PALAVRAS CHAVE: estágio supervisionado; anos iniciais; heranças culturais

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A IMPORTÂNCIA DAS HERANÇAS ÉTNICAS E CULTURAIS NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO. Lisane Filomena Quoos Vieira Silandra Badch Rosa Ulbra Cachoeira do Sul lisavieira676@gmail.com RESUMO O presente trabalho tem por objetivo abordar as experiências vivenciadas na prática pedagógica do Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, realizado no curso de Pedagogia da Universidade Luterana do Brasil. O estágio foi realizado com alunos do 5º ano da rede pública de ensino, da Escola Teófilo Teodóro Streck, no município de Novo Cabrais. Sua finalidade além de colaborar na formação profissional desta acadêmica de Pedagogia, visava também proporcionar aos alunos uma busca por suas heranças culturais, por meio de atividades onde pudessem entrar em contato com a história da formação do estado do Rio Grande do Sul, descobrindo assim sua própria história por meio de atividades lúdicas, onde houvessem trocas de vivências a partir de atividades sociais, cognitivas e culturais, para que trilhássemos juntos o vasto caminho na busca pelo conhecimento e que assim construíssemos pontes entre os saberes e vivências particulares, para uma maior colaboração na construção do eu na sociedade, a qual será composta por tantos eu diferentes. PALAVRAS CHAVE: estágio supervisionado; anos iniciais; heranças culturais INTRODUÇÃO Este trabalho tem por objetivo relatar as experiências vivenciadas durante a realização do Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais, realizado na Escola Teófilo Teodoro Streck, no município de Novo Cabrais, com alunos do 5 ano do ensino fundamental, realizado no

2 primeiro semestre de 2017, no curso de Pedagogia da Universidade Luterana do Brasil, tendo como orientadora a professora Silandra Badch Rosa. Além de ser um componente curricular na graduação do curso de Pedagogia, o estágio curricular nos anos iniciais oportuniza a ambientação dos futuros professores com a área em que atuarão e viabiliza a interação real entre teoria e prática. O estágio supervisionado do curso de pedagogia, é a base que nós como futuros professores precisamos para conviver com a realidade escolar. É uma etapa de extrema importância na formação do profissional de Pedagogia, pois estabelece relações entre a teoria e a prática, bem como dá a oportunidade de conhecer e analisar a atuação do profissional em sua ação pedagógica, onde podemos vivenciar o que aprendemos, refletindo sobre as práticas que escolheremos para agir dentro de uma sala com crianças que tem vivências, desejos, personalidades e sonhos únicos O estágio de docência nos anos iniciais teve como objetivos, aprimorar a prática em sala de aula, propiciar a aproximação da realidade profissional por meio da participação em situações reais de trabalho. O projeto A importância das heranças étnicas e culturais na formação do indivíduo, foi desenvolvido com alunos do 5 ano, faixa etária entre dez e onze anos. As crianças vivenciaram atividades lúdicas, pois nessa fase as atividades precisam ser desafiadoras e diversificadas para uma aprendizagem mais rica e significativa. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O projeto desenvolvido abordou temas culturais, tendo o Rio Grande do Sul como referência. As tradições gaúchas estão sendo esquecidas, são heranças culturais tão peculiares de um povo que de certa forma, não é mais atrativa as crianças, devido a tantas influências culturais diferentes, das quais eles são bombardeados a todo instante, segundo Huizinga: A cultura possui um caráter lúdico que se manifesta da seguinte maneira: Regra geral, o elemento lúdico vai gradualmente passando para segundo plano, sendo sua maior parte absorvida pela esfera do sagrado. O restante cristaliza-se sob a forma de saber: folclore, poesia, filosofia e as diversas formas da vida jurídica e política. Fica assim completamente oculto por detrás dos fenômenos culturais o elemento lúdico original. (Huizinga, 2010, p.54)

3 Portanto as formas de apresentação cultural para determinadas faixas etárias não pode ser feita de forma monótona e ultrapassada e sim como algo interessante e prazeroso. A aceitação e envolvimento irá depender de como apresenta-se o assunto, pois as crianças dessa geração, tão ligadas as tecnologias, não são atraídas tão facilmente, o interesse delas precisa ser despertado e buscar na cultura o lado lúdico é sim uma forma. Os símbolos temáticos populares dos eventos tradicionalistas, tais como os usos, costumes e demais bens culturais expressos na arte possuem muitos significados para os participantes e reforçam o sentimento de pertencimento e identidade. Os mais jovens em contrapartida, não se sentem, em sua maioria, pertencente a essas tradições, nem tampouco faz parte de sua identidade. Maffessolli (1998) acredita que esse tipo de festa popular, de celebração, pode desenvolver rituais significativos na vida das pessoas, como atividade de aproximação social. O caráter lúdico dessas manifestações serve como escape das tensões da vida contemporânea e permite que indivíduos que não se conhecem possam se agrupar, celebrar e apreciar espetáculos, porque gostam e se identificam com o tipo de arte que será apresentado, neste caso, arte e cultura gauchas. O resgate e valorização dessa cultura única é também função da escola, que pode agir como incentivadora e esclarecedora de costumes já adquiridos e também, incentivando as novas gerações a dar continuidade às tradições. O projeto se baseou também em resgatar as heranças culturais das etnias que compõem o estado do Rio Grande do Sul, buscando firmar a identidade de cada aluno, permitindo a ele resgatar e conhecer as contribuições de seus antepassados na formação do estado. Muitas vezes fatos de referências culturais das origens não são contados pela família, o que gera uma ruptura em fatos históricos importantes para a criança. Segundo OTERO: O direito ao conhecimento da origem biológica, direito personalíssimo, que tem por fundamento normativo a dignidade da pessoa humana, se destaca como o direito de toda pessoa saber sobre sua ancestralidade, sua etnia, sua genética, de conhecer a história de seus ascendentes (OTERO,1999, p.63-81) Toda pessoa tem direito de conhecer suas origens e a escola, através do professor pode contribuir nesse processo. METODOLOGIA

4 Com o objetivo de resgatar a memória cultural e étnica familiar de cada aluno, foram realizadas atividades diversificadas, buscando sempre que os alunos encontrassem significação e que essas atividades estivessem dentro do contexto individual e da turma. Foram realizadas pesquisas inicialmente por mim acadêmica por conhecimentos específicos dos assuntos a serem trabalhados com relação ao estado do Rio Grande do Sul, bem como busquei suporte teórico de qual a forma mais adequada de trabalhar com alunos nessa faixa etária e também estudei sobre as metodologias que iria usar, buscando sempre métodos que fossem interessantes para os alunos, em que pudessem tornar a busca pelo conhecimento mais prazerosa. Procurei apresentar atividades diversificadas relacionadas ao tema, para desenvolver nos alunos a curiosidade por suas histórias pessoais, passadas de pais para filhos e que infelizmente tem se perdido ao longo do tempo, também realizamos atividades em que os alunos puderam conhecer ou reforçar o que já conheciam sobre a formação do estado do Rio Grande do Sul, relacionando aos grupos étnicos que colaboraram para essa formação, seus costumes e contribuições, as quais são vivenciadas ainda hoje, mas muitas vezes sem saber de onde vieram. Então buscamos conhecer o passado, para podermos criar um elo sólido entre o presente e o futuro, de uma história escrita por muitas mãos e da qual todos fizemos parte. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Durante a prática da intervenção pedagógica, as expectativas que eu acadêmica tinha com relação a trabalhar com uma turma de 5 ano foram em parte atendida, hoje percebo que talvez minhas expectativas estivessem acima da capacidade dos alunos nessa fase, porém aprendi muito com eles e tenho certeza de que também eles tiveram experiências diferentes. Infelizmente é uma turma com alunos bastante carentes de apoio e acompanhamento familiar, percebeu-se que algumas atividades do projeto, em que necessitavam o auxílio direto da família, estes não colaboravam, também percebi que nessa faixa etária o professor precisa estar bem preparado para trabalhar com questões emocionais dos alunos, pois isso interfere nas aulas quase todo o tempo, principalmente quando tem uma turma expressiva em número de alunos como esta. São ativos, criativos e inteligentes. Algumas vezes ocorriam conflitos, mas são crianças solidárias e amáveis que precisam se descobrir em um mundo onde muitas vezes aqueles que deveriam lhes guiar no caminho, não tem tempo para elas. Foi uma experiência significativa de aprendizado e vivências diferentes que contribuirão imensamente para minha formação e para as escolhas que farei como docente.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A execução do estágio é uma forma de proporcionar aos futuros professores a vivência da rotina de um profissional da educação, sendo possível analisar os métodos utilizados, vivenciar as dificuldades enfrentadas, tanto pelo educador quanto pelo educando. A presença de alunos que precisam de uma atenção diferenciada e como o professor necessita estar bem preparado para isso. Constatei também que o professor não dispõem de todos os recursos que necessita para realizar um trabalho diversificado. Também o fato de perceber o que estudamos teoricamente se materializando e evidenciando em sala de aula é muito bom, permite pensar-nos como professores, criando nossos próprios métodos e a linha pedagógica que seguiremos. Realizei a maioria das atividades como havia planejado, porém durante a aplicação de algumas delas, percebi que poderia ter sido diferente, aprendi muito nesse período. Percebi o quanto é difícil lidar com alunos em determinada faixa etária e o quanto precisamos estar preparados. O estágio proporcionou essa experiência de sala de aula, onde foi possível ter vivências diversificadas, analisar e pensar em metodologias a serem usadas futuramente, objetivando despertar e facilitar a compreensão dos alunos. Meu desejo era o de resgatar a identidade individual através de uma cultura que é de todos, além disso permitir com que conhecessem, criassem e se descobrissem como produtores de cultura. Dentro do que havia proposto as atividades se concretizaram de forma satisfatória, porém depois percebi que algumas coisas poderiam ter sido feitas diferentes. O estágio curricular nos anos iniciais, me mostrou o quanto é necessário ampliar os conhecimentos para além do que está previsto. Pude perceber também o quanto as questões emocionais e relacionais interferem diretamente no trabalho em sala de aula. Que somos mais do que professores, muitas vezes precisa-se suprir uma parte que cabe a família, que as vezes é preciso parar tudo e abraçar, dar colo, dar bronca, risada, ouvir. Fazemos coisas que não está na descrição do serviço, mas que dinheiro algum, paga a satisfação e alegria dos pequenos e grandes resultados. REFERÊNCIAS HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. Tradução: João Paulo Monteiro. 6ª ed. - São Paulo, Perspectiva, 2010.

6 MAFFESOLI, M. Elogio da razão sensível. Rio de Janeiro, Vozes, 207 p. 1998. OTERO, Paulo. Personalidade e Identidade Pessoal e Genetica do ser Humano:Um Perfil Constitucional da Bioética. Ed. Almeidina, Coimbra: 1999.