Palavras-chave Microbiologia; Antibióticos; Resistência Bacteriana.

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1 PREVALÊNCIA DE Staphylococcus aureus RESISTENTES A OXACILINA ISOLADOS EM LABORATÓRIO DE REFERÊNCIA EM TERESINA-PI SOARES, A. N.¹; BARROS, R. S.¹; BARBOSA, V.S.¹; MOURA, A. L. V.²; MOURA, M. L V.³ ¹FACULDADE UNINASSAU ALIANÇA ²FACULDADE FACID/DEVRY ³UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ RESUMO Introdução: O uso indiscriminado de antibióticos fez com que as bactérias se adaptem e desenvolvam defesas relativas aos agentes antibacterianos, com o consequente aparecimento de resistência. Staphylococcus é um gênero de bactérias que são patógenos humanos e de outros mamíferos. As principais infecções ocasionadas por S. aureus são bacteremias, endocardite, meningite, osteomielite, artrite séptica, pneumonia, empiema, piodermas e abcessos renais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a prevalência de Staphylococcus aureus resistentes a oxacilina isolados em laboratório de referência de Teresina-PI. Metodologia: Para a realização da pesquisa foram utilizadas fichas de pacientes diagnósticados com infecção pelo Staphylococcus aureus e resistentes a oxacilina em laboratório de referência, em Teresina - PI, no período de Janeiro de 2014 a dezembro de O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da Faculdade Facid/Devry. Resultados e Discussão: No período de 2014 a 2015 foram realizados 2580 exames microbiológicos, destes 187 foram positivos para S. aureus. Desses, em 2014, 27 isolados apresentaram resistência à oxacilina e em 2015 foram 43 cepas. No ano de 2015, obteve-se o maior número de isolados desse micro-organismo resistente à oxicilina. Na comunidade do Paiuí existe um número bem significativo de cepas de Staphylococcus aureus, resistentes à oxacilina. Essa condição pode ser atribuída ao uso indiscriminado de antibióticos, que levam ao desenvolvimento de mecanismos de resistência bacteriana. Conclusões: Considerando a quantidade de cepas de S. aureus isoladas nas análises microbiológicas, ela foi pequena, quando comparada ao número total de exames microbiológicos realizados. Este estudo demonstra que há necessidade de conscientização da população em si tratando do uso indiscriminado de antibióticos. Palavras-chave Microbiologia; Antibióticos; Resistência Bacteriana.

2 _ ABSTRACT Introduction: The indiscriminate use of antibiotics has caused bacteria to adapt and develop defenses related to antibacterial agents, with the consequent emergence of resistance. Staphylococcus is a genus of bacteria that are human and other mammalian pathogens. The main infections caused by S. aureus are bacteremia, endocarditis, meningitis, osteomyelitis, septic arthritis, pneumonia, empyema, pyoderma, and renal abscesses. The present study aimed to evaluate the prevalence of oxacillin-resistant Staphylococcus aureus isolated from a reference laboratory in Teresina-PI. Methodology: To perform the research, the files of patients diagnosed with Staphylococcus aureus infection and resistant to oxacillin were used in a reference laboratory, in Teresina - PI, from January 2014 to December The study was approved by the ethics and research at Facid / Devry College. Results and Discussion: During the period from 2014 to 2015, 2580 microbiological examinations were performed, of which 187 were positive for S. aureus. Of these, in 2014, 27 isolates showed resistance to oxacillin and in 2015 there were 43 strains. In the year 2015, the largest number of isolates of this microorganism resistant to oxicillin was obtained. In the Paiuí community there are a very significant number of Staphylococcus aureus strains resistant to oxacillin. This condition can be attributed to the indiscriminate use of antibiotics, which lead to the development of mechanisms of bacterial resistance. Conclusions: Considering the number of strains of S. aureus isolated in the microbiological analyzes, it was small when compared to the total number of microbiological tests performed. This study demonstrates that there is a need to raise public awareness of the indiscriminate use of antibiotics. Keywords - Microbiology; Antibiotics; Bacterial resistance. INTRODUÇÃO A disseminação do uso de antibióticos fez com que as bactérias desenvolvessem defesas relativas aos agentes antibacterianos, com o consequente aparecimento de resistência (SILVEIRA et al., 2006). Staphylococcus é um gênero de bactérias que são patógenos humanos e de outros mamíferos. As infecções causadas por S. aureus são principalmente bacteremias, endocardite, meningite, osteomielite, artrite séptica, pneumonia, empiema, piodermas e abcessos renais (CRUVINEL; SILVEIRA; SOARES, 2011). Do ponto de vista clínico, S. aureus tornou-se a espécie bacteriana de maior importância entres os estafilococos, pois vem sendo destacado como agente de infecção hospitalar entre as décadas de 50 e 60 especificamente em função das

3 cepas resistentes à penicilina (FARIA, 2008). O crescimento do número de infecções causadas por S. aureus meticilina e oxacilina resistente é muito grande e quase sempre a cepa apresenta resistência múltipla a outros antimicrobianos, o que constitui um grave problema para o inicio da terapêutica (RATTI; SOUZA, 2009). O presente trabalho objetivou avaliar a prevalência dos isolados de Staphylococcus aureus resistentes a oxacilina isolados em laboratório de referência de Teresina - PI além de verificar o perfil de suscetibilidade de Staphylococcus aureus frente à oxacilina e caracterizar de acordo com a sazonalidade o período de maior ocorrência de cepas de S. aureus resistente à oxacilina. METODOLOGIA O estudo é do tipo sazonal com abordagem quantitativa com foco em bases em analises de dados secundários existentes junto ao sistema eletrônico do laboratório de referência em Teresina-PI. Para a realização da pesquisa foram inclusas fichas de pacientes diagnosticados com Staphylococcus aureus resistentes a oxacilina no laboratório de referência, no período de Janeiro de 2014 a dezembro de 2015, independente da faixa etária e do sexo do paciente. Os dados foram organizados em planilhas do programa Microsoft Office Excel 2010 onde foram distribuídas em tabelas e gráficos, e analisados pelo programa GRAPH PAD PRISM versão 5.4. A pesquisa segue os aspectos éticos preconizados pelas Normas de Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que rege a pesquisa com seres humanos, com aprovação pelo comitê de ética e pesquisa da faculdade Facid/Devry. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao realizar análise no banco de dados eletrônico do Laboratório de Referência do Estado do Piauí, verificou-se que nos anos de 2014 a 2015, foram realizados 2580 exames microbiológicos e destes 187 foram positivos para o isolamento de Staphylococcus aureus. Dos isolados, 76 realizados em 2014, onde 27 apresentaram resistência à oxacilina. Em 2015 foram realizados 111 exames, com 43 cepas que também apresentaram resistência a esse mesmo antibiótico. Os métodos utilizados na determinação dos perfis de suscetibilidade do S. aureus frente aos antimicrobianos foram através da técnica da difusão do disco e automação. O S. aureus foi isolado a partir de urina, secreção de lesão, secreção de ferida, secreção purulenta, ponta de cateter, sangue total, secreção traqueal, aspirado, líquor, swab nasal, secreção de abscesso, ferida cirúrgica, ferida operatória e dreno (Tabela 1).

4 Tabela 1: Quantidade de exames positivos para S. aureus de acordo com as cepas resistentes a oxacilina. Piauí, Anos Exames positivos para S. aureus Cepas resistentes a oxacilina 76 exames 111 exames 27 resistentes (35,53%) 43 resistentes (38,74%) Total de Exames realizados por Meses Estudados Jan-Mar Abr-Jun Jul-Set Out-Dez Jan-Mar Abr-Jun Jul-Set Out -Dez Fonte: Dados da pesquisa (2017). Com base nos resultados obtidos, a quantidade de cepas de S. aureus que apresentam resistência à oxacilina foi maior no ano de A ocorrência de resistência dos S. aureus à oxacilina e os mecanismos por ele utilizados que levam a inativação desse antibiótico são bem estabelecidos. Em termos epidemiológicos, o isolamento desse agente é muito variável, até mesmos em localidades dentro de um mesmo estado e principalmente em ambientes hospitalares (SOUSA-JUNIOR et al., 2009). A resistência a nível mundial é variável entre os países e regiões, na Europa o estudo realizado por Moncayo (2015) demonstrou que 38,3% dos S. aureus testados eram resistentes a oxacilina na população estudada. Esse dado demonstrou um decréscimo no número de casos, corroborando com os dados disponibilizados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de doenças, onde nos últimos anos a ocorrência de S. aureus resistentes a meticilina tem apresentado decréscimo ano a ano em vários países da Europa. A existência de poucas opções terapêuticas para S. aureus se dá por conta da sua alta resistência bacteriana, principalmente quando se trata de infecções que podem ser fatais. Segundo o INSA, em Portugal as resistências mais importantes são: Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA), enterococos resistentes à vancomicina, bactérias Gram negativas produtoras de β-lactamase de espectro alargado e meningococos com susceptibilidade diminuída à penicilina (INSA, 2017). Campanhas tem sido realizadas com o intuito de buscar medidas que ajudem a melhorar de forma positiva a redução da resistência bacteriana e na otimização da terapia antimicrobiana para o paciente. Realização de planejamentos para o controle do uso de antimicrobianos tem sido recomendado como o estímulo ao tratamento dirigido (coleta de culturas), educação e feedback ao prescritor (orientando o uso racional) e participação ativa junto as equipes assistenciais podem ser estratégias no combate a resistência e a ascensão da segurança ao paciente (CARRENO et al., 2015).

5 CONCLUSÕES Na comunidade do Piauí existe um número bem significativo de cepas de Staphylococcus aureus, resistentes à oxacilina. Essa condição pode ser atribuída ao uso indiscriminado de antibióticos, que levam ao desenvolvimento de mecanismos de resistência bacteriana. Considerando a quantidade de cepas de S. aureus isoladas nas análises microbiológicas, ela foi pequena, quando comparada ao número total de exames microbiológicos realizados. Este estudo demonstra que há necessidade de conscientização da população em si tratando do uso indiscriminado de antibióticos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARRENO, J. J., et al. Evaluation of pharmacy generalists performing antimicrobial stewardship services. Am J Health Syst Pharm, v. 72, n. 15, p , CRUVINEL, A. R.; SILVEIRA, A. R.; SOARES, J. S. Perfil antimicrobiano de Staphylococcus aureus isolado de pacientes hospitalizados em UTI no Distrito Federal. Cenarium Pharmacêutico, v.4, p. 4, maio/nov FARIA, R. C. B. Resistência a antimicrobianos em Staphylococcus aureus p. Dissertação (Mestrado em Genética e Bioquímica)- Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia, INSA Resistência aos antimicrobianos. em Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Disponível em: < str abalho/resistencanti/paginas/inicial.aspx> Acesso 12 de maio de MONCAYO, O. J. I. Correlación entre la detección de superantígenos y resistencia a oxacilina en aislamientos hospitalarios de Staphylococcus aureus. Infection, Infect. [online]. v. 19, n. 3, p , RATTI, R. P.; SOUSA, C. P. Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA) e infecções nosocomiais. Revista de Ciências Farmacêuticas Básicas e Aplicada, São Carlos, v. 30, p , ago SILVEIRA, G. P. et al. Estratégias utilizadas no combate a resistência bacteriana. Quim. Nova, Florianópolis, v. 29, p , mar SOUSA-JUNIOR, M. C.; SILVA-CARVALHO, M. J. B. C.; FERNANDES, M. F. P.; VIEIRA, F. L. P. C.; PELLEGRINO, A. M. S.; FIGUEIREDO, M. C. N. DE MELO; AND E.P. MILAN. Genotyping of methicillin-resistant Staphylococcus aureus isolates obtained in the Northeast region of Brazil. Braz J Med Biol Res, v. 42, n. 10, p , 2009.