AS REDES SOCIAIS COMO ESPAÇO DE COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNOS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR



Documentos relacionados
Educação a distância: desafios e descobertas

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO ESPECIALIZAÇÃO DE MÍDIAS NA EDUCAÇÃO VÂNIA RABELO DELGADO ORIENTADOR: PAULO GUILHERMETI

Curso de Especialização em Saúde da Família

Ambientes Virtuais de Aprendizagem

Carloney Alves de OLIVEIRA Centro de Educação, Universidade Federal de Alagoas Maceió, Alagoas, , Brasil 2002)[6].

Uma análise sobre a produção de conteúdo e a interatividade na TV digital interativa

REDES SOCIAIS COMO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

DIRETRIZES DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO SISTEMA INTEGRADO DE FORMAÇÃO DA MAGISTRATURA DO TRABALHO - SIFMT

TEC - EAD PRESSUPOSTOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEPÇÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS

PROJETO UCA: FORMAÇÃO BRASIL. Proposta de operacionalização. Formação dos professores na escola

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

Currículo e tecnologias digitais da informação e comunicação: um diálogo necessário para a escola atual

AMBIENTE MOODLE COMO APOIO AO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR DA ESCOLA DE GESTORES/ UFAL

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

PVANET: PRINCIPAIS FERRAMENTAS E UTILIZAÇÃO DIDÁTICA

Interatividade na docência e aprendizagem online

MÓDULO EaD 2013 PROCAED Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento Educacional do IFSC

O ENSINO DE ESPANHOL COMO LE COM OS RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS NA PLATAFORMA MOODLE*

O CIBERESPAÇO NO ENSINO E GEOGRAFIA: A PROBLEMÁTICA DO USO/DESUSO DO GOOGLE EARTH EM ESCOLAS PÚBLICAS DE DIAMANTINA

O futuro da educação já começou

Introdução a EaD: Um guia de estudos

Educação a Distância: Limites e Possibilidades

Apontamentos sobre mediação e aprendizagem colaborativa no curso de especialização em EaD na UNEB

JOGOS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. Um Relato de Experiência do Projeto de Inovação com Tecnologias Educacionais

TELEMEDICINA:NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO SUPERIOR

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO

Contribuição das Tecnologias da Informação e Comunicação no Processo Ensino-Aprendizagem

Educação, Tecnologias e Formação de Professores

A INTERATIVIDADE EM AMBIENTES WEB Dando um toque humano a cursos pela Internet. Os avanços tecnológicos de nosso mundo globalizado estão mudando a

A Prática Educativa na EAD

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

BLOG: A CONSTRUÇÃO DE UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

REFLEXÕES PEDAGÓGICAS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E ENSINO DE FÍSICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Tecnologias Digitais e Educação a Distância: letramento digital e formação de professores

ANAIS DA VII JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU 20 a 24 de outubro de 2008 ARTIGOS CIENTÍFICOS COMPUTAÇÃO SUMÁRIO

EaD como estratégia de capacitação

IMERSÃO TECNOLÓGICA DE PROFESSORES: POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO CONTINUADA MEDIADA POR AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM A DISTÂNCIA

Manual do Aluno. O Moodle é um sistema que gerencia ambientes educacionais de aprendizagem que podem ser denominados como:

MANUAL DO ALUNO EM DISCIPLINAS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA

ESCOLA ESTADUAL MARIA HELENA ALBANEZE SALA DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL

Como a representação e a organização do conhecimento podem contribuir para a EaD?

UNIVERSIDADE VIRTUAL BRASILEIRA. w w w. u v b. b r

O uso de blogs no ensino de Matemática 2

FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM LOGO: APRENDIZAGEM DE PROGRAMAÇÃO E GEOMETRIA * 1. COSTA, Igor de Oliveira 1, TEIXEIRA JÚNIOR, Waine 2

REFLEXÕES SOBRE A EFICIÊNCIA DO USO DE UM AMBIENTE VIRTUAL NO ENSINO DE PADRÕES E SEQUÊNCIAS: UMA EXPERIÊNCIA A PARTIR DO PIBID

INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS E A RECONSTRUÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO NA MODALIDADE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL E NO MUNDO, SEUS DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA.

em partilhar sentido. [Gutierrez e Prieto, 1994] A EAD pode envolver estudos presenciais, mas para atingir seus objetivos necessita

INSTITUTO VIANNA JÚNIOR LTDA FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS VIANNA JÚNIOR INTERNET COMO INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

CADERNO DE ORIENTAÇÃO DIDÁTICA PARA INFORMÁTICA EDUCATIVA: PRODUÇÃO COLABORATIVA VIA INTERNET

Projeto Escola com Celular

Formação: o Bacharel em Sistemas de Informações (SI); o MBA em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

A INTERNET COMO RECURSO PEDAGÓGICO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A PÁGINA DISCIPLINAR DE MATEMÁTICA DO PORTAL DIA A DIA EDUCAÇÃO

:::Informática Aplicada à::: :::Educação Ambiental::: Criando Mídias

Curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio Subseqüente ao Ensino Médio, na modalidade a distância, para:

ESCOLA ESTADUAL REYNALDO MASSI JOÃO BATISTA ALVES DE SOUZA SIRLENE SOUZA BENEDITO VIRGENS

Pedagogia. Objetivos deste tema. 3 Sub-temas compõem a aula. Tecnologias da informação e mídias digitais na educação. Prof. Marcos Munhoz da Costa

Desenho didático para cursos online

Educação permanente em saúde através da EAD

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance SUBPROJETO: PEDAGOGIA

UM PRODUTO EDUCATIVO PARA FAZER EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Elaboração de Projetos

O USO DE SOFTWARE EDUCATIVO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA DE CRIANÇA COM SEQUELAS DECORRENTES DE PARALISIA CEREBRAL

ENSINO DIGITAL E INOVAÇÃO: PANORAMA EAD FURG POSSIBILIDADES E DESAFIOS

OS LIMITES DO ENSINO A DISTÂNCIA. Claudson Santana Almeida

A EXTENSÃO EM MATEMÁTICA: UMA PRÁTICA DESENVOLVIDA NA COMUNIDADE ESCOLAR. GT 05 Educação Matemática: tecnologias informáticas e educação à distância

Currículo do Curso de Licenciatura em Filosofia

PERSPECTIVAS DO PROJETO ENSINO A DISTÂNCIA (EAD) NA EEEC * PALAVRAS-CHAVE: Ensino a Distância (EaD), TelEduc, Moodle, Conexões de Saberes.

Curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio Subseqüente ao Ensino Médio, na modalidade a distância, para:

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES TUTORES PARA O ENSINO DE TEATRO À DISTÂNCIA

O USO DE SOFTWARES EDUCATIVOS: E as suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem de uma aluna com Síndrome de Down

HISTÓRIA EM QUADRINHO: A CRIAÇÃO E A EXPRESSÃO NA WEB

JOGOS ELETRÔNICOS CONTRIBUINDO NO ENSINO APRENDIZAGEM DE CONCEITOS MATEMÁTICOS NAS SÉRIES INICIAIS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

MANUAL DO ALUNO 1. APRESENTAÇÃO 2. OBJETIVOS 3. ACESSO AO CURSO. Bem-vindo (a) ao curso de Capacitação para cursos em EAD!

Estratégias de e-learning no Ensino Superior

PRATICANDO TRABALHO COM PROJETOS NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

mbiente Virtua de Aprendizagem

Trilhas de aprendizagem UCSebrae um caminho em construção

GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO CURRICULO ANO 2 - APROFUNDAMENTO

AS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICO-DIGITAIS NECESSÁRIAS AO TRABALHO NA MODALIDADE EAD: VIVÊNCIAS NA PLATAFORMA MOODLE

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

UMA ANÁLISE DA REDE SOCIAL EDUCACIONAL SCHOOLING COMO FERRAMENTA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Tecnologias da Informação e Comunicação

Apresentação das Práticas Tecnológicas do Programa Mais Educação 1. Evanir Siqueira Lopes 2

Tarcia Paulino da Silva Universidade Estadual da Paraíba Roseane Albuquerque Ribeiro Universidade Estadual da Paraíba

PROJETO: ESCOLA DIGITAL

ANÁLISE DOS ASPECTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS DO CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE CONSELHEIROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO

PROJETO Identificação do projeto

2- GESTÃO DOS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO ÂMBITO DO PROINFO INTEGRADO

Projeto de Redesenho Curricular

SOFTWARE HAGÁQUÊ: FERRAMENTA PEDAGÓGICA DE AUXÍLIO AO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM COMO PRÁTICA INOVADORA

UTILIZAÇÃO DE UM BLOG COMO APOIO DIDÁTICO PARA AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO SUBPROJETO DE QUÍMICA DO PIBID-UEMS

Desenvolvendo o Pensamento Matemático em Diversos Espaços Educativos

Redes sociais no Terceiro Setor

O USO DO EDITOR DE APRESENTAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES EDUCATIVAS

TUTOR EM EAD. Quem é? - Tutor/Educador. Educação à Distância - Profissional que acompanha o aluno nas aulas virtuais.

Transcrição:

1 AS REDES SOCIAIS COMO ESPAÇO DE COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNOS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR Maceió AL Maio 2013 Carloney Alves de Oliveira Universidade Federal de Alagoas (UFAL) carloneyalves@gmail.com Luis Paulo Leopoldo Mercado Universidade Federal de Alagoas (UFAL) luispaulomercado@gmail.com Categoria: Métodos e Tecnologias Setor Educacional: Educação Superior Classificação das Áreas de Pesquisa em EaD Macro: Globalização da Educação e Aspectos Culturais Transfronteiros Meso: Tecnologia Educacional Micro: Interação e Comunicação em Comunidades de Aprendizagem Natureza: Relatório de Pesquisa Classe: Experiência Inovadora Resumo Este artigo relata a utilização de redes sociais (Orkut, Facebook e Club Penguin) como espaço de ensino e aprendizagem na educação superior para criar um canal de comunicação e interação entre professor e alunos, viabilizando o uso de diversos recursos disponíveis nestes espaços, tais como: fóruns, chat, textos, fotos, vídeos e alguns aplicativos, possibilitando diversas oportunidades para criação de um ambiente de aprendizagem efetivo e envolvente, além de permitir o pensamento crítico e reflexivo, no contexto educativo. O estudo realizado é de cunho teórico/bibliográfico, apresentando conceitos e alguns exemplos de utilização destes espaços, tendo como objetivo analisar as potencialidades e possibilidades de uso das redes sociais na educação superior como metodologia de ensino através das tecnologias da informação e comunicação (TIC) com vista a promover a interação, a colaboração e as competências tecnológicas dos sujeitos envolvidos. Palavras-chave: redes sociais, formação do professor, metodologia de ensino.

2 1. Introdução As redes sociais são definidas como um espaço de comunicação síncrona e assíncrona que medeiam a aprendizagem e o desenvolvimento de condições, estratégias e intervenções de aprendizagem num espaço virtual na internet, organizadas de tal forma que propiciem a construção de conceitos, por meio da interação de seus usuários e de recursos disponibilizados nestes espaços. Analisar o papel que das redes sociais têm desempenhado na vida social implica não somente explorar as características técnicas dos meios, mas buscar entender as condições sociais, culturais e educativas de seus contextos, pois é interessante ressaltar sua importância para o seu uso como espaço de ensino e aprendizagem entre professor e alunos dos cursos superiores e como meio de comunicação e interação que visa à redução do espaço tempo existente no contexto educacional. Baseado na pesquisa exploratória e teórico/bibliográfica, este artigo apresenta informações de experimentos e resultados do uso das redes sociais na educação superior como metodologia de ensino, no cenário da Matemática, buscando estudar concepções e desafios frente a sua utilização em situações de autoria, diálogo, interação e comunicação de seus usuários e elaborar os conceitos de comunicação e interação entre os sujeitos, mediante os conteúdos e criação de materiais que podem favorecer estratégias pedagógicas como uma possibilidade de formação e superação às necessidades, as dificuldades de aprendizagem, carências e desafios atuais da educação. Considerando as implicações educativas das redes sociais, que se desenvolve no contexto atual, questiona-se: como se dá o processo de incorporação das redes sociais na educação superior como espaço de comunicação e interação entre professor e alunos no cenário do ensino de Matemática em ambientes de ensino e aprendizagem online? Com as metodologias de ensino na educação superior as redes sociais podem proporcionar ao professor e alunos novas possibilidades de informação, comunicação e criação de materiais, buscando alternativas teóricas e práticas diante de problemáticas propostas, sendo necessário também construir com os

3 seus usuários uma nova concepção do que seja o processo de ensino e de aprendizagem e como o seu conhecimento pode ser transformado a partir desses ambientes. 2. Concepções pedagógicas e características das redes sociais À medida que se desenvolvem novas funções na internet, as resdes sociais permitem a flexibilidade da navegação e as formas síncronas e assíncronas de comunicação entre alunos e professores, buscando seus próprios caminhos de acesso às informações desejadas, afastando-se de modelos tradicionais de ensino e garantindo aprendizagens personalizadas. Dentre esses ambientes podemos citar: o Orkut, o Facebook e o Club Penguin. De acordo com [1] destacam que a rede social é definida como um serviço baseado na internet, que permite aos indivíduos construir um perfil público ou semipúblico, dentro de um sistema delimitado, articular uma lista de outros usuários com quem compartilham a conexão e ver e recorrer a sua lista de conexões e as outras que estejam dentro do sistema. A natureza e a nomenclatura dessas conexões podem variar de um lugar a outro. As redes sociais podem servir como ambientes dinâmicos e colaborativos de aprendizagem que permitem a participação na produção e veiculação de informação e o incentivo na participação das atividades de disciplinas. O conceito de rede social segundo [2] pode ser apresentado como um conjunto de utilizadores, que participam de forma autônoma na elaboração de ideias e recursos num quadro de interesses partilhados: Utilizando uma rede social consegue-se, também, quebrar duas barreiras, as geográficas, uma vez que o espaço deixa de ser um obstáculo para a interação entre os diversos atores em jogo, e as hierárquicas, embora a disseminação do poder entres estes mesmos atores seja, provavelmente, um dos motivos que ainda se levantam contra a plena integração destas redes nas organizações, a disseminação do poder entres estes mesmos atores. As redes sociais são espaços que oferecem condições para a interação (síncrona e assíncrona) permanente entre os usuários, logo entendemos que estes espaços também são ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) já que é possível motivar, formar, auxiliar no desenvolvimento do usuário, atingir perfis

4 diferentes, melhorar a interação, fornecer feedback e incorporar interfaces que promovam a troca de informações, reflexões e pesquisas por meio de uma comunicação síncrona e assíncrona, pois conforme [3] os AVA são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação. Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções, tendo em vista atingir determinados objetivos. Entendendo as redes sociais como AVA para o desenvolvimento de atividades online, [4], que afirma [5], afirma que os AVA É a sala de aula online. É composto de interfaces ou ferramentas decisivas para a construção da interatividade e da aprendizagem. Ele acomoda o web-roteiro com sua trama de conteúdos e atividades propostas pelo professor, bem como acolhe a atuação dos alunos e do professor, seja individualmente, seja colaborativamente. são softwares desenvolvidos para o gerenciamento de aprendizagem via Web. São sistemas que sintetizam a funcionalidade de software para comunicação mediada por computador e métodos de entrega de material online. O desafio de trazer as redes sociais para o contexto educacional no ensino superior vem proporcionando aos seus usuários a possibilidade de uma interação, cooperação, coordenação de atividades, comunicação e utilização para o auxílio no processo de ensino e de aprendizagem em sala de aula. 3. As redes sociais na educação superior À medida que se desenvolvem novas funções na internet, as redes sociais permitem a flexibilidade da navegação e as formas síncronas e assíncronas de comunicação entre alunos e professores, buscando seus próprios caminhos de acesso às informações desejadas, afastando-se de modelos tradicionais de ensino e garantindo aprendizagens personalizadas. [6] estabelece a relação entre ambientes e aprendizagem como O planejamento de ambientes específicos para ensinar e aprender cada uma das disciplinas curriculares. Pode igualmente

5 ser feito com mobilização (e constante atualização) de uma larga variedade de recursos geradores de um habitat de aprendizagem extremamente envolvente, a ser articulado com as experiências de apropriação sistemática de conhecimento. As interfaces do Orkut, Facebook e do Club Penguin, por se constituírem enquanto meio para o diálogo entre o usuário e o sistema, devem oferecer aos alunos e professores variadas opções de navegação e facilidades na localização das informações procuradas. De acordo com [4]: O ambiente virtual de aprendizagem deve favorecer interatividade entendida como participação colaborativa, bidirecionalidade e dialógica, além da conexão de teias abertas como elos que traçam a trama das relações. Constituir uma comunidade de aprendizagem é um desafio para todos nas redes sociais e implica uma nova reorganização dos espaços de aprendizagem da sala de aula. Segundo [7]: Uma comunidade de aprendizagem online é muito mais que apenas um instrutor interagindo mais com alunos, e alunos interagindo entre si. É, na verdade, a criação de um espaço no qual alunos e docentes podem se conectar como iguais em um processo de aprendizagem, onde podem se conectar como seres humanos. O professor da disciplina pode disponibilizar um espaço, por exemplo, no Orkut, para acessar informações e notícias da disciplina, e desse modo, interagir com os alunos através desse espaço (fig.1) no qual os alunos serão informados dos fatos e acontecimentos que estarão circulando. Figura 1 Espaço de informações e interações Fonte: Orkut da disciplina

6 O acesso às informações proporcionado pelas redes sociais pode oferecer caminhos para essas novas propostas educacionais, mais adequadas aos novos tempos sociais, permitindo que as possibilidades para a autonomia na aprendizagem, oferecidas pelo AVA. Para [8] A interação proporcionada pelas telas amplia as possibilidades de comunicação com outros espaços de saber. As informações fluem de todos os lados e podem ser acessadas e trabalhadas por todos: professores, alunos e pelos que, pelos mais diferenciados motivos, se encontram excluídos das escolas e dos campi: jovens, velhos, doentes, estrangeiros, moradores distantes, trabalhadores em tempo integral, curiosos, tímidos, donas de casa... pessoas. As informações contidas nas redes sociais podem ser planejadas para as necessidades, características, comportamentos e limitações dos seus usuários. No Orkut (fig.2) foi possível disponibilizar um espaço para orientação de um software que estava sendo trabalhado na disciplina, fazendo com que os alunos pudessem entender o seu funcionamento e a sua aplicabilidade para o ensino de Matemática. Figura 2 Espaço de orientações Fonte: Orkut da disciplina A necessidade de desenvolver um espaço em que o aluno seja considerado em seus diferentes aspectos de interação, autonomia, colaboração e cooperação, é de fundamental importância, e nas redes sociais podem proporcionar propostas educacionais, bem mais adequadas aos novos tempos sociais, como é o caso do Facebook (fig.3) que possibilita acesso às informações de diferentes formas por meio de sons, imagens, textos e vídeos,

7 permitindo ao aluno melhorias na aprendizagem e contribuindo para o seu aperfeiçoamento na sua prática pedagógica. Figura 3 Página inicial do Facebook da disciplina Fonte: Facebook da disciplina O Facebook também serve para o diálogo e troca de informações entre os alunos na disciplina, abrindo espaços para abordagens sobre a prática pedagógica, conteúdos específicos da disciplina, dúvidas sobre um determinado conteúdo, enfim, um espaço reservado para a troca de energia, idéias, experiências e saberes com seus colegas, (fig. 4), constatando que nessa troca de ideias os alunos possam desempenhar uma autonomia onsiderável, buscando informações com os colegas da turma. Figura 4 Dialogando sobre a prática pedagógica Fonte: Facebook da disciplina Partindo da ideia de que os sujeitos também aprendem interagindo e buscando informações com o que lhe é favorável, a rede do Club Penguin (Fig. 5), permite que o sujeito interaja com outros sujeitos sem mesmo o conhecer,

8 criando um espaço de aprendizagem, permitindo um novo olhar ao aluno em sua multidimensionalidade, com seus diferentes estilos de aprendizagem e com suas diferentes formas de elaboração e de perceber a realidade na qual está envolvido. Figura 5 Página inicial do Club Penguin Fonte: Club Penguin Neste ambiente de aprendizagem, os jogadores criam um pinguim e então passeiam na ilha, participando de uma série de atividades e criativas. Os usuários podem conversar, mandar cartões com mensagens, usar emoticons ou escolher dentre uma série de ações pré-definidas, como acenar ou dançar. Também podem participar de festas temáticas e eventos especiais, interpretar um papel na peça de teatro, adotar e cuidar de um Puffle fofinho de estimação, e se divertir com os jogos para ganhar moedas virtuais, que podem ser usadas para decorar seu iglu e comprar diversas roupas para seu pinguim. Toda semana o site apresenta um novo conteúdo. E cabe ao professor, intermediar e intervir quando necessário pela página do Club Penguin (fig. 6) instigar, motivar, desafiar e orientar este processo de construção conjunta e constante em aulas interativas através desse espaço.

9 Figura 6 Espaço de interação entre os pinguins Fonte: Club Penguin O acesso ao conhecimento proporcionado pelas redes sociais na educação superior pode oferecer caminhos para essas novas propostas educacionais, bem mais adequadas aos novos tempos sociais, permitindo que as possibilidades para a autonomia na aprendizagem, facilitem a troca do paradigma pedagógico, pois ainda que a maioria dos alunos e professores estejam acostumados a uma forma receptiva de aula, há desses sujeitos que divergem dessa postura e exploram atividades por seu próprio interesse e iniciativa. 4. Considerações finais As redes sociais aqui entendidas como espaço de comunicação e interação entre professor e alunos na educação superior como apoio ao processo de ensino e aprendizagem representam um avanço nas formas de interação entre os seus usuários, bem como na variedade de ambientes que podem ser utilizados no processo de educação. Precisamos compreender o significado de uma rede social, dentro de sua dinâmica, sua inteligibilidade, sua racionalidade, suas características e princípios, ressignificando e modificando a própria base psíquica de comportamento. Então, as tecnologias atuais de comunicação representam não só um conjunto de ferramentas e métodos de funcionamento, mas uma composição simbólica que atua no desejo e na subjetividade. Por outro lado, o dinamismo ao uso das redes sociais na educação supeior constitui-se a partir de princípios científicos, formas de socialização, de

10 modo que, representam os limites, no qual os seres humanos atuam, reagem, vivem, porque os internalizaram através de vários mecanismos. Nas redes seu dinamismo rompe com o modo de ser moderno, criando novas possibilidades que vão atuando na subjetividade humana e no modo de ser humano. Portanto, estes ambientes podem oferecer ao professor e alunos definirem seus próprios caminhos de acesso às informações desejadas, afastando-se de modelos tradicionais de ensino e garantindo aprendizagens personalizadas. Referências [1] SILVA, Siony. Redes sociais digitais e educação. 2010.Revista Iluminart. Disponível em: http://www.cefetsp.br/edu/sertaozinho/revista/volumes_anteriores/volume1num ero6/volumes_anteriores/volume1numero5/artigos/volume1numero5artigo4. pdf. Acesso em: 13 abr. 2013. [2] GARCIA, Luís Manoel Mendes; FERREIRA, M. J. A rede social Facebook enquanto ferramenta de suporte ao ensino colaborativo/cooperativo. Revista do Departamento de Inovação, Ciência e Tecnologia. 2011. Disponível em: http://repositorio.uportu.pt/dspace/handle/123456789/440. Acesso em: 03 mai 2013. [3] ALMEIDA, M. E. B. Educação a distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, São Paulo, vol. 29, n. 2, jul/dez. 2003. p. 327-340. [4] SILVA, Marco. Criar e professorar um curso online: relato de experiência. In: SILVA, Marco (org). Educação online. São Paulo: Loyola, 2003, p. 51-73. [5] SCHLEMMER, Eliane. AVA: um ambiente de convivência interacionista sistêmico para comunidades virtuais na cultura da aprendizagem. Tese (Doutorado em Informática da Educação). Porto Alegre: Programa de Pós Graduação em Informática da Educação/UFRGS, 2002. [6] PFROMM NETTO, Samuel. Telas que ensinam: mídia e aprendizagem do cinema do computador. São Paulo: Alínea, 1998. [7] PALLOF, Rena M.; PRATT, Keith. Construindo comunidades de aprendizagem no ciberespaço: estratégias eficientes para salas de aula online. Porto Alegre: Artmed, 2002. [8] KENSKI, Vani M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas: Papirus, 2003.