UTILIZAÇÃO DE FORRAGENS NO MANEJO ALIMENTAR DE EQUINOS



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Transcrição:

UTILIZAÇÃO DE FORRAGENS NO MANEJO ALIMENTAR DE EQUINOS Cláudio Henrique Viana ROBERTO 1 ; Antonio Augusto Rocha ATHAYDE 3 ; Liziana Maria RODRIGUES 2 ; Arnon Henrique Campos ANESIO 1 ; Sérgio Domingos SIMÃO 1 ; Katiusia Cristina das Neves MOTA 1. 1 Bacharelandos em Zootecnia DCA /IFMG/Bambuí 2 Prof.(a) MSc Nutrição e Produção de Equinos UFRRJ DCA/ IFMG/Bambui 3 Prof. DSc. Forrragicultura e Pastagens DCA/IFMG/ Bambuí RESUMO As pastagens são o alimento natural dos eqüinos, onde eles desenvolveram-se durante séculos seu complexo sistema digestivo, adaptou-se anatômica e fisiologicamente para sua transformação em fonte de energia, proteína e para suprir suas necessidades de todos os nutrientes.hoje a uma tendência de crescimento da utilização do cavalo de lazer e especialmente do cavalo de esporte no país.com o incremento da estabulação e dos esportes eqüestres, os cavalos começaram a receber uma alimentação muitas vezes incompatível com sua capacidade de digestão e conversão, resultando como conseqüência mais grave a síndrome cólica.por este motivo, toma-se importante a ingestão da fração fibra, responsável pelo equilíbrio e bom funcionamento do sistema digestivo. Como a forragem é a principal fonte de fibra da alimentação eqüina, associada ao bom valor nutritivo e ao custo mais baixo, não podemos quando se fala em programas alimentares para cavalos. A oferta de alimentos de alta qualidade, tanto de forragens quanto de suplementação concentrada, possui seus benefícios, pois garante crescimento saudável e excelente condição física dos animais. Formadas por diferentes espécies vegetais que servem como uma dieta completa, escolhidas livremente pelos animais. Hoje, com o avanço do conhecimento em nutrição, as pastagens continuam a ser fundamentais. A pastagem de boa qualidade tem condições de suprir as necessidades nutritivas dos eqüinos. Na avaliação das espécies forrageiras para formação das pastagens para os eqüinos, devemos considerar seu hábito de pastoreio e fisiologia digestiva, que são diferentes dos outros animais herbívoros. O pastoreio dos eqüinos consiste na apreensão dos alimentos pelo lábio superior, usando os dentes para o corte da forragem, auxiliado pelos movimentos da cabeça. Pastagens de boa qualidade dependem de manejo e fertilidade, além da escolha correta da espécie vegetal. O eqüino é um animal herbívoro, monogástrico e com ceco e cólon funcionais, onde ocorre a digestão microbiana, ou seja, neste segmento do intestino ocorre a transformação da fibra dos alimentos em energia e proteína. Essa livre escolha sofre a influência de diversos fatores como demanda nutricional, disponibilidade de forragem, interação social. No caso destes animais, a criação se dá através do fornecimento de alimentos volumoso, em geral pastagem e feno, complementados por ração e minerais. Neste segmento, ganha destaque a criação dos

cavalos que utilizam pastagens especialmente para ginástica funcional. Além disso, a pastagem atua na manutenção do equilíbrio psíquico do cavalo, serve para o relaxamento muscular, com vegetação que cubra o terreno e seja o mais resistente possível ao pisoteio causado pelos animais. Palavras-Chave: Equinos, Forragem, Nutrição Animal. INTRODUÇÃO A sociedade está em novo direcionamento no qual se busca maior respeito nas relações com os animais, tanto na criação e utilização como alimento quanto para outras finalidades, como companhia, esportes, trabalho, entre outros. A domesticação e utilização dos equinos pelo homem proporcionaram a esta espécie inadequado manejo alimentar, principalmente pelo restrito conhecimento do comportamento ingestivo. As pastagens são, reconhecidamente, o ambiente adequado para a alimentação dos cavalos, mas é um sistema complexo que influencia as decisões dos animais em pastejo. As forragens, além de fontes de nutrientes, são importantes também na prevenção dos problemas clínicos e de desvios comportamentais. O incremento das pesquisas na utilização das pastagens, certamente, mostrará a importante relação entre os cavalos e o meio ambiente e direcionará para práticas de manejo mais adequadas à utilização e melhor qualidade de vida dos cavalos. Os entendimentos de como os eqüinos exploram o dossel forrageiro pode determinar o impacto do pastejo nas espécies presentes, na sucessão da comunidade vegetal e incrementar a produção das pastagens, conseqüentemente, dos animais. Os cavalos diferenciam-se de outros herbívoros porque são altamente seletivos, consumindo uma extensa ordem de plantas e até raízes. Utilizam como base da sua seleção a preferência e praticam a seletividade nas estruturas das diferentes espécies de plantas (Collery, 1974). SUSCEPTIBILIDADE A MICOTOXINAS Segundo Yianniouris & Jouany (2002), os equinos são mais susceptíveis aos danos por micotoxinas que os ruminantes. Os fungos somente produzem micotoxinas sob condições favoráveis de níveis específicos de umidade, níveis de oxigênio e temperatura. As micotoxinas são freqüentemente encontradas em grãos tais como cevada, milho, trigo e aveia, além de seus subprodutos. Também podem ser encontradas em pastagens e forragens conservadas sob certas condições ambientais. As forragens e grãos são componentes muito importantes na dieta de cavalos, especialmente os grãos para cavalos atletas. As micotoxinas atingem o organismo do cavalo através da dieta, forragem ou material de cama. Como as micotoxinas são inodoras e os cavalos não percebem sua presença na dieta, a ingestão ocorre sem

restrições. Além da ingestão de rações ou forragens (feno ou silagem de feno) contaminadas, os cavalos podem ser expostos a micotoxinas através da inalação a partir de cama de feno contaminada. A exposição prolongada a baixos níveis de micotoxinas produz sintomas crônicos de toxicidade, afetando o desempenho atlético e reprodutivo dos cavalos sem sinais óbvios de doença. Sintomas gerais tais como perda de apetite, perda de peso, mau estado geral, baixo nível de desempenho, maior suscetibilidade a doenças infecciosas, retardo de crescimento e piora de desempenho reprodutivo, com aumento da incidência de descolamento precoce de placenta, podem estar associados à exposição crônica a micotoxinas. Como as micotoxinas afetam negativamente o desempenho e a saúde dos cavalos, seu controle é fundamental para o bem estar, saúde e segurança dos animais. As micotoxinas podem gerar danos às membranas mucosas, e assim, reduzir a absorção de nutrientes, como também, diminuir a atividade do fígado, rins, órgãos reprodutivos e sistema imunitário. As micotoxinas resultam em perdas econômicas significativas para os criadores, uma vez que afetam a saúde dos animais, reduzem a produtividade e podem até levar a morte. MANEJO ALIMENTAR Manejar pastagens para eqüinos é difícil por causa de seu hábito seletivo. O animal ajusta seu comportamento de pastejo de acordo com a disponibilidade da fração preferida da forragem e sua distribuição espacial. Um ponto básico e critico no manejo alimentar de equinos é a disponibilidade de forragens de alta qualidade para uso como pastagens, ou forragens conservadas na forma de fenos e silagens. Os mais tecnificados sistemas de produção animal adotaram o feno e este é o motivo pelos quais grandes partes dos artigos científicos relativos à nutrição de equinos usaram o feno como volumoso. O aproveitamento de alimentos volumosos para eqüinos, como suplementos da pastagem, durante o período da estação de seca, tem aumentado ultimamente, seja pelo alto custo dos concentrados, seja pelo alto custo de volumosos mais nobres como silagem de milho de sorgo, feno de leguminosas. Devido às características anatômicas e fisiológicas, o equino deve receber grandes quantidades de forragem e a taxa de fornecimento deve permitir a seletividade da captura e fácil ingestão da forragem. Para qualquer volumoso, o perfil nutricional deste é diferente quando oferecido na forma de pastagem ou forragem conservada, situação atribuída à seletividade e individualidade animal bem como a variação nas partes da planta. Paralelamente com o conhecimento da composição nutricional e manejo de conservação de forragem, especial atenção

deve ser dada as condições ambientais de alojamento e restrição de movimentos dos animais (Domingues, 2009). A qualidade nutricional e física da forragem oferecida aos animais sob forma conservada é muito diferente daquela obtida em condições ótimas de pastejo, onde os animais podem exercer livremente sua seletividade (Dittrich et al., 2007). Segundo Zeiner et al. (2004), comportamentos impróprios durante as refeições como nervosismo, agressividade e inquietação, da mesma forma que freqüente coprofagia, estão relacionados respectivamente a dietas com muito concentrado (amido) e pouco volumoso. Lamoot et al. (2004) relataram que, da mesma forma que outros herbívoros, os cavalos podem utilizar pastagens desuniformes para seu pastejo, despendendo mais tempo de pastejo em pastos mais baixos. O comportamento de pastejo dos eqüinos é influenciado por fatores externos e internos. Fatores externos incluem clima, estação do ano, sistema de manejo, estrutura, disponibilidade e digestibilidade das pastagens, presença de fezes e fatores sociais, enquanto fatores internos incluem seletividade, requerimentos nutricionais, tamanho e freqüência de bocada, idade, sexo e conhecimento do pasto pelo animal. As pastagens tropicais têm uma produção variável, o consumo de forragens por animal em pastejo é proporcional ao período gasto pastejando. Fleurance et al. (2005) concluíram que a seletividade de forragem pelos cavalos em pastejo é mais influenciada pela qualidade nutricional dessa forragem do que pela presença de fezes e parasitas nessa pastagem. Muck & Shinners (2001) relataram que o feno é uma das formas de conservação de forragem mais utilizadas em todo o mundo, principalmente nos locais onde as condições de secagem são favorecidas. Além das características nutricionais, a presença de um mercado com boa oferta, a facilidade no transporte devido a sua baixa densidade e o armazenamento em condições ambiente, fazem com que a adoção de fenos seja um fato definitivo na produção de equinos. Em uma visão geral sobre as disponibilidades de alimentos para equinos, em termos de qualidade operacional, a padronização das operações de corte, secagem e enfardamento das forragens interferem diretamente nas transformações a que essas forragens estarão sujeitas durante o período de armazenamento. Em função da homogeneidade da umidade da massa no processo de secagem, do teor de matéria seca ao enfardamento, da densidade imposta aos fardos e do tipo de fardo e forma de armazenamento, essas variações serão significantes, em maior ou menor grau, para a qualidade nutricional final dos fenos (Bonilha, 1994). O uso de volumosos conservados na nutrição de equinos seja na forma diversas formas como, fenos, produtos pré-secados ou silagens, deve sempre compreender a fisiologia, a presença de uma

ativa microflora intestinal e as características de consumo desses animais, considerando no estabelecimento do manejo a sua anatomia peculiar. CONCLUSÃO Há muito ainda a se estudar sobre a utilização de forragens na alimentação de equinos. A importância da utilização dos alimentos para os equinos, tanto na criação, quanto em atividade esportiva ou trabalho, muitas vezes é deixa a segundo plano os quais influenciam no manejo alimentar do animal. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO BONILHA, J.A. Qualidade total na agricultura: fundamentos e aplicações. Belo Horizonte: CEQTA. 1994. 344p. COLLERY, L. Observations of equine animals under farm and feral conditions. Equine Veterinary Journal, v.6, p.170-173, 1974. DITTRICH, J.R.; CARVALHO, P.C.F.; MORAES, A. et al. Comportamento ingestivo de eqüinos em pastejo sobre diferentes dosséis. Ciência Animal Brasileira, v.8, n.1, p.87-94, 2007. DOMINGUES, J. L.; Uso de volumosos conservados na alimentação de equinos. R. Bras. Zootec., v.38, p.259-269, 2009 (supl. especial). FLEURANCE, G.; DUNCAN, P.; FRITZ, H. ET AL. Importance of nutritional and anti-parasite strategies in the foraging decisions of horses: an experimental test. Oikos, v.110, p.602-612, 2005. LAMOOT, I.; CALLEBAUT, J.; DEGEZELLE, T. Eliminative behavior of free-ranging horses: do they show latrine behavior or do they defecate where they graze? Applied Animal Behavior Science, v.86, p.105-121. 2004. MUCK R.E.; SHINNERS, K.J. Conserved forage (silage and hay): progress and priorities. In: INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS, 19., 2001, Sâo Pedro. Anais São Pedro: SBZ. 2001. (CD-ROM). YIANNIKOURIS, A.; JOUANY, J.P. Les mycotoxines dans les aliments des ruminants, leur devenir et leurs effets chez l animal. Production Animal, v.15,p.3-16, 2002. Disponível em http:/ /www.inra.fr/internet/ Produits. Acesso em: 30/5/2008. ZEYNER, A.; GEIßLER, C.; DITTRICH, A. Effects of hay intake and feeding sequence on variables in faeces and faecal water (dry matter, ph value, organic acids, ammonia, buffering capacity) of horses. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, v.88, p.7-19. 2004.