TÍTULO: INSPEÇÃO PREDIAL: CLASSIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS CONSTRUTIVAS DO 4º BATALHÃO DE ENGENHARIA E COMBATE, ITAJUBÁ MG

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Transcrição:

TÍTULO: INSPEÇÃO PREDIAL: CLASSIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS CONSTRUTIVAS DO 4º BATALHÃO DE ENGENHARIA E COMBATE, ITAJUBÁ MG CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ AUTOR(ES): POLIANA MARCELA DA SILVA ORIENTADOR(ES): VANDER ALKMIN DOS SANTOS RIBEIRO

1 RESUMO A falta de manutenção periódica faz com que pequenas patologias consideradas de baixo custo evoluam podendo comprometer a qualidade, a estética e até mesmo a segurança da obra tornando-se de alto custo para sua correção. O presente trabalho consiste em realizar a inspeção predial de uma unidade do 4º Batalhão de Engenharia e Combate na cidade de Itajubá, Minas Gerais, de acordo com a norma do IBAPE cujo objetivo é identificar as doenças construtivas, classificá-las de acordo com o método GUT que avalia Gravidade, Urgência e Tendência de cada patologia e propor diretrizes para a correção das mesmas. Durante a investigação foi possível detectar problemas de revestimento e pintura das paredes externas da edificação em estudo. Entretanto, se faz necessário realizar a intervenção com a manutenção corretiva para reparar os problemas dos elementos construtivos vistoriados e permitir melhores condições de uso e de segurança da edificação. Palavras-chave: Inspeção Predial, Patologias, Manutenção, GUT. 2 INTRODUÇÃO De acordo com França, A. A. V. et al (2011), o termo patologia é de origem grega e quer dizer Estudo de doenças. Sua aplicação engloba estudos investigativos relacionados a modificações estruturais e funcionais. Os problemas patológicos constantemente se manifestam na forma de umidade, trincas, fissuras descolamento de pinturas, revestimentos, entre outras. Dessa forma, a manutenção periódica das edificações se tornam indispensáveis para sua conservação. (COSTA;ZANCAN, 2012) Dentre as principais manifestações em obras civis, podemos citar como as mais recorrentes, as fissuras e a umidade. A fissura é entendida como o rompimento de materiais e é bastante comum na edificação. A umidade é caracterizada por ocorrer a percolação de água entre os materiais podendo modificar suas características. (ROÇA, 2014) De certa forma, os problemas ocasionais em edificações tendem a se agravar em longo prazo podendo acarretar maiores problemas. A Figura 1 relaciona o desempenho do sistema construtivo com o tempo. (HELENE, 1988)

Figura 1 Evolução dos custos de correção dos problemas patológicos no tempo. Fonte: Helene, 1998 Para Angeloni e Zancan (2012) a inspeção predial está se tornando uma avaliação frequente nas edificações e seu desprezo pode provocar danos irreparáveis. Ainda de acordo com autores, após a realização da inspeção predial elabora-se um check-list para fazer o diagnóstico das manifestações identificadas em cada elemento construtivo vistoriado. Entretanto, Sotille (2014) ressalta uma ferramenta importante que é a matriz de priorização GUT utilizada na solução dos problemas patológicos para definir prioridades as ações encontradas. Recomenda-se que a ordem de prioridade seja disponível em ordem decrescente classificada através de métodos GUT (Gravidade, Urgência e Tendência). A gravidade considera a intensidade dos danos que os problemas identificados podem causar se não atuar sobre ele. A urgência é considerada o tempo para a resolução do problema de uma situação. A tendência é classificada como tendência de evolução da situação considerando o desenvolvimento que o problema terá na ausência da ação. O presente artigo pretende efetuar uma análise causadora dos problemas nos processos construtivos e apresentar melhoria na qualidade reduzindo os custos de manutenção. 3 OBJETIVOS A análise que será desenvolvida possui os objetivos citados a seguir. 2

3.1 Objetivo geral Realizar a inspeção predial no 4º Batalhão de Engenharia e Combate e investigar as patologias identificadas estabelecendo suas causas e propondo sua recuperação. 3.2 Objetivos específicos a) Realizar a inspeção predial avaliando o estado de manutenção da edificação; b) Identificar as principais causas das patologias detectadas; c) Detectar as manutenções preventivas e corretivas das patologias encontradas; d) Verificar conformidades funcionais, técnicas e de manutenção dos componentes construtivos; 4 METODOLOGIA Para a realização desta pesquisa será feita a inspeção predial em uma unidade do Exército Brasileiro da categoria Batalhão, sendo o 4º Batalhão de Engenharia de Combate (4º B E Cmb) também conhecido como Batalhão Pontoneiros da Mantiqueira. Encontra-se instalado no município de Itajubá, Minas Gerais desde 1921. Dessa forma, as patologias serão registradas através de arquivos fotográficos durante a inspeção visual e posteriormente os danos serão classificados de acordo com a norma do IBAPE (Norma de Inspeção Predial Nacional) realizando o diagnóstico a fim de identificar as causas prováveis para a ocorrência das doenças construtivas. Após classificar cada patologia é realizada a lista de prioridades de recuperação e dada a recomendação técnica para o responsável da edificação. Os danos serão avaliados conforme mostrado na Tabela I. (SOTILLE, 2014) 3

Tabela I Pontuação da GUT de acordo com a intensidade da patologia Grau Gravidade Peso Total Perdas de vidas humanas, do meio ambiente ou do próprio edifício 10 Alta Ferimento em pessoas, danos ao meio ambiente ou ao edifício 8 Média Desconfortos, deterioração do meio ambiente ou do edifício 6 Baixa Pequenos incômodos ou pequenos prejuízos financeiros 3 Nenhuma 1 Grau Urgência Peso Total Evento em ocorrência 10 Alta Evento prestes a ocorrer 8 Média Evento prognosticado para breve 6 Baixa Evento prognosticado para adiante 3 Nenhuma Evento imprevisto 1 Grau Tendência Peso Total Evolução imediata 10 Alta Evolução em curto prazo 8 Média Evolução em médio prazo 6 Baixa Evolução em longo prazo 3 Nenhuma Não vai evoluir 1 Fonte: Gomide (2009, citado Costa e Zancan, 2012) 5 DESENVOLVIMENTO O estudo foi realizado em uma unidade do Exército Brasileiro sendo o 4º Batalhão de Engenharia e Combate, Itajubá, Minas Gerais. O local foi escolhido devido ao número de doenças construtivas presentes e por ser um local de utilidade pública no qual, possui missões de apoio em situações de guerra e em outras épocas atua como colaboradora na solução de problemas de infraestrutura do desenvolvimento nacional. Sendo assim, há necessidade de manutenção periódica para a conservação do local e melhores condições de uso. A Figura 2 mostra a fachada de um dos pavilhões do Batalhão. Figura 2 Fachada do pavilhão administrativo do Batalhão 4

A inspeção predial nas dependências do 4º Batalhão de Engenharia e Combate foi realizada na tarde do dia 01 de junho de 2017, mais precisamente na Praça Duque de Caxias, s/n. Bairro Varginha, na cidade de Itajubá, Minas Gerais. O marco inicial das obras do quartel foi em 12 de outubro de 1922, sendo uma edificação com aproximadamente 95 anos. O nível de inspeção foi classificado como Nível 1, representado por identificar anomalias e falhas aparentes, sendo este elaborado por um profissional habilitado e classificada quanto ao uso regular, encontrando-se ocupada e utilizada conforme definido em projeto. Na elaboração do laudo de inspeção predial foram analisados os sistemas construtivos presentes na edificação onde esses elementos foram avaliados genericamente descrevendo a localização de anomalias e falhas detectadas. As vedações são em alvenaria de tijolos maciços revestidos com reboco e aplicação de pintura. Vale ressaltar que por ser uma obra antiga, não possui nenhum tipo de ferragem em sua estrutura. As mesmas são feitas somente com tijolos maciços. A seguir, será relatado as manifestações patológicas investigadas. a) Bolhas na pintura A Figura 3 mostra as bolhas na pintura do lado externo da parede de um dos banheiros superiores do hotel de trânsito. Figura 3 Bolhas na pintura causadas por umidade ascendente Classificação da patologia: Anomalia Endógena. Apresenta erros na execução e escolha de materiais. Grau de risco: Mínimo. Causam pequenos prejuízos relacionados a estética. Manifestações: Aparecimento de bolhas na pintura 5

Causa: Umidade proveniente do banheiro; Falta de aderência do produto aplicado; Repintura em paredes sobre uma tinta de má qualidade ou presença de pó na mesma. Intervenção: Tratar umidade. Remover partes soltas ou mal aderidas com auxílio de uma espátula, escova de aço ou lixa. Aplicar fundo preparador de parede. Nivelar a superfície com massa acrílica (áreas externas) e aplicar repintura. Gravidade Urgência Tendência Pontos 6 3 3 54 b) Descascamento da pintura A Figura 4 apresenta o descascamento da pintura na parede externa. Figura 4 Descascamento da pintura Classificação da patologia: Falha de execução. Incluindo uso inadequado de materiais. Grau de risco: Mínimo. Causam pequenos prejuízos relacionados a estética. Manifestações: Placas de tintas que se soltam da parede Causa: Tinta aplicada sobre superfície empoeirada ou suja de óleo. Intervenção: Verificar se a superfície não apresenta vazamentos; Aguardar tempo de cura para o reboco de 30 dias; Eliminar o pó da pintura antiga; Verificar condições climáticas; Remover partes soltas; Aplicar de 2 a 3 demãos de bloqueador de umidade; Aplicar fundo preparador de parede; Aplicar pintura de 2 a 3 demãos. Gravidade Urgência Tendência Pontos 3 3 3 27 c) Fissuras e mofo na marquise do telhado 6

Também foi encontrado fissuras na marquise do telhado de um dos pavilhões que permitiram a percolação de água provocando mofos conforme Figura 5. Figura 5 Fissuras e mofo na marquise Classificação da patologia: Anomalia Endógena. Apresenta erros na execução e escolha de materiais. Grau de risco: Médio. Manifestações: Aberturas no revestimento em forma de fissuras e coloração esverdeada considerando mofo. Causa: Instalação inadequada de painéis solares proporcionando facilidade da entrada de umidade proveniente de intempéries; Falta de manutenção de calhas; Falta de impermeabilização. Intervenção: Reparo na instalação do painel e verificação do telhado. É necessário descascar todo o revestimento até a alvenaria, aplicar impermeabilizante no emboço e depois realizar uma nova pintura. Gravidade Urgência Tendência Pontos 6 6 6 216 d) Fissuras no revestimento No hotel de trânsito foram encontradas fissuras no revestimento da parede externa conforme Figura 6. 7

Figura 6 Combinação de fissuras no revestimento do hotel de trânsito Classificação da patologia: Anomalia Endógena. Apresenta erros na execução e escolha de materiais. Grau de risco: Médio. Pode provocar perda parcial do desempenho da edificação. Manifestações: Aberturas no revestimento em forma de combinação de fissuras. Causa: Retração da argamassa; Variação de temperatura; Aplicação do revestimento em dias quentes. Intervenção: Fazer uma abertura em V com abre trinca; Limpar a superfície e aplicar preparador de paredes; Preencher a fenda com sela trinca; Colocar uma tela de poliéster. Acertar com massa; Aplicar tinta elastomérica. 6 RESULTADOS Gravidade Urgência Tendência Pontos 6 3 6 108 Através do método GUT foi realizada a pontuação das patologias e a manutenção deverá ser de acordo com a ordem da Tabela II. Tabela II Ordem de prioridade de manutenção Prioridade Não conformidade Pontos 1º 2º Fissuras no revestimento e mofo Fissuras no revestimento do hotel de trânsito 216 108 3º 4º Bolhas na pintura Descascamento da pintura 54 27 8

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da inspeção predial realizada foi possível investigar as causas das patologias identificadas e propor correções detalhadas para a recuperação. Percebe-se que os maiores problemas encontrados são decorrentes de erros de execução e na escolha de matérias. Também associada a manutenção inadequada. De acordo com a inspeção realizada seguindo a norma do IBAPE constatou que a prioridade de manutenção se dá a fissura encontrada na marquise que devido a instalação inadequada dos painéis solares, facilitou a entrada de agentes agressivos provocando fissuras. Seguindo a ordem de prioridade, outras patologias podem se agravar se não tratada, essas englobam a fissura na parede externa do hotel de trânsito que também facilita a entrada de agentes agressivos.para a bolha na pintura deve-se tratar a umidade presente. Dessa forma torna-se importante corrigir as patologias brevemente para que os problemas não se agravem. 8 FONTES CONSULTADAS ANGELONI, B. P.; ZANCAN, E. C.; Inspeção Predial tridimensional das casas populares do município de Jacinto Machado, SC: Estudo de caso. Engenharia Civil, Criciúma, SC, 2011. Disponível em: <http://repositorio.unesc.net/bitstream>. Acessado em: 27 de março de 2017. COSTA, A.S.; ZANCAN, E.C. Inspeção Predial: Estudo de caso de um edifício residencial, Criciúma SC. Engenharia Civil, Criciúma, SC, 2012. Disponível em: <http://repositorio.unesc.net/bitstream>. Acessado em: 23 de março de 2017. FRANÇA, A. A. V. et al. Patologia das construções: uma especialidade na engenharia civil. TÉCHNE, set. 2011. Disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-civil>. Acesso em: 23 de março de 2017. HELENE, Paulo R. L.. Manual prático para reparo e reforço das estruturas de concreto. São Paulo, Pini, 1988. IBAPE. Instituto brasileiro de avaliações e pericias de engenharia. Norma de inspeção predial nacional. São Paulo, Bela Vista, 2012. ROÇA, Gregório Berto. Análise das manifestações patológicas de uma edificação residencial. Universidade Tecnológica do Paraná, Curitiba, 2014. SOTILLE, Mauro. Matriz GUT. [2014] Disponível em: <http://dicasgp.pmtech.com.br/matriz-gut-gravidade-urgencia-e-tendencia/>. Acesso em: 02 de abril de 2017. 9

ANEXOS 10