Opções tecnológicas para o uso do etanol: emissões reguladas, GHG e eficiência veicular

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Transcrição:

Opções tecnológicas para o uso do etanol: emissões reguladas, GHG e eficiência veicular Segundo Seminário Internacional sobre o Uso Eficiente do Etanol Prof. Dr. Waldyr L. R. Gallo Departamento de Energia FEM UNICAMP Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2015

Sumário 1. Biocombustíveis no setor de transportes 2. Emissões poluentes reguladas 3. Eficiência veicular 4. Redução de emissões de CO2 5. Diferentes opções para diferentes objetivos 6. Considerações finais

1. Biocombustíveis no setor de transportes Alta dependência de derivados de petróleo Porém: Etanol + Biodiesel 17% Muito além De outros países Fonte: BEN 2014 - EPE

2. Emissões poluentes reguladas Monóxido de carbono (CO) Hidrocarbonetos não queimados (HC) Óxidos de Nitrogênio (NOx) Aldeídos (CHO) Emissões evaporativas (EVAP) Material particulado (MP) Vehicle exhaust 4

2. Emissões poluentes reguladas Evolução das emissões reguladas no Brasil PROCONVE Veículos leves Limites de emissões independem do cmobustível Etanol: não há mais vantagem catalisador 3 vias 2014

3. Eficiência veicular Brasil tem um Programa de Eficiência Veicular dedicado a veículos leves (PBEV) A etiquetagem emprega como parâmetro o uso de energia (MJ/km) em um ensaio padrão. Cada veículo é comparado com os demais de sua categoria: sub-compacto, compacto, médio, etc. O Programa InovarAuto (2012) aumentou o interesse pelo PBEV, ao proporcionar possibilidade de redução e impostos associada ao aumento da eficiência veicular até 2017. 6

3. Eficiência veicular

4. Redução de emissões de CO2

4. Redução de emissões de CO2 Método do IBAMA : números não podem ser comparados com os de outros países diretamente (22%)

4. Redução de emissões de CO2 Tendência mais efetiva: veículos menores, menor potência Tendência das montadoras Método do IBAMA : números não podem ser comparados com os de outros países diretamente.

5. Tecnologias para objetivos diferentes

5. Tecnologias para objetivos diferentes Motores Flex-fuel não exploram as vantagens do etanol em sua totalidade: Flex: solução de compromisso flexibilidade X otimização Motores a etanol podem operar com CR maior Etanol tem maior velocidade de queima Etanol tem maior calor latente de vaporização Teor de água no etanol hidratado pode ter efeito de resfriamento no motor, aumentando a resistência à detonação Tecnologias modernas podem ser incorporadas ao motor a etanol, aumentando sua eficiência Todavia, desde o lançamento dos motores flex, as montadoras pararam os desenvolvimentos em motores dedicados a etanol.

5. Tecnologias para objetivos diferentes Novas tecnologias ainda não completamente testadas para motores dedicados a etanol: Injeção direta vaporização da água contida no etanol hidratado pode reduzir tendência à detonação. Injeção direta tardia pode permitir operação com carga estratificada, com aumento de eficiência Turboalimentação com EGR resfriado pode levar a valores elevados de bmep alta performance em motores de baixa cilindrada Controle de carga com uso de comando de válvulas variável pode aumentar a eficiência em cargas parciais Uso massivo de sensores e eletrônica para obter melhor controle Projeto: FAPESP/PSA (UNICAMP / USP / ITA / IMT)

5. Tecnologias para objetivos diferentes Exemplos de resultados obtidos com etanol anidro. Etanol hidratado pode ter resultados ainda melhores.

5. Tecnologias para objetivos diferentes O custo para reduzir o CO2 o papel dos biocombustíveis Se a questão é o CO2 veículos a etanol (de cana de açucar) são o melhor caminho... Melhor solução Flex com etanol

5. Tecnologias para objetivos diferentes Produção de veículos leves Fonte: ANFAVEA, 2014 Gasolina Etanol Flex

5. Tecnologias para objetivos diferentes Produção de etanol anidro e hidratado no Brasil Etanol hidratado Etanol Anidro Fonte: BEN 2014 - EPE

5. Tecnologias para objetivos diferentes

5. Tecnologias para objetivos diferentes Transporte de pessoas nas cidades usa 10,7 milhões tep Automóveis privados são responsáveis por 73% desse consumo energético

5. Tecnologias para objetivos diferentes Mover em direção ao transporte público de preferência, elétrico

6. Observações finais Diferentes objetivos diferentes rotas tecnológicas Poluentes locais veículos elétricos (híbridos) Eficiência Motores a etanol otimizados CO2 motores flex-fuel operando com etanol é OK Mobilidade mudanças de paradigma: Do transporte individual para público (elétrico) Do conceito de propriedade para o conceito de serviço de mobilidade

6. Observações finais

Contatos: Prof. Dr. Waldyr Luiz Ribeiro Gallo Dep. de Energia FEM UNICAMP wgallo@anp.gov.br Telefone: (19) 3521.3267