A Revolução Tranquila Emergente nos Sistemos Agroalimentares Africanos: Desafios para Moçambique David Tschirley, Michael Dolislager, Jason Snyder, Thomas Reardon Apresentação na MOZEFO Maputo, Moçambique 19 de Março de 2015
Abordagem Urbanização & crescimento do rendimento por capita Dieta & outras transformações (fazenda, midstream, downstream)
Abordagem Urbanização & crescimento do rendimento por capita Taxa de evolução Dieta & outras transformações (fazenda, midstream, downstream) Rapidez & natureza das transformações Política Investimento Privado Investimento Público
Approach Urbanização & crescimento do rendimento por capita Taxa de evolução Dieta & outras transformações (fazenda, midstream, downstream) Rapidez & natureza das transformações Política Investimento Privado Investimento Público
Abordagem (2) Enfoque primário na África Oriental e Austral (ESA) Dados de LSMS da Etiópia, Uganda, Tanzânia, Moçambique, Malawi, Zâmbia As características de Moçambique se encaixam muito bem no panorama regional Possíveis excepções / diferenças Padrão do assentamento populacional urbano Dependência de importações actual e no futuro Efeitos da explosão dos recursos
Enfoque Urbanização Africana e crescimento do rendimento O crescimento do rendimento africano não está sendo capturado apenas por uma elite urbana Oportunidades do Agronegócio A procura crescente e em evolução entre os pobres impulsiona a mudança maior no sistema agroalimentar neste momento Importações Os acontecimentos na ESA são bastante divergentes mas as tendências em Moçambique são preocupantes Emprego Muito depende da forma como é gerida a explosão dos recursos naturais Concentra-se sobretudo na ESA
Urbanização Africa está a urbanizar rapidamente A ocorrer mais rápido nas vilas e cidades mais pequenas do que nas grandes cidades Favorece as ligações rurais-urbanas Mozambique tem a distribuição da população urbana mais desconcentrada na ESA Maior potencial vantagem A procura urbana já é > 50% do mercado alimentar em ESA A segurança alimentar incluindo rural refere-se cada vez mais às cadeais de abastecimento ruralurbano
Crescimento do rendimento Amplamente conhecido que o crescimento tem sido muito mais rápido nos últimos 15 anos A distribuição entre Agregados Familiares (AF) na ESA a equidade do crescimento na região tem sido: Em geral desigual, mas Extremamente variável, e No geral, suficientemente ampla para impulsionar uma transformação rápida, se continuar Moçambique está bem no meio em termos de desigualdade do crescimento
Se o crescimento continuar assim Populações e partes por classe de rendimento na ESA em 2010 e2040, assumindo continuação da taxa e distribuição do crescimento do PIB recente 2010 2040 Classe de Rendimento (Rendimento PPP por capita) Parte Parte Na ESA no seu todo 100% 100% $0-$2 (pobre conforme o limiar de pobreza internacional ) 72.5% 19.3% $2-$4 19.9% 28.7% $4-$10 6.5% 33.9% $10-$20 0.9% 12.0% >$20 0.2% 6.1% Fonte: Cálculos do autor, com base em PovcalNet
Se o crescimento continuar assim Populações e partes por classe de rendimento na ESA em 2010 e2040, assumindo continuação da taxa e distribuição do crescimento do PIB recente 2010 2040 Classe de Rendimento (Rendimento PPP por capita) Proporção Proporção Na ESA no seu todo 100% 100% $0-$2 (pobre conforme o limiar de pobreza internacional ) Fonte: Cálculos do autor, com bas em PovcalNet 72.5% 19.3% $2-$4 19.9% 28.7% $4-$10 6.5% 33.9% $10-$20 0.9% 12.0% >$20 0.2% 6.1%
Enfoque Urbanização Africana e crescimento do rendimento O crescimento do rendimento africano não está sendo capturado apenas por uma elite urbana Oportunidades do Agronegócio A procura crescente e em evolução entre os pobres impulsiona a mudança maior no sistema agroalimentar neste momento Importações Os acontecimentos na ESA são bastante divergentes mas as tendências em Moçambique são preocupantes Emprego Muito depende da forma como é gerida a explosão dos recursos naturais Concentra-se sobretudo na ESA
A ascenção dos alimentos processados Nãoprocessados Processados, Baixo Valor Acrescentado Processados, Alto Valor Acrescentado Nãoperecível Legumes Grãos de milho Outros Farinho de milho Arroz branqueado Açucar Outros Oleos vegetais Pães Almentos fora de casa Outros Perecível Vegetais Peixe fresco Frutas Outros Bife Outras carnes (incl. aves) Peixe seco/embalado Outros Alimentos fora de casa Lacticínios Outros
A ascenção dos alimentos processados Alimentos processados penetraram Profundamente (69% de todos os alimentos comprados) Amplamente Comparável nas áreas rurais e urbanas, entre classe pobre e classe alta Mudança dramática nos padrões de consumo abaixo do limiar da pobreza internacional
Resultados da regressão do kernel nas proporções do orçamento de alimentos adquiridos, adicionalmente ponderados pela população, em 5 países da ESA Não processado não-pericível Pouco processado não-pericível Alt. processsado não-pericível Não processado pericível Pouco processado pericível Alt. processado pericível Fonte: Cálculos do autor, a partir de conjuntos de dados de LSMS
Resultados da regressão do kernel nas proporções do orçamento de alimentos adquiridos, adicionalmente ponderados pela população, em 5 países da ESA Não processado não-pericível Pouco processado não-pericível Alt. processsado não-pericível Não processado pericível Pouco processado pericível Alt. processado pericível Fonte: Cálculos do autor, a partir de conjuntos de dados de LSMS
Resultados da regressão do kernel nas proporções do orçamento de alimentos adquiridos, adicionalmente ponderados pela população, em 5 países da ESA Não processado não-pericível Pouco processado não-pericível Alt. processsado não-pericível Não processado pericível Pouco processado pericível Alt. processado pericível Fonte: Cálculos do autor, a partir de conjuntos de dados de LSMS
Resultados da regressão do kernel nas proporções do orçamento de alimentos adquiridos, adicionalmente Ponderados pelas populações, em 5 países da ESA A maioria das mudanças da dieta já occorreu quando um agregado familiar sobe até o limiar de pobreza internacional Não processado não-pericível Pouco processado não-pericível Alt. processsado não-pericível Não processado pericível Pouco processado pericível Alt. processado pericível Fonte: Cálculos do autor, a partir de conjuntos de dados de LSMS
Medição do impacto Rapidez da mudança da dieta (V) Soma dos quadrados das inclinações das seis linhas das proporções orçamentais Despesas totais com os alimentos (E) Cada medida ao longo da distribuição total das despesas Impacto na mudança do sistema alimentar = V*E
Medição do impacto total na mudança do sistema alimentar por nível de rendimento, na ESA Fonte: Cálculos do autor a partir de conjuntos de dados de LSMS
Medição do impacto total na mudança do sistema alimentar por nível de rendimento, na ESA Este grupo completamente abaixo do limiar de pobreza internacional impulsiona a mudança do sistema alimentar Grandes implicações para mudança estrutural para além da próxima década Fonte: Cálculos do autor a partir de conjuntos de dados de LSMS
Elasticidades de despesas por classificação de pericibilidade e processamento, classe de rendimento, rural/urbana (2010) Categoria de Alimento Rural Urbana Na ESA no seu todo Própria produção consumida Não-pericível Não processado Pouco Processado Altamente Processado Pericível Não processado Pouco Processado Altamente Processado 0.95 0.39 0.82 0.81 0.55 0.75 0.87 0.70 0.83 1.07 1.00 1.05 0.73 0.80 0.75 1.20 1.18 1.19 1.36 1.28 1.34 Fonte: Cálculos do autor a partir de dados de LSMS
Elasticidades de despesas por classificação de pericibilidade e processamento, classe de rendimento, rural/urbana (2010) Categoria de Alimento Rural Urbana Na ESA no seu todo Própria produção consumida Não-pericível Não processado Pouco Processado Altamente Processado Pericível 0.95 0.39 0.82 0.81 0.55 0.75 0.87 0.70 0.83 1.07 1.00 1.05 Não processado 0.73 0.80 0.75 Pouco Processado 1.20 1.18 1.19 Altamente Processado 1.36 1.28 1.34 Fonte: Cálculos do autor a partir de dados de LSMS
A ascenção dos alimentos processados Crescimento do mercado projectado, 2010-2040 (proporção estimada do orçamento de alimentos adquiridos, 2040) Não processado Processado, Acrescentado Valor Baixo Processado, Acrescentado Valor Elevado Não-pericível 4x (8%) 5.5X (17%) 7X (23%) Pericível 6.5X (20%) 8X (18%) 10X (15%)
Enfoque Urbanização Africana e crescimento do rendimento O crescimento do rendimento africano não está sendo capturado apenas por uma elite urbana Oportunidades do Agronegócio A procura crescente e em evolução entre os pobres impulsiona a mudança maior no sistema agroalimentar neste momento Importações Os acontecimentos na ESA são bastante divergentes mas as tendências em Moçambique são preocupantes Emprego Muito depende da forma como é gerida a explosão dos recursos naturais Concentra-se sobretudo na ESA
Será que as importações captam o aumento na procura? Constatámos na região que as proporções de importação líquidas do consumo alimentar diminuem com o rendimento nas áreas urbanas Porquê? Cereais locais cereais importados, MAS Lei de Bennett: Cereais carne, lacticínios (também produtos frescos) todos em grande medida produzidos localmente Mas Moçambique pode ser muito diferente
Importações Agrícolas Líquidos como Proporção da Produção Agrícola, Países da ESA, 1980-2011 3.5 Importações agrícolas líquidos / produção agrícola 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0-0.5 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Angola Botswana Burundi Ethiopia Kenya Malawi Mozambique Rwanda Tanzania Uganda Zambia -1-1.5 Fonte: Cálculos do autor, a partir de FAOSTAT
Importações Agrícolas Líquidos como Proporção da Produção Agrícola, Países da ESA, 1980-2011 Importações agrícolas líquidos / produção agrícola 3.5 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0-0.5 Botswana 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Angola Botswana Burundi Ethiopia Kenya Malawi Mozambique Rwanda Tanzania Uganda Zambia -1-1.5 Fonte: Cálculos do autor, a partir de FAOSTAT
Importações Agrícolas Líquidos como Proporção da Produção Agrícola, Países da ESA, 1980-2011 Importações agrícolas líquidos / produção agrícola 3.5 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0-0.5 Botswana Angola 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Angola Botswana Burundi Ethiopia Kenya Malawi Mozambique Rwanda Tanzania Uganda Zambia -1-1.5 Fonte: Cálculos do autor, a partir de FAOSTAT
Importações Agrícolas Líquidos como Proporção da Produção Agrícola, Países da ESA, 1980-2011 Importações agrícolas líquidos / produção agrícola 3.5 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0-0.5 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 Angola 1996 1998 2000 Botswana 2002 2004 2006 Moçambique 2008 2010 Angola Botswana Burundi Ethiopia Kenya Malawi Mozambique Rwanda Tanzania Uganda Zambia -1-1.5 Fonte: Cálculos do autor, a partir de FAOSTAT
Importações Agrícolas Líquidos como Proporção da Produção Agrícola, Países da ESA, 1980-2011 0.8 Importações agrícolas líquidos / produção agrícola 0.6 0.4 0.2 0-0.2-0.4-0.6-0.8 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 Angola 1996 1998 2000 2002 2004 Moçambique 2006 2008 2010 Burundi Ethiopia Kenya Malawi Mozambique Rwanda Tanzania Uganda Zambia -1-1.2 Fonte: Cálculos do autor, a partir de FAOSTAT
Importações Agrícolas Líquidos como Proporção da Produção Agrícola, Países da ESA, 1980-2011 0.8 Importações agrícolas líquidos / produção agrícola 0.6 0.4 0.2 0-0.2-0.4-0.6-0.8 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 Angola 1996 1998 2000 2002 Kenya 2004 Moçambique 2006 2008 2010 Burundi Ethiopia Kenya Malawi Mozambique Rwanda Tanzania Uganda Zambia -1-1.2 Fonte: Cálculos do autor, a partir de FAOSTAT
EnfoqueFocus Urbanização Africana e crescimento do rendimento O crescimento do rendimento africano não está sendo capturado apenas por uma elite urbana Oportunidades do Agronegócio A procura crescente e em evolução entre os pobres impulsiona a mudança maior no sistema agroalimentar neste momento Importações Os acontecimentos na ESA são bastante divergentes mas as tendências em Moçambique são preocupantes Emprego Muito depende da forma como é gerida a explosão dos recursos naturais Concentra-se sobretudo na ESA
A transformação estrutural 1 Saída da agricultura Toda SSA e Ásia - Proporção da Força Laboral Agrícola vs Rendimento por capita (PPP) com linha de correlação logarítmica (Log fitted line?) 0.9 Proporção da força laboral na Agricultura 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 Rendimento por capita PPP
A transformação estrutural 1 Saída da agricultura Toda SSA e Ásia - Proporção da Força Laboral Agrícola vs Rendimento por capita (PPP) com linha de correlação logarítmica (Log fitted line?) 0.9 Proporção da força laboral na Agricultura 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 Sem esta transferência de trabalho fora da agricultura, a desigualdade entre áreas rurais e urbanas aumenta 0.1 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 Rendimento por PPP
1 A transformação estrutural Saída da agricultura Toda SSA e Ásia - Proporção da Força Laboral Agrícola vs Rendimento por capita (PPP) com linha de correlação logarítmica (Log fitted line?) 0.9 Proporção da força laboral na Agricultura 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 Sem esta transferência de trabalho fora da agricultura, a desigualdade entre áreas rurais e urbanas aumenta E países ricos em recursos tendem ter uma transferência fora da agricultura muito lenta 0.1 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 Rendimento por capita PPP
A transformação estrutural Produtividade de trabalho média por sector Sem efeito de recursos naturais (crescimento de 4.5% ) 16 14 12 Resto da Economia Agricultura USD '000/ano 10 8 6 4 2 0 2010 2025 2040 Ano
A transformação estrutural Produtividade de trabalho média por sector Sem efeito de recursos naturais (crescimento de 4.5% ) 16 14 12 Resto da Economia Agricultura USD '000/ano 10 8 6 4 2 3.4X 0 2010 2025 2040 Ano
A transformação estrutural Produtividade de trabalho média por sector Com e sem efeito de recursos naturais (crescimento de 4.5% ) 16 14 Agricultura com efeito de RN Resto da economia com efeito de RN 12 USD '000/ano 10 8 6 4 2 0 2010 2025 2040 Ano
A transformação estrutural Produtividade de trabalho média por sector Com e sem efeito de recursos naturais (crescimento de 4.5% ) 16 14 Agricultura com efeito de RN Resto da economia com efeito de RN USD '000/ano 12 10 8 6 4 9.7X 2 0 2010 2025 2040 Ano
A má gestão de uma explosão de recursos naturais pode resultar num sector rural que é maior e mais empobrecido do que na ausência de uma explosão de recursos
Sumário & Implicações As alterações estáo a ser muito rápidas agora Impulsionadas pela mudança rápida da dieta entre os pobres Grandes oportunidades para aricultores, comerciantes, transportadores, processadores Como Moçambique atinga o crescimento da produtividade do sistema agroalimentar inteiro, necessário para capturar estas oportunidades? Beneficiar os seus próprios agricultores e empresários em vez de aqueles noutros países
Sumário & Implicações (2) A Revolução Tranquila emergente Empresas micro-pequenas-médias locais Multinacionais não-ocidentais tornam-se actores principais OLAM, Export Trading Group, outras Sulafricanas (Shoprite/Checkers, Tiger Brands, outras) Também actores bem conhecidos, tais como Walmart, Carrefour, Nestle, Parmalat
Sumário & Implicações (3) As empresas micro, pequenas e médias podem concorrer? Quais os pacotes de assistência que podem ser entregues de forma efectiva? Os agricultores podem responder? O investimento agrícola deve aumentar dramaticamente e abandonar os subsídios, em prol de potenciadores da produtividade
Leve para Casa O padrão de assentamento urbano espacialmente disperso de Moçambique deveria ser uma grande vantagem em criar cadeias de abastecimento ruralurbano que capturam estas oportunidades Mas a sua baixa produtividade, a elevada dependência de importações actual, e a nova explosão de recursos, apresentam grandes desafios para o fazer A política pública (ambiente propício) e o investimento público para aumentar a produtividade serão essenciais
Perguntas?