Pinta-preta dos citros. Eng.-Agr. Derli Paulo Bonine

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Transcrição:

Pinta-preta dos citros Eng.-Agr. Derli Paulo Bonine

Pinta preta ou mancha preta dos citros é uma doença causada pelo fungo Guignardia citricarpa, que afeta todas as variedades de laranjas doces, limões verdadeiros, tangerinas e híbridos. Nunca foram observados sintomas da doença em frutos de lima ácida Tahiti.

Disseminada por meio de mudas, restos de material vegetal, água da chuva e vento, a doença não provoca alterações no sabor dos frutos, que podem ser comercializados para a indústria de suco, mas, devido à aparência, tornam-se impróprios para o mercado de fruta fresca. Em ataques severos, a pinta preta causa a queda acentuada dos frutos.

Ciclo da doença: Infecção secundária Infecção primária

Foto Eduardo Feichtenberg

Foto Eduardo Feichtenberg

Foto Eduardo Feichtenberg

SINTOMAS Uma das principais características da pinta preta é que os frutos podem estar contaminados, sem apresentarem os sintomas típicos da doença. O aparecimento de sintomas pode demorar até um ano, dependendo da variedade e das condições ambientais. O aparecimento é favorecido pela luminosidade combinada com altas temperaturas, sendo comum encontrar frutos com maior número de lesões na face exposta à luz do sol. Há vários tipos de lesões, nomeados de acordo com suas características, que podem variar dependendo do tamanho do fruto, condição climática e tipo de esporo responsável pela infecção.

Mancha preta ou mancha dura Falsa melanose Mancha rendilhada Mancha trincada Mancha sardenta Mancha virulenta

Medidas de prevenção: - Mudas sadias - a aquisição deve ser feita em viveiros certificados. As mudas são o meio mais importante de disseminação do fungo, pois as folhas podem estar infectadas sem apresentar os sintomas da doença. - Nutrição e sanidade - o pomar deve estar em boas condições de nutrição e sanidade. Plantas debilitadas e doentes são infectadas pelo fungo mais facilmente. - Quebra vento - a implantação de quebra-ventos contribui para reduzir a disseminação dos esporos que são carregados pelo vento a longas distâncias.

Manejo: - Frutos infectados - os frutos temporões infectados devem ser removidos antes do início da florada, evitando assim que o fungo existente nesses frutos infecte os frutos da nova florada. - Controle das plantas de cobertura - recomenda-se as práticas que formam cobertura morta sob a copa das plantas, como roçadeiras adaptadas, que dificultam a liberação dos esporos formados nas folhas em decomposição. - Aplicação de biofertilizante sobre as folhas caídas ao solo abrevia a decomposição das mesmas, reduzindo assim a produção de ascósporos e evitando, portanto, que esses sejam liberados após o florescimento.

Foto Eduardo Feichtenberg

Controle químico: - Protetores ou de contato: produtos a base de cobre (sulfato de cobre, hidróxido de cobre (Kocide, Garant), oxicloreto de cobre (Difere, Cupravit, Reconil) e óxido cuproso (Cobre Sandoz); e ditiocarbamatos (mancozeb (Dithane) e propineb). Cobre Sandoz

PRODUTOS A BASE DE COBRE DOSE (g Cu./100l) Calda bordalesa (Sulfato de Cobre) 90-100 Hidróxido de cobre 90 Óxido cuproso 75 Oxicloreto de cobre 90 Sulfato de Cobre 233 g/kg de Cobre Metálico: aplicar 430 g de Sulfato de Cobre por 100 litros de água = Calda Bordalesa a 0,5 % Cobre Sandoz Br (Óxido Cuproso 500 g/kg): aplicar 150 g/100 l de água Cupravit Azul BR (Oxicloreto de Cobre 350 g/kg): aplicar 260 g/100 l

Controle químico: - Sistêmicos: benzimidazóis - carbendazin = Derosal (não registrado), e tiofanato metílico (Cercobin 500 SC e Pomme). ATENÇÃO: não aplicar onde há alternária. - Estrobirulinas: pyraclostrobin (Comet), azoxystrobin (Amistar), tryfloxistrobin (Flint 500 WG). - Todos os fungicidas devem ser misturados com óleo vegetal ou mineral a 0,5 %. - Misturar sistêmico + protetor + óleo

Calendário:

- Tratamento tardio com cobre pode causar fitoxicidade nas frutas: