Grandes projectos e reprodução da pobreza em Moçambique
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1 Observatório do Meio Rural Universidade Politécnica Grandes projectos e reprodução da pobreza em Moçambique João Mosca Lisboa, CEsA - ISEG/UTL, 21 de Março 2013
2 Apresentação Introdução e contexto Evolução das contas nacionais Produção alimentar Pobreza e desigualdades Democracia, transparência e corrupção Resumo
3 Introdução e contexto
4 Perspectivas de escassez e alta de preços de alimentos Procura de recursos naturais (energéticos, madeiras, pesca, etc.) Extracção de recursos Capital Intensivo Terra Mão-de-obra barata EXPORTAÇÃO
5
6 F Evolução do Investimento Soja, algodão e milho Gás e petróleo Principais recursos e zonas Energia F Gás F AL
7 Emergência de grandes economias As relações Sul-Sul versus Norte Sul: Igual a grandes potencias? mudanças na divisão internacional do trabalho? Que mudanças na cooperação internacional
8 Contas nacionais (BP, OGE, PIB, Emprego, Inflação) Desenvolvimento local Grandes projectos Agricultura (produção alimentar) Pobreza e Segurança alimentar
9 Evolução das contas nacionais
10 PIB: Crescimento sectorial Taxa de crescimento da economia, preços de 2003 Crescimento sectorial entre 2000 e 2010, preços de 2003 Fonte: INE. Fonte: INE.
11 Estabilidade macroeconómica? Taxa de inflação Fonte: Banco de Moçambique. Câmbio médio anual (MZM/US$) Taxa de juros de investimento Défice público/pib com recusos externos (%) Défice público/pib sem recursos externos Défice comercial/pib (%)
12 Balança comercial com e sem grandes projectos
13 Balança de pagamentos com e sem grandes projectos
14 Proporção dos grandes projectos nas exportações e importações
15 Principais exportações Extracção de recursos representa perto de 80% da exportações
16 Orçamento Para as empresas mineradoras, estimativas mostram que o Estado perde anualmente por volta de milhões de dólares (± 15 mil milhões de meticais) com esses incentivos (excluindo fugas ao fisco), o que, grosso modo, corresponde a 20% do OGE corrente, ou mais de 10 vezes o total de recursos financeiros distribuídos anualmente pelos distritos (Castel-Branco 2011)
17 Orçamento Castel-Branco (2012) refere que o Estado poderia aumentar as suas receitas fiscais em US$ 320 milhões em 2007, aumentando-as em mais de 50%. Esta cifra poderia chegar aos US$ 420 milhões em 2008 com os novos mega projectos (se estes tiverem sido concretizados). A título de comparação, a totalidade de apoio geral dos doadores ao orçamento de Estado em 2008 rondou os US$ 450 milhões.
18 Acumulação: Balança Poupança interna (bruta)/pib Investimento total/pib Fonte: Banco Mundial.
19 Acumulação: consumo percentagem do consumo final sobre o PIB Crescimento anual do PIB, do consumo final, privado e do governo, 2003=1,00 Fonte: Banco de Moçambique. Fonte: Banco de Moçambique.
20 Acumulação: evolução do investimento Fonte: CPI, recolha directa de informação.
21 Distribuição do investimento Distribuição sectorial do total do investimento (2001 e 2010) Concentração do volume de investimento por projectos Fonte: CPI, recolha directa de informação.
22 Emprego: Investimento ($) por emprego criado Geração de emprego formal é inferior ao fluxo de entrada de população em idade activa
23 Emprego criado com e sem grandes
24 Peso dos recursos externos nas principais balanças macroeconómicas (em %) , , ,6 44,1 0 17,2 14, Financiamento do orçamento por recursos externos Taxa de cobertura do total da c.corrente e de capitais pelo IDE Volume da cooperação/pib
25 Determinantes do crescimento Analisando as regressões, foi possível concluir-se o seguinte (1): Os gastos públicos, o défice público, a FBCF, o consumo público, o crédito, as exportações, as importações, o consumo privado, a população, os donativos, os gastos em educação e os recursos externos, são as variáveis que, isoladamente, explicam as variações registadas no PIB per capita. Visto que apresentam um coeficiente de determinação superior a 80%.
26 Analisando as regressões, foi possível concluir-se o seguinte (2): Não existem evidências que a inflação, o IDE e os empréstimos exetrnos, isoladamente, tenham influência sobre o comportamento do PIB per capita.
27 Produção alimentar
28 Produção per capita de Mandioca+Milho+Sorgo+Arroz (Kg/hab) (-26%) Fonte: FAO
29 Determinantes do crescimento da produção agrária Importação de Câmbio médio População rural Sector agrário fertilizantes anual Despesas de investimento Despesas de funcionamento Produção agricola Área agrária Taxas de juro População rural 1 Sector agrário Importação de fertilizantes Câmbio médio anual Despesas de investimento Despesas de funcionamento Produção agricola Área agrária Taxas de juro
30 Evolução na utilização de factores de capital % de Exploracoes que usam 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% Fertilizantes 4% 3% 4% 5% 4% Pesticidas 6% 5% 5% 5% 5% Traccao animal 11% 11% 9% 12% 12% Rega 10% 6% 6% 11% 13%
31 Produtividade agrária em culturas seleccionadas ao longo de 4 décadas Rendimento (ton/ha) 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Milho Arroz Mapira Amendoim 1971/72 0,45 1,28 0,52 0, /92 0,5 1,24 0,17 0, /08 0,62 0,64 0,34 0,22
32 Evolução na utilização de factores de capital Explorações que utilizam os seguintes factores Descrição Em percentagem Uso de fertilizantes 2.67% 3.94% Pesticidas 4.96% 2.61% Acesso a crédito 4.0% 2.39% Em unidades Tractores Charruas Electrobombas Motobombas Camiões Camionetas
33 Evolução da produção de alguns bens alimentares Anos Milho Sorgo Arroz 1961 Tonelada
34 Evolução da produtividade e das calorias ( ) Culturas alimentares Índice de produtividade Calorias (pessoa / dia) , , , , , , ' Fonte: MPD: IOF
35
36 Pobreza e desigualdades
37 Evolução percentual da pobreza, em percentagem da população Fontes: Inquérito aos orçamentos familiares - IOF (MPD, 2010) para as percentagens de Pobreza e Francisco (2011a) para a pobreza rural
38 Evolução da população pobre, (milhares) Fontes: IOF - MPD, (2010) para as percentagens de pobreza e INE (2010) para a população.
39 Equidade Social Índice de Gini Fonte: PNUD.
40 Equidade Social Distribuição da riqueza, em percentagem % mais 40% mais ricos Fonte: PNUD para o 1º gráfico e António Francisco para o 2º gráfico (lado direito).
41 Democracia, transparência e corrupção
42 Democracia Reforço do controlo da informação (Pemba e reuniões da Frelimo com órgãos de informação) Redução das liberdades de manifestação e represálias (antigos combatentes, médicos, ) Utilização da violência para reprimir manifestações (Cateme) Exclusão de cidadãos críticos Não diálogo com partidos da oposição Constantes ameaças da Renamo de acções violentas
43 Transparência Contratos com multinacionais para a exploração de recurso naturais Acordo de Cahora Basssa Licenciamentos de terra e de exploração mineira Acesso à informação
44 Corrupção Índice de Percepção da Corrupção Comissões nos investimentos externos? Promiscuidade política e negócios Gestão danosa dos fundos públicos Desvio de fundos públicos Índice de Percepção da Corrupção e Ranking/nº países avaliados Ranking Fonte: Transparency International. IPC
45 Resumo
46 Mudança estrutural? 1. De uma economia exportadora de serviços para a região, para uma economia exportadora de recursos naturais e de commodities? 2. Dos sectores de (1) transportes, (2) exportação de mãode-obra, e (3) comércio, para (1) recursos naturais, (2) commodities, (3) energia, (4) transportes, (5) e (6) finanças e serviços públicos.
47 Padrão de acumulação externo para África do Sul, novas grandes e economias. De Portugal e África do Sul
48 Articulação da extroversão da economia com a economia interna Pequenas e médias empresas de serviços Agricultura de subsistência empobrecida Economia informal Competitividade assente na mão-de-obra barata, em benefícios fiscais e facilidades de operação
49 Economia exportadora assente na dependência alimentar e na pobreza Dependência alimentar (balança comercial alimentar e níveis de subnutrição) Pobreza Desigualdades sociais (com conflitualidade?)
50 Democracia Redução dos direitos e liberdades dos cidadãos Mais musculação da governação Clima de medo
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