REFORÇO DO QUADRO DE ACÇÃO DA COREIA



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Transcrição:

TORNAR PRIORITÁRIO O ENSINO INCLUSIVO, DE QUALIDADE E EQUITATIVO E A APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA REFORÇO DO QUADRO DE ACÇÃO DA COREIA MAIO DE 2015 RECOMENDAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL AFRICANA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A EDUCAÇÃO DE QUALIDADE E EQUITATIVA PARA TODAS AS CRIANÇAS É FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E O CRESCIMENTO. A educação é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento sustentável, uma vez que capacita as pessoas com o conhecimento, as competências e a confiança que precisam para construir um futuro melhor. Por esta razão, nós, as organizações abaixoassinadas de África, chamamos os governos nacionais, as organizações, agências, grupos e associações representadas no Fórum Mundial de Educação 2015 (WEF) em Incheon na Coreia, a tornar prioritária a aprendizagem equitativa. Os representantes devem garantir que o Quadro de Acção da Coreia aborda directamente a crise global da aprendizagem ao reconhecer explicitamente as dimensões da marginalização que impedem que milhões de meninas e meninos tenham acesso ao seu direito à educação de qualidade e à aprendizagem ao longo da vida. Este deve também incluir compromissos firmes e accionáveis para mobilizar o investimento e apoiar a educação básica, visando especificamente que o apoio se direccione aos mais marginalizados para diminuir as lacunas na equidade e garantir que ninguém é deixado para trás. A CRISE GLOBAL NA APRENDIZAGEM AFECTA MAIS AS CRIANÇAS E JOVENS MARGINALIZADOS Enquanto o mundo prometeu Educação para Todos até 2015, apenas um terço dos países nenhum africano - alcançou todos os objetivos mensuráveis da EPT. Continua a haver uma crise de aprendizagem global que atinge as crianças e jovens mais pobres e mais marginalizados de forma mais difícil. Aproximadamente 121 milhões de crianças e adolescentes ainda estavam fora da escola em 2012 com números que mostram que 100 milhões de crianças não irão completar o ensino primário em 2015. A África Subsariana é a mais afectada por esta crise: 31 milhões dos 58 milhões de crianças fora da escola no mundo vivem na região; a maioria são meninas. 40 por cento das crianças africanas com idade para a escola primária não são capazes de ler, escrever ou contar bem o suficiente para atender aos padrões mínimos de aprendizagem, incluindo meninas e meninos que passaram pelo menos quatro anos na escola. O RMG da EPT 2015 estima que 50 por cento das crianças em idade escolar fora da escola em África nunca irão para a escola. i Além disso, a África Subsariana é o lar de um quinto dos 787 milhões de adultos do mundo que não possuem as noções básicas de alfabetização ii. Por isso há a necessidade de tornar prioritária a alfabetização e a aprendizagem ao longo da vida em contextos formais e não-formais. Adicionalmente há acesso limitado à Educação e Formação Profissional e Técnica (ETP) de qualidade e ao ensino superior na maioria dos países africanos. As matrículas na TVET são de 606 alunos por cada 100.000 habitantes, enquanto que apenas 636 estudantes por cada 100.000 acedem ao ensino superior no continente. Os intervenientes

devem, deste modo, dar prioridade à TVET e ao CONSENSO SOBRE O ENSINO INCLUSIVO, DE QUALIDADE E EQUITATIVO E A APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA Declaração da África Sub-Sahariana sobre a Educação Pós-2015 (Fev. 2015) Reafirmamos o nosso compromisso com a busca de uma educação de qualidade para a aprendizagem ao longo da vida como um direito humano fundamental e imprescindível para o desenvolvimento sustentável, que deve ser inequivocamente garantido a todas as crianças, jovens e adultos ensino superior para ampliar o acesso e a qualidade. Existem grandes "lacunas na equidade, tanto no acesso como nos resultados da aprendizagem entre diferentes grupos, como as crianças mais pobres e as mais ricas e as meninas e os meninos. Se a comunidade internacional não colocar a equidade primeiro, tornando prioritária e financiando a educação de qualidade para os mais marginalizados, a fim de reduzir as lacunas na equidade, milhões de crianças serão deixadas para trás. EXISTE UM CONSENSO SOBRE O ENSINO INCLUSIVO, DE QUALIDADE E EQUITATIVO E A APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA O Caminho para a Dignidade até 2030 (Dez. 2014) Agenda 2063: A África que nós queremos (Set. 2014) Proposta do Grupo de Trabalho Aberto para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Jul. 2014) O Acordo Muscat (Maio de 2014) Posição Comum Africana sobre a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 (Jan. 2014) É essencial que os jovens recebam competências relevantes, educação de alta qualidade e aprendizagem ao longo da vida, desde o desenvolvimento da primeira infância ao ensino pósprimário, incluindo competências para a vida e ensino e formação vocacional, assim como ciência, desporto e cultura Catalisar uma revolução na Educação e Competências e promover activamente a ciência, tecnologia, investigação e inovação, para construir conhecimento, recursos humanos, capacidades e competências para o século Africano Garantir a educação inclusiva e eqüitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos Garantir educação equitativa e inclusiva de qualidade e aprendizagem ao longo da vida para todos até 2030 Temos que alcançar a excelência no desenvolvimento de capacidades de recursos humanos através de uma melhoria da qualidade da educação e formação Todas as actuais propostas e relatórios sobre o próximo conjunto de metas globais de educação têm abordado as insuficiências do único foco dos ODM em matéria de acesso, e afirmam especificamente a necessidade de assegurar a equidade e a qualidade da aprendizagem na educação (ver abaixo). A maioria também reconhece a natureza transformacional da educação e a forma como é fundamental garantir a educação de qualidade a fim de alcançar outros objetivos de desenvolvimento sustentável, incluindo a redução da pobreza, o crescimento económico e sociedades pacíficas. O que falta nestes relatórios, são recomendações específicas e mensuráveis de políticas e mecanismos para os governos e os doadores poderem trabalhar para medir e diminuir as lacunas de equidade. VAMOS ASSUMIR O COMPROMISSO DE ACABAR COM A DESIGUALDADE E NÃO DEIXAR NINGUÉM PARA TRÁS. O quadro de acção adoptado no Fórum Mundial da Educação deve abordar a crise da aprendizagem com determinação. Para começar, deve reconhecer explicitamente as

dimensões da marginalização que impede o acesso de milhões de meninas e meninos ao seu direito à aprendizagem de qualidade ao longo da vida. Deve, também, incluir compromissos firmes e executáveis para mobilizar investimento e apoio para a educação básica, pondo sempre a igualdade e a inclusão em primeiro lugar. De forma a alinhar completamente o Quadro de Acção do FME (Fórum Mundial da Educação) com as metas e objectivos da educação na agenda do desenvolvimento global a ser adoptada ao mais alto nível na Cimeira das Nações Unidas em Setembro de 2015 e conduzir a implementação de uma agenda global para a educação, governos, organizações, agências, grupos e associações representadas no FME deverão comprometerem-se solenemente com os seguintes objectivos: AUMENTAR O FINANCIAEMNTO INTERNO COM A ATRIBUIÇÃO DE UM MINIMO DE 6 POR CENTO DO PIB OU 20 POR CENTO DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA A EDUCAÇÃO E ASSEGURAR A TRANSPARÊNCIA DOS ORÇAMENTOS E QUE OS FUNDOS SÃO APLICADOS EFICAZMENTE PARA COMBATER A DESIGUALDADE. Os governos e os doadores devem colocar no topo das suas prioridade o acesso, a retenção, e a conclusão da educação básica de qualidade de todas as crianças, especialmente aquelas mais marginalizadas. A educação é um direito humano fundamental e um bem público. É da responsabilidade do Estado investir e oferecer oportunidades públicas de aprendizagem de qualidade ao longo da vida para todos desde a infância ao pós-secundário capazes de promover acesso igualitário a programas integrais de qualidade para competências para a vida e cidadania. Os governos devem desenvolver politicas apropriados e quadros legais para todos os objectivos da educação, desde a infância à educação superior. A educação é um investimento inteligente para os governos nacionais é transformadora e conduz a ganhos em todos os sectores e em toda a agenda do desenvolvimento. Expandir o acesso e melhorar a qualidade da educação tem o potencial de aumentar o crescimento a longo prazo, em cerca de 2 por cento ao ano per capita iii. Para as meninas, em particular, cada ano de escolaridade adicional além do quarto ano aumenta os salários individuais em cerca de 20 por cento. Garantir a equidade de género na educação deve ser uma prioridade de qualquer país em busca de construir uma economia forte e resiliente. Garantir uma tributação justa e progressiva e maximizar as contribuições das indústrias extractivas (certificando-se de que as empresas multinacionais pagam a sua justa parcela de impostos) irá fornecer recursos internos para manter sistemas educativos sustentáveis. DAR PRIORIDADE À EQUIDADE E À INCLUSÃO AO DIRIGIR FINANCIAMENTO PARA OS MAIS MARGINALIZADOS ESPECIALMENTE RAPARIGAS, CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA, MINORIAS ÉTNICAS E CULTURAIS, E CRIANÇAS EM ESTADOS FRÁGEIS PARA ENCURTAR O FOSSO DA EQUIDADE NA APRENDIZAGEM E NO ACESSO. A cruzamento de género, pobreza, geografia e outros factores continua a limitar o potencial de aprendizagem de um grande número de crianças. Apenas 14 por cento das meninas adolescentes rurais mais pobres completaram o primeiro ciclo do ensino secundário em comparação com 78 por cento dos meninos adolescentes urbanos mais ricos. iv O abandono escolar inclui as crianças mais vulneráveis. Estima-se que, no mundo em desenvolvimento, 90 por cento das crianças com deficiência não vão à escola. v Metade das crianças fora da escola, vivem em Estados frágeis afectados por conflitos todavia subestimados pela comunidade internacional. vi O custo de garantir que as oportunidades de

educação e de aprendizagem são fornecidas de forma equitativa com intervenções orientadas para os mais marginalizados não ultrapassa os 4 por cento do montante global gasto em educação em cada país. vii Este é um pequeno preço a pagar para garantir o direito humano fundamental à educação e proporcionar às crianças uma fundação para que possam contribuir para sociedades saudáveis, pacíficas e prósperas. Dar prioridade à equidade na educação também ajuda a melhorar os resultados de aprendizagem para todos. Os resultados do Programa da OCDE para Avaliação Internacional de Estudantes mostram que os sistemas escolares que distribuem recursos educativos de forma mais equitativa têm o melhor desempenho. viii Estabelecer ambientes de aprendizagem seguros, livres de assédio ou violência, inclusivos, e sensíveis à igualdade de género, ajuda as meninas e os meninos a alcançarem melhores resultados de aprendizagem. INVESTIR NA CAPACITAÇÃO DO GOVERNO PARA RECOLHER E ANALISAR DADOS SOBRE MEDIDAS DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO COM RELEVÂNCIA NACIONAL, E GARANTIR QUE A INFORMAÇÃO É ABERTA, DESAGREGADA E USADA PARA IDENTIFICAR E SUPRIMIR AS FALHAS DA DESIGUALDADE. Existe uma enorme falha na recolha e desagregação de dados sobre a educação por geografia, nível socioeconómico e género. Uma lacuna ainda maior existe em dados sobre outras dimensões da marginalização. Um tratamento rigoroso dos dados e uma desagregação abrangente da informação permite aos governos melhor avaliarem as lacunas de aprendizagem e encontrarem as soluções financeiramente mais eficientes para direccionarem investimentos em infra-estrutura de educação e assim colmatarem as falhas de equidade. É urgente desenvolverem-se novas técnicas para recolher informação junto dos grupos da população mais difíceis de contactar. JUNTE-SE AO APELO PARA A ACÇÃO PELA EQUIDADE E APRENDIZAGEM. Apelamos aos governos nacionais, organizações, agências, grupos e associações representadas no FME, para darem prioridade à educação e à aprendizagem ao longo da vida inclusivas, de qualidade e igualitárias, assumindo o compromisso com estes três objectivos no âmbito do Quadro de Acção da Coreia, de forma a que todas as crianças possam contribuir para sociedades produtivas e prósperas. Finalmente, os delegados são chamados a promover as vozes e a participação da sociedade civil em todos os processos e níveis para avançar a agenda da educação pós -2015, de modo que o próprio processo reflicta os princípios orientadores da agenda da inclusão e da equidade.

NÓS, AS ORGANIZAÇÕES SIGNATÁRIAS DE ÁFRICA, CONVIDAMOS OS GOVERNOS NACIONAIS, AS ORGANIZAÇÕES, AGÊNCIAS, GRUPOS E ASSOCIAÇÕES REPRESENTADAS NO FÓRUM MUNDIAL DE EDUCAÇÃO 2015 (WEF) EM INCHEON, NA COREIA, A TORNAR PRIORITÁRIA A APRENDIZAGEM EQUITATIVA. REDE AFRICANA DA CAMPANHA DE EDUCAÇÃO PARA TODOS{ANCEFA} Membros da ANCEFA: EM SOLIDARIEDADE: WOMEN THRIVE WORLDWIDE i Educação para Todos 2000-2015 ii Educação para Todos 2000-2015 iii Hanushek, E., and L. Woessman. How Much Do Educational Outcomes Matter in OECD Countries? Working paper no. 16515. NBER, 2010. ivteaching and Learning v Global Initiative on Out of School Children: South Asia Study. Kathmandu: UNICEF, 2014. vi Ending the Hidden Exclusion: Learning and equity in education post-2015. London: Save the Children, 2014. vii Pricing the right to education: The cost of reaching new targets by 2030. Paris: UNESCO, 2015. viii Sustainable Development Begins With Education. Paris: UNESCO, 2014.