DESTAQUES DO RELATÓRIO: Carteira Recomendada Nossa Carteira Recomendada do Tesouro Direto para os próximos 30 dias assume um cenário de inflação ainda pressionada neste ano e levemente mais alta no próximo ano, apesar do recente arrefecimento dos preços de alimentos e bebidas e da desaceleração da economia brasileira. Considerando o cenário atual da economia doméstica com expectativa de desaceleração concomitante a uma inflação ainda pressionada, continuamos preferindo o investimento em um juro real (NTN-Bs) próximo de 5,5% e em títulos pósfixados (LFTs), considerando a recente valorização dos prefixados (LTN e NTN-F). Acreditamos que a carteira de títulos públicos para os próximos trinta dias deve compor títulos pós-fixados (LFTs 50%) diante do cenário que continua incerto em termos de juros, principalmente com relação aos preços represados no mercado interno e a politica monetária nos Estados Unidos, e a aplicação de 50% dos novos recursos em NTN-Bs (vencimento em 2019). Cenário Macroeconômico O quadro externo nas últimas semanas reiterou as perspectivas de manutenção da liquidez global no médio prazo. Na Europa, o destaque foi o anúncio inesperado pelo Banco Central de medidas adicionais de afrouxamento monetário na zona do Euro. Nos Estados Unidos os indicadores econômicos, em geral, continuam apontando para a recuperação da atividade econômica. A despeito de tal melhora, no entanto, as taxas de juros longas continuam em patamar muito baixo. O mercado parece duvidar da disposição do Fed em aumentar consistentemente os juros ao longo dos próximos anos. No Brasil os dados do PIB do 2º trimestre confirmaram o quadro de desaceleração econômica na primeira metade do ano. A inflação do IPCA, por sua vez continua dando sinais de melhora, porém com algumas ressalvas. Uma delas é a de que boa parte da desaceleração de preços está associada a persistente deflação nos gêneros alimentícios. Em um ambiente de manutenção da liquidez global e desaceleração econômica no curto prazo, não vemos espaço para mudanças na taxa de juros até o fim de 2014. No médio prazo, no entanto, alguns reajustes esperados nos preços administrados pressionarão a inflação. Em tal cenário, um aumento adicional e moderado da taxa Selic poderá ser importante para reancorar às expectativas de inflação. Esperamos a taxa Selic encerrar 2015 em 12,0%. 2
CARTEIRA RECOMENDADA Nossa Carteira Recomendada do Tesouro Direto para os próximos 30 dias assume um cenário de inflação ainda pressionada neste ano e levemente mais alta no próximo ano, apesar do recente arrefecimento nos preços de alimentos e bebidas e da desaceleração da economia brasileira. Os preços represados (gasolina e energia elétrica, principalmente) deverão influenciar negativamente na inflação nos próximos trimestres, sendo esse o principal ponto com relação a nossa expectativa de alta da inflação e consequente alta do juro para o próximo ano (12%). A escolha da carteira para os próximos 30 dias leva em consideração a continuidade da tendência de valorização dos títulos prefixados (aproximadamente 3% nos últimos trinta dias) e uma continuidade do cenário de maior volatilidade principalmente dos juros internacionais, pelo menos até o final do ano. Considerando o cenário atual da economia doméstica com expectativa de desaceleração concomitante a uma inflação ainda pressionada, continuamos preferindo o investimento em um juro real (NTN-Bs) próximo de 5,5% e em títulos pós-fixados (LFTs), considerando a recente valorização dos prefixados (LTN e NTN-F). Para os próximos 30 dias mantivemos uma porcentagem elevada da carteira em NTN-Bs e excluímos da carteira os títulos prefixados. Acreditamos que a carteira de títulos públicos para os próximos trinta dias deve compor títulos pósfixados (LFTs 50%) diante do cenário que continua incerto em termos de juros, principalmente com relação aos preços represados no mercado interno e a politica monetária nos Estados Unidos, e a aplicação de 50% dos novos recursos em NTN-Bs (vencimento em 2019). MACRO-OVERVIEW O quadro externo nas últimas semanas reiterou as perspectivas de manutenção da liquidez global no médio prazo. Na Europa, o destaque foi o anúncio inesperado pelo Banco Central de medidas adicionais de afrouxamento monetário na zona do Euro. Além de promover cortes extras nas taxas básicas de juros e de empréstimos, o BCE também anunciou um programa de compra de ativos privados lastreados (asset backed securities, ABS). A adoção de tais medidas reflete a crescente preocupação da autoridade monetária europeia com a inflação excessivamente baixa e as taxas de crescimento do PIB tímidas naquele continente. Nos Estados Unidos os indicadores econômicos, em geral, continuam apontando para a recuperação da atividade econômica. A despeito de tal melhora, no entanto, as taxas de juros longas continuam em patamar muito baixo. Embora as tensões políticas na Ucrânia e Oriente Médio tenham contribuído para tal fenômeno (via maior demanda por ativos menos arriscados), o mercado parece duvidar da disposição do Fed em aumentar consistentemente os juros ao longo dos próximos anos. No Brasil os dados do PIB do 2º trimestre confirmaram o quadro de desaceleração econômica na primeira metade do ano. A inflação do IPCA, por sua vez continua dando sinais de melhora, porém com algumas ressalvas. Uma delas é a de que boa parte da desaceleração de preços está associada a persistente deflação nos gêneros alimentícios. Nas próximas leituras do índice, tal pressão baixista deve ser dissipada, levando novamente a subida da inflação, tanto mensal quanto acumulada em doze meses. Em um ambiente de manutenção da liquidez global e desaceleração econômica no curto prazo, não vemos espaço para mudanças na taxa de juros até o fim de 2014. No médio prazo, no entanto, alguns reajustes esperados nos preços administrados pressionarão a inflação. Em tal cenário, um aumento adicional e moderado da taxa Selic poderá ser importante para reancorar às expectativas de inflação. Esperamos a taxa Selic encerrar 2015 em 12,0%. 3
Renda Fixa Títulos Públicos No mês de Julho (último mês com relatório publicado pelo Tesouro Nacional), o montante financeiro vendido no Tesouro Direto foi de R$ 403,4 milhões, valor 30,9% superior ao mês anterior e 49,1% maior que o valor de julho de 2013. Os resgates totalizaram R$ 196,9 milhões, sendo R$ 151,8 milhões relativos às recompras e R$ 45,1 milhões referentes a vencimentos. Os títulos mais demandados pelos investidores foram os indexados ao IPCA (NTN-B e NTN-B Principal), cuja participação nas vendas atingiu 52,8%. Os títulos prefixados (LTN e NTN-F) corresponderam a 23,0% do total e os indexados à taxa Selic (LFT), 24,2%. Título Vencimento Taxa(a.a.) Compra Indexados ao IPCA NTNB Principal 150519 15/05/2019 5,49% NTNB 150820 15/08/2020 5,45% NTNB Principal 150824 15/08/2024 5,53% NTNB 150535 15/05/2035 5,51% NTNB Principal 150535 15/05/2035 5,53% NTNB 150850 15/08/2050 5,55% Prefixados LTN 010117 01/01/2017 11,55% LTN 010118 01/01/2018 11,51% NTNF 010125 01/01/2025 11,32% Indexados à Taxa Selic LFT 070317 07/03/2017-0,01% Atualizado em: 09-09-2014 9:07:10 Fonte: Tesouro Nacional 4
Evolução dos Principais Indicadores dos Últimos 30 Dias A curva de juros no mês de setembro recuou em relação ao mês passado, principalmente na parte longa da curva, refletindo principalmente o cenário doméstico. A decisão do Copom em manter a Selic em 11% já estava incorporada aos preços pelo mercado considerando a menor pressão da inflação diante da reduzida atividade econômica, embora sem flexibilidade para redução da taxa, dados os preços represados. Os resultados das pesquisas eleitorais pesaram também na curva de juros, e a possibilidade de alteração da politica monetária com uma nova política econômica manteve a queda dos juros longos em relação aos curtos. Curva DI Futuro (em %) BM&F 12,00 11,75 11,50 11,25 11,00 10,75 out-14 abr-15 out-15 abr-16 out-16 abr-17 out-17 Fonte: Bloomberg 08/07/2014 08/08/2014 05/09/2014 O destaque no quadro de ativos no mês de agosto foi o volume mais elevado de títulos públicos leiloados frente ao mês anterior (+29%), sendo que o maior volume foi de títulos prefixados (LTN e NTN-F) totalizando R$ 25,1 bilhões. Entre os ativos cetipados o destaque foi o aumento do estoque de cotas de fundos em R$ 28,3 bilhões, enquanto o CDI teve diminuição de R$ 29,9 bilhões no estoque. Entre os ativos negociados na BM&F, o destaque foi o maior volume de DI Futuro negociado, dado principalmente a maior especulação eleitoral. Ativos Financeiros R$ Milhões Jul. Ago. Var. Títulos Públicos * Leilão Tradicional 28.076 36.278 29% LTN 14.984 19.193 28% LFT 6.296 6.322 0% NTN-F 2.704 6.080 125% NTN-B 4.092 4.683 14% Ativos CETIP Estoque 3.230.753 3.237.063 6.310 CDB 516.711 511.818-4.893 CDI 605.379 575.425-29.954 Cotas de Fundos 1.216.351 1.244.715 28.364 Debêntures 642.918 648.364 5.446 Letra Financeira 249.393 256.741 7.348 Poupança SBPE Captação Líquida 947 946 BM&F Vol. Negociado # 3.116.336 3.595.019 478.684 DI Futuro 1.816.987 2.188.745 371.759 FRA 568.061 491.388-76.673 Câmbio Futuro 652.313 814.776 162.463 Ibovespa Futuro 78.976 100.110 21.135 Jul. # Principais Ativos * Dados dos Leilões Diários (Relatório Final não Divulgado) Fonte: STN, Bloomberg, BACEN, BM&F, Cetip Ago. 5
A inflação permanece pressionada, de acordo com último indicador divulgado, apesar do arrefecimento dos alimentos. O IPCA subiu 0,25% em agosto após a alta de 0,01% em julho. Em agosto do ano passado, o índice havia avançado 0,24%. Com o resultado desse indicador do mês de agosto, o IPCA acumulou alta de 4,02% em 2014 frente aos +3,43% em igual período do ano anterior. Nos últimos 12 meses o IPCA acumulou alta de 6,51% frente a 6,50% em julho. O item alimentos e bebidas registrou o quinto mês consecutivo de queda, com 0,15% em agosto. Nossa equipe econômica estima um IPCA de +6,6% para este ano e de +7,0% para o próximo ano. Taxas Proj. 2014 (1) Nacional Ago. Ano Ano SELIC 0,89% 7,08% 11,00% Inflação IGP-M -0,27% 1,54% 5,60% Inflação IPCA 0,25% 4,02% 6,60% BRL/USD (BACEN) -1,22% -5,34% R$ 2,45 Custo Captação % R$ Milhões 180 dias 180 dias 360 dias CDB - Pequenos 10 106,0 a 112,0 - - CDB - Médios 50-107,0 a 108,0 - CDB - Grandes c/ liquidez 50 - - 95,0 a 101,00 CDB - Grandes s/ liquidez 50 - - 99,0 a 101,00 Letras Financeiras - - - 103,4 a 106,2³ Outros 31/07/2014 29/08/2014 Var. Bovespa (pontos) 55.829 61.288 9,78% Poupança (Retorno Acumulado) 3,96% 4,59% 0,63% SWAP PRE x DI 10,96% 11,11% 0,15% ¹ Projeção Bradesco Corretora Research - Final do Ano ³ 2 anos Mercado Secundário Taxas Indicativas O grande destaque da curva das LTNs nos últimos 30 dias foi à queda da parte longa da curva, como pode ser visto ao lado. Os vencimentos julho/17, janeiro/18 e julho/18 apresentaram queda de 51, 56 e 64 bps respectivamente, enquanto a parte mais curta da curva não apresentou grande variação, com os vencimentos outubro/2014 e janeiro/ 2015 praticamente estáveis na média. 12,00 11,75 11,50 11,25 11,00 LTN (em %) 10,75 out-14 fev-15 jun-15 out-15 fev-16 jun-16 out-16 08/08/2014 22/08/2014 05/09/2014 Fonte: Andima 6
6,0 NTN-B (em %) O comportamento da curva das NTN-Bs foi diferente das LTNs, já que a queda da curva ocorreu em todos os vencimentos com intensidade semelhante nos últimos trinta dias. A queda média de todos os vencimentos da curva foi de 57 bps, sendo que as principais quedas ocorreram nos vencimentos maio/2045 e agosto/2050, que caíram 64 bps, enquanto a menor queda ocorreu no vencimento agosto/2018, com 38 bps. 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 mai-15 mai-16 mai-17 mai-18 mai-19 mai-20 mai-21 mai-22 mai-23 08/08/2014 22/08/2014 05/09/2014 A tendência da curva das NTN-Fs foi similar à curva das LTNs, com queda maior da parte mais longa da curva nos últimos trinta dias. A queda dos vencimentos janeiro/2021, janeiro/2023 e janeiro/2025 foi de 77, 79 e 87 bps, respectivamente, enquanto a menor queda foi do vencimento janeiro/2017, que atingiu 35 bps, como pode ser visto ao lado. Fonte: Andima 12,0 11,5 11,0 NTN-F (em %) 10,5 jan-15 jan-16 jan-17 jan-18 jan-19 jan-20 jan-21 jan-22 jan-23 08/08/2014 22/08/2014 05/09/2014 Fonte: Andima 7
Rentabilidade dos Títulos Públicos Rentabilidade Bruta Títulos Vencimento Últ. 30 dias Mês Anterior No Ano 12 Meses Prefixados LTN 01/01/2015 0,87% 0,85% 7,08% 10,49% LTN 01/01/2016 1,04% 0,71% 8,37% 11,66% LTN 01/01/2017 1,91% 1,15% 10,57% 12,95% LTN 01/01/2018 2,85% 1,74% - - NTN-F 01/01/2017 1,75% 1,06% 10,03% 12,37% NTN-F 01/01/2021 4,45% 2,87% 17,02% 15,47% NTN-F 01/01/2023 5,22% 3,74% 19,40% 16,98% NTN-F 01/01/2025 6,23% 4,48% - - Indexados à Taxa Selic LFT 07/03/2015 0,86% 0,85% 7,17% 10,24% LFT 07/03/2017 0,79% 0,79% 7,08% 10,13% Indexados ao IGP-M NTN-C 01/07/2017 1,99% 0,96% 8,04% 11,78% NTN-C 01/04/2021 3,01% 1,44% 10,75% 11,98% NTN-C 01/01/2031 5,38% 3,71% 15,04% 12,80% Indexados ao IPCA NTN-B 15/05/2015 1,26% 1,04% 8,16% 11,75% NTN-B 15/05/2017 2,34% 1,34% 10,94% 13,61% NTN-B 15/08/2020 3,01% 1,49% 13,26% 13,62% NTN-B 15/08/2024 4,79% 3,14% 15,85% 14,36% NTN-B 15/05/2035 7,46% 5,39% 21,34% 15,33% NTN-B 15/05/2045 8,83% 6,78% 24,00% 17,21% NTN-B 15/08/2050 9,33% 6,88% 24,62% 18,25% NTN-B Principal 15/05/2015 1,28% 1,05% 8,20% 11,84% NTN-B Principal 15/05/2019 2,74% 1,35% 12,81% 13,59% NTN-B Principal 15/08/2024 6,31% 4,41% 19,08% 15,17% NTN-B Principal 15/05/2035 13,18% 10,01% 33,47% 18,03% Fonte: Tesouro Nacional 8
DISCLAIMER Este relatório foi preparado pelas equipes de análise de investimentos da Ágora Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. ( Ágora ) bem como da Bradesco S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários ( Bradesco Corretora ), sociedades controladas pelo Banco Bradesco BBI S.A. ( BBI ). O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Ágora e da Bradesco Corretora. Este relatório é distribuído somente com o objetivo de prover informações e não representa uma oferta de compra e venda ou solicitação de compra e venda de qualquer instrumento financeiro. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data em que este relatório foi publicado. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte da Ágora ou da Bradesco Corretora garantia de exatidão dos dados factuais utilizados. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento, envolvido(s) na elaboração deste relatório ( analistas de investimento ) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações nos termos do art. 17 da Instrução CVM 483: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre os títulos públicos e seus emissores e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Ágora, à Bradesco Corretora, ao BBI e demais empresas do Grupo Bradesco. A remuneração do(s) analista(s) de investimento está, direta ou indiretamente, influenciada pelo resultado proveniente dos negócios e operações financeiras realizadas pela Ágora, Bradesco Corretora e BBI. Analistas Renda Fixa Altair Maurílio Pereira Caio Lombardi Economista Chefe Dalton Gardimam Economista Sênior Denis Blum Economista Tarik Migliorini 9