PERCEPÇÃO SENSORIAL DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA SOBRE O PESCADO EM UMA FEIRA LIVRE NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ-RN

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Transcrição:

PERCEPÇÃO SENSORIAL DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA SOBRE O PESCADO EM UMA FEIRA LIVRE NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ-RN Darlan Dantas Alves de Araújo 1, Jean Carlos Dantas de Oliveira 1, José Luís Costa Novaes 1 1 Laboratório de Ecologia de Peixes & Pesca Continental, Departamento de Ciências Animais, Universidade Federal Rural do Semiárido. e-mails: darlandantas@ufersa.edu.br, jeancarlosdo@hotmail.com, novaes@ufersa.edu.br. Introdução De acordo com Art. 438 do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), o termo pescado compreende os peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, quelônios e mamíferos de água doce ou salgada usados na alimentação humana (BRASIL, 1952). O pescado é, em geral, uma boa fonte de vitaminas do complexo B, cujo conteúdo é comparável ao encontrado em carnes de mamíferos, e também de vitaminas A e D, no caso de peixes, como a sardinha, salmão e cavala, considerados mais gordurosos. Quanto aos minerais, é fonte principalmente de cálcio e de fósforo, com relativo baixo teor de sódio, que o torna opção viável em dietas restritivas para este mineral. Por ser um alimento de fácil digestibilidade, com teor satisfatório em proteínas, gorduras insaturadas, vitaminas e minerais, é um produto que pode ser indicado para pessoas de qualquer idade, crianças, adolescentes e idosos (GERMANO et al., 1998). No Brasil, o universo de consumidores de pescado divide-se em dois polos distintos: a população de baixa renda e a de alta renda que tem no pescado um alimento alternativo considerado como diet, soft ou light, que permite manter uma dieta rica em nutrientes e com baixos índices calóricos, contribuindo para uma melhor saúde (GERMANO E GERMANO 2001). Porém este consumo apresenta grande variação entre regiões. A qualidade do pescado para o consumo merece uma atenção especial, pois segundo RIISPOA (1952), no artigo 442 o pescado fresco próprio para o consumo deve apresentar a superfície do corpo limpa, com relativo brilho metálico, olhos transparentes, brilhantes e salientes, ocupando completamente as órbitas, guelras róseas ou vermelhas, úmidas e brilhantes com odor natural, próprio e suave, ventre roliço, firme, não deixando impressão duradoura à pressão dos dedos, escamas brilhantes, bem aderentes a ele e nadadeiras apresentando resistência aos

movimentos provocados, carne firme, consistência elástica, de cor própria à espécie, vísceras íntegras, perfeitamente diferenciadas, ânus fechado e cheiro específico. No entanto, os peixes podem apresentar sabores, odores e cores indesejáveis, depreciando e prejudicando a comercialização. O que reconhecemos como cheiro de peixe são odores relacionados aos produtos ou compostos resultantes da decomposição. O peixe recém-pescado possui odor suave e agradável, mas à medida que a deterioração aumenta, o cheiro se torna mais forte e bem característico. Assim, a comercialização de alimentos de origem animal em feiras livres, expostos em barracas sem refrigeração, sem proteção e na presença de poeira e insetos pode alterar a qualidade do produto. De acordo com Correia e Roncada (1997) alimentos crus, comercializados em feiras livres e mercados públicos podem ser veículos de contaminação de microrganismos causadores de toxinfecção, colocando em risco a saúde do consumidor, o que justifica o presente trabalho. Dentro desse contexto, objetivou-se identificar o grau de percepção sensorial do pescado por alunos de uma escola pública em uma feira livre no município de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte. Materiais e Métodos Área de estudo A feira livre visitada pelos alunos da Escola Estadual Professor José Nogueira, ocorre diariamente em uma central de abastecimento (COBAL) onde se destaca a comercialização do pescado. A Cobal está localizada na Rua Marechal Deodoro, no Centro da cidade de Mossoró-RN, sendo caracterizada como um espaço de sociabilidade, de trocas de experiências e práticas comerciais, que favorece aos que ali trabalham e visitam aquele espaço, de relações sociais e de interação entre trabalhadores e sociedade. No decorrer da visita os alunos tiveram a oportunidade de visualizar, os pescados que são comumente expostos, para que os clientes tenham uma percepção visual do mesmo. Na ocasião os alunos observaram cor e do odor dos produtos, entre outras características. Vale ressaltar que posteriormente a visita, foram realizadas palestras com os alunos para que estes tivessem a condição de avaliar o pescado. Nas palestras foram expostos temas relacionados à qualidade do pescado, percepção sensorial, condições básicas de higiene em locais onde o pescado deve ser comercializado entre outras.

Coleta de dados: Após a realização da visita, os alunos foram submetidos à aplicação de um questionário, de caráter semiestruturado, composto por questões objetivas, para obtenção dos dados que permitissem uma analise acerca da percepção sensorial dos mesmos sobre o pescado exposto na feira livre. Posteriormente as respostas foram analisadas e traduzidas nos resultados. Resultados e Discussão Um total de 42 alunos participou da pesquisa, sendo 26 homens (61,9%), e 16 mulheres (38,1 %). Porém neste estudo dentre todos os participantes um total de 31 (73%) alunos indicaram que consomem menos que 1 kg de peixe por mês, nove (21,4%) consome mais de 1 kg e dois (4,7%) não consomem peixe. Quando questionados pela preferência entre peixes de água doce ou de água salgada 40 (95,23%) responderam que preferem peixes de água salgada (Tabela 1). Com relação à percepção sensorial, em relação à cor do pescado exposto na feira 35 alunos (83,3%) qualificaram como satisfatório, sete (16,6%), qualificaram como insatisfatório. No quesito odor, 39 (92,8%), qualificaram o pescado como insatisfatório e três (7,14%) qualificaram como satisfatório (Tabela 1). Neste estudo o quesito sabor que faz parte da percepção sensorial não foi avaliado. Quanto às palestras ofertadas 34 (80.95%) dos alunos responderam que as explicações foram satisfatórias. Tabela 1- relação entre os aspectos abordados nos questionários e a frequência das respostas dos alunos. Consumo de peixe N (alunos) Frequência (%) Menos que 1 kg por mês 31 73 Mais que 1 kg por mês 9 21,4 Não consomem 2 4,7 Preferência pela origem do peixe N (alunos) Frequência (%) Água doce 2 4,73 Água salgada 40 95,23 Cor do peixe N (alunos) Frequência (%) Satisfatório 35 83,3

Insatisfatório 7 16,7 Odor do peixe N (alunos) Frequência (%) Satisfatório 3 7,14 Insatisfatório 39 92,8 A baixa frequência no consumo de peixe pelos entrevistados pode está associado ao preço alto, comparado às outras carnes. Segundo Hoffmann (2000), o consumo de pescado é diretamente influenciado pelo efeito renda. Outro que pode ter contribuído para esse resultado é o nível de escolaridade. Melo, et al., (2015) observou uma relação entre escolaridade e frequência do consumo de peixes. A carne de pescado possui uma vida comercial muito restrita e variável. Segundo Prentice (2005), o pescado é um dos alimentos mais suscetíveis à deterioração quando comparado a outros alimentos in natura. A microbiota do pescado vivo depende da carga microbiana das águas onde ele habita. Consequentemente após a captura, cuidados com o manejo, processamento e armazenamento são essenciais para que não se formem condições para o crescimento bacteriano, garantindo assim, um produto sem riscos à saúde pública (FRAZIER, 1993; PEREIRA, 2004). Conclusão O estudo realizado e os resultados obtidos permitiram concluir que, no geral, os alunos mesmo após várias oficinas, demonstraram um pouco de ineficiência em aplicar os conhecimentos sobre a identificação de atributos durante a análise sensorial do pescado, é necessária por tanto uma continuidade de oferta de informações acerca da qualidade do pescado, para que os alunos e demais membros da comunidade tenham a devida condição de reconhecer quando este alimento está em boas condições para o consumo. Palavras-Chave: peixes; feira livre; aula prática; educação. Referências Bibliográficas BARROS, G. C. Perda de qualidade do pescado e putrefação. Revista CFMV Conselho Federal de Medicina Veterinária. Brasília: a. 9, n. 30, p.59-64, 2003.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. RIISPOA - Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Decreto nº 30691, de 29/03/52. Brasília/DF: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 1952. BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal. Métodos Analíticos para oficias controle de produtos de origem animal e seus ingredientes: I - Métodos microbiológicos. Brasília, Cap 8-12, p. 136. 1992. EMBRAPA. A aqüicultura e a atividade pesqueira. [on line]. Disponível em: <http://www.cnpma.embrapa.br/projetos/index.php3?sec=a quic:::27>. Acesso em 22/09/2013. GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S; OLIVEIRA, C. A. F. Aspectos da qualidade do pescado de relevância em saúde pública. Revista higiene alimentar. São Paulo: v. 12, n. 53, p.30-37, jan. a fev., 1998. GERMANO, P. M. L; GERMANO, M. I. S; OLIVEIRA, C. A. F. Qualidade do Pescado In: Higiene e Vigilância Sanitária dos Alimentos. São Paulo:Varela,2001.Cap. 8, p.120. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE) em 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticiavisualiza.php?id_noticia:1766>,acesso em: 21/09/13. CORREIA, M.; RONCADA, M. J. Características microscópicas de queijos prato e mussarela e mineiro comercializados em feiras livres da cidade de São Paulo. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 296-301, jun., 1997. JESUS, R. S.; LESSI, E.; TENUTA-FILHO, A. Estabilidade química e microbiológica de minced fish de peixes amazônicos durante o congelamento. Ciência e Tecnologia de Alimentos. v.21, n.2, p.144-148, 2001. PEREIRA, M. A. Qualidade microbiológica de ostras Crassostrea gigase estudo da ação sinérgica da substância antimicrobiana produzida por Bacillus amyloliquefaciens. 2004. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. PRENTICE, C.; SAINZ, R. L. Cinética de deterioração apresentada por files de carpa capim (Ctenopharyngodon idella) embalados a vácuo sob diferentes condições de refrigeração. Ciência e Tecnologia de Alimentos. v.25, n.1, p.127-131, 2005.

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