PLANOS DIRETORES DE DRENAGEM URBANA: PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS

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Transcrição:

DE DRENAGEM PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS Joel Avruch Goldenfum Carlos Eduardo Morelli Tucci IPH/UFRGS 1 2 3 1

4 5 6 2

Enchentes em áreas ribeirinhas: Drenagem Urbana 7 Alagamentos devido à urbanização: evapotranspiração Drenagem Urbana evapotranspiração Esc.superficial subterrâneo Esc.superficial Esc.superficial 8 subterrâneo População Urbana grande proporção de população urbana na América Latina (>75%); Várias cidades com população acima de 1 milhão; crescimento rápido, sem planejamento e com grande quantidade de população favelada developing countries developed countries 1750 1800 1850 1900 1950 1995 2050 2100 2150 12 10 8 6 4 2 0 population ib billions 9 3

Impactos da urbanização Aumento da vazão de pico ( até 6 a 7 vezes); aumento do volume de escoamento superficial redução do tempo de concentração Q Urban Rural Time 10 Impactos da urbanização 11 Impactos da urbanização 12 4

Impactos da urbanização 13 Drenagem Urbana: Abordagem Higienista ( tradicional ) Evacuação rápida dos excessos pluviais por canais e condutos enterrados Abordagem Ambientalista ou Compensatória ( alternativa ) Manutenção e recuperação de ambientes, de forma a os terem saudáveis tanto interna quanto 14 externamente à área urbana. Pavimento poroso 15 5

Pavimento poroso 16 Pavimento poroso 17 Trincheira de infiltração 18 6

Trincheira de infiltração 19 Poço de infiltração 20 Poço de infiltração 21 7

Microrreservatório 22 Microrreservatório 23 Telhado reservatório 24 8

Telhado reservatório 25 Bacia de detenção 26 Bacia de detenção 27 9

Bacia de detenção 28 Medidas Estruturais Modificam o sistema para reduzir o risco de cheias, pela implantação de obras para conter, reter ou melhorar a condução de escoamentos. Ex.: barragens, diques, reflorestamento. Medidas Não-Estruturais Procuram reduzir impactos sem modificar o risco das enchentes naturais (por ações de convivência com as enchentes). Ex.: regulamentação do uso da terra, previsão e alerta, seguro. 29 Aspectos Institucionais Competência concorrente entre Município, Estado e Federação: legislação sobre uso do solo: municipal proteção ambiental, controle da poluição, saúde pública e segurança: Estados e União medidas desenvolvidas dentro do município, por legislação municipal e ações estruturais específicas, sem contato com municípios vizinhos na mesma bacia Tendência: municípios introduzirem diretrizes de macrozoneamento urbano, incentivados pelos Estados 30 10

Objetivo: Plano Diretor de Drenagem Urbana criar os mecanismos de gestão da infraestrutura urbana relacionados com o escoamento das águas pluviais e dos cursos d água na área urbana Cenários: Condições atuais; PDDUA; Tendencial; Máximo 31 Plano Diretor de Drenagem Urbana INSTITUCIONAL: Legislação: planos urbano, sanitário, resíduo sólido, entre outros; e Gestão da drenagem CADASTRO FÍSICO: Rede de drenagem, bacias e uso do solo. DADOS HIDROLÓGICOS: precipitação, vazão, sedimentos e qualidade da água Princípios, objetivos e estratégias ENTRADA Medidas Estruturais da sub-bacia: controle impacto quanti-qualitativo Plano de Ações Estudos adicionais Sub-divisão da cidade em macro-bacias Medidas não estruturais: legislação e gestão Legislação municipal e atribuições Educação Diagnóstico da drenagem da cidade Viabilidade econômicofinanceira Manual de drenagem Monitoramento FUNDAMENTOS DESENVOLVIMENTO PRODUTOS PROGRAMAS 32 Dados de Entrada: Informações necessárias Cadastro da rede Pluvial Cadastro da rede Pluvial Caracterização física das bacias: Natural Antrópica Dados básicos para o Plano Plano de Desenvolvimento Urbano Plano de Esgotamento Sanitário PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA Plano de Controle de Resíduos Sólidos Plano de Viário Legislação Administração Planos setoriais Aspectos Institucionais 33 11

Fundamentos do PDDrU PDDrU faz parte do PDDUA IMPACTO ZERO: Novos desenvolvimento não podem aumentar a vazão de pico das condições naturais (ou prévias) novos loteamentos; planejar o conjunto da bacia; evitar a transferência dos impactos para jusante. Priorizar controle na fonte Controle permanente Os meios: Plano Diretor Urbano, Legislações Estadual/Municipal, Manual de Drenagem Educação: população, profissionais e administradores 34 Produtos do Plano Legislação e/ou Regulamentação: Legislação Federal, Estadual e Municipal Avaliação das Condições Legais Proposta de Regulamentação (incluir princípios de não aumento da vazão natural e de controle na fonte além de proteção aos cursos de água e às faixas de passagem de enchente) Proposta de gestão da drenagem urbana dentro da estrutura municipal de administração; Mecanismos financeiros e econômicos p/ viabilizar medidas adotadas Plano de controle das bacias hidrográficas urbanas: estudos necessários de controle das sub-bacias para as quais são recomendadas obras Plano de Ações: conjunto de medidas escalonadas no tempo Manual de Drenagem 35 Exemplo: Plano Diretor de Drenagem Urbana de Porto Alegre OBJETIVOS: detecção dos principais pontos críticos no sistema de drenagem da cidade e proposta de soluções para os problemas constatados; obtenção de diretrizes para planejamento do sistema de drenagem de Porto Alegre; obtenção de subsídios para a regulamentação do PDDUA. 36 12

Sistema de proteção contra inundações de Porto Alegre Diques externos Diques internos Condutos forçados Casas de bombas 37 Bacias de Porto Alegre 38 Bacia do Arroio do Moinho Sub-bacia do Arroio Dilúvio Área : 4,50 km2 Comprimento: 4,0 km Desnível: 200,0 m Taxa Impermeável: 41% População: 30000 hab Solução proposta: Implantação de coletor geral com TRÊS bacias de amortecimento 39 13

Bacia do Arroio do Moinho 60 Sem detenções - condutos atuais Sem detenções - condutos ampliados vaz ão (m 3/s) 50 Com detenções 40 Capacidade da galeria PUC 30 20 10 0 0 20 40 60 80 100 120 tempo (min) Alternativa 1 = só canalização até Arroio Dilúvio R $ 16,2 milhões Alternativa 2 = detenção e ampliação na canalização no Moinho R$ 8,5 milhões 40 OUTROS ESTUDOS: PLANO DIRETOR URBANA DE CAXIAS DO SULSUL-RS TEGA FLORESTA PINHAL 41 OUTROS ESTUDOS: PLANO DIRETOR URBANA DE FLORES DA CUNHACUNHA-RS 42 14

OUTROS ESTUDOS: PLANO DIRETOR URBANA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA-PR 43 joel@iph.ufrgs.br joel@pesquisador.cnpq.br http://www.iph.ufrgs.br 44 15