AVALIAÇÃO DE REVESTIMENTO EXTERNO SISTEMA DE FACHADA
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- Victor Gabriel Duarte Van Der Vinne
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1 Rel. nº. 2950/17 (1/35) AVALIAÇÃO DE REVESTIMENTO EXTERNO SISTEMA DE FACHADA Cliente: Cond. Ed. Flamboyant Rua José Rodrigues Pereira, 1278, Bairro Estoril Belo Horizonte/MG ABRIL/2017
2 Rel. nº. 2950/17 (2/35) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO METODOLOGIA DO ESTUDO OBJETIVO IDENTIFICAÇÕES EDIFICAÇÃO HISTÓRICO COLETA DE DADOS PARA ESTUDO DADOS COMPLEMENTARES SISTEMAS DE FACHADA DESCRIÇÃO DAS IRREGULARIDADES E GRAU DE RISCO PRIORIZAÇÃO DAS PROVIDÊNCIAS ANÁLISE DE RISCO MANUTENÇÃO PREDIAL CONSIDERAÇÕES FINAIS... 35
3 Rel. nº. 2950/17 (3/35) 1. INTRODUÇÃO Por solicitação do interessado, Cond. Ed. Flamboyant, foi realizada análise técnica no atual sistema de revestimento de fachada do referido edifício, localizado na Rua José Rodrigues Pereira, 1278, Bairro Estoril Belo Horizonte/MG. Os trabalhos de levantamento patológico (1) foram realizados em Fevereiro, Março e Abril/2017, pela equipe técnica da Consultare, sob a coordenação do Engº. Otávio Luiz do Nascimento (2) e assessores especializados multidisciplinares. Inicialmente, descreve-se a metodologia de inspeção, e os critérios adotados. A partir desses dados definem-se o diagnóstico e sua terapia. 2. METODOLOGIA DO ESTUDO As etapas de trabalho, os ensaios realizados, os dados levantados e os critérios empregados procuram seguir também os cuidados e procedimentos de normas e publicações nacionais e internacionais, aplicando quando possível às recomendações mais importantes. As etapas básicas de trabalho estão apresentadas na figura 1, portanto podem ser identificadas as seguintes etapas principais em um estudo desta natureza: Inspeção preliminar: exame visual (vistoria), levantamento de antecedentes, ensaios expeditos iniciais, definição do pré-diagnóstico, seleção das informações necessárias à serem levantadas, planejamento de trabalho, seleção de áreas de estudo, registro fotográfico de anomalias; Conclusões: avaliação conjunta das informações disponíveis, identificação do mecanismo da causa (agentes causadores e agravantes), origem, gravidade e extensão do problema. Recomendações de correção: relatório contendo as principais recomendações e orientações previstas para o melhor funcionamento dos revestimentos, baseado em todo o estudo realizado, experiência acumulada e literatura disponível. 1 Patologia: Termo utilizado na Engenharia para designar qualquer efeito indesejado ou não esperado na Construção Civil. 2 Otávio Luiz do Nascimento: possui graduação em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Fumec - Faculdade de Engenharia e Arquitetura (1991). Atualmente é professor da Universidade Fumec - Faculdade de Engenharia e Arquitetura nos cursos de graduação e mestrado, é Mestre em Ciências dos Materiais pela UFMG e Doutor em Materiais pelo CPGEM/ UFMG. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Materiais e Componentes de Construção, atuando principalmente nos seguintes temas: revestimento, argamassa, tecnologia e produtividade, alvenaria, aço, estudo de novos materiais, sustentabilidade e Patrimônio Histórico.
4 Rel. nº. 2950/17 (4/35) Figura 1 - Metodologia geral de inspeção, diagnóstico e prognóstico de manifestações patológicas em obras de construção civil. Fonte: LICHTENSTEIN, Noberto B. Patologia das construções. Boletim técnico 06/86. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
5 Rel. nº. 2950/17 (5/35) 3. OBJETIVO O trabalho foi solicitado em função da ocorrência de destacamento de revestimento de fachada em placas cerâmicas, sendo o objetivo a identificação das principais causas e suas terapias. 4. IDENTIFICAÇÕES EDIFICAÇÃO Construtora: Habitare Construtora e Incorporadora; Tipo de Ocupação: Residencial; Nº de pavimentos: 18; Nº de unidades/pavimento: 04; Idade Edificação: 08 anos; Estrutura: Concreto armado; Alvenaria: Vedação; Tipo de Bloco: Cerâmico; Revestimento externo atual: Placas cerâmicas Cor Verde 10x10 cm Fornecedor: Eliane; Textura - Tipo Grafiato - Cor Bege;
6 Rel. nº. 2950/17 (6/35) Localização geográfica da edificação: Figura 2 - Localização geográfica 5. HISTÓRICO O Cond. Ed. Flamboyant foi construído com finalidade de ocupação residencial. A construção possui aproximadamente 8 anos e o revestimento do sistema de fachada é original da época da construção, sendo que o revestimento em textura foi submetido a intervenção de recomposição e repintura, realizada pela Habitare Construtora, devido a infiltrações pontuais. Após a ocorrência de desplacamento de placas cerâmicas verdes da fachada posterior, a mesma foi submetida recentemente à retirada pontual de placas cerâmicas, assim como de áreas da fachada que apresentaram falhas de aderência com a base (alvenaria/estrutura), verificadas pela empresa executora da intervenção, retirando-se também o emboço nestas regiões. Este procedimento foi realizado anterior à data de contratação deste referido estudo. As informações obtidas não forneceram um quadro suficientemente amplo para o estabelecimento da anamnese do caso. Os documentos produzidos durante a realização da obra, e no período de utilização do edifício, constituem uma fonte complementar de informação cuja veracidade não é questionada.
7 Rel. nº. 2950/17 (7/35) 6. COLETA DE DADOS PARA ESTUDO 6.1. INSPEÇÃO VISUAL A vistoria consiste no exame circunstanciado e minucioso dos elementos construtivos afetados pela incidência de manifestações patológicas, incluindo o levantamento das condições do meio ambiente. Foram levantadas as principais ocorrências e irregularidades no revestimento externo das fachadas do referido edifício, através de inspeção visual e coleta de informações conforme o seguinte: 1. Presença de áreas submetidas à intervenção (fachada posterior), através da retirada pontual de revestimento cerâmico verde e de argamassa de emboço. 2. Presença de pontos de armadura com corrosão nas regiões que foram submetidas à intervenção. 3. Presença de desplacamento e estufamento revestimento cerâmico verde; 4. Presença de fissuras no revestimento em textura; 5. Presença de falhas frisos do revestimento em textura Ineficiência da impermeabilização e pontos falhos nos rasgos; 6. Ausência de sistema de juntas de movimentação nas fachadas; 7. Presença de camada de chapisco convencional no sistema de fachada na alvenaria e na estrutura; 8. Pontos de camada de emboço apresentando espessuras superiores a 6 cm; 9. Presença de som cavo e fissuras na região de virada da manta de impermeabilização na interface piso/parede, na região do pilotis; 10. Infiltrações internas, próximas às esquadrias; 11. Presença de fissuras internas de quina, próximas às esquadrias;
8 Rel. nº. 2950/17 (8/35) 6.2. REGISTRO FOTOGRÁFICO OBSERVAÇÕES LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO Fachada posterior
9 Rel. nº. 2950/17 (9/35) Áreas submetidas a retirada pontual de cerâmica e emboço Áreas submetidas a retirada pontual de cerâmica e emboço
10 Rel. nº. 2950/17 (10/35) Área submetida a retirada pontual de cerâmica Área submetida a retirada pontual emboço região de estrutura (viga)
11 Rel. nº. 2950/17 (11/35) Área submetida a retirada pontual emboço região de alvenaria Áreas submetidas a retirada pontual de cerâmica e emboço
12 Rel. nº. 2950/17 (12/35) Pontos de camada de emboço apresentando espessura superior a 6 cm Áreas submetidas a retirada pontual de cerâmica e emboço
13 Rel. nº. 2950/17 (13/35) Áreas submetidas a retirada pontual de cerâmica e emboço Presença de pontos de armadura com corrosão
14 Rel. nº. 2950/17 (14/35) Presença de pontos de armadura com corrosão Fachadas laterais com presença de revestimento cerâmico verde áreas que ainda não foram submetidas a intervenções Ausência de juntas de movimentação
15 Rel. nº. 2950/17 (15/35) Presença de estufamento no revestimento cerâmico verde Presença de estufamento no revestimento cerâmico verde
16 Rel. nº. 2950/17 (16/35) Presença de estufamento no revestimento cerâmico verde Presença de estufamento no revestimento cerâmico verde
17 Rel. nº. 2950/17 (17/35) Fachada em textura tipo grafiato Ausência de juntas de movimentação presença de frisos estéticos, com falhas de impermeabilização e pontos falhos
18 Rel. nº. 2950/17 (18/35) Presença de fissuras revestimento em textura Presença de fissuras revestimento em textura
19 Rel. nº. 2950/17 (19/35) Região pilotis próximo a quadra Presença de som cavo e fissuras região de virada da manta de impermeabilização na interface piso/vedação Fissura localizada na altura da subida da manta de impermeabilização
20 Rel. nº. 2950/17 (20/35) Presença de infiltrações internas próximas as esquadrias Presença de fissuras internas de quina, próximas às esquadrias
21 Rel. nº. 2950/17 (21/35) 7. DADOS COMPLEMENTARES - ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DE RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO Esse ensaio tem por objetivo determinar a resistência de aderência à tração em revestimento, através da realização de arrancamento SITUAÇÃO 01 SOBRE REVESTIMENTO CERÂMICO VERDE
22 Rel. nº. 2950/17 (22/35)
23 7.2. SITUAÇÃO 02 SOBRE REVESTIMENTO EM TEXTURA Rel. nº. 2950/17 (23/35)
24 Rel. nº. 2950/17 (24/35)
25 7.3. SITUAÇÃO 03 SOBRE EMBOÇO Rel. nº. 2950/17 (25/35)
26 Rel. nº. 2950/17 (26/35)
27 Rel. nº. 2950/17 (27/35) 8. SISTEMAS DE FACHADA As edificações, e em especial seus revestimentos, estão sujeitas a uma grande variedade de ações devidas a fenômenos de origem natural ou à própria utilização da construção. Essas podem originar a ocorrência de danos e tendem a degradar gradativamente as edificações e/ou seus elementos construtivos. MASUERO (2001) (3) destaca, externamente, a ação dos ventos, da chuva, da luz, do calor, das emissões gasosas, das vibrações e das variações térmicas e de umidade. Internamente, refere os efeitos da ventilação, do ar frio e quente, da umidade e da condensação. Também, faz menção às acomodações das fundações, à umidade proveniente do solo e às cargas estáticas e dinâmicas. Portanto tendo uma grande variedade de causas para o surgimento de patologias nas construções tendo em vista a quantidade de materiais e técnicas envolvidas em uma construção, a diversidade de condições de exposição e uso da edificação, além de defeitos construtivos como projeto inadequado, execução em desacordo com o projeto, execução sem critério, aplicação de cargas superiores às admissíveis pela construção e seus componentes, interação dos materiais envolvidos e efeitos causados por agentes biológicos e variações térmicas. O correto diagnóstico é a etapa mais importante no tratamento de um problema patológico, de modo que a determinação das causas e origens pode compreender o entendimento de questões que, num primeiro instante, parecem à margem do foco do problema. A fachada da edificação é o sistema de vedação externa vertical, que deve desempenhar diversas funções, além da estanqueidade da construção. Os revestimentos da fachada em geral devem apresentar as propriedades para os fins a que se destinam, proteção e vedação da edificação contra a ação de agentes externos agressivos. Além de possuir a atribuição estética da construção, o que gera a valorização patrimonial, compatíveis com a nobreza e custo elevado do material. SELMO (1989) (4) em seu trabalho, afirma que o revestimento é o primeiro elemento da edificação a sofrer a ação de agentes agressivos de origem natural ou oriunda da própria utilização do edifício, por ser o material que recobre a superfície das paredes de um modo geral. 4 MASUERO, A. B. Patologia das edificações: turma Porto Alegre: Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul SELMO, S. M. S. Dosagem de argamassas de cimento portland e cal para revestimento externo dos edifíficos. São Paulo, p. Dissertação (mestrado) Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.
28 Rel. nº. 2950/17 (28/35) Estes elementos, em muitas ocasiões não são devidamente planejados, quer pela elaboração de um projeto específico, com o detalhamento das interferências, propriedades dos materiais, normalizações pertinentes, tolerâncias e controles, metodologia de execução, conciliação com outros elementos integrantes da fachada, bem como da execução deficiente e sem atender e respeitar as características reológicas dos materiais componentes da edificação e dos elementos constituintes da fachada. Aliado a isto, observa-se falhas devido ao controle deficiente, na seleção e recebimento de materiais DESCOLAMENTO DE REVESTIMENTOS O assentamento das cerâmicas submete ao material de assentamento (argamassa de cimento e areia, argamassas colantes) altas exigências de desempenho, pois submete o elemento de aderência a altos esforços cortantes e cargas de arrancamento. Por outro lado, as argamassas de cimento utilizadas no assentamento do revestimento têm sua resistência intimamente ligada ao teor de aglomerante, que por ser necessariamente rico para as condições impostas pelo revestimento, provoca tensões de retração elevadas, cujo alívio é restringido pela aderência ao substrato e às placas de revestimento. Pela baixa deformabilidade das argamassas ricas, as tensões tendem a provocar sua fissuração e/ou seu desprendimento do substrato ou da placa de revestimento. Figura 03 - Tensões nas argamassas ricas e fracas Manual de argamassas e Revestimentos - Engº. Antônio J. S. I. Fiorito.
29 Rel. nº. 2950/17 (29/35) Para o alívio destas tensões, somadas a outras tensões impostas ao revestimento, à argamassa de assentamento, ao substrato de alvenaria ou concreto, à estrutura de concreto armado, às interfaces entre materiais de propriedades distintas, como variações térmicas, variação de umidade, deformações lentas, variação de cargas e esforços, deformações pela ação do vento aliadas às características reológicas dos materiais, obrigatoriamente exige a criação de juntas de alívio de tensões. As restrições impostas pela ineficiência de juntas geram esforços de magnitude extremamente elevadas, impossíveis de serem absorvidas pelos materiais integrantes da fachada, que são rígidos, com isso, origina diversas patologias. A principal é o descolamento das placas de revestimento, cuja aderência à argamassa do substrato não é elevada. Caso a aderência das placas fosse suficientemente elevada, maior do que a resistência do revestimento em pastilhas, estes últimos é que seriam rompidos, tais as magnitudes dos esforços envolvidos. As camadas do revestimento, argamassa de assentamento e o substrato foram previstos para estarem intimamente ligadas entre si. Estando ligadas entre si, a deformação de qualquer uma delas devido a causas endógenas ou esforços externos, resultará em esforços atuando em cada camada. Estas tensões causam deformações, como as abaixo relacionadas: Retração da argamassa que liga os elementos das alvenarias. Retração excessiva da argamassa de assentamento do revestimento, de traço rico, elevado fator água/cimento. Deformação lenta do concreto da estrutura. Deformação dos pilares e vigas sobre os revestimentos verticais. Deformações originárias de variação de umidade do ar atuando nas argamassas já endurecidas. Deformações originárias por infiltração de água pelas fachadas. Dilatação térmica por variação da temperatura. Dilatação térmica por insolação. A combinação destes efeitos, com maior ou menor magnitude certamente acarreta a formação de tensões permanentes e variáveis no revestimento e na sua ligação ao suporte, acabando por romper estas ligações, pela fadiga ou magnitude das tensões.
30 Rel. nº. 2950/17 (30/35) 8.2. ENSAIO DE RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO Os limites de resistência de aderência à tração são fornecidos pela NBR 13749/2013 (Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - Especificação), conforme figura a seguir: Figura 04 Parâmetros de aceitação NBR 13749:2013 Após a conclusão dos ensaios de avaliação de resistência à tração direta, e avaliação das formas de ruptura dos corpos de prova no Laboratório da Consultare e visita ao local ensaiado, pode-se verificar: Sistema 01 Aderência sobre revestimento cerâmico: Verificou-se que a maioria dos resultados obtidos nas amostras analisadas apresentaram valores de resistência de aderência inferiores a 0,30 MPa, sendo estes valores abaixo do especificado em norma. A predominância de ruptura foi na camada de argamassa de revestimento (emboço), onde pode-se verificar a ruptura em camada superficial, denominada película, possivelmente proveniente da desidratação da argamassa de revestimento, quando da execução, prejudicial a aderência entre placa cerâmica/argamassa colante e emboço. Sistema 02 Aderência sobre revestimento em textura: Verificou-se que a maioria das amostras de revestimento em textura analisadas apresentaram resultados satisfatórios de resistência de aderência, com valores superiores a 0,30 MPa. Sistema 03 Aderência sobre emboço: Verificou-se que a maioria das amostras de argamassa de revestimento da camada de emboço analisadas apresentaram resultados satisfatórios de resistência de aderência, com valores superiores a 0,30 MPa, para regiões de base em alvenaria e estrutura. A predominância de ruptura foi na camada de argamassa de revestimento (emboço), onde pode-se verificar também a presença de uma camada superficial (película), no emboço.
31 Rel. nº. 2950/17 (31/35) 9. DESCRIÇÃO DAS IRREGULARIDADES E GRAU DE RISCO Como ferramenta de priorização das providências a serem tomadas conforme as irregularidades levantadas, utilizou-se o método GUT, que baseia-se na ponderação do grau de comprometimento para cada enfoque analisado, para posterior interação matemática entre os enfoques, que possuem pesos, obtendose assim um resultado numérico que permite a priorização das providências a serem realizadas. Os enfoques analisados para as incorreções construtivas são Gravidade, Urgência e Tendência, e possuem cinco graduações de níveis de criticidade, conforme tabela abaixo. Tabela 01 Matriz GUT utilizada GRAU PESO GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA Máximo 10 Risco à vida dos usuários, colapso da edificação, dano ambiental grave Alto 8 Risco de ferimentos aos usuários, avaria não recuperável na edificação, contaminação localizada Médio 6 Insalubridade aos usuários, deterioração elevada da edificação, desperdício dos recursos naturais Baixo 3 Incômodo aos usuários, degradação da edificação, uso não racional dos recursos naturais Evolução imediata Evolução no curto prazo Evolução no médio prazo Evolução no longo prazo Em ocorrência A ocorrer Prognóstico para breve Prognóstico para adiante Mínimo 1 Depreciação Imobiliária Não evoluirá Imprevisto
32 Rel. nº. 2950/17 (32/35) 9.1. RESULTADOS DA ANÁLISE DE GRAU DE RISCO ITEM DESCRIÇÃO GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA TOTAL 1 Presença de áreas submetidas à intervenção (fachada posterior), através da retirada pontual de revestimento cerâmico verde e de argamassa de emboço Presença de pontos de armadura com corrosão nas regiões que foram submetidas à intervenção Presença de desplacamento e estufamento revestimento cerâmico verde Presença de fissuras no revestimento em textura Presença de falhas frisos do revestimento em textura Ineficiência da impermeabilização e pontos falhos nos rasgos Ausência de sistema de juntas de movimentação nas fachadas Presença de camada de chapisco convencional no sistema de fachada na alvenaria e na estrutura Pontos de camada de emboço apresentando espessuras superiores a 6 cm Presença de som cavo e fissuras na região de virada da manta de impermeabilização na interface piso/parede, na região do pilotis Infiltrações internas, próximas às esquadrias Presença de fissuras internas de quina, próximas às esquadrias
33 Rel. nº. 2950/17 (33/35) 10. PRIORIZAÇÃO DAS PROVIDÊNCIAS ANÁLISE DE RISCO A Edificação apresenta manifestações patológicas que caracterizam riscos, se não adotadas imediatas ações no sistema de revestimento de fachada atual. Recomenda-se que seja realizado os serviços na seguinte ordem de prioridade: PRIORIDADE DESCRIÇÃO OCORRÊNCIA AÇÃO RECOMENDADA Presença de áreas submetidas à intervenção (fachada posterior), através da retirada pontual de revestimento cerâmico verde e de argamassa de emboço Presença de desplacamento e estufamento revestimento cerâmico verde Ausência de sistema de juntas de movimentação nas fachadas Presença de camada de chapisco convencional no sistema de fachada na alvenaria e na estrutura Pontos de camada de emboço apresentando espessuras superiores a 6 cm ÁREAS DAS FACHADAS COM REVESTIMENTO CERÂMICO NA COR VERDE Recomendação: Recuperação total das áreas de fachadas com revestimento cerâmico na cor verde, com a retirada total das placas cerâmicas verdes e da argamassa colante existentes. O emboço poderá permanecer como base para o novo sistema de revestimento, desde que seguidos procedimentos específicos de verificação, preparo e tratamentos de base como a execução de mapeamento através do método de percussão por som-cavo, com retirada pontual de argamassa comprometida e recomposição da área afetada. O emboço deverá ser submetido à tratamento específico para minimizar o efeito da película superficial existente. Regiões de estrutura deverão ser cuidadosamente verificadas. A fachada posterior deverá ser executada com prioridade, devido a sua exposição com a retirada de camadas do sistema de fachada. As áreas que foram submetidas a retirada de argamassa até a base deverão ser recompostas, com procedimentos específicos de execução, com tratamentos desde a base de alvenaria/estrutura. Recomenda-se a execução de novo sistema de revestimento em placas cerâmicas, texturas, eco granito, placas de granito/mármore/porcelanato assentados, revestimentos afastados em porcelanato e/ou granito. Deverá ser previsto sistema de juntas de movimentação para o novo sistema de revestimento. Recomenda-se projeto específico de fachada.
34 Rel. nº. 2950/17 (34/35) 6 7 Presença de fissuras no revestimento em textura Presença de falhas frisos do revestimento em textura Ineficiência da impermeabilização e pontos falhos nos rasgos ÁREAS DAS FACHADAS COM REVESTIMENTO EM TEXTURA Recomendação: Intervenção Pontual com a retirada de revestimento em textura que esteja apresentando falha de aderência e/ou danos. O emboço poderá permanecer, desde que seguidos procedimentos específicos de verificação, preparo e tratamentos de base, como a execução de mapeamento através do método de percussão por som-cavo, com retirada pontual de argamassa comprometida, recomposição da área afetada. O emboço deverá ser submetido à tratamento específico para minimizar o efeito da película superficial existente. Regiões de estrutura deverão ser cuidadosamente verificadas. Realização de recomposição da região de textura submetida à intervenção. Caso haja diferença de tonalidade nas fachadas, para uniformização da cor, poderá ser previsto repintura geral das fachadas em textura. Deverá ser previsto a revisão dos frisos estéticos existentes, com a impermeabilização dos rasgos, com material adequado, além da abertura de frisos superficiais, na região de encunhamento Presença de pontos de armadura com corrosão nas regiões que foram submetidas à intervenção Presença de som cavo e fissuras na região de virada da manta de impermeabilização na interface piso/parede, na região do pilotis Infiltrações internas, próximas às esquadrias Presença de fissuras internas de quina, próximas às esquadrias As armaduras com presença de corrosão deverão ser submetidas à limpeza e a tratamento com pintura de proteção à base de zinco. Deverá ser previsto tratamento específico com a utilização de tela e/ou friso na altura da virada da manta de impermeabilização na parede, para minimizar a ocorrência de fissuras e desplacamentos nesta região. Verificação e certificação da vedação das esquadrias com utilização de silicone de cura neutra, para evitar manchamentos. Fissuras com aberturas superiores a 2 mm deverão ser tratadas com a utilização de tela, conforme procedimentos específicos. Fissuras com aberturas inferiores ou iguais a 2 mm deverão ser tratadas com tinta convencional. Recomenda-se que estes tratamentos sejam realizados pelo menos 03 meses após as intervenções nas fachadas.
35 Rel. nº. 2950/17 (35/35) 11. MANUTENÇÃO PREDIAL A responsabilidade pela manutenção (preventiva e corretiva) de um estabelecimento está atribuída ao proprietário do mesmo, ou então, a alguma outra empresa ou profissional habilitado que o proprietário venha a delegar a função, conforme NBR 5674 / CONSIDERAÇÕES FINAIS Devido ao exposto no estudo, a recomendação da Consultare é de que sejam realizadas todas às intervenções propostas, conforme prioridades ordenadas, porém em um curto período, uma vez que a edificação apresenta patologias que podem evoluir a curto prazo. Foram verificadas as principais causas associadas para as ocorrências verificadas na referida edificação: 1. Exposição da edificação Alta dilatação térmica dos diferentes materiais constituintes do sistema de fachada, principalmente da placa cerâmica verde, que possui tonalidade escura; 2. Ausência de sistema de juntas de movimentação; 3. Ausência de projeto específico de fachada; 4. Presença de película superficial no emboço, possivelmente ocasionada pela desidratação da argamassa de revestimento, quando da execução do sistema de fachada, prejudicial a aderência. Alguns procedimentos específicos de recuperação do revestimento existente estão descritos no Anexo I TRATAMENTOS. Belo Horizonte, 25 de Abril de 2017 Otávio Luiz do Nascimento ENGENHEIRO CIVIL CREA 55585/D Diretor Consultare
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