11º Seminário de Extensão A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA CONTRIBUINDO PARA A ADOÇÃO DE ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL

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Transcrição:

11º Seminário de Extensão A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA CONTRIBUINDO PARA A ADOÇÃO DE ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL Autor(es) THAÍS DE OLIVEIRA GIMENES Co-Autor(es) JOSÉ FRANCISCO DANIEL Orientador(es) JOSÉ FRANCISCO DANIEL 1. Introdução O projeto de iniciação à extensão possibilita a nós extensionistas, o desenvolvimento da teoria estudada em sala de aula em forma de pesquisa, análise e apresentação de resultados. No projeto No Pique da PUCC além das avaliações físicas, também é feita a aplicação dos questionários SF36 e IPAQ curto, que avaliam respectivamente a qualidade de vida e o nível de atividade física habitual de cada indivíduo da comunidade interna da PUCC que participa do projeto. Segundo a OMS 1978, qualidade de vida é a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Existem alguns parâmetros que caracterizam a qualidade de vida, como ter ou não ter: condições de moradia, planejamento básico, transporte, renda, poluição ambiental, educação, saúde, resistência física, possibilidades de repouso, lazer, possibilidades de entendimento, satisfação sexual, possibilidades de comunicação, alimentação, presença ou ausência da dor, comportamento emocional, trabalho, vida familiar, atividade física, serviços essenciais. O mundo contemporâneo é caracterizado pelo impacto das novas tecnologias, que proporciona benefícios relacionados à comodidade intima e que, paralelamente obrigam o ser humano a desenvolver habilidades que acompanhem as novas tecnologias e conseqüentemente acompanhem o ritmo do sistema econômico. Acoplado a este avanço tecnológico está o sedentarismo, que automatiza o ser humano a ter uma dieta rica em gordura, tabagismo, estresse elevado, abuso de álcool, e a hipocinesia baixo nível de movimento corporal / baixo nível de utilização das capacidades físicas. Este estilo de vida afeta o ser humano podendo levá-lo a morte prematura através de doenças crônicas, como a obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemias, doenças cardiovasculares, depressão, osteoporose, cirrose dentre outras (SHARKEY, 1998). Através do exercício físico, ocorrem em nosso organismo, algumas mudanças metabólicas que em uma vida inativa seria impossível, ou praticamente impossível, a menos que se fizesse uso de medicamentos e estes infelizmente trazem consigo efeitos colaterais. O exercício físico regular aumenta a capacidade de mobilizar e metabolizar gordura, utilizando-a como fonte de energia, o que beneficia a saúde, prevenindo o indivíduo de doenças coronarianas e aterosclerose (SHARKEY, 1998). Existem em nosso organismo duas formas de colesterol, o LDL, que é o de forma perigosa e que em excesso obstrui as artérias coronarianas e o HDL que é a forma saudável do colesterol. Com o exercício físico, o HDL pode ser aumentado melhorando o transporte do colesterol nas artérias, além disso é possível baixar os níveis circulantes de triglicerídeos, que quando encontrados em altos níveis, ocasionam doenças cardíacas, obesidade e hipertensão.

Outro fator interessante e muito benéfico do exercício físico regular é o aumento da sensibilidade de insulina e tolerância de glicose, que é de extrema importância para indivíduos obesos e diabéticos tipo 2. De que maneira que o exercício traz este benefício? O exercício físico ativa o transporte de glicose para os músculos, reduz o peso corporal em níveis de gordura e aumenta a sensibilidade à insulina. O estilo de vida ativo está associado a um baixo risco de certos tipos de cânceres, pelo fato de ativar a função do sistema imunológico de modo que controle a proliferação das células cancerígenas. Doenças reumáticas podem ser tratadas ou prevenidas através do exercício físico com alongamentos e treinamento de força. O exercício e o condicionamento têm um papel importante na promoção de saúde mental e na prevenção das conseqüências negativas do estresse. (HOWLEY, 2000, p.313). Os indivíduos com vida ativa, com relação a exercícios, conseguem encontrar um equilíbrio entre a estimulação e o relaxamento. Desta forma, como é encontrado o efeito do exercício físico com a saúde mental? O exercício regular aumenta a eficiência e a suscetibilidade de hormônios como a insulina, influenciam favoravelmente hormônios relacionados à depressão, além de aumentar níveis de endorfinas que são substâncias relacionadas com o humor (SHARKEY, 1998). 2. Objetivos Avaliar os níveis de qualidade de vida dos participantes do projeto Pique na PUCC. 3. Desenvolvimento O projeto No Pique da PUC, coordenado por docente da Faculdade de Educação Física (FaEFi), vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, à Coordenadoria Geral dos Projetos de Extensão e a Coordenadoria Geral de Atenção à Comunidade Interna, promove a prática consciente e sistematizada de exercícios físicos e esportes, por extensionistas da FaEFi, à comunidade interna da instituição, composta por funcionários, professores e aprendizes (patrulheiros). Com o projeto, temos a intenção de oferecer estas práticas de acordo com os interesses, nos dias e horários adequados, mas principalmente, aumentar o nível de conhecimento na área da aptidão física relacionada à saúde, para que todos tenham a possibilidade de fazer suas próprias escolhas, adotar e/ou fortalecer a adoção de estilo de vida saudável e, quem sabe, até ser agente motivador para sua família, amigos e colegas de trabalho. Para podermos atuar como extensionistas no projeto realizamos uma avaliação diagnóstica sobre o tipo de população a ser estudada, a profissão exercida e média de idade, para que os questionários fossem o mais compatível possível para a população. Em seguida elaboramos planilhas para lançamento dos dados e organização dos relatórios com relação aos participantes. Após a aplicação dos questionários lançamos, analisamos, imprimimos os resultados e entregamos os resultados para cada indivíduo, fornecendo orientações sobre os resultados obtidos e como o exercício pode proporcionar uma melhora nos quesitos que não estavam com uma boa média. Para que os resultados pudessem ser entregues a cada um dos indivíduos e para que pudéssemos orientá-los da melhor maneira possível quanto à importância do exercício físico na qualidade de vida, realizamos também uma pesquisa bibliográfica que nos forneceu uma estrutura de apoio nas informações que transmitimos para os mesmos. Desta maneira avaliamos e analisamos globalmente os progressos obtidos pelos indivíduos na aptidão física relacionada à saúde e conseqüentemente aprendemos a pesquisar e obtemos resultados importantes para nossa formação, Universidade e para o curso de Educação Física. O procedimento técnico utilizado foi a coleta e análise dos dados; a pesquisa caracterizou-se como descritiva, de campo e de análise qualitativa. A amostra do estudo foi composta por 22 indivíduos participantes do projeto No Pique da PUCC. Os sujeitos praticavam exercícios físicos de 2 a 5 vezes por semana, por 1 hora/dia. Os tipos de exercícios praticados foram: dança de salão, natação, musculação, ginástica localizada, step, alongamento, condicionamento físico, vôlei e deep runing. As aulas foram praticadas na Faculdade de Educação Física da PUC Campinas. Para a coleta de dados utilizamos os questionários SF36 e IPAQ versão curta. O SF-36 é um questionário com 36 perguntas para avaliação de dimensões genéricas sobre a saúde, que representam valores humanos básicos relevantes na avaliação da qualidade de vida. As dimensões analisadas são: 1. Capacidade funcional: o quanto a saúde interfere com as atividades da vida diária (AVDs); 2. Limitação por aspectos físicos: o quanto o nível de aptidão física interfere com as AVDs; 3. Dor: o quanto de dor a pessoa sentiu nas 4 semanas prévias; 4. Estado geral de saúde: a percepção da pessoa em relação ao seu estado geral de saúde; 5. Vitalidade: a percepção da pessoa em relação a se sentir com vigor e energia, vontade para as AVDs, nervosa, deprimida, feliz e cansada; 6. Aspectos sociais: o quanto a saúde física ou problemas emocionais interferiram nas AVDs e nas relações sociais;

7. Aspectos emocionais: o quanto problemas emocionais (como sentir-se com depressão ou ansiedade) interferiram com o trabalho ou AVDs; 8. Saúde mental: o quanto a pessoa se sente calma, tranqüila, nervosa, desanimada e feliz. O questionário IPAQ possui 8 questões que avaliam o nível de atividades físicas praticadas pelos indivíduos no cotidiano. Os questionários, foram aplicados em uma sala preparada para tal função (Laboratório de Avaliação Física da FaEFi), onde permaneceram o funcionário/professor e o avaliador (extensionista). Após a aplicação dos questionários SF36 e IPAQ, as informações e resultados obtidos foram sintetizados para a realização da análise e considerações finais dos conteúdos abordados. 4. Resultado e Discussão Para apresentação dos resultados do SF36 utilizamos da média e desvio padrão de cada domínio, bem como da porcentagem de indivíduos que se encontravam abaixo da média nos respectivos domínios. Considerando os 8 fatores avaliados através do SF36, observa-se na Capacidade Funcional, que os funcionários, professores e patrulheiros, encontram-se na classificação dos resultados a nível superior (89,77±12,75%), o que caracteriza um excelente desenvolvimento nesse fator. Sendo que 14% encontram-se abaixo da média. Com relação ao domínio Limitação por Aspectos Físicos os resultados apresentados (78,41±30,34) encontram-se em uma média positiva, dentro de um limite adequado de atuação. Porém, quando damos atenção a porcentagem dos indivíduos abaixo da média, vemos que estes somam 27% do total, que já é uma porcentagem significativa e relevante. No domínio Limitação por Dor (76,14±16,73), consideramos os mesmos positivos e neste domínio apenas 9% estão abaixo da média do grupo. No domínio Estado Geral de Saúde (80,21±10,56) os dados mostram-se com um índice de classificação adequado, com apenas 9% da amostra abaixo da média. No domínio Vitalidade (72,05±12,67) consideramos os mesmos positivos, mas já neste domínio 14% da amostra encontra-se abaixo da média do grupo. Com relação ao domínio Limitação por aspectos sociais (80,30±34,32), que diz respeito ao nível de integração do indivíduo em atividades sociais, os dados mostram-se com um índice de classificação adequado, mas neste caso, 18% da amostra encontra-se abaixo da média. No domínio Saúde mental (79,64±10,58) os dados mostram-se com um índice de classificação adequado, com apenas 5% da amostra abaixo da média. As médias estão dentro de valores aceitáveis, mas em alguns casos, como por exemplo, limitação por aspectos físicos, limitação por aspectos sociais e limitação por aspectos emocionais o grupo apresenta-se muito heterogêneo. Observamos também que há uma porcentagem elevada de indivíduos abaixo da média considerada adequada e/ou da média do grupo, nos aspectos de limitação por aspectos físicos e sociais. Logo, os resultados demonstram maior necessidade de realização de exercícios físicos regulares, em especial em atividades em grupos. Com relação ao questionário do IPAQ, apresentados na tabela 3, verificamos que, mesmo considerando a participação dos mesmos no projeto, 14% da amostra apresenta baixo nível de atividades físicas, 36% apresenta nível moderado e 50% apresenta nível alto, ou seja, pouco indivíduos são considerados realmente ativos. Acreditamos que os resultados também se devem ao fato de que os questionários são aplicados no início da participação dos mesmos no projeto, sem que os mesmos tenham recebido informações suficientes para adoção de estilo de vida realmente ativo. Entendemos que isto se deve a problemática do mundo moderno, ou seja, ao sedentarismo. No mundo inteiro há um número elevado de mortes atribuído a inatividade física, inatividade esta que não só está relacionada com doenças e morte, mas também com o alto custo econômico a sociedade. O sedentarismo hoje é um problema de saúde pública internacional e que precisa ser combatido. 5. Considerações Finais Após a apresentação de todos os resultados obtidos, verificamos que o grupo é bastante heterogêneo e também que a porcentagem de pessoas com resultados baixos no IPAQ é relevante. Devemos levar em consideração também que, os indivíduos não praticaram exercícios na mesma porcentagem, pois alguns fizeram exercício físico 2 vezes por semana, outros 3 vezes e assim sucessivamente. Também devemos levar em consideração o tempo de prática dos mesmos, que é relativamente curto. Porém, mesmo com todas estas considerações, fica claro que nós profissionais de Educação Física, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas e aumentar o nível de atividade física diária de cada uma, vemos a necessidade de dar ênfase em programas de exercícios físicos e transmissão de conhecimentos relacionados à aptidão física e saúde, para que este número de

pessoas inativas seja cada vez menor e assim o nível de qualidade de vida melhore de forma crescente. Referências Bibliográficas DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. 2ed. São Paulo: Cortez FLECK S. J.; FIGUEIRA JUNIOR A. Treinamento de força para fitness e saúde. São Paulo, SP: Phorte, 2003. HOWLEY E. T. Manual do instrutor de condicionamento físico para a saúde. Porto Alegre, RS: Artes Médicas Sul, 2000. SHARKEY B. J. Condicionamento físico e saúde. Porto Alegre, RS: ARTMED, 1998. Anexos