Substituição do farelo de soja pela torta de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade

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Transcrição:

Substituição do farelo de soja pela torta de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade Carla Fonseca Alves 1 ; Roberta Gomes Marçal Vieira Vaz 2 ; Mônica Calixto da Silva 3 1 Aluna do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail: carlafazoo@hotmail.com PIVIC/CNPQ 2 Orientadora do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail: robertavaz@mail.uft.edu.br 3 Co-orientadora do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail: monicalixto18@yahoo.com.br RESUMO: Objetivou-se neste trabalho avaliar a viabilidade técnica e econômica da substituição do farelo de soja pela torta de babaçu, em rações balanceadas para frangos de corte, de 22 a 42 dias de idade. Foram utilizados 80 frangos de corte mistos, da linhagem Coob 500, distribuídos em delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), com quatro tratamentos (0, 10, 20 e 30% de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu), cinco repetições, sendo cada parcela experimental composta por 04 aves. Aos 42 dias de idade, foram avaliados o desempenho (ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar), rendimento de carcaça, cortes nobres e o custo com alimentação por kg de frango produzido. Os níveis de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu não influenciaram (P>0,05) nenhuma das características de desempenho, o que evidenciou a viabilidade técnica de utilização de até 30% do alimento. O menor custo com alimentação por kg de frango produzido e a maior margem bruta foram obtidos com a utilização da ração contendo 0% de torta de babaçu. Dessa forma, o aumento dos níveis de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu mostrou-se economicamente inviável. Palavras-chave: alimento alternativo; coproduto; nutrição INTRODUÇÃO Na produção de frangos no Brasil, o principal limitante é o custo da alimentação, que representa em média 70% do custo total de produção. O milho e o farelo de soja, que compõem a base da alimentação de frangos de corte, possuem mercados oscilantes, ocorrendo em muitas regiões do país a pouca oferta dessas matérias-primas, o que eleva ainda mais os custos com a produção, e conseqüentemente reduz os lucros do produtor (SILVA, 2009). O uso de matérias-primas oriundas de vegetais regionais, para substituir parcialmente o milho e o farelo de soja nas rações de frango de corte, pode ser uma alternativa para a atividade em regiões onde há dificuldade de aquisição desses insumos. Dentre eles, destacam-se os coprodutos do coco do babaçu, durante o processamento industrial do coco do babaçu para extração do óleo da amêndoa, são

gerados a torta (resultante do processo de prensagem) e o farelo do babaçu (oriundo do processo em que se utiliza solvente químico) (SILVA, 2009). Em estudo realizado por Carneiro et al. (2009) não verificaram efeitos dos níveis crescentes de inclusão do farelo de babaçu (3, 6, 9 e 12%) sobre o consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar e rendimento de carcaça de frangos de corte na fase de 21 a 42 dias de idade. Deve-se enfatizar que a utilização desse alimento em escala comercial, depende de análises de economicidade para avaliar qual nível de inclusão do alimento proporciona menor custo de alimentação. Com base nisso, objetivou-se avaliar a viabilidade técnica e econômica da substituição do farelo de soja pela torta de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins, localizado em Araguaína TO. Foram utilizados 80 frangos de corte, de ambos os sexos, da linhagem Cobb 500, os quais foram criados em galpão experimental alternativo, coberto com palha de babaçu e piso de concreto, em gaiolas de 0,5 x 0,5 x 0,5 m, com comedouros e bebedouros tipo calha. As condições ambientais, no interior das instalações durante o período experimental, foram monitoradas e registradas diariamente utilizando-se os termômetros de bulbo seco, bulbo úmido e de máxima/mínima; colocados a meia altura das gaiolas, possibilitando os cálculos das temperaturas média, máxima, mínima e da umidade relativa do ar. As aves foram alimentadas com ração formulada para atender as exigências nutricionais de acordo Rostagno et al. (2011) até o 21º dia de vida. No 22º dia, as aves foram distribuídas em delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), com quatro tratamentos (0, 10, 20 e 30% de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu) e cinco repetições de quatro aves por unidade experimental. As rações experimentais foram calculadas considerando a composição química dos ingredientes e as exigências nutricionais das aves de acordo com as recomendações Rostagno et al. (2011). As variáveis de desempenho avaliadas foram consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), peso final (PF), rendimento de carcaça (RC), rendimentos de cortes nobres (coxa, sobrecoxa e peito).

As aves foram pesadas no início e no final do período experimental para determinação do GP. O CR foi calculado considerando a quantidade de ração fornecida e as sobras nos comedouros. A CA foi calculada pela razão entre o consumo de ração e o ganho de peso das aves. Aos 42 dias de idade, duas aves de cada parcela, com peso corporal próximo ao da média da parcela (± 5%), foram submetidas a jejum alimentar de 12 horas e abatidas por deslocamento cervical. Em seguida, foram submetidas aos procedimentos de sangria, escaldagem, depenagem e evisceração, para avaliação dos pesos relativos (%) das carcaças inteiras (com pés, pescoço e cabeça) e dos cortes nobres (coxa, sobrecoxa e peito). Os dados das variáveis avaliadas foram submetidos aos testes de Normalidade (Cramer Von Mises) e Homocedasticidade (Levene). Satisfeitas essas pressuposições, as variáveis foram submetidas à análise de variância. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do Software SAS 9.0 (2002). Para comparar a eficiência econômica entre as rações experimentais foram determinado o custo com alimentação por kg de frango produzido como segue: CFi = (QRi x CRi) / GPi; com i = 1, 2, 3, 4. Em que CFi = custo da alimentação por kg de frango produzido, QRi = quantidade de ração consumida), CRi = custo da ração) e GPi = é o ganho de peso das aves que receberam o i-ésimo nível de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu (kg). A margem bruta em relação ao custo da alimentação por kg de frango para cada nível de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu nas rações foi calculada pela expressão: MBi = PVF CFi; em que MBi = margem bruta em relação ao custo da alimentação por kg de frango (R$); PVF = preço de venda do frango vivo (R$/kg) e CFi = custo por kg de frango produzido com a utilização do i- ésimo nível de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu (R$/kg). RESULTADOS E DISCUSSÃO As temperaturas média, máxima e mínima no interior das instalações durante o período experimental foram de 24,6 ± 0,95; 28,2 ± 1,56 e 21,0 ± 0,47 o C, respectivamente, sendo a umidade relativa do ar de 60,2 ± 4,3%. Os níveis de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu nas rações, não afetaram (P>0,05) o consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e peso das aves aos 42 dias (P42d) (Tabela 1). Esses resultados possivelmente estão relacionados ao fato das rações

experimentais terem atendido as exigências nutricionais das aves em todos os tratamentos avaliados, independentemente do nível de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu. Tabela 1 - Valores médios de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e peso aos 42 (P42d) dias de frangos de corte, de acordo com o nível de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu Níveis de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu (%) CV 1 P>F 2 CR (g) 2789,45 2857,90 2815,06 2830,75 2,46 0,4897 GP (g) 1458,25 1530,75 1415,94 1492,00 4,84 0,1427 CA (g/g) 1,915 1,873 1,989 1,897 3,77 0,1507 P42d (g) 2347,28 2421,02 2305,63 2381,54 2,99 0,1330 1 Coeficiente de variação (%). 2 Significância do Teste F da análise de variância. Observou-se que os níveis de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu não afetaram (P>0,05) os pesos relativos da carcaça, coxa, sobrecoxa e peito dos frangos abatidos aos 42 dias (Tabela 2), indicando que a torta de babaçu pode ser incluída em até 30% em rações para frangos de corte, sem comprometer estas variáveis. Tabela 2 - Média dos rendimentos de carcaça (RC), coxa (RCX), sobrecoxa (RSCX) e peito (RP) de frangos de corte aos 42 dias de acordo com o nível de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu Níveis de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu (%) CV 1 P>F 2 RC (%) 81,81 82,08 81,44 81,70 1,27 0,8118 RCX (%) 12,22 11,82 11,91 12,41 4,65 0,3457 RSCX (%) 14,12 13,72 13,18 14,16 5,23 0,1569 RP (%) 33,45 34,29 33,53 33,45 3,63 0,6496 1 Coeficiente de variação (%). 2 Teste F da análise de variância. Em relação a análise de custo da alimentação, a maior margem bruta foi obtida com os frangos alimentados com 0% de torta de babaçu, em função do menor custo da alimentação (Tabela 3). O aumento dos níveis de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu promoveu aumento no custo da alimentação, em decorrência do incremento de óleo de soja e aminoácidos sintéticos, visando manter o balanço energético e aminoacídico das dietas.

Tabela 3 Ganho de peso (g), custo da alimentação (R$/kg), custo da alimentação por kg de ganho de peso (R$/kg), margem bruta (R$/kg) de frangos de corte de 22 a 42 dias Níveis de substituição do farelo de soja pela torta de babaçu (%) Ganho de peso (g) 1458,25 1530,75 1415,94 1492,00 Custo da alimentação 1 (R$/kg) 0,940 0,942 0,943 0,945 Custo da alimentação por kg de GP (R$/kg) 1,801 1,804 1,807 1,810 Margem bruta 2 (R$/kg) 0,999 0,996 0,993 0,990 1 Considerando os seguintes preços: milho = R$0,59/kg; Farelo de soja = R$ 1,30/kg; Torta de babaçu = R$ 0,70/kg; Fosfato bicálcico = R$ 2,77/kg; Óleo de soja = R$ 2,49/kg; Calcário = R$ 0,43/kg; Sal = 0,80/kg; DLmetionina = R$ 11,87/kg; L-lisina HCl = R$ 6,67/kg; L-treonina = R$ 6,76/kg; Suplemento mineral e vitamínico = R$ 9,00/kg. 2 Considerando o preço do frango vivo pago em 08/03/2012 de R$ 2,80/kg, pela empresa ASA Norte A substituição do farelo de soja pela torta de babaçu é tecnicamente viável em até 30% em rações de frangos de corte de 22 a 42 dias, desde que as exigências nutricionais das aves sejam atendidas. A substituição do farelo de soja pela torta de babaçu mostrou-se economicamente inviável para as condições do presente estudo. LITERATURA CITADA CARNEIRO, A. P. M; PASCOAL, L. A. F; WATANABE, P.H; SANTOS, I.B; LOPES, J.M; ARRUDA, J. C. B. Farelo de babaçu em rações para frangos de corte na fase final: desempenho, rendimento de carcaça e avaliação econômica. Ciência Animal Brasileira, v. 10, n. 1, p. 40-47, 2009. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L.; GOMES, P.C.; OLIVEIRA, R.F.; LOPES, D.C.; FERREIRA, A.S.; BARRETO, S.L.T. Tabelas brasileiras para aves e suíno composição de alimentos e exigências nutricionais. Viçosa: Imprensa Universitária UFV. 186p. 2005. SILVA, R.F. Avaliação nutricional da torta de babaçu e sua utilização em dietas para frangos de corte Label Rouge. Tese (Doutorado em Zootecnia). Universidade Federal de Goiânia UFG. Goiânia. 2009.67p. AGRADECIMENTOS "O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil"