UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL CURSO DE BACHARELADO EM DESENVOLVIMENTO RURAL

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL CURSO DE BACHARELADO EM DESENVOLVIMENTO RURAL HÁBITOS ALIMENTARES DOS AGRICULTORES FAMILIARES DE SÃO LOURENÇO DO SUL - RS Kateline Tubino Martins Orientadora: Profª. Drª Fabiana Thomé Co-orientadora: Jaqueline Patrícia Silveira Dezembro 2017

2 Introdução: Uma alimentação saudável é vital ao pleno desenvolvimento humano, advindo daí sua inclusão nos direitos fundamentais das pessoas. A saúde e, por consequência, alimentos que a assegurem, são requisitos básicos essenciais devendo, por isso, serem disponibilizados e acessíveis a todos, em quantidade e qualidades equivalentes e justas, e ainda atender aos princípios da variedade, equilíbrio, através de práticas produtivas apropriadas e sustentáveis. Tendo em vista que uma boa alimentação proporciona qualidade de vida e previne doenças, a intenção desta pesquisa é descobrir como os agricultores de São Lourenço do Sul estão se alimentando, qual a origem dos alimentos consumidos por eles e qual a importância que estão dando à sua saúde. Considera-se que, alinhada à definição de alimentação adequada e saudável está a produção ecológica, baseada no cultivo de alimentos que priorizam a agricultura sustentável, por isso o objetivo geral deste estudo é conhecer os hábitos alimentares dos agricultores que residem no meio rural do município de São Lourenço do Sul, no interior do Rio Grande do Sul e relacioná-los à definição de Segurança Alimentar e Nutricional e de alimentação adequada e saudável.

3 Revisão Bibliográfica: Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014), a alimentação apropriada e proveitosa é um direito basilar do ser humano que abrange a garantia de uma alimentação constante e satisfatória, bem como adaptada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo. O homem se alimenta de acordo com a sociedade a que pertence. (GARINE, 1987, p. 4) Essa afirmação de Garine (1987) vem ao encontro desta pesquisa quando ela pretende falar da forma pela qual os agricultores se alimentam, quem são e o tipo de alimentos que consomem.

4 Objetivo geral: Conhecer os hábitos alimentares dos agricultores que residem no meio rural do município de São Lourenço do Sul, no interior do Rio Grande do Sul e relacionálos à definição de Segurança Alimentar e Nutricional e de alimentação adequada e saudável. Objetivos Específicos: - Caracterizar o perfil de famílias agricultoras de São Lourenço do Sul no que se refere sua rotina alimentar; - Identificar alimentos que são produzidos na propriedade e os que são adquiridos por outros meios; - Verificar e analisar a presença desses alimentos no preparo da dieta familiar e a relação com a cultura alimentar da família.

5 Campo de estudo: A pesquisa foi realizada em uma localidade da zona rural do município de São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul, chamada Boqueirão. Participaram deste estudo cinco famílias residentes nesta localidade e todos responderam ao questionário. Os entrevistados são pertencente a famílias de produtores rurais que se ocupam de agricultura familiar. A entrevista deu-se com o objetivo de conhecer como os mesmos costumam se alimentar, quais alimentos mais utilizam, quais as práticas alimentares exercem; com o intuito de conhecer e analisar se estão se alimentando adequadamente ou se precisam aprimoramentos para alcançarem uma alimentação balanceada e saudável. Uma das hipóteses que se pretende comprovar com esse trabalho, ou não, é de que as pessoas do campo alimentam-se mais saudavelmente por terem acesso à terra onde podem plantar a maior parte de seus alimentos, mas, especialmente, acredita-se que as pessoas com mais idade se alimentam melhor do que os adolescentes pois, possivelmente tem hábitos alimentares arraigados e aprofundados, e anteriores aos produtos industrializados.

6 Método: As pesquisas apresentadas no presente trabalho se classificam como explicativa e exploratória. Ambas se adequam, pois registram os fatos sobre os hábitos alimentares dos agricultores, analisando e interpretando sua história e evolução ao longo dos anos e identificando a rotina alimentar dos mesmos. Os procedimentos utilizados na metodologia foram feitos por meio da abordagem direta através de perguntas e respostas e pesquisas bibliográficas. A abordagem deste trabalho será realizada de forma qualitativa e sua metodologia foi obtida através de pesquisa de conteúdos existentes sobre a disciplina, na internet e em referências bibliográficas. A hipótese pela qual o trabalho norteia-se é de que os idosos se alimentavam de forma mais saudável que os adolescentes.

7 Resultados Principais: Primeiramente foi feita uma aproximação com os moradores da localidade do Boqueirão buscando saber quais deles eram agricultores familiares. Após selecionar as cinco famílias se iniciou o processo de entrevista onde foi possível questionar quantas pessoas residem na propriedade, quantas delas são agricultoras, o grau de instrução e faixa etária de cada família, a ocupação de cada membro da família, bem como a rotina alimentar, os alimentos que produzem e os que adquirem por outros meios. Deste modo foi possível perceber o quanto a rotina alimentar das famílias mudou com o tempo e o quanto a agricultura perdeu força ao longo destes anos tendo como resultado a baixa produção de alimentos e um grande percentual de alimentos industrializados sendo consumidos diariamente.

8

9

10

11 Considerações Finais: No contexto geral foi possível observar que ao longo dos anos as famílias rurais foram se modificando e já não mais utilizam apenas alimentos cultivados na propriedade para consumo exclusivo, mas mesmo assim, os hábitos alimentares dos agricultores familiares costumam ser regulares e variados e contam com alimentos adequados para manter sua saúde, porém, os adolescentes possuem hábitos inadequados, havendo uma necessidade de reeducar sua alimentação visando o seu desenvolvimento e a erradicação de doenças. A maioria das famílias tenta utilizar os produtos da agricultura familiar, mas, em vista da quantidade reduzia e pouca variedade, acabam comprando muitos dos alimentos que consomem. Também se observou que os mais jovens tem uma grande preferencia por alimentos industrializados e costumam não seguir uma rotina de alimentos e horários semelhante a dos adultos.

12 Para reverter esta situação é necessária uma mudança nos hábitos da família e que todos entendam o quanto é importante ter uma vida alimentar saudável. Além de dedicarem mais tempo à produção de seus alimentos. Mas, visto que a agricultura familiar não é a principal fonte de renda das famílias entrevistadas, sobra pouco tempo e mão de obra suficiente para levar tal empreendimento a um nível satisfatório de autossuficiência. A presente pesquisa não buscou trazer pontos de vista conclusivos sobre o tema, mas serviu para que se levantassem importantes questões com relação ao que tem acontecido no campo e demonstrar que nem sempre a alimentação das famílias que vivem no interior é mais saudável que das pessoas que vivem em zonas urbanas.

13 Referências Bibliográficas: AMARAL, C.M.C. Educação alimentar. FMPB, Disponível em: <Fundação Passos Barros />. ANCONA LOPEZ et all. Nutrição e dietética em clínica pediátrica. São Paulo: Atheneu, BARBOSA, Vera Lúcia Perino. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência: exercício, nutrição e psicologia. Barueri (SP): Manole, BOOG, Maria Cristina Faber. Programa de educação nutricional em escola de ensino fundamental de zona rural. Revista de nutrição, v. 23, n. 6, p , BOTELHO, F. C.; Guerra, L. D. S., Pava-Cárdenas, A., & Cervato-Mancuso, A. M. (2016). Estratégias pedagógicas em grupos com o tema alimentação e nutrição: os bastidores do processo de escolha. Ciência & Saúde Coletiva, 21 (6) BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília: MS; 2006.

14 . Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 2. ed. Brasília : ministério da saúde, p.: il. Disponível em: GARINE, Igor de. Alimentação, culturas e sociedades. O Correio da Unesco, Rio de Janeiro, 15(7), p.4-7, 1987.

15 Muito obrigada!