Projeto de Iniciação Cientifica PESQUISA DE STHAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE A METICILINA (MRSA) EM ELEVADORES DE HOSPITAL DA REDE PRIVADA DE BRASÍLIA - DF Acadêmico: Arison Wesley dos Santos Rodrigues Orientadora: Elane Priscila Maciel Brasília,
2 FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA - ICESP Acadêmico: Arison Wesley dos Santos Rodrigues PESQUISA DE STHAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE A METICILINA (MRSA) EM ELEVADORES DE HOSPITAL DA REDE PRIVADA DE BRASÍLIA - DF Projeto de Pesquisa submetido às Faculdades Integradas Promove de Brasília ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica, sob orientação da Profª Elane Priscila Maciel. Brasília,
3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 4 2 OBJETIVOS... 6 3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA... 7 4 MATERIAIS E MÉTODOS... 8 5 ORÇAMENTO... 9 6 CRONOGRAMA... 10 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 11
4 1 INTRODUÇÃO Um dos meios de transporte bastante utilizado pelas pessoas, os elevadores vêm sendo popularizados e aperfeiçoados desde o século XIX, através da Revolução Industrial que proporcionou a energia a vapor, e logo após a energia elétrica. Criado por volta de 1500 a.c. pelos egípcios que utilizavam como transporte de materiais para as construções (CREA-MG, 2013) 1, hoje já não é utilizado somente para tal fim, mas também para a comodidade e acessibilidade dos usuários, principalmente por cadeirantes ou acamados, pois seu transporte pelas escadas acaba se tornando inviável quando a transição é feita para andares diferentes no hospital, por exemplo. Sem dúvidas, os elevadores são de grande ajuda para o transporte, porém eles podem se tornar transportadores de microrganismos patogênicos, podendo haver disseminação de doenças e de superbactérias para andares diferentes ou até para além das instalações hospitalares, já que não há um uso restrito para visitantes, pacientes e funcionários; e podendo ser de maior amplitude se a higienização desses locais não são feitas corretamente. Devido a sua alta disseminação, os micro-organismos resistentes a múltiplos antimicrobianos (MDRO, sigla do inglês multidrug-resistant organisms), vem sendo analisados com mais cautela pelos serviços de controle de infecção hospitalar. Não há uma estimativa exata do impacto mundial mas, segundo o European Center for Disease Prevention and Control (ECDC), 1 a cada 20 pacientes hospitalizados adquirem infeções causadas por essas superbactérias, o que pode aumentar a morbidade e a mortalidade dos pacientes, já que é de difícil tratamento por razão da pouca disponibilidade de antibióticos eficazes (MORAES, 2013) 2. Sendo uma das principais superbactérias estudas, a resistência do Staphylococcus aureus à meticilina foi descrita pela primeira vez na Europa por Jevons em 1961 (PIO, 2016) 5. O Staphylococcus aureus é um dos principais patógenos que responde por infecções em pacientes hospitalizados, isso ocorre devido essa bactéria colonizar indivíduos saudáveis (pois faz parte da flora transitória da pele, região nasal, perineal, umbilical e axilas), estar presente em até um terço da população em geral (CAVALCANTI, 2006) 3, ser um reservatório e
5 transmissor oculto. Esta bactéria piogênica, esférica (forma de cacho de uva), imóvel e gram-positiva evidencia-se por possuir uma elevada capacidade de propagar-se entre as pessoas, objetos e nos ambientes, infectar indivíduos saudáveis ou imunocomprometidos, aumentando consideravelmente as taxas de morbidade e mortalidade, muitas vezes com prognóstico grave diante da alteração do perfil de resistência aos antimicrobianos (CARVALHO, 2016) 4. A transmissão do S. aureus pode ocorrer por contato indireto, através de superfícies e/ou fômites contaminadas, geralmente transmitidos pelos próprios funcionários que ao atender um paciente acometido por essa bactéria acaba tocando em algum objeto de uso comum, aumentando sua propagação; ou por contato direto, principalmente pelas mãos. Em muitos casos destaca-se a colonização em que o indivíduo é um reservatório e um transmissor, sem necessariamente apresentar os sinais e sintomas característicos de infecção (CARVALHO, 2016) 4. Indivíduos que possuem o sistema imune comprometido podem apresentar infecções na pele, em sítios diversos, podem ser agudas e apresentar características metastáticos. Por outro lado, na década passada, houve um progressivo aumento da disseminação de bactérias resistentes aos antibióticos em crianças e adultos de comunidades, que até então era restringido ao ambiente hospitalar, sem os clássicos fatores de risco e com alta disseminação, e sua patogenicidade ocorre desde uma inflamação na pele e partes moles, pneumonia e sepse grave. Os Staphylococcus aureus resistentes à meticilina associados ou adquiridos na comunidade são denominados CA-MRSA. O que difere os MRSA dos CA-MRSA, é a sua capacidade de ser resistente a multidrogas; porém, as bactérias provenientes dos isolados comunitários são mais agressivas em razão do seu gene codificadores da exotoxina leucocidina de Panton-Valentine (PVL) que causam a destruição de leucócitos e a necrose tecidual (GELATTI, 2009) 6.
6 2 OBJETIVO GERAL O objetivo desse presente trabalho é verificar a prevalência de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina nos elevadores do Hospital. 2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO Constatar se sua presença é progressiva ou se há uma rotatividade de microrganismos encontrados semanalmente, testando sua sensibilidade ao antibiótico.
7 3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA A análise microbiológica de locais com um alto índice de transição de pessoas (sadias ou imunocomprometidas) proporciona uma visão ampla dos possíveis riscos que nos rodeiam constantemente. Devido a sua diversificada disposição e acessibilidade a todos os andares, uma contaminação pode ser propagada entre andares, quartos e salas através dos elevadores, sem que ao menos o transmissor tenha consciência de tal ato. Caso haja uma contaminação por S. aureus resistente a meticilina, o Hospital poderá entrar com medidas corretivas para impedir a propagação, e caso seja negativo, o Hospital poderá reafirma a sua conduta de qualidade. É de extrema importância, principalmente em hospitais, que seja feita periodicamente estas análises, impedindo assim a transmissão de superbactérias para além dos ambientes hospitalares, impossibilitando que novas superbactérias apareçam, que em casos graves podem provocar o óbito, como é o exemplo da CA- MRSA.
8 4 MATERIAIS E MÉTODOS O estudo trata-se de um projeto de pesquisa microbiológica que será realizado após contato e autorização do Hospital, com objetivo de início e término no ano de. As amostras serão constituídas de culturas bacteriológicas, coletadas das superfícies dos botões dos elevadores e semeadas em meios de crescimento e posteriormente de isolamento e identificação. Para isso, a análise será realizada por um tempo médio de 6 meses e desempenhará uma coleta de amostras semanalmente de 6 dos elevadores existentes no Hospital a ser analisado. A coleta será realizada com swab estéril em todos os botões do elevador (cada um possui em torno de 5 botões) e inoculado. Após a coleta, será feita uma antissepsia com álcool 70% nos botões, evitando assim uma falsa reincidência devido à contaminação da semana anterior. Todos os procedimentos serão realizados com os EPI s e metodologias descritos no Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde. Nas amostras com possível presença do S. aureus serão realizadas as análises microbiológicas, na microscopia os estafilococos apresentam-se como cocos Gram-positivos normalmente em forma de cacho de uva; e provas bioquímicas, que incluem o teste de coagulase, catalase e o teste de sensibilidade ao antibiótico meticilina (atualmente se utiliza cefoxitina ou oxacilina para comprovar a resistência à meticilina).
9 5 ORÇAMENTO Descrição do Material Quantidade Valor (R$) Luva Látex de Procedimento Descarpack 1 caixa (100 unid.) R$ 17 Mascara Branca Com Tiras Descarpack 1 caixa (50 unid.) R$ 6,43 Swab estéril com tubo sem meio 200 unid. R$ 90 Meio de Agar Sangue Kasvi Frasco 500g. R$ 269,75 Placa de Petri Lisa em Poliestireno Descartável 90x15mm 200 unid. R$ 90,35 Soro Fisiológico ADV Frasco 500ml R$ 8,16 Lâmina para microscopia fosca e lapidada Solidor 200 unid. R$ 32 Água Oxigenada 3% Alfaparf 90ml R$ 10,72 Disco Para Antibiograma - Cefoxitina 100 unid. R$ 21,90 Alcool Antisséptico 70 Rioquimica 1000 ml R$ 8 Total R$ 554,31
10 6 CRONOGRAMA Atividade Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan 2018 Entrega do projeto de Iniciação Científica X Preparação dos matérias e do método X a ser realizado Coleta de Amostras dos Elevadores X X X X X X Cultura Bacteriológica X X X X X X Testes Bioquímicos X X X X X X Relatórios Mensais das Atividades Análise final dos resultados obtidos Término e Apresentação da Pesquisa X X X X X X X X
11 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. CREA-MG, Cartillha do Elevador - Belo Horizonte: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais, 2013. Título.Disponível em: <http://www.creamg.org.br/publicacoes/cartilha/cartilha%20do%20elevador. pdf>. Acessado em: 29 de Março de, às 22:45. 2. MORAES, G. M. et al. Infecção ou colonização por micro-organismos resistentes: identificação de preditores. Acta paul. enferm., São Paulo, v. 26 (2): 185-191, 2013. 3. CAVALCANTI, S. M. de M. et al. Estudo comparativo da prevalência de Staphylococcus aureus importado para as unidades de terapia intensiva de hospital universitário, Pernambuco, Brasil. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v. 9 (4): 436-446, 2006. 4. CARVALHO, M. S. M. et al. Colonização nasal por Staphylococcus aureus entre estudantes de Enfermagem: subsídios para monitorização. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 69 (6):1046-1051, 2016. 5. PIO, D. P. M. et al. Staphylococcus aureus and the oxacillin sensitivity profile in hospitalized people with HIV/AIDS. Rev. Esc. enferm. USP, São Paulo, v. 50 (4): 617-621, 2016. 6. GELATTI, L. C. et al. Sepse por Staphylococus aureus resistente à meticilina adquirida na comunidade no sul do Brasil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 42 (4):458-460, 2009. 7. ZURITA, Jeannete; MEJIA, Carlos; GUZMAN-BLANCO, Manuel. Diagnóstico e teste de sensibilidade para Staphylococcus aureus resistente à meticilina na América Latina. Braz J Infect Dis, Salvador, v. 14, supl. 2, p. 97-106, Dec. 2010. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-86702010000800005&lng=en&nrm=iso>. access on 02 May.