;Reservas Biológicas (REBIO);Parques Nacionais e Estaduais;Monumento Natural erefúgio da Vida Silvestre. 2.Unidades de Conservação de Uso Sustentável que são áreas que compatibilizam a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, sendo compostas por:áreas de Proteção Ambiental (APA);Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE);Floresta Nacional (FLONA);Reserva Extrativista (RESEX);Reserva da Fauna;Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) ereserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Após a aprovação da Lei, houve um aumento significativo na criação de unidades de Conservação, porém, na mesma proporção surgiram inúmeros conflitos entre as populações tradicionais. No casa da Amazônia, esses conflitos são latentes e alguns dificultam o processo de gestão dessas áreas, principalmente por causa das 3
dificuldades de deslocamento para as áreasde conflitos, realizadas na maioria das vezes por via fluvial. 3. ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL NHAMUNDÁ (APA NHAMUNDÁ) Na Amazônia existem 308 Unidades de Conservação, estas ocupam uma área de 123.857.132 há, sendo 197 Unidades de Uso Sustentável e 111 Unidades de Proteção Integral, tanto federais como estaduais. Dessas Unidades, 43 são Áreas de Proteção Ambiental, que ocupam uma área de 20.778.025 ha, que corresponde a 16,77% de todas as Unidades de Conservação da Amazônia e 4,15% de toda a Amazônia Legal 1. A categoria de manejo Área de Proteção Ambiental (APA) foi criada pela Lei n 6.902 de 27/04/81 como a primeira categoria de manejo que possibilitou conciliar a população residente e seus interesses econômicos com a conservação da área a ser protegida. A partir da Lei N 9.985/2000, ela começou a fazer parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) que a define como: Uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (SNUC, 2000, Art.15). A Área de Proteção Ambiental Nhamundá, conforme a figura 1 foi criada através do Decreto n 12.836/1990 com objetivos básicos de proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. A mesma possui uma área 195.900 hectares, com 33 comunidades em seus limites, abrigando 1400 famílias, possuindo com principais fontes de geração de renda a agricultura e a pesca. Localiza-se no extremo leste do Estado do Amazonas, em um espaço físico ao norte do município de Parintins (02º 36 Lat. S e 56º 44 Long. W) e ao sul do município de Nhamundá (02 11' Lat. S e 56 42' Long. W) (CEUC, 2010). 1 Dados do Instituto Socioambiental, 2010. 4
Figura 01: No circulo vermelho a APA Nhamundá. Abaixo Parintins. Fonte: CEUC, 2010. A APA está situada em dois ecossistemas, sendo 15% de terra firme e 85% de várzea, e em uma planície fluvial-lacustre formada no encontro dos rios Nhamundá e Amazonas. A vegetação predominante é a floresta ombrófila densa aluvial, fortemente influenciada pelo regime de inundação dos rios. As espécies da flora local apresentam adaptações que permitem suportar meses de alagamento e/ou submersão. 4. METODOLOGIA O presente trabalho procurou discutir os dilemas em torno da gestão e conflitos ambientais presentes na Unidade deconservação APA Nhamundá e para tal premissa delineou a abordagem metodológica para estruturação do artigo cuja realização desenvolveu-se a partir de duas etapas, a saber: a) Pesquisa bibliográfica e documental, sobre a temática abordada, de forma que subsidiasse a proposta de artigo. Foram reunidos, de forma qualitativa, artigos, livros, leis e relatórios pertinentes ao tema. 5
b) Discussão sobre os conceitos de Áreas de Protegidas, Unidades de Uso Sustentável e Conflitos Ambientais ou Socioambientais, procurando ligá-los Gestão da Unidade de Conservação APA Nhamundá. 5. RESULTADOS E DISCURSÕES 5.1.CONFLITOS AMBIENTAIS NA APA NHAMUNDÁ Os conflitos ambientais surgem em todos os aspectos da gestão ambiental, principalmente na Gestão de Unidades de Conservação. A partir dos trabalhos desenvolvidos nas 03 Comunidades do Paraná do Espirito Santo na APA Nhamundá, é possível verificar a enorme gama de desafiosenfrentados na gestão dessa Unidade de Conservação. O cenário básico de atuação na gestãodesses espaços, invariavelmente, é composto por ambientes sensíveis e de relevância, sujeitosa pressões em diversos níveis, que podem gerar conflitos. Nesse sentido, a atuação da gestãodessas áreas passa pela conciliação de interesses e posicionamentos para atender ao objetivoprincipal, que é a preservação.pela própria característica inerente à composição e manutenção dasunidades de Conservação, essas áreas tendem a sofrer pressões e conflitos diversos. A seguir, serão listados ediscutidos brevemente os principais tipos de conflitos existentes na APA Nhamundá: 5.1.1. AGROPECUÁRIA No caso da APA Nhamundá, um dos conflitos deve-se a introdução e criação extensiva de Búfalosnessa região. O búfálo-asiático ou búfalo d água, Bubalus bubalis é um bovídeodoméstico de grande porte, amplamente utilizado como força de trabalho, para a produção decarne, leite e derivados (BISAGGIOet al2013 apudcockrill 1974, BORGHESE 2005). Esses animais estão associadoscomambientes que possuem alta disponibilidade de água, além disso,são hábeis nadadores o que facilita seus deslocamentos no complexo Macuricanã (figura 02). 6
Figura 02: Búfalos na APA Nhamundá. Fonte: CEUC, 2010. Por ser um animal que geralmente é criado solto, livremente pelos campos e lagos, o mesmo, invade os terrenos com as plantações dos ribeirinhos, destruindo-as, além de compactar o solo pelo pisoteio intenso, danificando sua estrutura por reduzir o tamanho dos agregados. Segundo Bisaggioet al2013 apud Finlayson et al. 1997, o pisoteio ainda causa compactação dos horizontes superficiais e altera aspropriedades hidrológicas do solo, favorecendo, dessa forma, os processos erosivos. 5.1.2. PESCADORES A pesca é uma das atividades mais tradicionais e importantes da Amazônia, imprimindo um significado que, dentro de uma lógica própria da comunidade, alicerça sua vida material e imaterial. A pesca é um dos fatores que mais geram conflitos na APA Nhamundá. Em relação aos conflitos ambientais devido àpesca, podemos citar o desrespeitopelos próprios moradores das comunidades ao Acordo de Pesca previsto na Instrução Normativa nº 113, de 23 de agosto de 2006, que estabelece o manejo dos lagos. 7
O Acordo de Pesca divide os lagos da APA em: áreas de procriação, onde a pesca é proibida indeterminadamente;áreas de manutenção destinado à subsistência das famílias, coma venda do excedente dentro das próprias comunidades e por fim áreas de uso comercial, destinado a pesca de subsistência e àpesca comercial. Figura 03: Mapa do Acordo de Pesca da APA Nhamundá. Fonte: CEUC, 2010.. No entanto, como o acordo não é cumprindo e a fiscalização é deficiente e complexa, este acaba por ser um dos maiores desafios para uma gestão eficiente dessa Unidade de Conservação (figura 04). 8
Figura 04: Na esquerda, o desafio da fiscalização no período de vazante. A direita, pescadores flagrados em um Lago de Procriação da APA Nhamundá. Fonte: IBAMA, 2013. Em 2007 foi criado o CRUPACOM (Grupo de Proteção Ambiental do Complexo Macuricanã), composto por algumas comunidades da APA que trabalham voluntariamente. O GRUPACOM era responsável pelo monitoramento do Complexo Macuricanã. No entanto, o CRUPACOM abrange somente sete das trinta e três comunidades, sendo que destas, duas situam-se fora da APA: São Sebastião da Brasília e Catispera (SANTOS, 2011). O GRUPACOM, por não representar todas as comunidades da APA e por não ser um órgão oficial de fiscalização, acabou por gerar mais conflitos, uma vez que nem todos das comunidades aceitavam a fiscalização feita por eles, principalmente as que envolviam a pesca, como a apreensão de pescado e de dos instrumentos de pesca. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A convivência da comunidade local com as Unidades de Conservação são semprequestões delicadas, que merecem atenção e trabalho continuo de Educação Ambiental. O fato é que qualquer Plano de Manejo e Gestão, para ser efetivamente aplicado, passapela adequada sensibilização da comunidade local e sua colaboração nesse processo. De acordo com Bononi (2004), os planos de manejo preveem também programas que incluem a administração da infraestrutura, a gestão da visitação pública, 9
atividades de educação ambiental, proteção, fiscalização e apoio a regularização fundiária. A tendência mais atual é que o plano de manejo das Unidades de Conservação seja elaborado de forma participativa, envolvendo a sociedade como um todo e em especial as comunidades que nela residem. Nesse, contexto os conflitos exigem soluções, e estas devem ser alcançadas mediante o diálogo e a procura de alternativas. No caso das unidades de conservação, sem dúvida, há uma linha de discussão atrás da qual não se pode retroceder: qualquer alternativa que seja adotada e que resolva total ou parcialmente o conflito não pode, sob nenhuma ocasião, ameaçar ou reduzir a biodiversidade ali protegida, nem limitar os serviços ambientais prestados ou afetar as paisagens naturais preservadas (DOUROJEANNI & PÁDUA, 2001). O principal problema enfrentado para gerenciar a APA Nhamundá é a falta de recursos financeiros e humanos. Recursos que forneçam infraestrutura, mão-de-obra especializada e logística para que a APA alcance seu objetivo principal que a conservação e o uso sustentável dos seus recursos. 7. REFERÊNCIAS BARBOSA, Romulo S. SANTOS, FABIO D. Unidades de conservação, conflitos sócio ambientais e o encurralamento das populações locais no Norte de Minas. 2012 XLVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Disponível em: http://www.sober.org.br/palestra/9/666.pdf. Acesso em: 03/04/2014. BISAGGIO, Eduardo L. et al.búfalos Ferais (Bubalus bubalis) em Áreas Protegidas: um estudode caso na Reserva Biológica do Guaporé, RO. Biodiversidade Brasileira, 3(2): 243-260, 2013. Disponível em: http://www. icmbio.gov.br. Acesso em: 23/04/2014. BRITO, Daguinete M. C. Conflitos em Unidades de Conservação. PRACS: Revista de Humanidades do Curso de Ciências Sociais UNIFAP. N. 1 dez 2008. Disponível em: http://fazendinha.unifap.br/revista. Acesso em: 03/04/2014. BONONI, Vera Lúcia Ramos. Controle Ambiental de Áreas Verdes,In: PHILIPPI JUNIOR, A; ROMÉRO, M. A. e BRUNA, G. C. (org.) Curso de gestão ambiental. Barueri, SP: Manole, 2004. 10
CEUC, Centro Estadual de Unidades de Conservação. Relatório Parcial: Levantamento dos aspectos sócio-econômicos e organizacionais das comunidades da APA Estadual Nhamundá, 2010. DOUROJEANNI, M.J.; PÁDUA, M.T.J. Biodiversidade:A Hora Decisiva. Curitiba: Editora UFPR, 2001. DIEGUES, Antonio Carlos. ARRUDA, Rinaldo S. V. (org). Saberes Tradicionais e Biodiversidade no Brasil. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; São Paulo: USP, 2001. GOMES, Laura J. et al. Conflitos de Interesses em Unidades de Conservação do Município de Parati, Estado do Rio de Janeiro.Informações Econômicas, SP, v.34, n.6, jun.2004.disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/publicacoes/pdf/tec2-0604.pdf. Acesso em: 03/04/2014. GONÇALVES, Nayra de M. HOEFFEL, João L. de M. Percepção Ambiental Sobre Unidades de Conservação: Os Conflitos Em Torno do Parque Estadual de Itapetinga SP. Revista VITAS, Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade Nº 3, 2012. Disponível em: www.uff.br/revistavitas. Acesso em: 03/04/2014. MARTINS, Andreza. Conflitos Ambientais em Unidades de Conservação: Dilemas da Gestão Territorial no Brasil. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. Vol. XVII, nº 989, 2012. Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/b3w- 989.htm. Acesso em: 03/04/2014. MEDEIROS, R. Evolução das tipologias e categorias de áreas protegidas no Brasil. Ambiente& Sociedade. vol IX, no 1, 2006. MMA. Ministério do Meio Ambiente. Sistema Nacional de Unidades Conservação SNUC. Disponível em: http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/sistema-nacional-deucs-snuc. Acesso em: 27/07/2012. 11