Prof Daiane Dal Pai Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda PPGENF/UFRGS daiadalpai@yahoo.com.br
O CENTRO CIRÚRGICO Ambiente complexo Avanço tecnológico e novas técnicas cirúrgicas e anestésicas Risco de morte e responsabilidade profissional: ambiente tenso diversidade de demandas Área física e recursos adequados Profissionais qualificados Processos planejados e avaliados Indicadores definidos
Ambiente: área física, preparo das salas, equipamentos, higienização Equipe: número de pessoal, escalas, relacionamento, aperfeiçoamento Ações Gerenciais do Enfermeiro Paciente: (antes e durante) assistência, registros, segurança Instituição: demandas acerca da missão e visão institucional, recursos (controle/sustentabilidade), cultura organizacional, hierarquia, modelo de gestão
QUALIDADE DOS SERVIÇOS Qualidade operacional: o processo propriamente dito Qualidade de percepção: como os pacientes e familiares percebem o tipo de serviço oferecido, e como os trabalhadores se sentem com o que fazem
AMBIENTE CIRÚRGICO INSTALAÇÕES EQUIPAMENTOS ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS PREPARO DA SALA E DA EQUIPE Práticas Recomendadas SOBECC, 2007 Ministério da Saúde, 2002
Aplicação de um modelo de dimensionamento capacidade cirúrgica = capacidades estrutural, operacional e de utilização Contribuir com um planejamento: maior precisão dados levantados pelos relatórios de produtividade e de recursos humanos
Entrevista com enfermeiras Falta de infra-estrutura, desrespeito e violação de alguns princípios dos códigos de deontologia. [...] com o gerenciamento da unidade é que começam os dilemas e os conflitos [...] tu tem cirurgias eletivas com só uma sala para urgências. Eu acho que é isso que angustia mais, é quando tu tens mais de uma urgência, e as outras salas ocupadas, e a pressão para sair as cirurgias eletivas dos outros cirurgiões, e tu tem que abranger e absorver as urgências simultâneas[...] (E10).
PRINCIPAIS PROBLEMAS Atrasos nas cirurgias Tempo de preparo da sala Presença da equipe Preparo dos materiais Suspensão de Cirurgias Paciente, equipe ou sala? Erros (complicações, óbito, re-intervenção) Falta de pessoal
Uma das competências do enfermeiro no perioperatório é o gerenciamento dos procedimentos cirúrgicos, o profissional deve ter a capacidade de antever os recursos necessários conforme o agendamento prévio. A elaboração da escala cirúrgica é a primeira etapa para o início de uma série de eventos que devem ser previstos com no mínimo vinte e quatro horas de antecedência Machado et al (2006)
Os protocolos de cuidados de enfermagem aos pacientes cirúrgicos, são recomendados pela Sobecc, com vistas à resolução de problemas, redução do desperdício do instrumental cirúrgico e gerenciamento por resultados
PARA SUPERAR OS PROBLEMAS?? PLANEJAMENTO 1. Identificação (clara e objetiva) dos problemas 2. Grupo de trabalho: co-gestão 3. Plano de Superação 4. Definição de Metas 5. Responsabilização (micro e macro) 6. Avaliação/acompanhamento dos resultados
Modelo de decisão compartilhada: 1)parceria; 2)autoridade comresponsabilidade; 3)equidade; 4)propriedade; 5)eficiência, eficácia e efetividade; 6)aprendizado contínuo; e 7)a pessoa certa no lugar certo.
Objetivos do Gerenciamento em CC Adequar as mudanças para a sobrevivência; ter movimento para ação; adaptação; crescimento pessoal e da equipe; buscar diferenciação; Romper com o antigo paradigma do líder centralizador, controlador, distante e intocável com uma liderança centrada no poder e comando; desenvolver uma nova consciência de líder que libera o poder, que facilita, compartilha, participa, valoriza, que se aproxima conduzindo as pessoas ao crescimento e desenvolvimento de suas potencialidade Caregnato (2010)
Monitorar a produção e a produtividade Média cirurgias/dia, Taxa de ocupação/cc Tempo médio de duração das cirurgias mais 20 minutos de limpeza, Taxa de cancelamento de cirurgias, Taxa de cirurgias sem programação prévia (encaixe, urgência, emergência) Motivos de atraso para o início das cirurgias, ETC... Subsídios para as estratégias e planejamento, gestão com base em fatos e processos Envolver o médico é tarefa dificil, Necessidade de métodos bem sucedidos de comunicação, Envolvimento de toda a equipe multidisciplinar
ALGUNS INDICADORES EM CC mapa cirúrgico (movimento cirúrgico, cancelamentos, atrasos, taxa de mortalidade intraoperatória, número de re-operações); recuperação anestésica (tempo médio de permanência na RA); dados gerenciais (banco de horas, número de colaboradores na instituição); incidência de queda e incidência de lesões de pele no intra-operatório
COMO PLANEJAR O CUIDADO EM CENTRO CIRÚRGICO? SAE
REFERÊNCIAS Possari, J.F. Centro Cirúrgico: planejamento, organização e gestão. Ed Érica. 3 ed. 2004 Carvalho, R.; Bianchi, E.R.F. Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação. São Paulo: Manole,2007. Meeker, M.H; Rothrock, J.C. Cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1998. Petroiano, A; Miranda, M.E.; Oliveira, R.G. Blackbook Cirurgia. Belo Horizonte: Brackbook, 2008. Lima L.B, Magalhães A.M.M. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em centro cirúrgico. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2006 set;27(3):426-33. Nepote, M.H.A. Análise de desempenho de atividades no Centro Cirúrgico através de indicadores quantitativos e qualitativos. Revista de Adm em Saúde. Out-Dez, 21(5). 2003 Duarte LEMN, Lautert L. Conflitos e dilemas de enfermeiros que trabalham em centros cirúrgicos de hospitais macro-regionais. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2006 jun;27(2):209-18. Machado, L. et al. Gerenciamento da escala cirúrgica pelo enfermeiro. In: Funcke, L.B.; Moraes, K.B.ENCONTRO DE ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO, 12, 21-22 jul 2006, Porto Alegre, RS. Resumos Porto Alegre, 2006. 1 CD-ROM. Caregnato, R.C.A. Equipe de Enfermagem no Centro Cirúrgico: gerenciamento e liderança In: XIV.ENCONTRO DE ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO, jul 2010, Porto Alegre, RS. Resumos Porto Alegre, 2010. 1 CD-ROM
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM - SAE - - É um método utilizado para organizar as ações de enfermagem com base no conhecimento científico, raciocínio crítico, planejamento e avaliação, contribuindo assim na qualidade dos cuidados prestados aos indivíduos e à população. -Prática legal e atributo do enfermeiro (COFEN-272/2002) -Origem: EUA(1955), por Hall -Brasil: anos 70, por Wanda Horta
EtapasdaSAE 1º PASSO: Investigação Anamnese e Exame Físico 5º PASSO: Avaliação Evolução 2º PASSO: Formulação do Problema Diagnóstico de Enfermagem 4º PASSO: Implementação Ato de Cuidar Prescrição de Cuidados 3º PASSO: Planejamento
SAE na área cirúrgica: Novidade?? SMELTZER, BARE. Tratado de enfermagem médico-cirúrgico. 2002. HARGROVE-HUTTEL. Enfermagem médico-cirúrgico. 1998. MEEKER, ROTHROCK. Cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico. 1998. Práticas recomendadas SOBECC Revista SOBECC Demais revistas científicas de enfermagem
Masse nãoénovidade, porqueaindanão trabalhamosefetivamentecom a SAE emcc (ousaep)? RESULTADOS DE ESTUDOS DEMONSTRAM QUE As enfermeiras apontam que a falta de tempo, a quantidade e rotatividade de pacientes são fatores que dificultam a implementação da SAE.
A implantação é um processo complexo e trabalhoso, mas qualifica a assistência
Para o alcance da excelência desejada no modelo assistencial, a enfermagem precisa: -Envolver e capacitar todos os membros da equipe de enfermagem -Usar instrumentos e métodos válidos e confiáveis para a obtenção dos dados dos pacientes -Desenvolver pesquisas e implementar os resultados na prática -Usar registros eletrônicos e outros recursos que favoreçam a comunicação
Definição das Metas do Cuidado Perioperatório: Aperfeiçoamento (tecnologia dura e leve) Atendimento seguro e confiável Suprir necessidades dos usuários COUTO et al (2007)
SAE Perioperatória tem como objetivo: -Obter informações sobre as condições do pacientes -Aumentar a confiança e a auto-estima -Interagir com o paciente, respeitando seus direitos -Diminuir riscos -Obter informações para dar continuidade ao cuidado -Prevenir danos ou complicações -Obter resultados e avaliar -Direcionar a documentação perioperatória COUTO et al (2007)
Diagnósticos de Enf presentes no perioperatório Ansiedade e Medo Risco de quedas Risco de lesão perioperatória por posicionamento Débito cardíaco diminuído Risco de aspiração Integridade tissular prejudicada Hipotermia Risco para alteração da temperatura corporal Risco de disfunção neurovascular periférica Retenção urinária Dor aguda COUTO et al (2007)
Ansiedade relacionada à ameaça real ou percebida à integridade biológica, secundária ao procedimento invasivo Definição:estadoemqueo indivíduoapresentasentimentode desconforto(apreensão) e ativação do sistema nervoso autônomo em resposta a uma ameaça vaga, inespecífica RISCO PARA LESÃO POR POSICIONAMENTO PERIOPERATÓRIO, relacionado às exigência de posicionamento e à perda das respostas sensoriais protetoras habituais secundárias à anestesia Definição: estado em que o indivíduo apresenta risco de dano resultante das exigências do posicionamento para cirurgia e da perda das respostas protetoras habituais secundária à anestesia
ExemploSAE 5º PASSO: Avaliação Pele íntegra 1º PASSO: Investigação Paciente emagrecido, desnutrido Risco para lesão por posicionamento 2º PASSO: Formulação do Problema 4º PASSO: Implementação Colocação da proteção Implementar coxins 3º PASSO: Planejamento
- Inicio da SAE Perioperatória: avaliação pré-operatória do paciente (CASTELLANOS, 1978) - Elaboração e validação de instrumento de avaliação pré-operatória
Instrumento baseado no modelo conceitual do Horta: aplicado à 20 pacientes na visita pré-operatória: deglutição prejudicada (100%), risco para infecção (100%), conhecimento deficiente sobre a doença e período perioperatório(95%) e dor crônica (75%) Instrumento previamente validado, aplicado à 30 pacientes: maior freqüência Ansiedade, risco para infecção, Risco para lesão por posicionamento perioperatório e dor.
12 pacientes: Risco para infecção (100%) Risco para desequilíbrio de volume de líquidos (100%) Troca de gases prejudicada (100%) Risco para aspiração (100%), proteção alterada (100%) Integridade da pele prejudicada (100%) Risco para disfunção neurovascular periférica (100%) Risco para lesão perioperatória de posicionamento (100%) Risco para temperatura corporal alterada (94,1%)
15 pacientes: Integridade tissular prejudicada (100%), Risco para infecção (100%), Percepção sensorial perturbada (100%), Risco para aspiração (100%), Risco para função respiratória alterada (80%), Hipotermia (60%), Risco para temperatura corporal desequilibrada (40%), Nutrição desequilibrada (33,3%) Dor aguda (26,7%).
12 enfermeiros: -Não utilizavam abordagem diferenciada para o cuidado ao Idoso -A falta de dados do pré-operatório prejudica o cuidado no trans e pós-operatório
1º PASSO: Investigação Produção do conhecimento da enfermagem brasileira 5º PASSO: Avaliação 2º PASSO: Diagnóstico de Enfermagem 4º PASSO: Implementação 3º PASSO: Planejamento -Segundo Barros (2008): Estudos - Processo de Enfermagem incompleto; Sem ligação entre os períodos do perioperatório.
Desafios da SAE Perioperatória -Ser objetivo comum do grupo de trabalho -Qualificar a equipe de enfermagem -Ter incentivo institucional -Construir estratégias próprias para as características da área - Ser uma meta de trabalho
HABILIDADES NECESSÁRIAS AO ENFERMEIRO PARA IMPLEMENTAR A PRIMEIRA ETAPA DA SAE
Modelo para coleta dos dados préoperatórios na visita?
Continuação...
Dados a registrar no pré imediato
Registros Transoperatórios
REFERÊNCIAS BARROS, CP. Cuidados de Enfermagem no perioperatório de cirurgia cardíaca: uma revisão integrativa. Centro Universitário Metodista Ipa [Monografia] 2008. 69p. CARVALHO, EC, KUSUMOTA, L. Processo de enfermagem: resultados e conseqüências da utilização para a prática de enfermagem. Acta paul. enferm..vol.22, n.spe1; pp. 554-557. 2009. COUTO et al, Unidade de Centro Cirúrgico. In: GAIDZINSKI e cols. Diagnóstico de enfermagem na prática clínica. 2007 DALRI,CC; ROSSI, LA; DALRI MCB. Diagnósticos de Enfermagem de pacientes em pósoperatório imediato de colecistectomia laparoscópica. Rev Latino-am Enfermagem. V14, n3, p389-96. 2006. FREITAS, MC; QUEIROZ,TA. O processo de enfermagem sob a ótica da enfermagem de uma maternidade. Rev Bras Enferm. V60, n2, p207-12. 2007 FLORIO, MCS; GALVÃO, CM. Cirurgia ambulatorial: identificação dos diagnósticos de enfermagem no período perioperatório. Rev Latino-am Enferm. V11, n5, p630-7. 2003.
REFERÊNCIAS GALDEANO, LE; el al. Diagnósticos de Enfermagem de pacientes no período transoperatório de cirurgia cardíaca. Rev Latino-am Enferm. V11, n2, p199-206. 2003. HERMIDA, PMV; ARAÚJO, IEM. Sistematização da Assistência de Enfermagem: subsídios para implementação. Rev Bras Enferm. V59, n5, p675-79. 2006. LEITE, RCBO; BIANCHI, ERF. Assistência de Enfermagem ao paciente idoso em Centro Cirúrgico. Rev Sobecc. V1, n4, p23-27. 2003. LOPES A. E. R., POMPEO D. A., Canini S. R. M. S., Rossi L. A. Nursing diagnoses of patients in the preoperative period of esophageal surgery. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 17(1): 66-73. 2009 PICCOLI, M; GALVÃO, CM. Visita pré-operatória de enfermagem: proposta metodológica fundamentada no modelo conceitual de Levine. Rev Eletrônica Enferm. V7, n3, p366-72. 2005. DAL PAI, D; AZZOLIN, K.O. Materiais elaborados para Projeto de Extensão SAE em Centro Cirúrgico. Centro Universitário Metodista IPA. 2008/2009