UM NÍVEL ACIMA EM SISTEMAS PARA DOCAS



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Transcrição:

ref e r ê n c i a e m l ogística www.logweb.com.br UM NÍVEL ACIMA EM SISTEMAS PARA DOCAS

2 edição nº115 Set 2011

edição nº115 Set 2011 3 referência em logística Publicação mensal, especializada em logística, da Logweb Editora Ltda. Parte integrante do portal www.logweb.com.br twitter: logweb_editora Editorial Reconhecimento aos melhores Os artigos assinados e os anúncios não expressam, necessariamente, a opinião da revista. Redação, Publicidade, Circulação e Administração: Rua dos Pinheiros, 240 - conj. 12 05422-000 - São Paulo - SP Fone/Fax: 11 3081.2772 Nextel: 11 7714.5379 ID: 15*7582 Redação: Nextel: 11 7714.5381 ID: 15*7949 Comercial: Nextel: 11 7716.5330 ID: 15*28966 Editor (MTB/SP 12068) Wanderley Gonelli Gonçalves jornalismo@logweb.com.br Redação Mariana Mirrha (MTB/SP 56654) redacao2@logweb.com.br Rafael Mainardi redacao3@logweb.com.br Diretoria Executiva Valeria Lima valeria.lima@logweb.com.br Marketing José Luíz Nammur jlnammur@logweb.com.br Administração/Finanças Luís Cláudio R. Ferreira luis.claudio@logweb.com.br Diretoria Comercial Maria Zimmermann Cel.: 11 9618.0107 / 11 7714.5378 Nextel: ID 55*15*7581 maria@logweb.com.br Assistente Comercial Júlia Gonçalves comercial.2@logweb.com.br Gerência de Negócios Nivaldo Manzano Cel.: 11 9701.2077 nivaldo@logweb.com.br Projeto Gráfico e Diagramação Leamdro Màrck Esta edição da revista inclui o caderno Top do Transporte, evento realizado em parceria pelas revistas Logweb e Frota&Cia e que chega à sua quinta edição, homenageando as melhores transportadoras em dez segmentos automotivo, calçados, eletroeletrônico, farmacêutico, têxtil, químico/petroquímico, perfumaria, cosméticos e higiene pessoal, metalúrgico/siderúrgico, brinquedos, papel e celulose. E, o mais importante: a indicação dos melhores é feita pelos próprios embarcadores, o que confere à premiação um caráter de reconhecimento, de realidade com o dia a dia dos segmentos, credibilidade e completa isenção por parte dos organizadores, que apenas tornam pública a preferência dos representantes dos segmentos envolvidos. Assim, o caderno especial apresenta, além de informações sobre as primeiras colocadas, o perfil de todas as indicadas, a relação das empresas votantes, uma análise dos segmentos envolvidos na premiação e as normas da eleição, tornando-se, além de uma forma de reconhecimento impresso do trabalho das transportadoras, uma importante fonte para a contratação de fretes por parte do mercado. Juntam-se a estas informações outras oferecidas por mais uma matéria que também já atraiu a atenção do mercado: a que aborda os investimentos realizados e a serem realizados pelos Operadores Logísticos e pelas transportadoras. Além de mostrar o que cada empresa está fazendo para enfrentar a concorrência e atender melhor ao mercado, esta matéria serve como fonte para a realização de negócios por parte dos fornecedores de produtos e serviços que atendem a este universo de empresas. E, por falar em Operadores Logísticos e transportadoras, outro destaque da presente edição: o guia setorial, agora jogando luzes sobre o setor supermercadista. Além da análise do setor, a referida matéria ainda inclui tabelas com dados operacionais e de infraestrutura de algumas empresas que atendem a este segmento, novamente oferecendo aos leitores a oportunidade de conhecer o mercado onde atua e também de realizar negócios. Wanderley Gonelli Gonçalves Editor

4 edição nº115 Set 2011 Sumário Editorial Reconhecimento aos melhores... 3 Carta ao leitor Vamos abrir os olhos?... 5 Especial Logística aprofundada ainda é escassa na construção civil... 6 Nova empresa ARM Armazéns Gerais surge como mais uma opção para soluções logísticas no mercado... 10 Equipamentos Greenext anuncia sua entrada no mercado brasileiro com rebocadores elétricos... 11 Paletes Matra do Brasil traz linha de produção espanhola e aumenta filiais.12 Motocicletas Americana, SP, recebe novo CD de motos e peças da Tecmoto... 14 Automóveis Fábrica e CDs no Brasil: Chery confirma e JAC Motors segue cautelosa... 16 Segurança Tracker lança solução 360 0 para monitoramento e gerenciamento logístico de frota... 18 Compsis desenvolve tecnologia antifurto SMV Pró 4.0... 20 TI CEO da Tlantic fala sobre modelo em prol da logística sustentável... 22 Depósito Basf implanta depósito vertical 100% automatizado no Complexo Químico de Guaratinguetá, SP... 24 Especial Top do Transporte... 26 Destaque para o reconhecimento, por parte dos embarcadores, às melhores empresas em dez segmentos de mercado... 64... 28 Peixe Grupo KarneKeijo firma parceria para importação de salmão da chilena Super Salmóna... 32 Logística & Meio Ambiente Combustível Kimberly-Clark e Grupo Pão de Açúcar fecham parceira sustentável... 34 Especial Operadores Logísticos e transportadoras revelam seus investimentos... 38 Negócio Fechado AmstedMaxion desenvolve vagão para a Brado Logística... 46 Mercado Diversificado Sem poder errar, SAX planeja e executa logística de grandes eventos... 48 Rodoviário Na Seqtra, utilização do SLIIC poderá ser expandida para embarcadores... 50 Distribuição e transporte Entraves logísticos ainda atrapalham setor supermercadista... 52 Agenda Outubro 2011... 60

edição nº115 Set 2011 5 Carta ao leitor Vamos abrir os olhos? Prezado leitor, Mais uma vez o assunto em pauta, não o da revista Logweb, mas, sim, da economia mundial, é a famigerada crise internacional. E de novo o grande protagonista da história são eles: os Estados Unidos. É mesmo triste quando analisamos o passado e vemos que a grande potência mundial só está economicamente bem quando está por traz das guerras, não como os mocinhos nem os bandidos da história, mas, sim, como os fomentadores e fornecedores de lamentáveis eventos. Fora isso, parece que o Tio Sam não sabe equacionar paz com crescimento econômico. E nessa toada, muita gente vai de arrastão. Hoje, o jogo está se invertendo e estamos vendo todo o planeta sofrer por conta disso, porém, em vários lugares, menos que em outros tempos. A crise bate à porta de Brasil e China, mas com certo receio de não ser atendida de pronto! Países como o nosso, que já lutaram e ainda lutam contra suas próprias resistências, aprenderam muito e já souberam se defender uma vez e saberão novamente como enfrentar essa nova ameaça. Será difícil sairmos ilesos por completo, porém, e novamente, com certeza, sairemos mais fortes sim. Ainda com tanta incerteza de um futuro próximo, vemos os novos tigres asiáticos desembarcarem com força no mercado nacional, a fim de abocanhar um belo filão que está a espera de quem se candidatar. É notável o que ouvi dia desses de um presidente de marketing de uma grande montadora instalada no Brasil já há muito tempo: não vamos deixar de aparecer para nosso mercado com medo da crise, pois os aventureiros estão chegando e por todos os lados. É mesmo necessário cuidar de todos os detalhes. Cortar verba de marketing, nem pensar! No passado, muitos que aqui chegaram e também foram vistos, de certa forma, como aventureiros, hoje formam a plataforma da economia nacional. Sem trocadilho, olhos abertos pessoal! Luís Cláudio Ravanelli Ferreira Diretor Administrativo/Financeiro da Logweb Editora

6 edição nº115 Set 2011 Especial Logística aprofundada ainda é escassa na construção civil Embora ainda deixe a desejar, a logística nos canteiros de obras já começa a ser implementada, como forma de minimizar custos e aumentar a eficiência. Sem contar o fato de ser um elemento fundamental para enfrentar o aumento da concorrência, em razão da boa fase pela qual passa o setor. Apesar da boa fase pela qual passa o setor de construção civil, algumas partes do processo de crescimento, como uma boa logística implementada durante todo o processo de construção, inclusive nos canteiros de obras, ainda deixam a desejar. Partes fundamentais de qualquer projeto e que deveriam receber atenção especial em planos logísticos, os canteiros ainda sofrem com poucas estratégias que busquem otimizar o trabalho da mão de obra ante a diminuição de desperdícios comuns durante a construção. Ao longo dos anos se percebeu uma intenção pouco maior em reorganizar as diversas fases dos projetos de construção de obras, sejam grandes ou pequenas, por meio de logísticas bem estudadas e aplicadas. A competitividade entre as empresas, fruto de fatores como a maior exigência em qualidade por parte dos clientes e escassez de financiamentos, obrigou as companhias a começarem a pensar, mesmo que ainda muito lentamente, em soluções para conquistar o mercado consumidor, buscando profissionais como projetistas de canteiros. Um grande salto na melhoria da construção e, consequentemente, dos canteiros de obra foi a revisão da NR-18 (Norma Regulamentadora 18), em 1995. Com a criação do PCMAT Programa de Condições do Meio Ambiente de Trabalho, as empresas passaram a ser orientadas a fazer o projeto inicial do canteiro de obras que era até então, praticamente, não utilizado. Com a NR-18, este documento passou a ser obrigatório para canteiros com mais de 20 trabalhadores, difundindo a cultura de pensar antecipadamente o local de trabalho, prevendo e distribuindo especialmente as áreas de vivência, de produção, de armazenamento, de circulação, de administração, etc., conta Sheyla Serra, professora do curso de Engenharia Civil e da pósgraduação em Construção Civil da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Rocha: ainda encontramos muitos canteiros improvisados e concebidos sem qualquer critério No entanto, a visão logística presente nos canteiros de obra ainda é considerada muito amadora. De acordo com Rosana de Freitas, engenheira civil e professora no curso de Engenharia de Produção Civil da Universidade do Estado da Bahia e do curso de MBA em Qualidade das Construções da Unifacs, o gestor logístico aparece mais como um síndico nos canteiros, atuando como disciplinador de trânsito, e não como um especialista no tema. A logística no canteiro de obras ainda é tratada apenas como operação de movimentação, e os gestores desconhecem a importância do fluxo de informação nesse processo. Esse é o grande gargalo logístico nos canteiros. Os controles são ineficazes porque as informações não circulam e os estudos são pouco consistentes, explica Rosana. Continuamos restritos às sobras dos equipamentos e ferramentas desenvolvidas para a indústria, tendo que fazer adaptações para atender às necessidades dos canteiros. Também é possível verificar que os fornecedores e a indústria não estão atentos para as necessidades dos canteiros de obras. Paletes com variação de padrão e cargas elevadas dificultam ou impossibilitam a movimentação das cargas unitizada, exigindo mão de obra para desmontar e remontar paletes e garantir a movimentação dos materiais, completa. Para Sheyla, a evolução encontrada no setor em relação à logística em canteiros não ocorre de maneira igual em todo o território brasileiro. As maiores evoluções se encontram centralizadas nos grandes centros, grandes cidades. Nas obras de grande porte, principalmente indústriais e infraestrutura, podemos perceber que as empresas estão evoluindo cada vez mais na questão da implantação dos processos logísticos. Em obras de médio e pequeno porte é que as construtoras, em sua maioria, ainda não perceberam que um canteiro bem planejado é a chave para uma obra realizada com qualidade, produtividade, segurança e sem desperdícios. Ainda encontramos muitos canteiros improvisados e concebidos sem qualquer critério, analisa Adriano Lucio da Rocha, graduado em logística e especialista em Engenharia Civil e Sistemas Construtivos de Edificações. Dentro desse panorama de evolução lenta, muitas vezes se questiona a real necessidade de uma logística bem aplicada, principalmente nos canteiros de obras. Para se ter uma idéia, no Japão, por exemplo, são gastos 2/3 do tempo de um empreendimento com o projeto e 1/3 com execução. No Brasil esses fatores são invertidos, afirma Helio Flavio Vieira, engenheiro civil e doutor em logística e transporte. No entanto, a logística em

edição nº115 Set 2011 7 canteiros é fundamental para se obter bons desempenhos de produtividade e cumprimento de prazos, minimizando custos e geração de entulhos, e desperdício de material, atingindo excelência de qualidade no produto final. A aplicação de uma gestão logística eficiente em um canteiro de obras elimina todas as deficiências na gestão dos processos construtivos e da mão de obra aplicada, visando o aumento da produtividade e diminuindo os desperdícios, segundo Rocha. Até mesmo para contornar imprevistos comuns em construções a logística representa uma saída ideal. Por meio da criação de indicadores e ferramentas de desempenho pode-se modificar e aprimorar procedimentos antes julgados ideais para o projeto. O estudo logístico em um canteiro de obras é determinante para garantir a produtividade e segurança dos serviços. A adequação e o estudo das áreas de armazenamento e o estudo do fluxo de materiais, Vieira: o planejamento logístico deve minimizar interferências, facilitando o fluxo produtivo equipamentos e pessoal são determinantes para o cumprimento dos prazos, a redução de retrabalhos e horas improdutivas, completa Rosana, da Universidade do Estado da Bahia. Funções da logística em canteiros de obra Dentre outros problemas que podem ser solucionados ou minimizados com um planejamento logístico eficaz estão redução de distâncias na movimentação de pessoas, materiais e equipamentos, por meio de um planejamento de layout de canteiro adequado; redução de perdas através da diminuição de movimentação e planejamento dos locais de armazenagem; redução de armazenagens e descontinuidade da obra através de sistemas de parcerias com fornecedores. Quando a obra não tem um planejamento logístico, as consequências extrapolam os limites do canteiro. Basta estar atento às cercanias das obras, com caminhões tomando a rua, obstruindo acessos, ocupando os espaços dos pedestres e impossibilitando a circulação de veículos, gerando o caos. Com tantos problemas, o reflexo negativo financeiro vai aparecer e os engenheiros vão passar a atuar como bombeiros, apagando incêndio, comenta a professora no curso de Engenharia de Produção Civil da Universidade do Estado da Bahia. O processo de planejamento e organização logística do canteiro de obras pode proporcionar inúmeras Embalatec

8 edição nº115 Set 2011 vantagens, como obter a melhor utilização do espaço físico disponível, de forma a possibilitar que homens e máquinas trabalhem com segurança e eficiência, principalmente através da minimização das movimentações de materiais, componentes e mão de obra. Todos esses aspectos proporcionam uma maior qualidade à construção, acrescenta Rocha. Segundo Sheyla, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a logística pode proporcionar transparência aos fluxos físicos, como transporte de materiais e circulação de pessoas e equipamentos, através de ferramentas para registrar, visualizar e analisar os dados sobre a produção. Os gráficos, as imagens, as plantas, os diagramas de processos e mapofluxogramas podem ser utilizados como fontes de informações para auxiliar na tomada de decisão com base em dados e fatos observados no canteiro, discutidos em reuniões de planejamento. Além disso, os diagramas de processos e mapofluxogramas podem ajudar na realização de simulações em planta para analisar e melhorar a forma de desenvolvimento dos trabalhos, através da eliminação de práticas que contribuem para a ocorrência de perdas e da identificação de sequências de produção mais eficientes. Sheyla: experiência criou a cultura da logística no canteiro de obras, inclusive com OL Etapas da logística Os planejamentos logísticos são muito particulares de acordo com o tamanho de cada uma. Investimentos em recursos, prazos e fornecedores são organizados segundo os objetivos e portes de cada obra. Outro fator a ser levado em consideração para o planejamento logístico são as limitações estabelecidas pela legislação e exigências normativas que cada tipo de projeto, desde prédios até aeroportos, possui. Para Vieira, o planejamento logístico deve minimizar interferências, facilitando o fluxo produtivo, por meio da definição de processos, tecnologias construtivas e materiais, com objetivo de minimizar custos e aumentar a eficiência. Na construção civil, o planejamento pode ser dividido em algumas etapas. De acordo com Rosana, da Universidade do Estado da Bahia, a gestão logística deve começar na concepção do projeto, avaliando os acessos, disponibilidade dos equipamentos, limitações determinadas na área de desenvolvimento da obra, relacionadas a suprimentos, transporte, comunicação, e os limites de orçamento. A segunda fase consiste em definir acessos, equipamentos e áreas de produção e vivência para garantir que trabalhadores e equipamentos não dividam acessos, além de garantir que os pontos de descarregamento de materiais estejam posicionados pensando em otimizar o transporte horizontal e vertical, e que as atividades de produção não sejam interrompidas por gargalos logísticos. Nessa etapa, decisões como implantação de central de concreto, posto de abastecimento, unidade Rosana: gestor logístico aparece mais como um síndico nos canteiros, e não como especialista de britagem e central de esquadria devem ser feitas. A terceira etapa é quantificar materiais definindo o ciclo logístico de aquisição, recebimento, armazenamento e distribuição, com estudo das possibilidades do descarregamento do material diretamente no ponto de consumo, para agilizar a distribuição e reduzir os custos de armazenamento. A fase final envolve ajustes e correções de rumo e adequação das mudanças necessárias. Profissionais envolvidos A falta de profissionais qualificados no mercado ainda é um grande problema para o setor de construção civil. Com a baixa desses profissionais, as empresas se viram obrigada a elevar os salários para manter seus empregados e atrair novos funcionários. Dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que o nível de emprego formal na construção civil subiu 10,9% no primeiro trimestre de 2011, em relação a igual período do ano anterior, com 86.216 novos contratados. Dentro dos canteiros de obras, o perfil do profissional que irá trabalhar com a logística deve ser bastante heterogêneo. Todos os profissionais envolvidos, desde o engenheiro civil ou de produção, responsável pela logística do canteiro, até o técnico que irá realizar a representação espacial do canteiro, a partir das diretrizes definidas pelo gestor da obra, devem estar a par dos objetivos, metas e cronogramas da obra. Expectativas de melhorias logísticas nos canteiros A expectativa de evolução para a logística nos canteiros é grande. Com a demanda por obras de construção civil em todo país, a competitividade deverá se acirrar e forçar as empresas a buscarem a excelência que somente será atingida com um canteiro de obras bem planejado. Os empresários do setor preveem aumento da atividade, de emprego, de novos empreendimentos e serviços, além da compra de matérias-primas e insumos. Histórias de mudanças nas visões logísticas em canteiros já começam a surtir efeito no mercado. Tenho conhecimento de um importante estudo em empresa construtora em São Paulo que contratou uma empresa especializada em logística para fazer a organização do estoque e controle de entregas dos materiais no canteiro e nos pavimentos do edifício. Foi uma revolução no canteiro. Foi preciso programar os sistemas de entrega em função dos equipamentos colocados no canteiro e suas características de transporte, capacitar os operários para os novos equipamentos e criar um sistema eficiente de informações. A partir dessa experiência começou-se a criar a cultura da logística,

edição nº115 Set 2011 9 capacitando, inclusive, um operador logístico num ramo que não era dele, conta Sheyla. Mesmo assim, ainda existe resistência no mercado em relação ao assunto. Ao passo que é visível uma atenção maior para as empresas relacionadas ao tema, são inegáveis as dificuldades de contratação de mão de obra, impulsionando uma ousadia que, muitas vezes, desliza na irresponsabilidade, pela contratação de profissionais mal preparados. Precisamos executar obras com prazos apertados, cada vez mais complexas, mas a mão de obra continua pouco desenvolvida e os equipamentos necessitam ser estudados especificamente para o segmento. Essa mistura de fatores acaba levando o risco para aqueles que atuam nos canteiros e circulam pelas proximidades, além dos conflitos relacionados à ocupação dos espaços. Necessitamos ampliar o olhar mirando o desenvolvimento, mas por trás disso tudo também existe um medo do empresário em investir em tecnologia, em estudos específicos e não obter um retorno financeiro em curto prazo, conclui Rosana, da Universidade do Estado da Bahia. Ciclo de produção Projeto Planejamento Suprimentos Execução Principais ferramentas e diretrizes identificadas para o plano logístico da produção de edifícios Diretrizes e ferramentas gerenciais Diretrizes de logística para a concepção Análise de alternativas de tecnologia Definição do plano de ataque da obra Projeto para produção Projeto do canteiro de obras Projeto as built Cronograma físico Cronograma de consumo de materiais Cronograma de equipamentos Histograma da mão de obra própria Cronograma de contratação e gestão dos subempreiteiros Cronograma de implantação de medidas de segurança Especificações de materiais Planos de entrega dos materiais no canteiro de obras Cronograma do processo de aquisição (incluindo cotação e negociação) Normas para aquisição de suprimentos Qualificação de fornecedores de materiais e serviços Diretrizes para opção entre compra ou aluguel de equipamentos Apropriação de índices de perdas e desperdícios de materiais Plano de execução de serviços nos pavimentos Documentação, implantação e manutenção do sistema de informações Apropriação de indicadores de gestão e da produtividade dos recursos físicos Implantação das normas de segurança e saúde do trabalho Fonte: SERRA, S. M. B.; OLIVEIRA, O.J. Development of the logistics plan in building construction. In: 2nd International Structural Engineering and Construction Conference ISEC 02. Eletronic proceedings Rome, September 23-26, 2003.

10 edição nº115 Set 2011 Nova empresa ARM Armazéns Gerais surge como mais uma opção para soluções logísticas no mercado Fundada em março desse ano, a ARM Armazéns Gerais (Fone: 21 3654-8116) surgiu das necessidades do mercado logístico do Rio de Janeiro por estruturas prestadoras de serviços de armazenagem, transporte, movimentação de materiais e toda gestão logística, de acordo com os empreendedores Samir Ferreira de Carvalho e Adriano Braga de Albuquerque, sócios e diretores da ARM. Na verdade, tudo começou em 2006, quando nos encontramos pela primeira vez e trocamos curta, mas produtiva conversa que veio a culminar, cinco anos depois, nesta sociedade, contam os diretores. A empresa surge como fruto da experiência Investimentos em estrutura e máquinas chegaram a R$ 1 milhão A ARM conta com área de 40.000 m 2 ², com galpões dotados de docas e plataformas, junto ao futuro Arco Metropolitano do Estado do Rio de Janeiro dos empresários em companhias renomadas do setor e atualmente oferece serviços de logística de armazenagem, movimentação, separação, transporte, distribuição, cross-docking, picking & packing com total controle do sistema WMS. A ARM conta com área de 40.000 m², com galpões com inúmeras docas e plataformas, o que facilita operações de desova, estufagem de contêineres e baús e cross-docking. A localização privilegiada junto ao futuro Arco Metropolitano do Estado do Rio de Janeiro, obra que irá impactar positivamente em US$ 2 bilhões na economia brasileira, reduzindo custos em até 20% no transporte de cargas, é um dos principais diferenciais da companhia. O controle de estoque totalmente informatizado pelo sistema WMS, a rastreabilidade total dos produtos armazenados, câmeras para acompanhamento das operações dentro e fora dos armazéns, pátio com capacidade para carga e descarga de até 22 carretas simultaneamente, estocagem com endereçamento, logística in house, estudos específicos de caso, dando um tratamento personalizado moldado às necessidades de cada cliente, também são preocupações nossas dentro da empresa, explicam Carvalho e Albuquerque. Atualmente a empresa funciona com 25 colaboradores diretos e cerca de 125 indiretos. Salas para locação exclusiva para empresas que necessitem abrir filiais junto à operação ou para acomodação de seus colaboradores e armazenagens self storage também são disponibilizadas pela ARM. Os investimentos em toda a estrutura da companhia já chegaram à R$1 milhão, sendo que os maiores foram voltados para reformas, compra de sistema de gestão de estoques e em colaboradores. Os próximos investimentos serão direcionados para a construção de mais 13.000 m² de área coberta, com o intuito de atender à demanda existente na região em que a empresa se encontra, além de atingir outros bairros e municípios do Rio de Janeiro. Nossos projetos vão muito além da mera ampliação de áreas e serviços prestados. Investiremos maciçamente em novos colaboradores, em projetos de sustentabilidade e, consequentemente, na economia brasileira, anunciam os sócios.

edição nº115 Set 2011 11 Equipamentos Greenext anuncia sua entrada no mercado brasileiro com rebocadores elétricos Ducharme, à esquerda, e John Sido, gerente internacional global de vendas A Greenext (Fone: 11 4133-3299), empresa especializada em máquinas, peças e acessórios de manutenção de área verde, iniciou seu processo de inserção no mercado brasileiro com os rebocadores elétricos Cushman, fabricados pela EZ-GO, subsidiária do Grupo Textron com sede na Georgia, EUA. O grande mercado da empresa está direcionado à movimentação de cargas e pessoas dentro das fábricas e seus principais clientes são as montadoras automotivas. A empresa ainda não tem uma fábrica no Brasil, mas, segundo John Ducharme, diretor internacional de vendas, a construção de uma fábrica vai depender da movimentação no Brasil, e ela poderia ser instalada na Bahia, já que um dos focos da empresa são as empresas automotivas, e grande parte delas tem sedes naquele Estado. O diretor também comenta que um dos focos da empresa é o pós-venda e o treinamento dos operadores para auxiliar na manutenção das máquinas. O Grupo Greenext é um distribuidor exclusivo da Cushman no Brasil, bem como de máquinas, equipamentos, acessórios e peças para corte de grama e irrigação da marca Toro e veículos para transporte de pessoas e cargas EZ-GO e Bad Boy.

12 edição nº115 Set 2011 Paletes Matra do Brasil traz linha de produção espanhola e aumenta filiais O ano de 2011 está sendo um período de investimentos para a Matra do Brasil (Fone: 11 4648.6120). Especializada em soluções para o setor de movimentação de materiais, produzindo paletes e caixas de madeira, além de atuar na prestação de serviços de locação e gerenciamento de pool de paletes, a empresa passou a investir esse ano numa nova linha automatizada, espanhola, com capacidade de produção de 410 paletes/ hora ou 210 mil paletes/ mês. Fornecedora, também, de paletes PBR, cujas vendas representam 50% do faturamento da companhia, a Matra observou que a grande demanda atual pelos modelos deveria receber mais atenção e voltou seus investimentos para trazer da Espanha um equipamento que permite alta produtividade, exigindo uniformidade dos materiais envolvidos na confecção dos paletes. Para trazer a linha de produção fabricada pela Cape, a Matra investiu US$ 1,8 milhão e o equipamento está instalado na planta de Itaquaquecetuba, SP. A nova linha de produção suprirá a demanda nacional reprimida de paletes PBR destinados à venda, locação e ao pool de paletes, informa Valdir Zelenski, da área comercial da empresa. Com a tecnologia, as

edição nº115 Set 2011 13 Novo equipamento da empresa foi trazido da Espanha, e exigiu investimentos de US$ 1,8 milhão entregas por paletes são feitas entre 24 e 72 horas, dependendo do volume e região do pedido. Há apenas dois sistemas completos como esse atuando no mundo e a sua segurança é um diferencial, contando com sistemas de proteção que inclusive desligam o aparelho ao sinal de algum problema, explica Zelenski. Outras novidades da empresa estão em novas filiais pelo Brasil, com investimento de R$ 2,5 milhões. As novas filiais se encontram em Lauro de Freitas, BA, e Cariacica, ES, e serão pontos de coleta e abastecimento de paletes que fazem parte do sistema de pool de paletes - PDS- PBR Dynamic System gerenciado pela empresa, que cresceu 36% nos últimos dois anos. A unidade de Curitiba, PR, também recebeu investimentos e passa a abrigar uma fábrica com capacidade para produzir 20.000 paletes/mês. Extensões para outros países da América Latina também são pretensões da empresa. Junto às novas filiais brasileiras, a Matra pretende crescer 12% em volume de produção nesse ano, em relação a 2010. A concentração dos trabalhos será nos setores de cosmético, higiene e limpeza, que representam 70% dos clientes.

14 edição nº115 Set 2011 Motocicletas Americana, SP, recebe novo CD de motos e peças da Tecmoto De olho no futuro, a Tecmoto (Fone: 19 3469.6051) inaugurou recentemente, na cidade de Americana, SP, um Centro de Distribuição para realizar a logística de motocicletas e peças. O local movimenta mais de 70 mil itens para todos os modelos de motos e quadriciclos que a empresa comercializa no país e o investimento inicial na estrutura é de R$ 2,8 milhões. Fundadora da marca MVK e representante exclusiva da Regal Raptor no Brasil, a Tecmoto entende que o cenário atual aponta para um crescimento gradual no setor de motos, que em 2011 deverá ter um aumento singelo em relação a 2010. Contudo, em 2012, em virtude da maior definição das marcas nacionais e da melhor compreensão por parte de bancos e financeiras do setor de duas rodas, as expectativas são de crescimento superior ao deste ano. Nos últimos 10 anos, desde que a nossa empresa foi fundada, vimos inúmeras marcas de motos surgirem e desaparecerem. O consumidor brasileiro é exigente e somente empresas sólidas, com experiência e objetivos claros sobrevivem. O local movimenta mais de 70 mil itens para todos os modelos de motos e quadriciclos que a empresa comercializa no país e o investimento inicial na estrutura é de R$ 2,8 milhões Apostamos na mudança para continuar o processo de expansão dos negócios no mercado nacional, consolidar nossa posição e, principalmente, continuar a disponibilizar motos para os brasileiros, diz Erik Santos, diretor de comércio exterior, justificando a importância do investimento. Pensando nisso, o novo CD foi projetado para atender o total de motos comercializado hoje, mas poderá atender uma demanda 50% maior sem qualquer dificuldade. Este atendimento é garantido por ter todas as etapas de trabalho regidas por fluxogramas de atividades procedimentos claros e sucintos, afirma Guillermo Altrichter, diretor comercial da empresa. A opção por Americana para sediar a nova estrutura se deu por conta da localização estratégica, já que fica próxima a importantes rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Comendador Américo Emílio Romi e possibilita o escoamento dos produtos para diversos outros municípios próximos com rapidez e eficiência, o que permite um melhor atendimento ao mercado atual, sobretudo, ao mercado de São Paulo. Outro fator que pesou na escolha por Americana foi a existência, na região, de importantes empresas automobilísticas e de tecnologia. Isso nos possibilita realizar parcerias com empresas de elevada capacitação de mão de obra, comenta o diretor comercial, citando algumas das companhias instaladas em cidades vizinhas ou no mesmo município da Tecmoto, tais como a Delphi, em Piracicaba, a Goodyear, em Americana, a Roncar, em Ribeirão Preto, a Magneti Marelli, em Hortolândia, e a TRW, em Limeira. Por falar em mão de obra, o novo CD da Tecmoto conta com cerca de 80 colaboradores diretos e indiretos, que desenvolvem atividades administrativas, de logística de distribuição, transporte, análise mecânica, estoque, compra e venda de peças e acessórios. Além disso, dispõe de especialistas na área de desenvolvimento O novo CD conta com cerca de 80 colaboradores diretos e indiretos

edição nº115 Set 2011 15 de novos produtos e aprimoramento dos atuais. A divisão de desenvolvimento, aliás, utiliza-se de laboratórios e pistas de testes de outras empresas, como as citadas anteriormente. Em termos de estrutura própria e operações, Altrichter informa que o CD tem 1.000 metros quadrados de área para estoque de peças e acessórios. No local, o acondicionamento dos itens é feito em embalagens específicas com endereçamento através do ERP, que integra todos os dados e processos em um único sistema tanto sob a perspectiva funcional quanto sob a perspectiva sistêmica. A solução, adquirida junto à TOTVS fornece à Tecmoto Santos: apostamos na mudança para continuar o processo de expansão dos negócios no mercado nacional e consolidar nossa posição a garantia e tranquilidade de ter em seu estoque a quantidade exata de itens que tem demanda no mercado, garantindo o abastecimento permanente de peças ao mercado. Segundo o diretor comercial da Tecmoto, boa parte dos investimentos que a empresa realiza visando à melhoria logística está relacionada à solução da TOTVS. Normalmente, os investimentos são efetuados nas adequações do ERP, mediante as alterações de rotinas que geram maior agilidade e controle nos processos de separação e controle de entrega da mercadoria, revela, enfatizando que a política da empresa não é manter o foco no cliente, mas manter o foco do cliente, efetuando investimentos à medida que nota a necessidade de uma nova mudança. A Tecmoto é uma empresa brasileira, fundada em 2002, e tem como acionistas o argentino Grupo Maverick, que atua no mercado de motocicletas há 12 anos, e empresários brasileiros. Em 2008, o Grupo investiu R$ 10 milhões na construção de uma fábrica em San Juan, na Argentina, com capacidade para produzir 6 mil motos por mês.

16 edição nº115 Set 2011 Automóveis Fábrica e CDs no Brasil: Chery confirma e JAC Motors segue cautelosa Em setembro de 2009, a Chery (Fone: 0800.7724379), montadora de automóveis de origem chinesa, oficializou a instalação de uma fábrica no Brasil, mais precisamente em Jacareí, SP. Finalmente chegou o momento: a construção da planta está sendo iniciada e a previsão é que o início das operações ocorra em meados de 2013. A JAC Motors (Fone: 0800 522.8888), também chinesa, ingressou no mercado brasileiro em março de 2011 e ainda não estuda a construção de estrutura própria por aqui. Nossa prioridade é estruturar a marca no país. Portanto, ainda não há previsão para construção de fábrica. É um cenário que realmente ainda não está no escopo de análise da empresa, explica Mário Mizuta, diretor comercial e de expansão de rede da montadora. Com investimento total de US$ 400 milhões, a unidade brasileira da Chery agregará economia de tempo no processo de importação e proporcionará mais agilidade no abastecimento da rede de concessionárias no país, além de eliminar riscos cambiais e financeiros. Além da linha de montagem, a estrutura contará com um CD de automóveis e peças. Atualmente, os carros comercializados pela Chery no Brasil são importados da China e distribuídos a partir de Vitória, ES, onde desembarcam. As peças, por sua vez, saem do Centro de Distribuição de Peças, localizado na sede da montadora, em Salto, SP, para a rede de mais de 80 concessionárias espalhadas por todo o País. Com a estrutura própria, veículos e peças serão distribuídos a partir de Jacareí. Os carros da JAC Motors também desembarcam na capital capixaba e, de lá mesmo, após os trâmites alfandegários legais, são distribuídos para todo o País. É preciso ter como parceiros armazéns alfandegados que se ocupam dos carros enquanto não nacionalizados, além de pátios de apoio logístico e transportadores cegonheiros qualificados para efetuar o transporte à rede de distribuidores em conformidade com os volumes propostos, comenta Mizuta. Ele revela que a viabilidade econômico/financeira para que a JAC Motors pense na instalação de uma fábrica no Brasil é a venda anual de 100 mil unidades. O diretor comercial e de expansão informa que a montadora está

edição nº115 Set 2011 17 caminhando para um primeiro ano com 45 mil unidades vendidas, o que julga um excepcional resultado, mas ainda distante do patamar tido como necessário para se estudar a construção de uma unidade própria. Em contrapartida, ao portal e-band, o presidente da JAC Motors no Brasil, Sérgio Habib, admitiu que existe a possibilidade de a montadora instalar uma fábrica no País e que, inclusive, já há até espaço reservado para sediar a planta em Suape, PE. Em estágio bem mais avançado, a Chery planeja a instalação de um Centro de Pesquisa junto à fábrica no interior paulista, a qual Curi: todo o know-how da Chery desenvolvido em outros países será trazido para o Brasil já conta até mesmo com planejamento para uma futura expansão. Inicialmente, a unidade brasileira produzirá dois modelos com cinco versões diferentes. Todo o know-how da Chery desenvolvido em outros países será trazido para o Brasil, comenta Luís Curi, CEO da Chery Brasil. Em 2010, a Chery comercializou 7.800 unidades no Brasil. Para este ano, a projeção de vendas no País é de 25 mil unidades. Em 2015, já com dois anos de funcionamento da planta de Jacareí, a expectativa da montadora é ter 3% de participação no mercado brasileiro de automóveis. A companhia está presente em 80 países, seja com fábricas próprias ou apenas com pontos de vendas. Hoje, as vendas para o exterior representam mais de 20% do total comercializado pela Chery.

18 edição nº115 Set 2011 Segurança Tracker lança solução 360 0 para monitoramento e gerenciamento logístico de frota ATracker lançou em agosto o Tracker Log, solução para o gerenciamento e monitoramento de frotas. Com quatro fases, todas voltadas para o aprimoramento logístico de veículos, o produto chega ao mercado apenas com a primeira fase disponível. O Tracker Log é um sistema que busca atender às necessidades da cadeia logística da qual fazem parte transportadores, embarcadores, gerenciadoras de risco e frotas. Disponibilizamos no mercado um produto que atende aos clientes da logística em 360º. Isso quer dizer que o Tracker Log, além de pensar nos veículos, também se preocupa com os trabalhos do motorista e outros pontos fundamentais para que o serviço logístico seja bem realizado, explica Diego Insignares, vicepresidente da Tracker do Brasil. Para seguir as premissas do projeto, fundamentadas desde o início, a Tracker fez parcerias com empresas como a Accenture, Magneti Marelli, Continental e Gemalto, para que a união das expertises de cada uma resultasse no Tracker Log. Por meio do software AMOS, desenvolvido pela Accenture e já utilizado em A união entre Tracker, Accenture, Magneti Marelli, Continental e Gemalto resultou em uma solução blindada à atuação de jammers nove milhões de clientes da empresa, o Tracker Log envia os alertas com informações importantes via e-mail ou SMS para os clientes. O software ainda possui integração para Smartphone, Android, Blackberry, Nokia e Iphone. Na parte de hardware, realizada pela Continental e Magneti Marelli, as principais novidades são o acelerômetro, que mapeia os movimentos de aceleração e frenagem bruscas e coleta informações fundamentais sobre fatos ocorridos antes dos acidentes, diminuindo a chance de fraudes em cima das seguradoras. Com essas informações, é possível observar de que maneira o acidente aconteceu, bem como quem é o provável culpado pela colisão. Outro ponto positivo do acelerômetro é a possibilidade de monitorar as formas de condução de seus motoristas, percebendo se eles possuem direção agressiva, se precisam de mais treinamento e para que trabalho cada um é mais indicado. O Sim Card, projetado pela Gemalto, é resistente a temperaturas altas, umidade, trepidação e poeira. O rastreador foi projetado para realizar o monitoramento padrão a cada dois minutos, com o veículo ligado, enviando as coordenadas e situação do veículo para o cliente por alertas de SMS ou e-mail. Com o veículo desligado, o monitoramento ocorre de hora em hora, para que a bateria do veículo não acabe, sendo que esse tempo pode ser definido pelo cliente. Em caso de evento, quando é notificada alguma atividade suspeita, o aparelho passa a monitorar o veículo a cada 30 segundos e a visualização do trabalho pode ser feita por meio de mapa digital, satélite ou híbrido. Outra característica importante do Tracker Log é a possibilidade de criar cercas de monitoramento no trajeto. O cliente que julgar importante escolher pontos da rota da frota para a realização de um monitoramento mais atencioso pode fazer cercar a região desejada. Assim que o veículo entrar na zona cercada, o cliente receberá um alerta sobre o fato. O cliente pode criar uma cerca na rota do veículo que for mais interessante. Caso saiba que o veículo irá passar por uma zona mais perigosa ou por um local estrategicamente importante, ele circunda esse trajeto e a equipe de monitoramento passa a dar atenção especial a esse trajeto, explica

edição nº115 Set 2011 19 Welton Furlaneto, gerente de produtos da Tracker do Brasil. De acordo com Insignares, o Tracker Log é o único rastreador do mercado que não sofre com interferência de inibidores de sinais, os jammers. A proteção contra os inibidores ocorre em função de tecnologias GPS/GPRS e, principalmente, pela solução atuar com radiofrequência, tecnologia desenvolvida pela Tracker do Brasil. O sistema percebe a aproximação do jammer. A partir da identificação do inibidor de sinais e por meio de SMS, o sistema irá avisar que alguém está tentando embaralhar o sinal GPS/GPRS e a central irá analisar a situação. Caso o sinal realmente se perca e for constatado o roubo ou furto do veículo, a radiofrequência começa a atuar e continua o monitoramento do veículo, explica Insignares. Ainda segundo ele, a tecnologia também é a única capaz de encontrar veículos em locais fechado como túneis, garagens e subsolos. Outras vantagens do rastreador é a possibilidade de agendar a manutenção do carro, gerando alertas sobre quando o veículo deve ser revisado; o cadastro de motorista, que mostra as atividades desenvolvidas por ele durante o trabalho, além de informações pessoais; e o controle de velocidade, que emite alertas toda vez que o motorista passar de 100 km/h. Entre os relatórios expedidos pela solução estão os de crash, telemetria simples, hábitos de condução e gerenciamento de frotas. Até o final do primeiro semestre de 2012, a Tracker espera estar com as outras três fases do projeto disponíveis no mercado. Com as atualizações, o produto terá benefícios como telemetria avançada e rastreamento de cargas. Outras atualizações já estão sendo pensadas Cercas de monitoramento são alguns dos diferenciais do Tracker Log para após a conclusão da quarta fase do projeto. Vamos continuar investindo e aprimorando o produto. O formato em que ele foi construído permite atualizações constantes, afirma Furlaneto.