INDICADORES FARMACOEPIDEMIOLÓGICOS DO USO DE ANTIMICROBIANOS DE AMPLO ESPECTRO EM UM HOSPITAL PRIVADO

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1 INDICADORES FARMACOEPIDEMIOLÓGICOS DO USO DE ANTIMICROBIANOS DE AMPLO ESPECTRO EM UM HOSPITAL PRIVADO ¹RIBEIRO, M. C; 2 CAVALCANTE, G. L; 3 BATISTA, M. K. P; 4 CÔELHO, M. L; 5 CARVALHO, C.G.N. 1 Pós-graduanda em Oncologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein 2 Acadêmica de Farmácia pela Faculdade Integral Diferencial FACID\DeVry;; 3 Farmacêutica Hospital ITACOR; 4 Docente de Farmácia da Faculdade Integral Diferencial FACID\DeVry Fundação Municipal de Saúde de Teresina RESUMO Introdução: A Farmácia Hospitalar precisa suprir o crescimento da demanda com o aumento da oferta de assistência ao paciente, sem perder o foco na redução de custos. Os antimicrobianos apresentam uso mais prevalente em hospitais e ocasionam significativos gastos hospitalares. O objetivo consiste em estabelecer quantitativamente e analisar o perfil de consumo de antimicrobianos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Postos. Método: A pesquisa foi realizada em um hospital privado de Teresina-PI no período de janeiro a dezembro de Resultados e discussões: O consumo total no período analisado foi de 1056,27 DDD/1000 pacientes-dia. Nas UTI s o consumo foi de 626,2 DDD/1000 pacientes-dia e nos Postos foi de 430,16 DDD/1000 pacientes-dia. O antimicrobiano mais consumido na UTI foi o meropeném; já nos Postos foi a ceftriaxona. Na análise de custo o único mês onde coincidiu maior valor gasto com maior quantidade de unidades consumidas foi o de abril, com gasto total de R$ ,50 e consumo de unidades e o medicamento mais oneroso foi o meropeném, com custo anual total de R$ ,70. Conclusão: Com isso, observa-se a importância de se analisar o perfil do consumo de antimicrobianos do hospital como dado de relevância para a discussão sobre a política institucional sobre o uso destes medicamentos. Palavras-chave: Farmácia Hospitalar; Uso de medicamento; Agente antibacterianos. ABSTRACT Introduction: The Hospital Pharmacy needs to meet the growth of demand by increasing the offer of patient care, without losing focus on cost reduction. Antimicrobials are in more prevalent use in hospitals and cause significant hospital costs. The objective is to consult the document of consumption of

2 antimicrobials in Intensive Care Units (ICUs) and Posts. Method: The study was conducted in a private hospital in Teresina-PI from January to December Results and discussions: Total consumption without analyzed period of DDD / 1000 patient-days. The ICU consumption was DDD / 1000 patient-days and in the Post offices for DDD / 1000 patient-days. The most commonly used antimicrobial in the ICU was meropenem; already in the Posts was a ceftriaxone. In the analysis of cost, the single month, where the highest amount spent with a greater quantity of units consumed for the year, with a total expenditure of R $ 158, and consumption of 3,134 units and more expensive medicine, was meropenem, with total total cost of R $ 452, Conclusion: The importance of analyzing the hospital's antimicrobial consumption profile as a relevant data for a discussion on an institutional policy on the use of drugs is observed. Keywords: Hospital Pharmacy; Use of medication; Antibacterial agent. 1 INTRODUÇÃO A Farmácia Hospitalar faz parte de uma organização complexa em saúde. Estas são obrigadas a suprir o crescimento da demanda com o aumento da oferta de assistência ao paciente, não obstante sem perder o foco na redução de custos. Os gestores procuram obter o equilíbrio econômicofinanceiro a partir da redução dos custos (COELHO et al., 2013). Os medicamentos ocupam um importante papel nos sistemas de saúde e consomem uma parcela considerável de recursos de um país, tendo um forte impacto sobre as despesas totais de saúde (BESEN, 2008). Os antimicrobianos apresentam uso mais prevalente em hospitais, ocasionam significativos gastos hospitalares e seu consumo pela sociedade humana tem crescido consideravelmente (VAN BOECKEL, et al., 2014; BISSON, 2016). Desse modo, observa-se o uso inadequado e irracional de antimicrobianos na profilaxia cirúrgica e o uso clínico de forma excessiva como um dos fatores fundamentais que acarretam o aumento da resistência dos microrganismos, aumento das reações adversas e elevação dos custos assistenciais (FERNANDES et al., 2012). O objetivo consiste em estabelecer quantitativamente e analisar o perfil de consumo de antimicrobianos em UTI e Postos. Além de comparar os perfis de consumo dos principais antimicrobianos e avaliar os gastos hospitalares com antimicrobianos.

3 3 METODOLOGIA Este estudo foi do observacional participante, com abordagem qualiquantitativa, do tipo descritiva e retrospectiva, foi realizada em um Hospital Privado do município de Teresina-PI, nos setores da Unidade de Terapia Intensiva e Postos de Internação, conforme a Autorização de Fiel Depositário e Termo de Compromisso de Utilização de Dados. Foi empregando sistema ATC/DDD e DOT para a análise de consumo e custos, baseada em análise documental. Para a coleta de dados foram elaboradas planilhas através do programa Microsoft Office Excel, que possibilitaram o agrupamento das informações de consumo de cada fármaco, utilizando os dados de todas as unidades de internação do hospital (UTI e Postos), de acordo com as apresentações selecionadas. O instrumento também contemplou o registro da DDD (Dose Diária Definida) dos antimicrobianos. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES O consumo total de antimicrobianos no período analisado somando-se UTI e Postos foi de 1056,27 DDD/1000 pacientes-dia. Nas UTI s o consumo foi de 626,2 DDD/1000 pacientes-dia e nos Postos foi de 430,16 DDD/1000 pacientes-dia. A redução do consumo dos Postos em relação às UTI S foi de 31,3%.A média desse consumo está demonstrada na Tabela 2, onde observou-se que calculando a média de DDD e DOT globais houve diferença significativa entre elas. (p< 0,05). Tabela 2. Consumo médio anual global, expresso em DDD e DOT, de antimicrobianos administrados no período analisado em um Hospital Privado de Teresina-PI. DDD/DOT n Média ± EPM Valor de p Mínimo / Máximo 95% CI DDD 21 50,31 ± 10,44 0,49 / 150,0 68,32-32,30 DOT 21 20,62 ± 4,258 *** 0,0002 0,33 / 79,73 27,97-13,28 Legenda: Os valores são expressos em média ± erro padrão da média (EPM), com significância estatística utilizando *** p < 0,05 em relação ao DDD (t test não pareado). Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

4 Foi observado um consumo maior na UTI de 13 medicamentos (41,7% do total consumido). Nos postos pode-se observar um aumento em 9 antimicrobianos, representando um total de 17,4% no consumo total do hospital. Houve uma redução de 41,8% no consumo de cefalosporinas (cefazolina, cefepime e ceftazidima) nos Postos em relação a UTI. Pode-se observar que ocorreram variações do consumo ao longo do período analisado para a maioria dos antimicrobianos. Os 5 antimicrobianos mais consumidos na UTI foram: meropénem (18,5%), oxacilina (11,6%), ceftriaxona (10,8%), piperaciclina+ tazobactam (9,6%) e clindamicina (7,8%). Enquanto nos Postos os 5 mais consumidos foram: ceftriaxona (19%), oxacilina (18%), ciprofloxacino (12,6%), clindamicina (6,9%) e cefepime (6,3%). Observa-se que o consumo de oxacilina, ceftriaxona e clindamicina prevaleceu frente aos outros antimicrobianos tanto nas UTI s quanto nos postos. Os cinco meses do período analisado com gastos mais onerosos foram Abril, Junho, Janeiro, Julho e Maio, respectivamente. Enquanto os cinco meses com maior número de unidades consumidas foram Abril, Agosto, Maio, Setembro e Junho, respectivamente. Pode-se observar que o único mês onde coincidiu maior valor gasto com maior quantidade de unidades consumidas foi o de Abril.com gasto total de R$ ,50 e unidades consumidas. Deve-se então levar em consideração que a atuação em conjunto do farmacêutico com a equipe multidisciplinar adquire um caráter de grande importância na busca de resultados satisfatórios quanto à segurança para o paciente, eficácia do tratamento e otimização da economia financeira para a instituição com o uso racional de antimicrobianos (BISSON, 2016). 5 CONCLUSÃO O desenvolvimento deste estudo evidenciou a importância de se analisar o perfil do consumo de antimicrobianos do hospital como dado de relevância para a discussão sobre a política institucional sobre o uso destes medicamentos, servindo de base para melhorar o serviço de atendimento ao paciente no âmbito hospitalar, podendo assim garantir eficácia, segurança, menor tempo de tratamento e menores custos. Os resultados obtidos geram uma base para a escolha de intervenções direcionadas para os antimicrobianos, em que pode-se verificar um valor de

5 consumo elevado com essa classe de medicamentos, bem como um alto custo para o hospital. Ficou evidenciada também nesta pesquisa a pouca quantidade de estudos sobre o consumo de antimicrobianos em hospitais no Brasil que servissem de comparação aos resultados encontrados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BESEN, Z. G. S. Análise do padrão de consumo dos antimicrobianos no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina no período de 2000 a f. Dissertação (Programa de Pós- Graduação em Farmácia.) Universidade Federal de Santa Catarina- Florianópolis (SC): BISSON, M. P. A Farmácia Clínica e atenção farmacêutica. 3ª ed. Barueri- SP. Manole, 2016: p COELHO, F.A. et al. Reflexões sobre a gestão de medicamentos e materiais médicos de uma unidade hospitalar pública do Vale do Paraíba Paulista. Latin American Journal of Business Management, Taubaté, v. 4, n. 1, p , jan./jun FERNANDES, et al. Impacto farmacoeconômico da racionalização do uso de antimicrobianos em unidades de terapia intensiva. Rev Bras Farm Hosp Serv Saúde. São Paulo v.3 n out./dez VAN BOECKEL, T. P. Global antibiotic consumption 2000 to 2010: an analysis of national pharmaceutical sales data. Lancet Infect Dis Aug;14 (8):