ALUMÍNIO NO BRASIL: TRANSFORMAÇÕES NOS ÚLTIMOS 15 ANOS



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Transcrição:

ALUMÍNIO NO BRASIL: TRANSFORMAÇÕES NOS ÚLTIMOS 15 ANOS Por Marcelo Massarente, Antonio Serrano, Leticia Machado, Luciana Hara e Victor Frazão

Marcelo Massarente é sócio, Antonio Serrano é gerente, Leticia Machado é consultora, Luciana Hara e Victor Frazão são consultores associados. Todos do escritório de São Paulo. Copyright 213 Bain & Company, Inc. Todos os direitos reservados. Conteúdo e Layout: Equipe Bain Brasil

Conteúdo 1. Introdução... 3 2. A demanda por alumínio: histórico do consumo e perspectivas... 3 3. O potencial de geração de valor se a demanda for atendida localmente... 7 4. O desafio da competitividade em alguns elos e os riscos para a cadeia... 9 5. Estimativa do impacto na indústria do alumínio e na economia brasileira.... 15 1

1. Introdução Poucos setores passaram por mudanças estruturais tão fortes nos últimos 15 anos quanto o setor de Alumínio no Brasil. Mudanças que criaram uma nova realidade tanto do lado do suprimento quanto do lado da demanda. No upstream, o país era o 6º maior produtor mundial e visto como um player relevante, integrado da Bauxita até a produção de alumínio primário (smelting). Discutiam-se ativamente maneiras de expandir a capacidade de smelting, sempre com foco em opções de autogeração de energia para melhorar a competitividade. A reciclagem era uma grande promessa, utilizada basicamente para garantir acesso ao metal a players muitas vezes informais, ou como uma tentativa de alguns players de fazer um hedge de custo para suas necessidades. Na Transformação, o grande tema discutido era como fomentar o crescimento da demanda, que por muito tempo parecia andar de lado. Nesse sentido, foram feitos estudos sobre desenvolvimentos tecnológicos para substituição de aço e plástico, maneiras de fomentar o uso de latas para bebidas, e até opções de integração vertical nos segmentos consumidores para defender o uso do metal. Passados 15 anos, encontramos um setor com uma pauta bastante diferente. As discussões sobre como gerar demanda continuam, mas agora buscando uma forma de superar o potencial intrínseco do país. A discussão mais intensa passou a ser ao redor de como garantir uma oferta competitiva, sobretudo nos setores de Primário e Transformação. Neste artigo será analisada um pouco dessa transformação e serão feitas algumas projeções sobre qual o potencial de geração de valor que a cadeia do Alumínio tem no Brasil, e os desafios que deve enfrentar para materializar esse potencial ao longo da próxima década. 2. A demanda por alumínio: histórico do consumo e perspectivas A demanda por alumínio cresceu fortemente nos últimos anos e deve continuar aquecida nos próximos. Embora as vantagens competitivas do Alumínio versus o aço e o plástico sempre tenham sido conhecidas (reciclabilidade, resistência à corrosão, resistência mecânica com menor peso específico etc.), havia a percepção de que usar alumínio era caro demais. Com uma combinação de aumento de renda e maior conscientização sobre temas de sustentabilidade, criaram-se as condições para que a demanda pudesse começar a se materializar. Nesse sentido, a demanda interna, que no período de 1998 a 24 oscilou entre 65 e 75 mil toneladas, sem nenhum crescimento efetivo, acelerou para mais de 1,4 milhões de toneladas em 213, efetivamente dobrando em dez anos (Figura 1). Hoje, 75% do consumo de alumínio no Brasil está em quatro setores, os mesmos quatro que concentram mundialmente a demanda pelo metal: Bebidas (embalagens), Transportes, Construção Civil e Eletricidade (Figura 2). 3

Figura 1: Nos últimos anos o país viu um forte crescimento no consumo de alumínio Consumo aparente de Alumínio ( t) 1.5 CAGR: 7.5% (2.1x PIB) 1. CAGR: 1.1% (.4x PIB) 5 1998 24 213E Fonte: ABAL, IBGE, clippings Figura 2: 75% do consumo de alumínio no Brasil está concentrado em 4 setores Consumo de Alumínio por setor (212, t) 75% 1% 8 29 17 19 16 12 25 Total=1.428 8 12 11 6 4 83 67 84 88 6 3 Outros Usos destrutivos Pó 2 Embalagens 14 16 Transportes 16 Construção civil 6 4 Eletricidade 3 Outros Fundidos e forjados Fios e cabos Extrudados Folhas Chapas Fonte: Anuário Estatístico ABAL 212 4

Todos esses setores registraram crescimento acima do PIB no período e viram o consumo relativo de alumínio crescer (Figura 3). As perspectivas para o futuro também são positivas. Diferentemente de aço e cimento, que são insumos muito utilizados na fase de construção da infraestrutura de um país, a curva de crescimento do consumo de Alumínio x PIB de um país pode até desacelerar, mas não se reverte depois de um certo patamar de desenvolvimento (Figura 4). No Brasil não deve ser diferente. Os quatro setores que concentram o uso de Alumínio têm perspectivas de crescimento bastante positivas. Nesses setores, também há forças que apontam para uma maior intensidade de consumo de Alumínio. Na indústria automotiva, por exemplo, ainda é pequeno o uso do metal por veículo quando comparado com outros países. Além disso, novas tendências estão surgindo nesses países e deverão aumentar ainda mais o potencial de uso de alumínio no setor (Quadro 1). Considerando todos esses fatores, parece razoável esperar que o consumo continue a crescer a taxas de 2x o PIB por algum tempo. Segundo nossas projeções, em 22, o Brasil já poderia estar consumindo entre 2,4 e 2,8 milhões de toneladas. Essa faixa de valores, aliás, ainda manteria o Brasil dentro da faixa de consumo per capita esperada, considerando o PIB projetado no final da década. Enquanto foram necessários quase 2 anos para adicionar 1 milhão de toneladas ao consumo, estima-se agora que serão necessários apenas sete para adicionar mais 1 milhão (Figura 5). Figura 3: Todos esses setores experimentaram no período crescimentos acima do PIB, e viram o consumo de alumínio relativo crescer Crescimento dos principais setores consumidores de Alumínio Maior intensidade do uso do Alumínio Crescimento médio anual 4-12 (%) 3.5 CAGR ton Alumínio (4-12) Construção civil 6. 11% O Alumínio tem sido cada vez mais utilizado como material para esquadrias, estruturas, forros, entre outros, principalmente por aspectos estéticos, durabilidade e eficiência térmica Transporte 5.5 5% Quando comparado ao Aço, o Alumínio traz vantagens como maior segurança (dissipação de energia em colisões) e menor peso (resultando em menor consumo de combustível e poluição) Bebidas (embalagens) 5.2 PIB 1% Mudanças nos hábitos de consumo (individual, ocasião etc.) têm impulsionado o share da lata no mix de embalagens. Hoje, já passa de 4% em cervejas, partindo de ~3% 2. 4. 6.% Nota: Construção civil - faturamento; Bebidas - faturamento, em R$, de cerveja e refrigerante; Transporte - número de auto veículos produzidos Fonte: Nielsen Tendências, Anuário ANFAVEA 213, IBGE 5

Figura 4: Há potencial de crescimento do consumo de alumínio no Brasil à medida que cresce a renda média per capita Consumo aparente de Alumínio vs. PIB PPP per capita (211) 6 Bélgica 4 KG per capita Alemanha Áustria Japão Eslovênia Suíça Suécia Itália Estados Unidos Canadá 2 China Reino Unido Austrália Turquia França Irlanda México Finlândia Brasil Argentina Índia Romênia África do Sul 2 4 6 US$K PIB PPP per capita Fonte: ABAL, EIU, WorldBank, ABM, International Cement Review, SNIC, IMF, análise Bain Consumo de Cimento vs. PIB per capita (21) 1. 8 6 4 2 1 2 3 4 5 6 GDP per capita (21 PPP US$K) KG per capita Consumo de Aço vs. PIB per capita (21) 1. 8 6 4 2 1 2 3 4 5 6 GDP per capita (21 PPP US$K) KG per capita Quadro 1: Indústria automotiva O crescimento do Alumínio no mercado automobilístico é iminente e os benefícios são diversos A indústria automotiva está em busca de soluções que aumentem a eficiência energética dos carros e diminuam as emissões de gás carbônico. Para isso, o alumínio tem se mostrado um material chave. Montadoras de modelos de luxo já fazem carros inteiramente de Alumínio (com exceção à parte interna), como o Audi A8, o BMW Série 6, o Mercedes-Benz SLS e o Range Rover Vogue. A novidade é que essa tendência começa a atingir também carros populares: a Ford apresentou a nova geração da F-15, a picape líder da categoria no mercado norte-americano, com a carroceria feita de Alumínio. O Alumínio no Brasil ainda tem bastante espaço para crescer no setor automotivo, uma vez que, em média, há menos de 5 kg de alumínio em um veículo, enquanto nos Estados Unidos e Europa esse número ultrapassa os 14 kg. Com o estímulo do novo programa Inovar Auto, deve aumentar ainda mais adoção do Alumínio no setor: há descontos nos impostos para carros que atingirem uma determinada eficiência energética quanto mais leve, maior a economia de combustível. Por tabela, ainda há ganhos dada a menor a emissão de gás carbônico. Fonte: Revista Exame, Abal 6

Figura 5: O consumo de alumínio deve continuar crescendo ~2x o PIB nos próximos anos podendo alcançar 2.4-2.8 milhões ton/ano em 22 Consumo doméstico de Alumínio (Mt) 3. 2.4-2.8 2. CAGR: 7-9% (~2x PIB) 1..7 CAGR: 1.1% (.4x PIB).8 CAGR: 8.3% (2.2x PIB) 1.4 1998 24 212 22 Fonte: ABAL, análise Bain 3. O potencial de geração de valor se a demanda for atendida localmente A demanda tem sido atendida localmente até hoje e a expectativa de crescimento futuro cria um enorme potencial de geração de valor. Até 212, se analisarmos capacidade, produção e balança comercial dos diferentes elos da cadeia, percebemos que o país (Figuras 6 e 7): a) conseguiu atender com folga à demanda nacional e se tornar um forte exportador de Bauxita e Alumina; b) atendeu à demanda de Primário e conseguiu ser um net exporter, embora o excedente esteja em forte declínio; c) fez os investimentos para ter a capacidade para atender à demanda de Transformados, mas, em virtude de perda de competitividade, viu a balança comercial se tornar negativa. Com essa configuração, a cadeia do Alumínio conseguiu adicionar muito valor ao país. Nos últimos cinco anos, os investimentos passaram de R$1B e foram recolhidos mais de R$2B de impostos. Apenas em 212, a cadeia teve um faturamento bruto na casa dos R$4B (~4% do PIB industrial) e empregou mais de 2 mil colaboradores diretos e indiretos. 7

Figura 6: O Brasil atendeu a demanda em Bauxita, Alumina e Primário, mas viu a balança comercial se tornar negativa em Transformados Net importação/exportação ( t) Bauxita Alumina 7.254 6.23 6.776 6.745 4.478 6.373 7.224 1.913 24 28 21 212 24 28 21 212 Alumínio Primário 86 719 524 ~5% são contratos cativos de exportação 39 Transformados 153 127 6 24 28 21 212 24 28 21-37 212 Fonte: ABAL Figura 7: Apesar da balança comercial negativa, o elo de Transformados tem capacidade instalada para atender toda a importação Capacidade instalada operacional ( t) 1% 34.956 2% 11.58 7% 1.688 17% 1.298 24% 695 8 4% 5% 48% 6 66% 27% 4 2 8% Bauxita 28% Alumina 52% Primário 213E 71% Laminados e Extrudados 213E 3% 49% Fios, cabos e fundidos 213E Utilização com substituição de importação* Capacidade desativada nos últimos 5 anos Capacidade ociosa Exportação Uso doméstico *Taxa de utilização caso produzisse o material que é importado Fonte: ABAL, clipping 8

Se toda a demanda prevista para 22 pudesse continuar a ser servida majoritariamente pela indústria nacional e se todos os projetos que já foram anunciados em Bauxita e Alumina para exportação se materializassem, os resultados para o país poderiam ser ainda melhores (Figura 8): a) investimentos de ~US$15-2B (acumulado 213-22); b) ~US$4B de impostos recolhidos (acumulado 213-22); c) mais de 1 mil novos empregos diretos e indiretos. Figura 8: Geração de valor potencial na cadeia do alumínio se o suprimento continuasse majoritariamente local Estimativa de potencial da cadeia de alumínio no Brasil US$B (acumulados 213-22) 22 ( 212) 4 Bauxita Upstream Alumina Primário Downstream 3 ~4 Produção (M ton) ~5 (+45%) ~15 (+55%) 1.8-2. (+3%) 2.3-2.7 (+8%) TOTAL 2 1 15-2 Downstream Faturamento (US$B) # Empregos diretos ( ) ~$15 (+9%) ~4 (+3%) ~$25 (+12%) ~145 (+7%) ~$4 (+11%) ~185 (+6%) Investimentos em ampliação de capacidade Upstream Impostos # Empregos indiretos ( ) 14 (+55%) Nota: Para 22 foi considerado LME de US$ 2,693/ton (projeção do WorldBank) Fonte: ABAL, CNI - ABAL, WorldBank, análise Bain 4. O desafio da competitividade em alguns elos e os riscos para a cadeia O problema é que, diferentemente do início dos anos 2, a competitividade da cadeia agora é bastante questionada e boa parte desse resultado potencial está em risco. Para os elos da Bauxita e da Alumina, as perspectivas continuam bastante positivas a maior dúvida é quando e em que ordem devem ser implementados os projetos anunciados, que somam quase 5Mt/ano. Entretanto, o mesmo não se pode dizer do setor de Smelting. 9

Nos últimos anos, o Brasil caiu de 6º para 8º maior produtor mundial e experimentou fechamento de 18% da sua capacidade instalada (Figura 9). O principal entrave do setor de Primários é a baixa competitividade no custo de energia elétrica. Nos países mais competitivos a energia elétrica representa menos de 25% do custo total de produção, com custo de energia abaixo de US$35/MWh podendo, nas novas fronteiras da África e Oriente Médio, ficar abaixo de US$25/MWh. Entretanto, no Brasil, de acordo com relatório de sustentabilidade da ABAL (212), a energia custa, em média, US$68/MWh, representando mais de 4% do custo total de produção. Para complicar, boa parte de nossa capacidade instalada usa tecnologia defasada (Soderberg ou, ainda quando Prebaked, com correntes abaixo de 18KA) com consumo específico de energia maior. Sem perspectivas de energia barata, as operações de Smelting no Brasil não só não conseguem justificar qualquer investimento em atualização tecnológica, como também ficam no topo da lista das multinacionais como candidatas a desativação em momentos de racionalização. Note-se o exemplo recente da Alcoa. A empresa, que tem no Brasil cerca de 1% de sua capacidade global, há pouco anunciou um plano para racionalizar 11% de sua capacidade. O corte no Brasil representou cerca de 25% do corte global, em uma clara demonstração de que a capacidade aqui instalada não é competitiva quando comparada com as demais opções da empresa. É verdade que a China, maior produtora mundial, não tem energia barata, e está entre os produtores de maior custo na curva de oferta atual. A grande diferença é que o planejamento central tem ativamente gerido a estrutura Figura 9: Nos últimos anos, o Brasil experimentou fechamento de 18% da sua capacidade instalada para produção de Alumínio Primário Capacidade instalada de produção de Alumínio Primário ( t) 2. 1.5 1.688 1.593 1.533 1.539 1.395 Exemplos de fechamento Agosto/213 - Alumar (consórcio da Alcoa, BHP Billiton e RioTintoAlcan) teve corte de produção anunciado de 92 mil toneladas - Alcoa anunciou a redução da produção em Poços de Caldas (MG) de 32 mil toneladas 1. Maio/213 - Novelis cortou 2 mil toneladas da produção de Ouro Preto (MG) 5 29 21 211 212 213* Soderberg Prebaked 21 - Novelis fechou a unidade de Aratu (BA) com capacidade de 6 mil ton 29 - Valesul fechou a fábrica de Santa Cruz (RJ), com capacidade de 95 mil ton *Até Agosto de 213 Fonte: ABAL, clippings, análise Bain 1

da indústria, forçando o fechamento da capacidade menos competitiva (todo Soderberg foi fechado até 25) e fomentando a abertura de novos smelters com altíssima escala e tecnologia (>4KA de corrente e escalas acima de 7kt/ano), com menor consumo específico de energia e custo de produção, amenizando o problema. Perdendo competitividade em seus smelters e com uma demanda crescente, o Brasil vai, muito em breve, tornar-se um net importer de metal. Basta pegar os dados do saldo de exportação menos importação de 212 (39kt) e considerar que, desses, cerca de 23kt são exportações cativas da Albrás para o Japão (representando a participação do consórcio NAAC no capital da empresa não disponíveis para o consumo local), somar os ~14kt de fechamentos de capacidade da Novelis e da Alcoa e fica fácil ver que já estamos sem nenhuma margem. Só é preciso que parte dos rumores sobre fechamentos de capacidade em outros players seja real e pronto: seremos net importers de fato já no ano que vem. Vale ressaltar que a utilização de Sucata como substituto para o Primário não é uma alavanca que pode resolver o problema. O Brasil tornou-se um dos maiores utilizadores de sucata, tendo atingido um patamar a partir do qual é difícil crescer muito mais (Figura 1). A sucata de curto prazo (latas usadas) já é quase que 1% reciclada e as sucatas de mais longo prazo ainda refletem o período de estagnação da demanda e vão levar alguns anos até mudar de patamar. Importar sucata é uma opção, mas cada vez mais complicada. Diversos países restringem a exportação de sucata bruta (inclusive na América do Sul) e muitos dos potenciais consumidores de sucata no Brasil são empresas pequenas e que dificilmente teriam acesso a crédito para trazer volumes significativos. Figura 1: A utilização de sucata no Brasil dobrou entre 2-212, tornando-se um dos maiores utilizadores de sucata do mundo O Brasil está entre os países que mais utilizam reciclados na Transformação Desde 2, o país dobrou o consumo de Sucata Consumo de Sucata/ produção de Transformados Aumento do uso de Sucata ( t) 4% 3 26 28 3 35 6 4 ~2x 58 2 18 1 2 China USA Japão Reino Unido Brasil 2 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 Nota: Produção de Transformados = consumo de Sucata + consumo de Primário Fonte: ABAL, COMTRADE 211 11

A situação competitiva da Transformação também não é das mais favoráveis hoje em dia. Em virtude dos avanços no emprego e na renda, combinados com a valorização cambial, deixamos de ser um país com mão de obra relativamente barata, e nossa energia cara também afeta esse elo (embora muito menos do que o anterior). Além disso, boa parte de nosso parque produtivo tem escala baixa ou tecnologia defasada. Claro que existem exceções, como a fábrica da Novelis em Pindamonhangaba e alguns ativos da CBA, para citar exemplos em Laminação. Em Extrusão, enquanto no Brasil boa parte das fábricas tem uma ou duas prensas e produz menos de 1kt/ano (e apenas as duas ou três maiores estão na faixa de 3-5kt), na China não é raro encontrar fábricas com mais de 5kt/ano, sendo que algumas têm planos para chegar em breve a mais de 1kt/ano. A relevância do custo do metal no custo total é diferente entre os setores da Transformação, mas é, no melhor dos casos, próxima de 75% (Figura 11). Se o custo do alumínio primário, em função da escassez, começar a subir demais, o impacto na cadeia pode ser muito severo. Importar alumínio primário trará desafios adicionais para a indústria de transformação. Primeiro, uma cadeia mais longa aumenta a necessidade de estoques de segurança e o risco de descasamento de preços do metal base entre o momento da compra e da venda amplificado pelo problema mais recente de volatilidade dos prêmios internacionais e locais, que nunca foi tão alta (Figura 12). Segundo, o mercado atual está bastante complicado para fluxos físicos de metal, com altos estoques travados em armazéns específicos suportando movimentos especulativos fomen- Figura 11: A relevância do custo do metal é diferente entre os setores da Transformação, mas é no melhor dos casos próxima de 75% Participação do cash cost (%) 1% 25 2 1 8 6 4 75 8 9 2 % demais custos % custos com metal Laminados Extrudados Fios, Cabos e outros fundidos Nota: Custo do metal baseado em LME + Prêmio Fonte: Estimativas Bain 12

Figura 12: A volatilidade dos prêmios locais está entre os maiores patamares históricos Histórico de prêmio de lingote (US$/ton) 55 5 45 4 Prêmio Brasil Acima de US$ 4 213 Prêmios internacionais - Até 28: até US$ 15-29-12: até US$ 25-213: prêmios chegam a US$ 3 35 3 25 2 15 29-12 Prêmio Brasil US$ 2-3 Até 28 Prêmio Brasil US$ 15-2 Prêmio Brasil - Até 28: US$ 15-2 - 29-12: US$ 2-3 - 213: prêmios acima dos US$ 4 1 5 1999 2 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 213 Rotterdam DP Premium Japan CIF Spot US Midwest Premium Fonte: CRU website, clipping, entrevistas tados por um baixo preço no LME e baixa taxa de juros. Por fim, não podemos esquecer os problemas comuns que ainda temos na logística do país para qualquer fluxo internacional, além das tarifas de importação. Se a cadeia de Transformação perder ainda mais competitividade, devemos ter efeitos distintos sobre cada um dos setores que a representam. Na Laminação, o mais globalizado dos setores de Transformação, a perda de competitividade deverá se refletir em forte aumento de importação de Chapas e Folhas. Existe capacidade sendo instalada muito além do potencial de consumo doméstico na China e no Oriente Médio, em fábricas grandes e modernas. Caso o prêmio do alumínio primário no Brasil continue a subir, estas fábricas se tornariam ainda mais competitivas versus o produto nacional, mesmo considerando as atuais tarifas de importação. Fortalecendo esse risco, também temos o fato de a China taxar as exportações de Primário, o que gera preços para a indústria local artificialmente menores do que o preço global, fomentando a transformação local para exportação. Já vimos recentemente as importações de laminados crescerem em virtude da valorização cambial e ultrapassarem os 2% em folhas por exemplo. Em alguns casos, importações de produtos finais têm ocorrido em larga escala, vindo substituir a produção nacional. Por exemplo, aparelhos de Ar Condicionado e Panelas, segmentos tradicionalmente consumidores de chapas e folhas de alumínio são produzidos cada vez menos localmente. 13

A Extrusão deve vivenciar um outro fenômeno se perder a sua competitividade: redução na demanda e substituição por aço ou plástico. Em todo o mundo, com exceção de perfis de alta performance ou produtos altamente padronizados, esse é um mercado local e não global. A complexidade do número de diferentes itens, associada à ineficiência logística para importar um material que é menos denso e mais sensível, tornam a importação quase inviável. Dessa forma, custos maiores se dividirão entre preços maiores e margens menores, mas o suprimento de perfis deve continuar a ser majoritariamente local, embora provavelmente menor. Outro efeito que poderá ser visto na cadeia de Extrusão é no suprimento de Tarugos e suas implicações. Em um cenário de falta de Primário, parece mais razoável que sejam importados Tarugos diretamente e não Lingotes para refusão. Existe disponibilidade de Tarugos no mercado internacional, mas a indústria de extrusão no Brasil é muito fragmentada e ainda faz um uso amplo de tarugos. Nesse caso, podemos ver o desaparecimento de pequenos players ou, o surgimento de um próspero negócio de importação e revenda de Tarugos. A cadeia de Fundição é uma das que devem sentir um efeito mais severo. O efeito é muito simples: sem competitividade, devemos ver importações de produtos finais, sobretudo autopeças. Mesmo hoje, a cadeia de autopeças já vem sofrendo com competitividade em peças fundidas, situação que só pode se agravar com escassez de metal local (Quadro2). Quadro 2: Quotes do setor de manufatura O setor de manufatura com insumos de alumínio já sente os efeitos da perda de competitividade da indústria do metal Compramos lingote e alumínio liquido de dois grandes fornecedores. Com a redução de capacidade de produção de alumínio primário, ficamos preocupados em termos problemas de abastecimento e aumentamos consideravelmente nossos estoques. Empresa de manufatura Agora já estamos trabalhando com estoques [de lingotes] em níveis mais baixos, mas o preço tem aumentado bastante. Por outro lado, é muito difícil importar este tipo de produto, pois implicaria manter estoques bem mais altos (3 dias em vez de 2-3 dias regulares), além de todos os desafios logísticos (atrasos na entrega, risco de greves portuárias, morosidade no desembaraço etc). Empresa de manufatura Como nossos clientes são as montadoras, é muito difícil repassar esse aumento adiante, apertando as nossas margens. Empresa de manufatura Se, por um lado, o Inovar Auto abre mais espaço para o uso de alumínio nos carros, por outro lado o preço do metal desafia a indústria local de autopeças. Desde meados de 212, as importações de blocos de motor (semimanufaturados) cresceram, dada a falta de competitividade local. Expert da indústria automotiva 14

5. Estimativa do impacto na indústria do alumínio e na economia brasileira As consequências da falta de competitividade no metal Primário e na Transformação certamente terão um impacto significativo em quanto será capturado do potencial de geração de valor que discutimos no começo dessa brochura. É difícil precisar a dimensão desse impacto, mas é bem possível imaginar um cenário no qual, em Primários, além de não se adicionar capacidade, continuaremos a ver fechamentos. Se isso ocorrer, restarão no Brasil apenas as instalações mais modernas ou com alto percentual de energia auto-gerada. Além disso, não serão feitos os grandes investimentos em Laminação a Quente necessários, nem adicionada capacidade para refusão de tarugos. Em um cenário mais pessimista, nem o investimento necessário para manter a capacidade de Transformação instalada atualmente seria feito e, progressivamente, veríamos o suprimento local se reduzir. Uma simulação relativamente simples nos levaria a concluir que seriam gerados ~35 mil empregos diretos a menos e o faturamento do setor seria ~2% mais baixo, com menos investimentos e impostos recolhidos. Além disso, o saldo da balança comercial brasileira se reduziria de ~US$5B para ~US$2,5B (Figuras 13 e 14). Um efeito colateral relevante seria uma reversão na atual tendência de redução da informalidade do setor. Na luta pela sobrevivência, não é difícil imaginar que certos atores possam preferir os riscos da informalidade à certeza do fechamento. O impacto é simples: menos impostos recolhidos. Figura 13: Em um cenário sem recuperação de competitividade, a produção de Primários e Transformados ficará menor que potencial Produção de Primários e Transformados em 22 (M ton) 3. 2.5-27% 2. 1.9-36% 1.9 1.2 1. Cenário sem recuperação de competitividade Cenário potencial Alumínio Primário Transformados Fonte: ABAL, CNI-ABAL, análise Bain 15

Figura 14: A menor competitividade da cadeia de alumínio causa impactos relevantes no potencial do setor e na economia brasileira Empregos diretos (milhares) - 22 Saldo da balança (US$B) - 22 ~185 Downstream -2% ~15 5.4 5.5 Potencial Não recuperando competitividade Downstream 5.1 2.5 Upstream Potencial Não recuperando competitividade Upstream -.3-3. Total Investimento (US$B) - 213-22 Impostos (US$B) - 213-22 15-2 Downstream -3% 1-15 ~4-15% ~35 Downstream Upstream Upstream Potencial Não recuperando competitividade Potencial Não recuperando competitividade Fonte: ABAL, CNI-ABAL, WorldBank, análise Bain É importante que o país busque uma forma de, no longo prazo, recuperar a competitividade da produção Primária, com políticas de incentivo à renovação tecnológica dos parques e de investimento na autogeração competitiva de energia, além da desoneração da energia de mercado. Garantir a competitividade desse elo da cadeia é importante para manter também os demais elos saudáveis, como foi demonstrado. Também é preciso incentivar a produção de Transformados. Seja atuando de forma mais estrutural nos custos de conversão (por exemplo, através de incentivos para modernização do parque), seja atuando em alavancas para evitar que, no curto e médio prazos, o setor sofra com falta de abastecimento de metal Primário (por exemplo, melhorando a logística de importação, incentivando a criação de armazéns da LME no Brasil, atuando nas tarifas de importação, buscando acordos de preferência tarifária). Um exemplo nessa área é o Japão, que já foi um relevante produtor de Primários, perdeu totalmente a competitividade e a produção nesse elo, mas conseguiu manter a indústria de Transformados viva e competitiva até hoje. Outro é a Coreia do Sul que, mesmo sem ter produção de Primário, conta com uma relevante produção de Transformados. Pode haver um cenário para o futuro em que o mesmo aconteça no Brasil. Entretanto, é lamentável imaginar que, em um setor onde, diferentemente do caso japonês, temos tanta abundância de matéria-prima competitiva (4º maior reserva de Bauxita do mundo), onde fomos durante tanto tempo autossuficientes e exportadores em todos os elos, quando finalmente conseguimos ter uma demanda interna sólida e próspera, possamos estar fadados a nos tornar exportadores de Alumina, grandes importadores de Primário e, muito provavelmente, também de Transformados. 16

Este relatório baseia-se em pesquisa secundária de mercado, em análise de informações financeiras já disponíveis ou enviadas à Bain & Company e em uma gama de entrevistas com participantes do setor. A Bain & Company deixa claro que não verificou, de forma independente, qualquer informação fornecida ou à sua disposição e, por isso, não garante, expressa ou implicitamente, que tais dados sejam corretos ou completos. Projeções de mercado, informações financeiras, análises e conclusões contidas neste documento estão fundamentadas no tipo de informação mencionado acima e no julgamento da Bain & Company. Portanto, não devem ser entendidas como previsões definitivas nem como garantias de desempenho ou de resultados futuros. Além disso, os dados e as interpretações aqui presentes não constituem aconselhamento de nenhum tipo, não se destinam ao uso para fins de investimento, e nem a Bain & Company nem nenhuma de suas subsidiárias ou seus sócios, diretores, acionistas, funcionários ou representantes assumem qualquer encargo ou responsabilidade com relação à utilização ou à confiabilidade de qualquer informação ou análise incluída nestas páginas. Todos os direitos deste documento pertencem à Bain & Company, e ele não pode ser publicado, transmitido, distribuído, copiado, reproduzido nem republicado, no todo ou em parte, sem a permissão explícita, por escrito, da Bain & Company.

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