Consumo de Hortaliças em Belém do Pará

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1 Consumo de Hortaliças em Belém do Pará Adria Oliveira de Azevedo (1) ; Leidiane Ribeiro Medeiros (2) ; Michelle de Souza Borges (3) ; Rodrigo Fonseca Moraes (4) ; Jessivaldo Rodrigues Galvão (5) ;Sergio Antônio Lopes de Gusmão (6). (1) adriaazevedo88@hotmail.com; (2) leid.rmedeiros@gmail.com; (3) m_borges02@hotmail.com; (4) drigofm13@outlook.com; (5) Professor na Universidade Federal Rural da Amazônia; Belém, Pará, jessigalvao@hotmail.com; (6) Professor na Universidade Federal Rural da Amazônia; Belém, Pará, sergio.gusmao@ufra.edu.br. RESUMO: O consumo de hortaliças tem entrado em enfoque devido à série de benefícios para a saúde humana que ele pode trazer. O objetivo desse trabalho é realizar um apanhado geral sobre o consumo de hortaliças orgânicas, in natura (ou frescas) e processadas, frequência de consumo e razão da preferência de consumo na cidade de Belém do Pará. Foram entrevistados 180 indivíduos com perguntas referentes à frequência, motivos e preferencia de consumo de hortaliças. Hortaliças orgânicas ainda apresentam baixo consumo na região. O consumo de legumes é mais frequente que o de verdura durante a semana. Hortaliças frescas são preferidas em relação às processadas, devido ao sabor. Termos de indexação: processadas, orgânicas, frescas. INTRODUÇÃO Nos últimos tempos, tem aumentado o enfoque e incentivo da prática de alimentação saudável, assim como crescido a percepção da importância do consumo de hortaliças na dieta humana para promoção à saúde e prevenção de doenças e obesidade. Entre os alimentos fibrosos pouco consumidos se encontram as frutas e hortaliças (verduras e legumes). Sugere-se que 31% das doenças isquêmicas do coração e 11% das doenças mundiais estão associadas ao baixo consumo de hortaliças e frutas. Acredita-se que o consumo diário mínimo de 400 g de frutas e hortaliças seja importante fator para prevenção de doenças coronarianas, câncer, diabetes e obesidade por sua contribuição com diversas vitaminas e sais minerais essenciais para o bom funcionamento do organismo (Ferreira, 2007). 1

2 O consumo de hortaliças pela população ainda não apresenta taxas satisfatórias, correspondentes às requeridas pelo organismo. Novaes, 2006 observou que conforme se eleva o nível de escolaridade a tendência da frequência de verduras é crescente. No entanto, a correria do cotidiano, muitas vezes não permite ao consumidor dedicar melhor atenção à sua saúde, que muitas vezes opta por alimentos mais práticos, menos perecíveis e de mais fácil acesso. Existe hoje um crescente interesse do consumidor por novidades na área alimentar, o que influencia também o mercado das hortaliças destinadas ao consumo tanto in natura quanto das processadas. Ramo de comércio esse, que exerce expressiva participação no mercado nacional. (KOELHO, 2017). No estado do Pará, hortaliças são normalmente comercializadas em diversas áreas, principalmente em feiras livres, mercadinhos, e supermercados. Mais de 80% do que é consumido na cidade de Belém provém do modelo de produção baseado nos princípios de produção da agricultura familiar, o que facilita o acesso do consumidor ao produto em natura, especialmente em feiras (GUSMÃO, S. A. L., 2012). De acordo com a Secretaria de Planejamento do Estado, em 2016 o Pará apresentar o maior número de produtores orgânicos cadastrados no Brasil. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é realizar um apanhado geral sobre o consumo de hortaliças orgânicas, in natura (ou frescas) e processadas, frequência de consumo e razão da preferência de consumo na cidade de Belém do Pará. MATERIAL E MÉTODOS Para a realização do trabalho foram aplicados questionários a 180 indivíduos pertencentes à diferentes faixas-etárias e ocupações, estudantes de trabalhadores entre 20 e 50 anos, no período de abril a junho de 2017, pela manhã. Os questionários foram aplicados em universidades, feiras variadas e supermercados, abrangendo informações a respeito do nível de escolaridade e consumo de hortaliças frescas, processadas e orgânicas, a frequência e motivo de consumo. Cada entrevistado foi investigado quanto às seguintes questões: Você consome hortaliças?, Onde costuma comprar suas hortaliças?, Com que frequência semanal você consome verduras?, Com que frequência semanal você consome legumes?, Você consome hortaliças orgânicas?, Por qual motivo você consome hortaliças orgânicas?, Você consome hortaliças processadas?, Por qual motivo você consome hortaliças processadas?, Você consome hortaliças frescas?, Por qual motivo você consome hortaliças frescas?. Informações adicionais sobre a classificação de verduras e legumes foram anexadas. Os resultados foram analisados pelo programa computacional Sistema para Análise de Variância - SISVAR e os dados submetidos ao teste de comparação de média de Tukey a nível de 5% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 180 entrevistados, 7,2% possuíam o ensino médio completo, 12,2% ensino superior completo e 80,5% superior incompleto. Esses dados podem ser explicados porque os questionários, em sua maior parte foram aplicados em universidades. 100% dos entrevistados alegaram consumir hortaliças de alguma forma. No que diz respeito ao local de compra, a maior parte efetua sua compra tanto em feiras quanto em supermercados (66,6%), 16,6% somente em feiras e 16,6% somente em supermercados. Quanto à frequência de consumo 37,7%consome realiza consumo de verduras ao menos quatro vezes na semana, seguido de 21,6% cinco vezes, 15,5% duas vezes, 11,1% uma vez, 8,3% seis vezes e apenas 3,8% consome verduras todos os dias da semana. Já o maior consumo de 2

3 legumes foi de 35% cinco vezes na semana, seguido de 27,7% quatro vezes semanais, 15% três vezes, 11,6% sete vezes, 5% seis vezes e 0% uma vez. Esses resultados corroboram com os obtidos por Jaime, 2006, no qual menos da metade dos indivíduos consumiu frutas (44,1%) ou hortaliças (43,8%) em cinco ou mais dias por semana e o consumo adequado, ou seja, em cinco ou mais vezes por dia foi referido por 7,3% dos entrevistados. Para hortaliças orgânicas, registrou-se que mais da metade (61,1%), não pratica o consumo desse tipo de hortaliças, 33,8% consome e 5% não sabe responder. Dos que consomem, 5,5% alegaram que seu consumo se deve ao fato da produção desses vegetais apresentar-se isenta de agrotóxicos e os demais (28,3%) por fatores relativos à saúde. Os dados referentes ao consumo de hortaliças processadas obtidos foram: 88,8% dos entrevistados consomem esse tipo de produto, em sua maioria pela praticidade oferecida (61,1%), seguido pela facilidade de encontrar e sabor do produto (11,1% e 11,1%) e uma minoria pelo preço (5,5%). Esses dados diferem dos coletados por Koelho, 2007, onde o consumo de hortaliças processadas ainda era pouco expressivo entre os consumidores entrevistados, visto que a maioria, composta por 82,22% dos consumidores, declarou que não consome estes produtos e 17,78% dos entrevistados afirmaram consumir regularmente. Já o consumo de hortaliças frescas foi positivo em todos os entrevistados (100%), as razões em destaques foram o sabor (95,5%) e o preço (4,4%). Quando avaliada a preferência do consumidor, 100% alegou preferir hortaliças frescas à processadas. Figuras e Tabelas Figura 1. Frequência declarada de consumo semanal para verduras. 3

4 Figura 2. Frequência declarada de consumo semanal para legumes. Figura 3. Razões declaradas para o consumo de hortaliças frescas. 4

5 Figura 4. Razões declaradas para o consumo de hortaliças processadas. CONCLUSÕES Hortaliças orgânicas ainda apresentam baixo consumo na região. O consumo de legumes é mais frequente que o de verdura na semana. E hortaliças frescas são preferidas em relação às processadas, devido ao sabor. 5

6 REFERÊNCIAS FERREIRA, A.; CHIARA, V. L.KUSCHNIR, M. C. C. Alimentação saudável na adolescência: consumo de frutas e hortaliças entre adolescentes brasileiros. Revista Oficial do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente, 48-52, FIGUEIREDO, I. C. R.; JAIME, P. C; MONTEIRO, C. A.; Fatores associados ao consumo de frutas, legumes e verduras em adultos da cidade de São Paulo. Rev Saúde Pública 2008; 42(5):777-85, GUSMÃO, S. A. L. de. A olericultura no estado do Pará JAIME, P. C.; FIGUEIREDO, I. C. R.; MOURA, E. C.; MALTA, D. C. Fatores associados ao consumo de frutas e hortaliças no Brasil, Rev Saúde Pública, 2009; 43(Supl 2):57-64, KOELHO, K. S. Perfil do consumidor de hortaliças frescas e processadas no município de campos dos goytacazes rj. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro Uenf. Campos dos Goytacazes, NOVAES, A. L.; SPROESSER, R. L.; SOZA, P. A. R.; MOURAD, C. B.; V.; TRDEZINI, C. A. O. Efeito do nível de escolaridade no consumo de carne bovina e hortaliças no brasil. XLIV CONGRESSO DA SOBER. Fortaleza, Anais, Fortaleza: Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2006; SEBRAE, Oportunidade de negócio hortaliças e vegetais processados. Feira do Empreendedor, bons eventos para seu negócio,