ANÁLISE COMPORTAMENTAL DE UM INDIVÍDUO DE PANTHERA TIGRIS ALTAICA DA FUNDAÇÃO ZOOLÓGICO RIOZOO, RIO DE JANEIRO- RJ



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Transcrição:

ANÁLISE COMPORTAMENTAL DE UM INDIVÍDUO DE PANTHERA TIGRIS ALTAICA DA FUNDAÇÃO ZOOLÓGICO RIOZOO, RIO DE JANEIRO- RJ CARVALHEIRA, Rodrigo Guerra¹ PEREIRA, Jessica Elaine da Silva² Palavras-chave: Etograma. Tigre. Mapa Ambulatório. Introdução Com o crescimento desenfreado da urbanização as áreas naturais e habitats de diversas espécies vêm diminunindo cada vez mais, desta forma somos responsaveis pela perda de grande parte da biodiversidade de faunas. Com isso a manuntenção de animais cativos pode ser uma estratégia para a conservação e estudo dessas espécies. Instituições como Jardins Zoológicos são de extrema impotância para a educação ambiental, preservação e estudo desses animais. Porém, os animais mantidos em espaços limitados com baixa frequência de estímulos costumam apresentar esteriotipias. (DOS PRAZERES, 2010 et al., 2004; GRAIPEL et al., 2004; PALMEIA & BARRELA,2007) Por tanto, o presente trabalho constituiu em registrar os hábitos comportamentais, confeccionando um catálogo completo denominado etograma, que servirá de apoio para o planejamento de atividades, melhorando a qualidade de vida do indivíduo, no caso um exemplar de tigre siberiano (Panthera tigris altaica) da Fundação RIOZOO, que se localiza no Parque da Quinta da Boa Vista São Cristovão, Rio de Janeiro- RJ. Procedimentos Metodológicos O presente estudo foi desenvolvido no período de novembro de 2013 a abril 2014, dentro das dependências da Fundação Zoológico da cidade do Rio de Janeiro, o mais antigo jardim

zoológico do país, com visitação média mensal de 70 mil pessoas, segundo informações da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro (disponível em www.rio.rj.gov.br/web/riozoo, último acesso em 24/05/2013). Após o levantamento das dimensões e da arquitetura dos recintos, os mesmos foram divididos em quadrantes, visando à facilitação da observação e dos estudos comportamentais para a realização do mapa ambulatório. Seus dados de origem (nascidos em cativeiro ou oriundo de vida livre) e biometria foram levantados com a gerência de Biologia do RIOZOO. Para a elaboração do etograma, os comportamentos foram levantados segundo a metodologia ad libitum (ALTMANN, 1974), que não necessita de regras para realizar os registros. Após, visando à coleta de dados para o cálculo da frequência de ocorrência de cada comportamento observado, foi utilizado o método animal focal, que consiste em uma rápida observação ou fotografia do momento, realizado durante o primeiro minuto para cada cinco minutos. Para a elaboração da frequência do mapa ambulatório, que consiste em identificar os pontos mais frequentados no recinto, o mesmo foi dividido em quatro partes na vertical (colunas) e cinco partes na horizontal (linhas), formando uma matriz de quadrantes, facilitando a categorização visual dos espaços utilizados pelo animal. Foram realizadas seis idas ao RIOZOO entre os meses de novembro de 2013 e abril de 2014 em dias de baixa, média e alta visitação de público para a observação do animal durante duas horas na parte da manhã e duas horas na parte da tarde, totalizando 24 horas de observação. Análise de Dados Verificamos que entre as diferentes categorias analisadas foram comparados os números de diferentes tipos de comportamentos e suas frequências, revelando que o animal observado realiza mais comportamentos dentro do padrão comportamental de Descanso, passando a maior parte do seu tempo dormindo utilizando o quadrante, mais frequentando 4A, segundo os resultados finais do mapa ambulatório nas 24 horas de observação. Discussão dos Resultados Nas 24 horas de observação, foi encontrado um total de 39 tipos de comportamentos na espécie estudada, listados a baixo. Com os 39 tipos de comportamentos encontrados nas 24 horas de

observação, foram confeccionados um etograma e um mapa ambulatório, divindo o recinto para melhor visualização dos quadrantes mais frequentes. Manutenção (padrões comportamentais resultantes de atividades reflexas ou de manutenção da homeostase): - Lamber: animal lambendo algumas partes do corpo. - Beber água: animal com o corpo estendido ingerindo água da piscina. - Afiar as garras: animal atritando suas garras no tronco do recinto. - Coçar: esfregar freneticamente alguma parte do corpo com os dentes ou as unhas. - Defecar: expelir fezes no chão. - Urinar: expelir urina no chão. - Chacoalhar: balançar a cabeça ou todo o corpo rapidamente registrado apenas ao sair da piscina. - Esfregar o roto: mover repetidas vezes o rosto ou pescoço no tronco ou no ferro do recinto. - Bocejar: movimento de abrir amplamente a boca, com os olhos fechados ou parcialmente fechados. Relacionando, geralmente, a um estado de sonolência. - Nadar: animal na piscina. Exploração (atividade de investigação do ambiente): - Cheirando o chão: animal fungando no chão em algumas partes do recinto. - Cheirando a porta do cambeamento: animal fungando a porta do cambeamento ou partes próximas. - Cheirando o tronco: animal fungando em algumas partes do tronco. - Cheirando a planta: animal fungando as plantas do recinto. - Cheirando a parede: animal fungando em algumas partes da parede do recinto. - Farejar: investigar o ambiente, com o focinho direcionado ao substrato ou ar, cheirando.

- Tentar abocanhar: tentar pegar algo no ar com a boca, na maioria das vezes equenos pássaros. Observação (atividade de investigação e observação do ambiente): - Face voltada para o lado de fora: animal parado com os lados fixos para o lado de fora. - Face voltada para os visitantes: animal parado com os olhos fixos para os visitantes. - Face voltada para área de cambeamento: animal parado com olhos fixos para a área de cambeamento sempre associado à alimentação. - Escutando barulhos externos: animal com as orelhas em pé escutando o barulho em torno do recinto. Geralmente tratador na parte de trás do recinto. - Analisar: analisar atentamente pequisador, recinto, tratador, pássaros voando ou funcionários da fundação que transitam à direita do recinto. Locomoção (comportamentos ligados ao deslocamento horizontal e vertical do animal): - Caminhar: animal caminhando por todo o recinto. - Corer: animal deslocando-se rapidamente pelo recinto. - Saltar: subir ou descer de alguma superfície mais alta ou mais baixa: plataformas, desníveis, saltando. Estereotipia (comportamentos repetitivos, sem sentido, obsessivos, devido ao baixo enriquecimento ambiental e ao estresse causado pelo público): - Caminhar em círculos (Pacing): animal andando em círculos utilizando toda área do recinto. - Arrancar plantas: arrancar plantas do recinto utilizando boca e/ou garras. Enriquecimento ambiental (comportamentos relacionados ao enrriquecimento ambiental fornecido no recinto): - Brincar com o tronco na piscina: animal nadando na piscina interagindo com o tronco.

- Vocalizar na piscina: animal nadando e emitindo som leve. - Caminhar sobre o tronco: animal andando e/ou deitado sobre o tronco suspenso dentro do recinto. Descanso (comportamentos ligados ao estado estacionário que envolveu atenção ou desatenção do animal em relação ao ambiente): - Descansar: postura deitada, com cabeça erguida, olhos fechados, na qual o animal reage aos estímulos do ambiente em menor grau de variação. - Deitado: animal com o corpo estendido, deitado na cama ou no chão do recinto, com os olhos abertos atentos ao ambiente e reativo aos estímulos externos. - Sentado: animal parado com os menbros posteriores paralelos e flexionados e os menbros anteriores eretos sobre o chão. - Em pé: animal com membros inferiores esticados. - Dormindo: animal com o corpo estendido, deitado com os olhos fechados. - Descansar na piscina: postura deitada, com cabeça erguida, olhos fechados ou abertos dentro da piscina, onde o animal reage aos estímulos do ambiente em menos grau de variação. Comportamente social agonístico: (comportamento social, que envolve algum tipo de conflito): - Urinar na grade: expelir urina em direção ao público para espantar as pessoas ou marcar seu território. - Urinar na parede: expelir urina na parede, marcando território. Após o reconhecimento dos 39 tipos de comportamentos das oito categorias listadas acima, é possível dizer que a categoria com maior frequência dos comportamentos foi Descanso, que se liga ao estado estacionário que envolveu atenção ou desatenção do animal em relação ao ambiente. O comportamento de maior frequência realizada pelo animal estudado foi Deitado (135), quando o animal permanece com o corpo estendido, deitado na cama ou no chão do recinto, com os olhos abertos atentos ao ambiente e reativo aos estímulos externos.

Já a categoria com menor frequência dos comportamentos foi Exploração, que envolve atividades de investigação no ambiente. O comportamento menos frequente dessa categoria foi Cheirando a Parede (1), que remete ao animal fungando algumas partes da parede do recinto. Em relação ao mapa ambulatório geográfico do recinto, podemos dizer que o animal estudado passa a maior parte do seu tempo no quadrante 4A, que se localiza na área plana do recinto próximo à piscina e da grade que separa o recinto do público. Já o quadrante menos frequentado pelo Tigre foi 1D, que se localiza do lado esquerdo ao lado do recinto de um exemplar de Panthera tigris tigris. Considerações Finais A pesquisa nos mostrou através da frequência dos comportamentos do etograma que, durante o tempo de observação, o animal passou a maior parte do seu tempo Deitado, comportamento que corresponde à categoria de Descanso. Notou-se também que o comportamento Dormindo apareceu com um número significativamente alto dentro da mesma categoria, revelando que o animal em questão permanece com baixas atividades durante o dia, sendo um comportamento natural para a biologia dos felinos. Já o comportamento com menor frequência dentro da categoria menos frequente foi Cheirando a parede, que remete o animal a fungar em algumas partes da parede do recinto farejando seu próprimo cheiro ou de sua urina, expelido nas paredes do recinto como marcação de território nos dias de maior fluxo de visitantes no zoológico. Podemos dizer que com os resultados finais sobre o mapa ambulatório que o animal estudado dá preferência à area plana do recinto que se localiza próximo ao público e a piscina de seu recinto, evitando as áreas intermediárias que separam a área mais alta da área plana, utilizando apenas para subir ou descer de uma área para outra. Referências Bibliográficas ATLAMANN, J. Observational Study of Behavior: Sam-Pling Methods. Behavior n. 69, 227-263.1974. DEL-CLARO, KLEBER & OLIVEIRA. C. Comportamento animal Uma introdução à ecologia comportamental. Jundiaí: Conceito, 2004.

SOUTO, A. Os principais tipos ou métodos de observação. In: SOUTO, A. Etologia: princípios e reflexões - Recife, 2003. SOUZA, T.D. Criopreservação de sêmen de Pumas (Puma concolor Linnaeus, 1771). Viçosa, 2009. DOS PRAZERES, 2010 et al., 2004; GRAIPEL et al., 2004; PALMEIA & BARRELA, 2007. OLIVEIRA, T.G. & CASSARO, K. Guia de campo dos Felinos do Brasil. São Paulo: Instituto Pró-Carnivoros, sociedade de Zoológicos do Brasil, Fundação Parque Zoológico de São Paulo e Pró-vida Brasil. 2005. 80p. GRAIPEL, M.E.; GHIZONi JR., I.R.; MAZZOLLI, M. Selvageria ou carência nutricional? Conhecer o puma pode ser o caminho para a convivência pacífica com as populações rurais e para a sobrevivência da espécie. Ciência Hoje. São Paulo, 35: 62-65. 2004.