Q61 H. EsoFA50fik$1ämFuän%?Llcníunn. ülcer Vs $íä1tn Pos. HosPr1AL`Rzfi1onàL}nE1sÃoâflëëfiznniwuoagaõàflg MIRANDA somas. .

Documentos relacionados
- Descrito na década de 70, mas com aumento constante na incidência desde os anos 90

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Dr. Fabio Del Claro. Hemorragias Digestivas Alta Parte I INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO. Dr. Fabio Del Claro. Hemorragias digestivas altas (HDA)

19º Imagem da Semana: Radiografia de Tórax

ESTÔMAGO ANATOMIA FISIOLOGIA ULCERA PÉPTICA

HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA LESÕES PÉPTICAS

ARTIGO ORIGINAIS. Resumo

Resultados das Cirurgias Floppy Nissen, Rossetti e Longa

Questões comentadas - Disfagia

QUESTÕES COMENTADAS HEMORRAGIAS DIGESTIVAS

GASTRECTOMIA VERTICAL: REVISÃO DOS ACHADOS IMAGIOLÓGICOS NORMAIS E DAS COMPLICAÇÕES PÓS-CIRÚRGICAS

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO EM PEDIATRIA

TRATAMENTO CIRÚRGICO DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO NA ESCLERODERMIA

Tratamento Cirúrgico da Doença de Refluxo Gastroesofágico na Esclerose Sistêmica (*)

GASTRORECIFE 2019 MAR HOTEL 15 A 17 DE AGOSTO DE 2019

Orientação para preparo de. Endoscopia Digestiva Alta

Anatomia Patológica 2/3/2011 Esófago e Estômago

RECOMENDAÇÕES PARA O TRATAMENTO DE DOENTES COM HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA DE CAUSA NÃO VARICOSA

DRGE é fácil de ser diagnosticada? - julho 2017 Por Felipe Paludo Salles - Endoscopia Terapêutica -

Estudos Funcionais do Esôfago: Quando Indicar?

Tratamento Endoscópico de Deiscências de Anastomose Esofágica em Pacientes Oncológicos - Série de Casos

RESIDÊNCIA em CIRURGIA DIGESTIVA

Esofagograma. Esofagograma ESÔFAGO E ESTÔMAGO 07/03/2018. Preparo do animal: Profa. Dra. Juliana PeloiVides 07/03/2018.

Francisco Carlos Bernal da Costa Seguro. Utilização de phmetria de múltiplos canais para estudo de refluxo

DIVERTÍCULOS DO ESÔFAGO

SÍNDROMES DISPÉPTICAS E SUAS CAUSAS

CASO CLÍNICO : ESOFAGITE EOSINOFÍLICA

Seminário Grandes Síndromes

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

Causas mais comuns em 85% dos casos: úlcera péptica varizes esofágicas diverticulose cólica angiodisplasia. Cirurgia necessária em 5-10% dos casos.

ASSISTÊNCIA E FUNCIONAMENTO NA SÍNDROME ESOFÁGICA

Doença do Refluxo Gastroesofágico

Entendendo a DRGE. & a Terapia com Stretta. GERD (gerd): Doença do Refluxo Gastroesofágico

Resultados 42. IV. Resultados

EDUARDO MARTINS LARA AVALIAÇÃO DO RESULTADO PRECOCE E TARDIO DE PACIENTES OPERADOS POR DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO NESTA INSTITUIÇÃO.

Guião de Referenciação à Consulta Externa - Cirurgia

ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE ESCOLA DE MEDICINA E CIRURGIA PLANO DE ENSINO

ESOFAGOCARDIOPLASTIA NO TRATAMENTO CIRÚRGICO DO MEGAESÔFAGO NÃO AVANÇADO RECIDIVADO

O PAPEL DA RADIOFLUOROSCOPIA NA AVALIAÇÃO PÓS-CIRÚRGICA DO TUBO DIGESTIVO SUPERIOR. Nuno Campos, Carolina Terra, José Ilharco, Luis Curvo Semedo

Avaliação do padrão e número de sítios de fosforilação (EPIYA) da proteína CagA de H. pylori e risco de carcinoma gástrico e úlcera duodenal

Plano de Ensino-Aprendizagem Roteiro de Atividades Curso: Medicina

Fatores preditivos da necessidade de secção dos vasos gástricos curtos nas fundoplicaturas totais videolaparoscópicas

1, 3, 8, 12, 16, 17, 18, 20, 21, 23, 24, 31, 34, 38, 42, 43, 44, 46, 49, 54, 60, 64, 66, 68, 70, 71, 72, 73, 79, 80, 82, 88, 97, 99, INDEFERIDOS

ENFERMAGEM DOENÇAS GASTROINTESTINAIS. Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

Cuiabá. PROPOSTA DE PROTOCOLO PARA USO DA MANOMETRIA ESOFÁGICA, phmetria ESOFÁGICA E MANOMETRIA ANO-RETAL

Protocolo Clínico e de Regulação para Dispepsia

Aspectos Clínicos, Anatômicos e Técnicos

REED X REED BARIÁTRICO ESTUDO COMPARATIVO DA TÉCNICA RADIOLÓGICA ROBERTO CIRNE

Farmacologia. Liga de Gastroenterologia / UFC

CONTRATO PARA PROCEDIMENTO DE BALÃO INTRAGÁSTRICO

VII Congresso Norte-Nordeste Nordeste de Gastroenterologia Teresina, 6 a 9 de junho de 2007

Factores associados ao insucesso do controlo hemostático na 2ª endoscopia terapêutica por hemorragia digestiva secundária a úlcera péptica

- Infiltrado eosinofílico no epitélio esofágico : mais 15 eosinófilos / campo grande aumento (400X)

Oncologia Gastrintestinal

Artigo Original. Introdução. Collis gastroplasty associated to parcial or total fundoplication: experimental study

ENFERMAGEM DOENÇAS GASTROINTESTINAIS. Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

III SEMANA CEARENSE DO APARELHO DIGESTIVO 01 A 03 DE JUNHO DE 2017 CENTRO DE EVENTOS DO CEARÁ FORTALEZA CE QUINTA-FEIRA 01 DE JUNHO DE 2017

Adenocarcinoma da cárdia. ELIAS JIRJOSS ILIAS Departamento de Cirurgia Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paul0

TESTE SEUS CONHECIMENTOS BASEADO EM EVIDENCIAS

Prof. Rogério Cardoso de Castro

Concurso Público UERJ 2012 Prova discursiva Médico Ccirurgião Geral

Tumores Neuroendócrino do Pâncreas - Tratamento cirúrgico dos insulinomas pancreáticos

CIRURGIA DO PÂNCREAS

Nº / ANO DA PROPOSTA: /2016 DADOS DO CONCEDENTE OBJETO:

FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ

PROCESSO SELETIVO SANTA CASA RESIDÊNCIA MÉDICA PRÉ-REQUISITO

Sangramentos em Bypass Gástrico. Dr Roberto Rizzi Clinica Dr Roberto Rizzi Centro de Excelencia em Cirurgia Bariatrica - HMSL

Introduction: Gastroesophageal reflux disease (GRD)

Internações Hospitalares. Primeira Base de Dados da Parceria Close-Up com SINDUSFARMA

Eixo temático: Cirurgia geral

DOENÇA DO REFLUXO GASTRESOFÁGICO E DISPEPSIA

TRAUMA DUODENAL HISTÓRICO KOCHER 1935 WHIPPLE 1963 KOBOLD e THAL 1968 BENI e DONOVAN 1977 VAUGHAN 1979 STONE

COLECISTITE AGUDA TCBC-SP

QUESTÕES DA PROVA DE ANATOMIA PATOLÓGICA (Edital nº 42/2016- PROGRAD)

Diretor Dr. Mesquita Dois anos de experiência de hernioplastias inguinais em ambulatório com ProGrip

Planilha do Internato em Cirurgia - 1º / 2014

DOENÇA DO REFLUXO. Centro de Re uxo Gastroesofágico. Diagnós co e tratamento

Avaliação do uso da Banda Gástrica no tratamento da obesidade mórbida

Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências Avaliação de Tecnologias em Saúde

Margens menores que 1 centímetro na hepatectomia são insuficientes?

Refluxo Gastro-Esofágico Esofágico. Dra. Joelma Gonçalves Martin Departamento de pediatria Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

Guia Prático da Residência em Cirurgia Geral R1, R2 e R3

UNITERMOS: Refluxo gastroesofagiano. Laparoscopia. Cirurgia.

MODELOS DE LAUDOS NORMAIS ESÔFAGO, ESTÔMAGO E DUODENO NORMAIS

18:30 SIMULAÇÃO ANFITEATRO Fernanda + Denny + João + Lobao

CURVA DE APRENDIZADO NA FUNDOPLICATURA LAPAROSCÓPICA DURANTE A RESIDÊNCIA MÉDICA EM CIRURGIA GERAL

Leia estas instruções:

Opções endoscópicas no tratamento das complicações do anel de restrição em pacientes pós by-pass gástrico. Série Endoscopia Bariátrica - junho 2018

COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS PÓS-CIRURGIA BARIÁTRICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

CONTRATADO: DR. LEOMAR CARVALHO MACHADO,

PROCESSO SELETIVO PARA INGRESSO NO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 EDITAL N. 001/2014 CRITÉRIOS DA AVALIAÇÃO DE HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

Embolização nas Hemorragias Digestivas

Protocolo Clínico e de Regulação para Pirose e Regurgitação no Adulto e no Idoso

Anastomose pancreática: quando melhor com o estômago e quando melhor com o intestino? Orlando Jorge M. Torres Professor Livre-Docente UFMA

RESUMO ABSTRACT. REVISTA MÉDICA DA UFPR ISSN x ISSN eletrônico DOI /rmu.v4i3 ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL

Esomeprazol em Crianças Eficácia e segurança no tratamento da esofagite erosiva em crianças.

AVALIAÇÃO TARDIA DA MUCOSECTOMIA ESOFÁGICA COM CONSERVAÇÃO DA TÚNICA MUSCULAR EM PACIENTES COM MEGAESÔFAGO AVANÇADO

Transcrição:

Q61 H HosPr1AL`Rzfi1onàL}nE1sÃoâflëëfiznniwuoagaõàflg MIRANDA somas ~ ülcer Vs $íä1tn Pos EsoFA50fik$1ämFuän%?Llcníunn.A <ê$in'úf199`2

- Fábio SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE HOSPITAL REGIONAL DE SAO JOSE DR. HOFEERO DE MIRANDA GOMES ÚLCERA GÁSTRICA PÓS ESOFAGOGASTROFUNDOPLICATURA* AUTORES Daniel Di Pietro** Marcelo Azevedo Silva** Acioli Vasconcelos** Sergio Ma1burg** Eduardo Cesar da Silveira Ribeiro*** Sandro Tadeu Novel1etto**** Nicolau Fernandes Kruel***** * 'kl' *ii *iii *firkâ Trabalho realizado no Departamento de Cirurgia do Hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda Gomes - São Jose - SC Médicos Residentes do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Regional Dr. Homero de Miranda Gomes - São.Josë ~ SC Chefe do Serviço de Endoscopia Digestiva e Cirurgia Geral do Hospital Regional Dr. Homero de Miranda Gomes -- São Jose - SC Cirurgião Geral do Hospital Lara Ribas - l-'lorianõpolis-sc Doutorando do Cu.rso de Medicina da Universidade Federal de Santa Cata rina»- Florianopolis-SC _ Estagiario do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Regional de São Josë Dr. Homero de Miranda Gomes - São Josë - SC Supervisor do programa de 'Residência Hëdica em Cirurgia Geral do Hospital Regional Dr. Homero de Hiranda Gomes - São José - SC

RESUMO -------- -- ABSTRACT ------ -- INTRODUÇÃO ---- -- ANÁLISE DOS CASOS DISCUSSÃO ----- -- BIBLIOGRAFIA ---- ÍNDICE

RESUMO Terapêutica cirúrgica é indicada em apenas 10 a 20% dos pa cientes com refluxo gastro-esofágico. A complicação com úlcera gástrica é incomum, e descrita na literatura, seguindo-se apenas è técni ca de Nissen em 0,5 a 5,5% dos casos. Sempre justa cárdica e com apa recímento precoce, é de díficil resposta ao tratamento clínico. Sua etiologia não é completamente conhecida, e atribuida a isquemia local, refluxo alcalino, distenção gástrica, periesofagite ou lesão vagal. Três casos de úlcera gástrica, duas seguindo-se a técnica delüs sen e uma a técnica de Lind, são relatados de uma série de 41 fundoplicaturas (7,3%). Tratamento clínico foi tentado nos três pacientes porém apenas um respondeu, tendo sido realizado gastrectomia com a- nastomose em Y de Roux nos outros dois casos.

ABSTRACT Surgical treatment is indicated in just 10-20% of the pa tients suffering from gastroesophageal reflux. Complication with gas tric ulcer is uncommon and is described in the literature following only the Nissen's procedure, in 0,5-5,5% of the cases. It's always near the cardia, has precocious appearance and hardly answers to the clinical treatment. Its etiology is not completely known and it's a- tributed to local ischaemia, alcalin reflux, gastric distension,periesophagitis or vagal lesion. Three cases of gastric ulcer, two. following Nissen's procedure and one following Lind's procedure, are related from one series of forty-one fundoplications (7,3%). Clinical treatment was tried in all three patients but just one answered to in and gastrectomy with Roux-en-Y anastomosís was done in the other two.

INTRODUÇÃO Doença do refluxo gastroesofágico é uma entidade de tratamento clínico, com o qual se obtém bons resultados em 80-85% dos casos, e que aproximadamente 10 a 20% dos pacientes necessitam de trata mento cirúrgico. (1,2) Existem para o tratamento cirúrgico da esofagite complicada diversas técnicas; algumas delas com resultados exce lentes ou bons em 90-95% dos casos. (2,3,ú,5) Em 1965, Lind (1), baseando-se nas técnicas de Belsey e Nissen, idealizou a aplicação de uma fundoplicatura parcial de 2/3, deixando livre a face anterior do esôfago, acumulando uma experiência de mais de 500 casos com resultados satisfatórios em 95% dos casos e uma recidiva de 5%. Não referiu mortalidade alguma, apesar de alguns autores como Millet e Orringer referirem uma mortalidade de 0,3 a 2J% (2,5,6,7). Em 1967, Aquarone inicia sua aplicação no Brasil e logo Gama Rodrigues e Pinotti em 1974, comunicam suas experiências difundindo o método em todo o país (2). A eficácia do tratamento de Lind no controle do refluxo gastroesofágico apresenta uma morbidade não desprezível, compreendida entre 10 e 15%. 0 aparecimento pós operatório de úlcera gástrica é uma complicação rara, com poucos relatosle literatura, que permanece com etiologia desconhecida.

ANÁL1sE oos casos Durante um período de8 anos,de 198A a 1992, 41 pacientesië ram submetidos à fundoplicatura transabdominal pelas técnicas de Nissen e de Línd. Três desses pacientes (7,3%) desenvolveram úlcera gás trica benigna no pós operatório. Os pacientes consistiam de uma mulher e dois homens com idades de 39, 47 e 48 anos, respectivamente, e cuja média foi de 44,6 anos. Nenhum dos pacientes recebeu medicação ulcerogênica. Como investigação pré-operatória, endoscopia digestiva foi realizada nos três pacientes para o diagnóstico de esofagite de refluxo. Apenas um dos pacientes apresentou gastrite crônica pré-pilórica confirmada por biópsia. A paciente do sexo feminino se apresentava com recidiva da esofagite de refluxo, pois já havia sido submetida a fundoplicatura pela técnica de Nissen. Após um período que variou de 25 dias a 5 meses, os pacien tes retornam ao ambulatório com queixas de distensão abdominal pós prandial e dor epigástrica. A paciente do sexo feminino se apresentou com quadro de hemorragia digestiva alta que respondeu ao tratameg to clínico. Foi realizada seriografia digestiva nos três pacientes, e esta evidenciou "estenose pilórica" e distenção gástrica em grausva riáveis, com úlcera gástrica justa cárdica nos três pacientes (figura). Todas as três úlceral foram biopsiadas e confirmado o caráter benigno. Tratamento clínico foi tentado nos três pacientes, porém a paciente do sexo feminino foi a única a responder ao tratamento com omeprazol. Os dois homens, apesar de tentados diversos esquemas tera pêuticos, não responderam ao tratamento clínico, sendo encaminhados à cirurgia, onde realizou-se gastrectomia com anastomose em Y de Roux, com alívio dos sintomas.

' DISCUSSÃO Uma das complicações da técnica de fundoplicatura à Lind,a úlcera gástrica, se apresenta raramente, e foi apenas relatada na literatura como complicação da técnica de Nissen. 0 estudo de diferentes séries revela uma freqüência variável de 0,5 a 5,5%; 3 casos em 600 (0,5%) por Polk (8), 1 em 109 (O,9%) por Peix (9), 1 em 96 (1,04%) por Gossot (10), 5 em 160 (1,8%) por Bushkin (11), 3 em 100 (3%) por Scobie (12), 5 em 158 (3,2%) por Herrington (13), 8 em 170 (4,7%) por Campbell (14), 5 em 90 (5,5%) por Bremner (15) no presente relato, de 41 fundoplicaturas realizadas, foram observados 3 casos (7,3%), sendo que destes, 2 seguiram-se a cirurgia de Nissen e um ã Lina. Cada uma das três úlceras relatadas apresenta topografia alta, ao longo da pequena curvatura, o que parece ser uma caracteristica comum deste tipo de complicação descrita pelos diversos autores (12, 13, 14, 16, 17). Devemos levar em consideração aínda, que a localização alta, justa cárdica é raramente observada quando avaliamos úlcera péptica sem relação com fundoplicatura. Sua aparição é precoce (2 a 6 meses), porém pode ocorrer de semanas ã anos, raramente melhoram com o tratamento médico, e sua evolução para complicação é fre qüente, com perfuração e hemorragia (13,16, 17). A possibilidade de úlcera gástrica antecedendo à fundoplicatura foi eliminada pela endos copia digestiva. Apenas um dos pacientes apresentava-se com gastrite crônica, porém também não tinha evidência de úlcera gástrica. _A fundoplicatura sem dúvida produz uma distorção anatômica na parte superior do estômago com angulação acima da pequena curvatura. A proximidade do cardia, uma característica da úlcera gástrica pós fundoplicatura, poderia ser justificada pela isquemia local. A desvascularização da pequena curvatura, ligadura de um ou dois vasos curtos gástricos, as vezes necessária durante a mobilização do fundo ou a associaçao destes foi também atribuida como uma possivel causa. Kennedy reportou três casos de necrose da pequena curvatura com perfu

ração em 33 pacientes tratados pela técnica de Níssen associada à vagotomia gástrica proximal, enquanto que isto não ocorreu em nenhum às 300 pacientes apenas vagotomizados (16).Scobie (12) ainda acrescenta que a sutura seromuscular para formar a "gravata" pode contribuir para uma isquemia local. Desde que o refluxoalcalino causa complicações mais severas de esofagite do que o refluxo ácido, este deve ser suspeitado em todos os casos de marcado refluxo esofágico e estenose. Bremner (15, 18) referiu-se ao refluxo duodenogástrico como o resultado de um pilo ro incompetente, levando à gastrite e, finalmente, ã úlcera gástrica. Em relato posterior ele demonstrou a persistência de Ph intragástrico alcalino e aumento da concentração de ácidos biliares no estômago. A penas um dos três pacientes relatados na presente série apresentava gastrite crônica confirmada por biópsia. Os outros dois pacientes, Ê pesar da úlcera gástrica, não apresentavam sinais endoscópicos de gas trite alcalina. A questão portanto, desse refluxo duodenogástrico, parece ser uma condição preexistente em apenas alguns pacientes e não o resultado da fundoplicatura. Associação entre exposição esofágica ao suco gástrico e a- normalídades no esvaziamento gástrico são achados comuns em pacientes com vários sintomas gastroesofágicos. Bushkin (11) sugere que a distenção gasosa evidenciada pelo "Gas Bloat sindrome" poderia estimular a gastrina do antro, levando ao aparecimento de úlcera. Este re latou "Gas Bloat sindrome" em 4 dos 5 casos de úlcera gástrica pós fundoplicatura de Níssen como resultado talvez de uma "gravata" muito justa. Csendes e Henriquez (19) observaram tendência a um esvaziameg to gástrico lento em pacientes com estenose de esôfago. Sugeriram qm uma severa periesofagite poderia envolver o nervo vago e produzir dis função gástrica. Este estudo teve a desvantagem de somente avaliar o esvaziamento gástrico para líquidos, já que o esvaziamento para sólidos pode ser muito mais lento. Behar e Ramsby (20) referiram uma diminuição na contratilidade antral em pacientes com esofagite comparados com um grupo controle. Alguns autores têm descrito que a periesofagite provocada 09

pelo refluxo gastroesofágico com envolvimento do vago, trauma vagalcn secção ínadvertída de fibras do mesmo possa ser um fator na formação da úlcera. Esta possibilidade estaria aumentada no caso de dificulda des técnicas, e quando a cirurgia é feita por recorrência (3,8,13,21, 22,23). A validade dessas hipóteses diagnósticas precisa ser confirmada por estudos do esvaziamento gástrico em pacientes com esofagi te, tanto no pré, quanto no pós operatório. Pacientes que demonstrem no pré operatório demora no esvaziamento gástrico, o procedimento de drenagem poderia ser considerado; Presença de refluxo duodenal e motilidade antral alterada poderiam, quando necessário, ser corrigidas em conjunto com a fundoplicatura. 10

BIBLIOGRAFIA 1. LIND J. F., BURNS M. C., Mc. DOUGALL T. J.. Physiologícal Repair for Hiatus Hernia Manometric Study. Arch. Surg. 91: 233-237, 1965. 2. ROITMAN J. K.. Tratamiento Quirurgico de la Esofagítis por Reflujo con la Tecnica de Línd. Bol. Hosp. Viña del Mar. 44(š): 49-51, 1988. 3. DEMEESTER T. R., BONAVINA L., ALBERTUCCI M.. Nissen Fundoplication for Gastm Esophageal Reflux Disease. Ann. Surg. 204: 9-20, 1986. 4. MAMMONI 0. H.. Resultado Alejado del Tratamiento Quirurgico de. la Hernia del Hiatus y de la Esofagitís por Reflujo con Procedímiento Anatomíco. Rev. Argent. Cirurg. 42 (5): 219-229,1 Q. 5. MÁRQUEZ H. A., MUCHA MORA R. A., LA ROSA J. L. G., ESPARZA C.,HER RERA E. G.. Complicaciones eo el Tratamiento Quirúrgico de la Esofagitis por Reflujo. Rev. Gastroenterol. Mex. 55 (2): 45-42 1990. 6. PINOTTI H. W., GAMA J. J.. Esofagite de Refluxo. Rev. Ass. Med. Brasil. 26 (6): 201-204, 1980. 7. TRIANA M. J., 0SORIO L. B., BUADA M.. Plicatura del Fundus Gastrico. Técnica de Línd. Experiência Personal. Isabelica M.0. 9 (2): 127-142, 1984. 8. POLK H. C.. Fundoplication for Reflux Esophagitis Mísadventures with the Operation of Choice. Ann. Surg. 183: 645-652,1976. 9. PEIX J. L., BAULIEUX J., BUULEZ J., DUNNE R., MAILLET P.. Compli catíons et Séquelles des Fundoplícatures. Lyon Chir. 77: 6-9, 1981. ' - 10. GOSSOT D., SARFATI E., AZUULAY D., CELERIER M.. Facteur de Mørbi díté de L'intervention de Nissen. J. Chír. 124: 367-371,198l 11. BUSHKIN E. L., NEBSTEIN C. L., PARKER T. H., WOODWARD E. R.. Occurence of Gastríc Ulcer after Nissen Fundoplication. Am. J. Surg._ 42: 821-826, 1976.

12 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 I 22 23 SCOBIE B. A.. High Gastric Ulcer After Nissen Fundop1ication.Med J. Aust. 1: 409-410, 1979. HERRINGTON J. L., MEACHAM P. W., HUNTER R. M.. Gastric Ulceratíon after Fundic Wrapping. Ann. Surg. 195 (5): 574-581, 1982. CAMPBELL R., KENNEDY T., JUHNSTON G. W.. Gastric Ulceration after Nissen Fundoplication. Br. J. Surg. 70: 406-407, 1983. BREMNER C. G.. Gastric Ulcer after the Nissen Fundoplication. Complication of Alkaline Reflux. S. Afr. Med. J. 51: 791-793, 1977. HOUDELETTE P., HUNKEL K., MUREAU X., DUMOTIER J.. Ulcère Sous-Car dial et Technique de Nissen a Propos D'une Observation de Guéri son par Décomplètement de la Fundoplicature. Ann. Chír. 43(4k 282-284, 1989. SAUBIER E. C., GOVILLAT C., TEBOUL F.. Traitement du Reflux Gastro-oesophagien par Fundoplicature Complete de Nissen. Chirurgi 112: 123-131, 1986. BREMNER C. G.. Gastric Ulceration after a Fundoplication Operation for Gastroesophageal Reflux. Surg. Gynecol. Obstet. 148: 62-64, 1979. CSENDES A., HENRIQUEZ A.. Gastric Emptying in Patients with Reflu Esophagitis or Benign Stríctures of the Esophagus Secondary to Reflux Compared to Controls. Scand. J. Gastroenterol. 13: 205, 1978. BEHAR J., RAMSBY G.. Gastríc Emptying and Antral Motilíty in Reflux Esophagitis. Gastroenterology. 80: 285, 1981. HINDER R. A., STEIN H. J., BREMNER C. G., DEMEESTER T. R.. Relatíonship of a Satisfactory Outcome to Normalization of Delayed Gastric Emptying after Nissen Fundoplication. Ann. Surg. 210 (4): 458-465, 1989. MAHER J. W., CERDA J. J.. The Role of Gastric Stasís in the Gene sis of Gastric Ulceration Following Fundoplication. World J. Surg. 6 (6): 794-799, 1982. MUGHAL M. M., BANCEWICZ J., MARPLES M.. Oesophageal Manometry and Ph Recording does not Predict the Bad Results of Nissen Fundoplication. Br. J. Surg. 77 (1): 43-45, 1990. A

TCC UFSC CM 0267 Ex.l N-Chaim TCC UFSC CM 0267' Autor: Di Pietro, Daniel Título: Ulcera gástrica pós esofagogastr 972800416 Ac. 253447 Ex.l UFSC BSCCSM