Brasil: Desafios para o Desenvolvimento Econômico e Social

Transcrição

1 12º Semana de Tecnologia Metroferroviária UNIMETRO - AEAMESP Brasil: Desafios para o Desenvolvimento Econômico e Social Glauco Arbix Professor do Depto. de Sociologia Universidade de São Paulo - USP São Paulo, 31 de agosto de 2006

2 Destaques da Apresentação 1. Avanços na economia 2. Questões sociais 3. Inovação e pequena empresa 4. Desafios

3 Após s 25 anos, o Brasil está em condições de retomar um processo de crescimento sustentado Doze anos com inflação baixa. Regime de metas está consolidado Ajuste dos últimos 7 anos reduziu a vulnerabilidade externa. Queda do risco País Ajuste fiscal reverteu trajetória de crescimento da relação dívida/pib Previsão de crescimento 2006: cerca de 4%. Consumo das famílias deve crescer 5% Investimento em 2006 já aumentou 10% e retomou patamar de crescimento de 2004

4 2. Questões Sociais Avanços no combate à pobreza, extrema pobreza e desigualdade social

5 Índice de Desigualdade (Gini) 0,570 0,565 0,560 0,555 0,550 0,545 0,567 0,566 0,563 0,554 0, Fonte: IBGE (PNAD)

6 Desigualdade de renda caiu nos últimos 3 anos e atinge hoje seu nível n histórico mais baixo 15.0 Evolução temporal do grau de desigualdade de renda, segundo a porcentagem da renda apropriada pelos 50% mais pobres - Brasil Porcentagem da renda total Ano Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1976 a 2004, porém nos anos 1980, 1991, 1994 e 2000 a PNAD não foi a campo.

7 Pobreza ,8 29,8 29,6 28,3 29,3 28,7 (%) ,2 27, , Índice de Pobreza baseado na renda necessária para se consumir calorias (recomendação da OMS). Fonte: IBGE (PNAD)

8 Taxa de Pobreza Média Anual (%) ,6-2,2 Fonte: IBGE (PNAD)

9 A pobreza e a extrema pobreza atingiram os níveis mais baixos da história Exceção: Plano Cruzado, 1986 Evolução temporal do grau de extrema pobreza - Brasil Porcentagem de extremamente pobres Chile (4,5) México (11,8) Ano Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1976 a 2004, porém nos anos 1980, 1991, 1994 e 2000 a PNAD não foi a campo.

10 Depois de um aumento quase contínuo nuo no período pós-plano p Real, o número n de pobres e de extremamente pobres caiu em mais de 3 milhões. 70 População pobre (milhões) Pobres Extremamente pobres Fonte: IPEA, com base na PNAD

11 20% Variação Real dos Rendimentos Variação Real nos Rendimentos 15% 10% 5% 0% % -10% -15% -20% Ipea Centésimos da População

12 Distribuição da Renda Familiar (%) (% do total da renda) 14,5 47,5 47,3 14,1 47,0 14,0 46,7 46,5 46,4 13,5 13,5 46,0 13,2 45,7 45,5 13,0 (%) 12,5 12,6 12,4 44,7 45,0 44,5 12, ,0 Fonte: IBGE (PNAD) 50% mais pobres 10% mais ricos

13 A renda per capita dos mais pobres nunca foi tão elevada Exceção: Plano Cruzado, 1986 Evolução temporal da renda per capita dos 50% mais pobres - Brasil R$ por pessoa por mês Ano Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1976 a 2004, porém nos anos 1980, 1991, 1994 e 2000 a PNAD não foi a campo.

14 Impacto na pobreza Entre , apenas a queda de 4% da desigualdade de renda ocorrida reduziu 3,2 p.p. na proporção de pessoas extremamente pobres. Resultou na retirada de mais de 5 milhões de brasileiros dessa condição. Para obter o mesmo resultado sem nenhuma redistribuição, seria necessário um crescimento de 6% a.a.

15 Programas com foco dão resultado Embora essa queda possa ser explicada por vários fatores, cerca de ¼ da redução da desigualdade e ½ da queda da pobreza deveram-se à introdução de programas de transferência governamental. Em 2004, cerca de 20% das famílias brasileiras, já eram atendidas por este programa, a um custo de R$4 bilhões, menos de 0,3% do PIB (2004). A grande carência do País poderia ser completamente aliviada caso fosse possível a cada ano transferir às famílias muito pobres R$10 bilhões.

16 Metade da queda na pobreza do último ano se explica pela redução na desigualdade. No caso da extrema pobreza, este fator é responsável por ¾ dessa redução. 35 Decompondo a redução no grau de pobreza entre 2003 e Decompondo a redução no grau de extrema pobreza entre 2003 e ,1 31,7 Contribuição do crescimento na renda per capita (44%) Contribuição da redução no grau de desigualdade (56%) Proporção de pobres em 2003 Proporção de pobres em ,5 12,3 Contribuição do crescimento na renda per capita (27%) Contribuição da redução no grau de desigualdade (73%) Proporção de extremamente pobres em 2003 Proporção de extremamente pobres em pobreza 10 pobreza Fonte: Ipea, com base na PNAD

17 Desafios Futuros

18 Brasil atingiu um novo patamar e pode crescer de modo sustentado Doze anos de inflação baixa é patrimômio. Permite previsibilidade e facilita investimento Menor vulnerabilidade externa diminui risco de crise Continuidade do ajuste fiscal pode derrubar a relação dívida/pib, chave para juros e câmbio País pode crescer 4% neste ano e 5% em 2007 Investimento em infra-estrutura, tecnologia, inovação deve subir para 22-23%

19 Mas o País s não pode dormir tranqüilo Alertas do cenário externo: Aumento dos juros e desaceleração nos EUA Nível de crescimento da China Enfraquecimento do dólar Cenário doméstico: Melhorar a eficiência do Estado e a qualidade do gasto Para crescer sem pressionar inflação, reformas estruturais (Tributária, Previdenciária, Fiscal) Garantir sustentabilidade das exportações Políticas de inovação para alterar estrutura produtiva Investimentos em infra-estrutura Políticas de incentivo à pequena empresa Políticas de geração de emprego Prioridade à educação

20 Obrigado!