PROCEDIMENTOS DE RADIOTERAPIA PARA TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO

Documentos relacionados
ANÁLISE DE PROCEDIMENTOS RADIOTERÁPICOS REALIZADOS EM HOSPITAIS PÚBLICOS - COMPARAÇÃO DE TÉCNICAS APLICADAS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

PROCEDIMENTOS DE RADIOTERAPIA CONVENCIONAL REALIZADOS NO HC-FMB PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA 1 INTRODUÇÃO

ANGELA SANSSON DOSIMETRISTA - HOSPITAL SÃO LUCAS - PUC - RS GRADUANDA DE FÍSICA MÉDICA - PUC-RS

PROCEDIMENTOS DE RADIOTERAPIA COM INTENSIDADE DE FEIXE MODULADO (IMRT) PARA TRATAMENTO DA PRÓSTATA

PLANO DE TRABALHO: DISCIPLINA DE TECNOLOGIA EM RADIOTERAPIA

PLANO DE TRABALHO: DISCIPLINA DE TECNOLOGIA EM RADIOTERAPIA

FAURGS HCPA Edital 02/2010 PS 30 TÉCNICO EM RADIOLOGIA - Radioterapia Pág. 1

PLANO DE TRABALHO: DISCIPLINA DE TECNOLOGIA EM RADIOTERAPIA 2º SEMESTRE DE

PLANO DE TRABALHO: DISCIPLINA DE TECNOLOGIA EM RADIOTERAPIA

Equipamentos geradores de radiação para radioterapia

PLANO DE TRABALHO: DISCIPLINA DE TECNOLOGIA EM RADIOTERAPIA

XIV Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia IX Encontro de Técnicos em Radioterapia

SOCIEDADE BRASILEIRA DE RADIOTERAPIA PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA RADIO-ONCOLOGIA

CONTROLE DE QUALIDADE EM EQUIPAMENTO DE MAMOGRAFIA

SIMULAÇÃO DO TRATAMENTO DE CÂNCER DE PULMÃO

AUDITORIA EM RADIOTERAPIA. Dr Marcos Santos

15º - AUDHOSP. Radioterapia: técnicas e conceitos. Prof. Dr. Harley Francisco de Oliveira

PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS

Calculo de dose para feixes externos: Teleterapia (24 ª /25 a aula)

Stela Paltrinieri Nardi Física Médica/COI

Tratamento Radioterápico do Câncer de Próstata

RECOMENDAÇÃO Nº 01/2016

ANEXO V. - FORMULÁRIO PARA VISTORIA DO GESTOR (deve ser preenchido e assinado pelo Gestor) (esse formulário não deve ser modificado e/ou substituído)

PROGRAMA DE DISCIPLINAS DE CURSO DE GRADUAÇÃO. SERIAÇÃO IDEAL 4º ano Obrig/Opt/Est PRÉ/CO/REQUISITOS ANUAL/SEM.

Tomoterapia Serial: Nomos MIMiC

O papel da Regulação na Segurança e Garantia da Qualidade das Práticas de Radioterapia e Medicina Nuclear

INTRODUÇÃO À FÍSICA MÉDICA. Radioterapia - princípios 23/02/2018. Curso de Verão 2018 IF-USP. Curso de Verão 2018 IF-USP.

SCIENTIA PLENA VOL. 8, NUM

ARNALDO BARBOSA DE LIMA JÚNIOR Presidente da Comissão

PRINCÍPIOS DA RADIOTERAPIA & BRAQUITERAPIA

AVALIAÇÃO DOSIMÉTRICA DE COBERTURAS UTILIZADAS PARA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE RADIODERMITES EM PACIENTES SUBMETIDOS A RADIOTERAPIA

CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PARA ATRIBUIÇÃO DE IDONEIDADE E CAPACIDADE FORMATIVA INTERNATO MÉDICO DE RADIOTERAPIA

Radiobiologia: O protocolo de dose e a tecnologia. Dra Rosana Andrade Radioterapia Clínicas COI

MODALIDADES DA RADIOTERAPIA: TELETERAPIA, BRAQUITERAPIA E RADIOCIRURGIA

O que é e para que serve a Próstata

Simulação, Planejamento e Tratamento de Câncer de Cabeça e Pescoço

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE PACIENTES ONCOLÓGICOS, CABEÇA E PESCOÇO, NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE NO PERÍODO DE 2005 A 2015.

Programa de Residência Médica RADIOTERAPIA. Comissão de Residência Médica COREME

Conferencista ALEX SANDRO DA COSTA AGUIAR

RADIOTERAPIA. Prof. Luciano Santa Rita Site:

Inteligência artificial é usada em exames mais precisos contra o câncer no interior de São Paulo

Professor: Júlia Sousa Santos Nunes Titulação: Graduada em Enfermagem (UESB), pós-graduada em Obstetrícia (UESC) e PLANO DE CURSO

Eixo 1: Direitos, Responsabilidades e Expressões para o Exercício da Cidadania. Abstract:

Física na Medicina: Aspectos e perspectivas. Yklys Santos Rodrigues

PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM RADIOTERAPIA. CURSO DE ATUALIZAÇÃO PARA RADIO-ONCOLOGISTAS - 11 a 13 de setembro de 2017

RADIOTERAPIA. Serviço de Física Médica em Radioterapia e Medicina Nuclear IRD / CNEN. Prof. Dr. Luiz Antonio R. da Rosa

RT-3D ou IMRT. Quando usar? Gustavo Viani Arruda Radio-oncologista -FAMEMA

EXPANSÃO DA RADIOTERAPIA NO BRASIL: NOVAS ESTRATÉGIAS PARA AMPLIAR A OFERTA NO PAÍS

AO SEU LADO. Homem que e homem se previne.

Sobre o câncer de pulmão

Controle da Qualidade em Radioterapia. Roberto Salomon de Souza, D.Sc. Físico Médico PQRT Programa de Qualidade em Radioterapia

PERFIL DO PACIENTE ATENDIDO NO PROJETO DE EXTENSÃO:

Dr. Bruno Pinto Ribeiro Residente em Cirurgia de Cabeça e Pescoço Hospital Universitário Walter Cantídio

SIMULAÇÃO POR MONTE CARLO DOS FEIXES DE 6 E 15 MV DO CLINAC 2100 UTILIZANDO O CÓDIGO MCNP 4B

PLANO DE TRABALHO: DISCIPLINA DE TECNOLOGIA EM RADIOTERAPIA

Braquiterapia Ginecológica

Feixes iónicos contra o cancro. Luis Peralta

Procedimento de Pré-tratamento

PLANO DE CURSO. CURSO DE ENFERMAGEM Reconhecido pela Portaria nº 270 de 13/12/12 DOU Nº 242 de 17/12/12 Seção 1. Pág. 20

Metástases ósseas em Câncer de Próstata Há algo além dos bisfosfonatos?

número 25- julho/2016 RELATÓRIO PARA A SOCIEDADE informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS

Manual para utilização do sistema SYS-ON WEB

Centro Clínico Champalimaud

4ª Reunião do GT de Oncologia. Projeto OncoRede

Protocolo de cuidados com a pele. Hospital Moinhos de Vento. Congresso brasileiro de radioterapia

PLANO DE CURSO. CURSO DE ENFERMAGEM Reconhecido pela Portaria nº 270 de 13/12/12 DOU Nº 242 de 17/12/12 Seção 1. Pág. 20

RADIOTERAPIA ESTEREOTÁXICA CORPÓREA

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM RADIOTERAPIA PROJETO PEDAGÓGICO

Estudo computacional da incidência de tumores secundários em tratamentos de câncer de colo uterino

Isabella Paziam Fernandes Nunes. Avaliação radiométrica da distribuição de dose de radiação em lesões dermatológicas submetidas à radioterapia

Tratamentos do Câncer. Prof. Enf.º Diógenes Trevizan

IMPLEMENTAÇÃO de alta tecnologia: EXPERIÊNCIA DO INCA XX congresso brasileiro de física médica

QuímioRadioterapia nos tumores de cabeça e pescoço. Guy Pedro Vieira

HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE EDITAL N.º 02/2014 DE PROCESSOS SELETIVOS GABARITO APÓS RECURSOS

Radioterapia de Neuroblastoma com Feixe de Elétrons

Levantamento sobre assistência oncológica no Rio de Janeiro

TOMOTERAPIA E CANCRO DA OROFARINGE CASO CLÍNICO

Registro Hospitalar de Câncer - RHC HC-UFPR Casos de 2007 a 2009

Mapeamento de equipamentos de radiodiagnóstico e radioterapia em uso na região norte.

Verificação dosimétrica em VMAT para próstata com câmaras de ionização de volumes diferentes

Por determinação deste Conselho fomos ao estabelecimento acima identificado verificar suas condições de funcionamento.

Norma CNEN-NN Resolução 176 de novembro de Marcello Gonçalves. Comissão Nacional de Energia Nuclear. 19 de junho de 2015

Importância da Tomografia Computadorizada no planejamento radioterápico: Diferenças entre TC diagnóstica e de planejamento

A N E X O III A T R I B U I Ç Õ E S

O QUE É? O RABDOMIOSARCOMA

Programa de Aperfeiçoamento ONCOLOGIA ORTOPÉDICA. Comissão de Residência Médica COREME

Introdução à Radioterapia: Técnicas e planejamentos.

CONJUGAÇÃO DO EXAME DE PET/CT COM IMRT NO DELINEAMENTO E PLANEJAMENTO EM TUMORES DE CANAL ANAL. Lílian d Antonino Faroni Rio de Janeiro 2012

REGIÕES. 13,30% 6,60% 0% Sudeste Sul Nordeste 13,30% Centro Oeste 66,60% Norte

PROCESSO SELETIVO PARA ESTÁGIO EDITAL FÍSICA MÉDICA GDHS/HCU-UFU ESTÁGIO OBRIGATÓRIO PARA ESTUDANTES DA UFU

Nivaldo Vieira. Oncologista Clínico

Técnicas de VMAT e IMRT: Diferenças no Planejamento e Tratamento

Programa de Residência Multiprofissional em Oncologia FÍSICA MÉDICA DA RADIOTERAPIA. Comissão de Residência Multiprofissional - COREMU

PERFIL DOS IDOSOS PORTADORES DE CÂNCER ATENDIDOS PELA FUNDAÇÃO ASSISTENCIAL DA PARAÍBA (FAP) EM TRATAMENTO DE RADIO E QUIMIOTERAPIA

Qual o real benefício da radioterapia com intensidade modulada de feixe (IMRT) para o tratamento dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço?

INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DE BOTUCATU. Bruna Mascarin Minotti A EXPERIÊNCIA DE TRABALHAR EM AMBIENTE DE RADIOTERAPIA

MARCO AURELIO VAMONDES KULCSAR CHEFE DE CLINICA ICESP

IMPLICAÇÕES DOS COMPOSTOS BIOTIVOS NA DIETOTERAPIA DO CÂNCER

Transcrição:

PROCEDIMENTOS DE RADIOTERAPIA PARA TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO Gizele Cristina Ferreira 1, Jéssica Leite Fogaça 1,, Michel de Campos Vettorato 1, Marco Antônio Rodrigues Fernandes 2 1 Aluno de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (UNESP de Botucatu) 2 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (UNESP de Botucatu) 1 INTRODUÇÃO A palavra câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas (INCA, 2014). O diagnóstico do câncer nem sempre é realizado no estágio inicial da doença, pois ao procurar um médico, o paciente ainda não sabe a natureza da sua doença, sendo assim, não procura um especialista. Na maioria das vezes, os diagnósticos de câncer são feitos por médicos não oncologistas, evidenciando a importância desses profissionais no controle da doença (SALVAJOLLI, 2013). O diagnóstico é feito por meio do exame físico e/ou exame de imagem, seguido de biópsia da lesão e análise anatomopatológica. Nenhum tratamento para câncer de cabeça e pescoço pode ser realizado sem que se tenha confirmação, pela biópsia, do tipo exato do tumor. Não só para o câncer de cabeça e pescoço, mas para todos os tipos de câncer. A conduta terapêutica depende do tipo do câncer, do seu estádio e da idade do paciente, isto é válido para praticamente todos os tipos de câncer. (IBCC, 2015). O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea (só para leucemia). Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade (FERNANDES, 2010). A radioterapia é um método terapêutico que utiliza radiações ionizantes com objetivo de atingir as células neoplásicas impedindo sua multiplicação, e induzindo a morte celular (FERNANDES, 2011). A radioterapia pode ser realizada de duas modalidades diferentes: a teleterapia e a braquiterapia. Na braquiterapia a fonte de radiação é colocada em contato com a lesão

ou mesmo no seu interior. Na teleterapia a fonte está situada a uma certa distância do tumor, correspondendo à 100,0 cm nos equipamentos irradiadores do tipo acelerador linear clínico, ou 80,0 cm no caso das Unidades de Telecobaltoterapia (FERNANDES, 2010). A etapa inicial, antes de se iniciar o ciclo radioterápico do paciente, consiste no planejamento e simulação dos campos de radiação. Neste momento, o paciente é encaminhado para um equipamento de raios X que possui todas as articulações de ângulos de gantry, de mesa e colimador similares com os recursos dos equipamentos de teleterapia. O médico, juntamente com o físico médico e o tecnólogo de radioterapia, irão obter todas as informações dos parâmetros radiométricos dos feixes de radiação a serem usados no tratamento do paciente. Os tumores da região anatômica da cabeça e pescoço correspondem à segunda maior patologia, em pacientes do sexo masculino, tratada no Setor Técnico de Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu HC-FMB. Este fato indica a necessidade de iniciativas dos profissionais envolvidos na assistência radioterápica que possam contribuir para a melhoria da qualidade dos procedimentos realizados no Setor. Devido a isso, esse trabalho propôs descrever os parâmetros radiométricos de procedimentos radioterápicos para tumores de cabeça e pescoço do HC-FMB. 2 DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO No serviço de radioterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HC-FMB), existem dois tipos de aparelhos de teleterapia que são utilizados na rotina dos procedimentos de assistência dos pacientes, um acelerador linear da marca Varian, modelo CLINAC 2100 C, o qual oferece duas energias de feixes de raios X de megavoltagem (6,0 MV e 10,0 MV) e cinco feixes de elétrons (4 MV, 6 MV, 9 MV, 12 MV e 15 MV). Este equipamento está dotado de um sistema de colimação de multi lâminas (multileaf) com 26 pares de lâminas, as quais são capazes de ajustar o formato do campo de tratamento de maneira que conformacione a lesão e proteja os tecidos sadios circunvizinhos. A maioria dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço é tratada com a energia de fótons de raios X de 6,0 MV. O outro equipamento de teleterapia do HC-FMB é uma Unidade de Telecobaltoterapia da marca GE/CGR/MEV, modelo Alcyon II. A fonte radioativa de cobalto-60 emite raios gama com energia média de 1,25 MV e meia-vida física de 5,27

anos, o que representa um decaimento radioativo de cerca de 1,1% ao mês. A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2006) proíbe o uso destas fontes radioativas quando o rendimento do equipamento estiver abaixo de 50 cgy/min (centigrays por minuto) na geometria de referência de dosimetria, valor este que deverá ser atingido em aproximadamente 2,5 anos, ocasião na qual deverá ser providenciada outra fonte de telecobaltoterapia, ou haverá a interrupção do uso deste equipamento. No planejamento e tratamento de pacientes com câncer de cabeça e pescoço, o paciente é posicionado na mesa do aparelho em decúbito dorsal, sua cabeça é apoiada em um suporte para cabeça e pescoço que permite imobilizar a extensão da coluna cervical de acordo com a proposta de tratamento. A máscara termoplástica possibilita um posicionamento personalizado, rápido e seguro do paciente. Um afastador de ombro é utilizado para se garantir que o ombro e braços não sobreponham o campo de tratamento na região cervical e sejam irradiados desnecessariamente (SCAFF, 2010). O paciente será liberado para o tratamento após a aquisição dos parâmetros geométricos e radiométricos dos feixes e campos de radiação planejados e os cálculos físicos para determinação da dose e do tempo de exposição de cada campo de tratamento. As dimensões dos campos irradiados variam de acordo com a localização, tamanho e estágio clínico do tumor. Para um tumor de palato mole, o tamanho do campo a ser irradiado é de aproximadamente de 13,0 cm x 13,0 cm; enquanto um tumor de amigdala o tamanho do campo de radiação é de 13,5 cm x 13,5 cm. O procedimento de radioterapia pode ser realizado por duas técnicas de posicionamento diferentes: a técnica de isocentro e a técnica de distância fonte pele (DFPe). No HC-FMB, para os casos de tumores de cabeça e pescoço tratados no acelerador linear, aplica-se a técnica de isocentro. Nesta técnica a distância da fonte de radiação ao centro do tumor é mantida constante e igual a 100,0cm. Para os casos tratados no equipamento de telecobaltoterapia opta-se pela técnica de DFPe, em que a distância da fonte de radiação até a pele do paciente é mantida constante e igual a 80,0cm (PELLIZON, 2010). A maioria dos casos de cabeça e pescoço tratados no HC-FMB utiliza 3 campos de radiação, denominados campos: cérvico-facial direito, campo cérvico-facial esquerdo e campo de fossa supraclavicular. A dose diária de radiação é de 180 cgy ou 200 cgy (KHAN, 1998). Na região cérvico-facial são realizadas 35 sessões totalizando uma dose

de em torno de 6300 cgy a 7000 cgy, no entanto é extremamente importante observar que a região da medula cervical não pode ultrapassar os 4500 cgy, então na 25ª aplicação deve-se fazer a redução dos campos no sentido de se colimar a região da coluna cervical, o que implica um novo planejamento dos campos de tratamento. No campo de fossa supraclavicular a dose total preconizada é de 4500 cgy. A energia do feixe de radiação aplicada é de 6,0 MV. Técnicas avançadas de radioterapia como a IMRT (Radioterapia por Intensidade Modulada de Feixe) e a radioterapia tridimensional conformacionada, permitem a liberação de altas doses de radiação e maior preservação dos tecidos sadios vizinhos (KHAN, 2003). 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O conhecimento dos parâmetros radiométricos e geométricos dos feixes e dos campos de radiação podem contribuir para orientar a equipe que assiste os doentes. É muito importante que os profissionais atuantes nesse setor estejam em perfeito aperfeiçoamento profissional para atender a qualquer tipo de procedimento radioterápico e permitindo incentivo em pesquisas que possam contribuir para otimização do serviço. Novas técnicas de radioterapia aplicadas para tratamentos de tumores de cabeça e pescoço, com o uso de IMRT (Radioterapia por Intensidade Modulada de Feixe), têm demonstrado resultados terapêuticos expressivos frente aos procedimentos convencionais que são desenvolvidos no HC-FMB. 4 REFERÊNCIAS FERNANDES, M. A. R., CORREA, C. Análise do Desempenho de Centro de Radioterapia de Pouco Recurso - Importância da Continuidade e Qualidade do Atendimento. Revista Brasileira de Cancerologia. v.57, p.24-24, 2011. FERNANDES, M. A. R. Radioterapia - princípios gerais e resultados importantes na assistência oncológica. Universitas (Araçatuba). v.3, p.221-239, 2010. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Estimativa 2014: incidência do câncer no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro. Acessado em 07/09/2015. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2014/estimativa-24042014.pdf. SALVAJOLI, J. V.; SOUAHAMI, L.; FARIA, S. L. Radioterapia em Oncologia. Editora Atheneu 2ª edição São Paulo, 2013.

SCAFF, L. A. M., Física na Radioterapia A Base Analógica de uma Era Digital. Editora Projeto Saber. São Paulo. 2010. KHAN, F.M. POTISH, R.A. (Eds). Treatment Planning in Radiation Oncology. Lippincott Williams and Wilkins, Philadelphia, PA.1998. PELIZZON, A.C.A., et al. Rotinas e Condutas em Radioterapia. EditoraLemar. São Paulo. 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTROLE DE CÂNCER (IBCC). São Paulo. acessado em 12 set. 2015 www.ibcc.org.br.