Princípios de Finanças



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Transcrição:

Princípios de Finanças Apostila 03 O objetivo da Empresa e as Finanças Professora: Djessica Karoline Matte 1

SUMÁRIO O objetivo da Empresa e as Finanças... 3 1. A relação dos objetivos da Empresa e as Finanças... 3 2. Atividades desempenhadas na empresa... 3 2.1. Atividades de Operação... 3 2.2. Atividades de Investimento... 4 2.3. Atividades de Financiamento... 4 3. O objetivo da empresa no contexto da Administração Financeira... 4 4. Medição do objetivo da Administração Financeira... 5 Referências Bibliográficas... 6 2

O objetivo da Empresa e as Finanças 1. A relação dos objetivos da Empresa e as Finanças Para a administração financeira, o objetivo econômico das empresas é a maximização de seu valor de mercado, pois dessa forma estará sendo aumentada a riqueza de seus proprietários (acionistas de sociedades por ações e sócios de sociedades por cota). Os proprietários de empresas privadas esperam que seus investimentos produzam um retorno compatível com o risco assumido, por meio da geração de resultados econômicos e financeiros (lucro e caixa) adequados por longo prazo, ou melhor, indefinidamente, pois o investimento é feito em caráter permanente. A geração de lucro e caixa é importante também para empresas públicas, pois com o reinvestimento de lucro, é possível executar a melhoria e a expansão dos serviços prestados a comunidade. A geração permanente de lucro e caixa contribui para que uma empresa moderna cumpra suas funções sociais por meio de geração e pagamento de impostos, treinamento, e remuneração adequada dos empregados, investimentos em melhoria ambiental etc. Do ponto de vista dos acionistas, uma empresa pode ser visualizada como um sistema que gera lucro e aumenta os recursos nela investidos. A empresa é um sistema aberto e dinâmico, representada por seus administradores (diretores e gerentes) e empregados em geral, que interagem com os agentes econômicos (clientes, fornecedores e governo) do ambiente em que esta inserida, gera os resultados econômicos e financeiros e remunera os acionistas pelo investimento realizado (HOJI, 2010, p. 3). Indicação de Obra: HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. 9ªed, São Paulo: Atlas, 2010. 2. Atividades desempenhadas na empresa As atividades empresariais quando agrupadas de acordo com sua natureza em: operação, investimentos e financiamentos. 2.1. Atividades de Operação As atividades Operacionais são as que colocam a empresa em pleno funcionamento, tendo como finalidade proporcionar um retorno adequado para os investimentos feitos pelos proprietários. Exemplos: Atividades diretas: compra e venda de mercadorias, compra de matéria prima e sua transformação, venda de produtos, prestação de serviço, armazenagem e distribuição. Atividades de apoio: planejamento estratégico, serviços jurídicos, publicidade, controle financeiro. 3

2.2. Atividades de Investimento São as atividades relativas a aplicação de recursos em caráter temporário ou permanente para dar suporte as atividades operacionais. Exemplos: Compra de maquinaria, integralização de capita de empresas controladas, aplicações financeiras de curto e longo prazo. 2.3. Atividades de Financiamento Refletem os efeitos da tomada de decisão sobre a forma de financiamento das atividades de operações e de investimentos. Exemplos: Captação de empréstimos bancários, emissão de debêntures, integralização de capital da empresa. 3. O objetivo da empresa no contexto da Administração Financeira (Portal da administração, fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/objetivos-da-administracao-financeira/69169/) O processo de tomada de decisão financeira deve começar pela definição, por parte da empresa, do objetivo a ser perseguido, de forma que o processo de decisão seja totalmente orientado para a escolha do melhor curso de ação que permita a consecução dos objetivos pretendidos. O objetivo permite, ainda, avaliar o grau de eficácia das decisões tomadas em relação aos resultados obtidos. Atkinson (2011) classifica os objetivos empresariais em primários e secundários: a) Objetivos primários: Nas empresas privadas é o lucro e a riqueza de seus proprietários. Nas organizações sem fins lucrativos e governo, são objetivos multidimensionais geradores de bem estar social. b) Objetivos secundários: São os meios que levam ao alcance dos objetivos primários. Qualidade, satisfação do cliente, inovação, qualificação de funcionários, posição competitiva no mercado, produtividade, eficiência, qualidade da administração, competitividade no mundo globalizado, responsabilidade pública e social da empresa, responsabilidade ambiental, etc. Os objetivos secundários nada mais são que meios para se atingir os objetivos primários. O ponto de partida, portanto, é o retorno exigido pelos proprietários da empresa. Num sistema de livre empresa em uma economia de mercado, o empresário deve buscar maximizar sua riqueza, pois ao fazê-lo, ele possibilita a realização dos objetivos da sociedade como um todo. Desta forma, o propósito de maximização da riqueza (bem estar econômico) 4

dos proprietários é totalmente coerente com o objetivo da Administração Financeira: criar valor. 4. Medição do objetivo da Administração Financeira A Administração Financeira, com o objetivo de maximizar a riqueza dos proprietários da empresa, deve dedicar-se a avaliação da empresa e das decisões financeiras em termos de seu impacto na criação de valor. O propósito de criar valor pode ser desmembrado em subobjetivos: I. Maximizar o lucro: O lucro é uma boa medida de eficácia organizacional. Entretanto, está sujeito a diversas restrições e questionamentos. O lucro é determinado por princípios contábeis amplamente aceitos, não evidenciam a capacidade de pagamento da organização, pois se baseia no regime de competência, e não no de caixa. Outra crítica é que o lucro contábil não mensura o risco inerente à atividade empresarial, pois as projeções não levam em consideração o risco de variações nos fluxos de rendimento. O lucro, portanto, é uma (e não a única) das medidas de desempenho das empresas. II. Maximizar o valor de mercado da empresa: O valor de mercado é considerado um dos melhores critérios para a tomada de decisões financeiras. De fato, os benefícios operacionais podem ser expressos em termos de fluxo de caixa, que devem ser descontados a valor presente mediante uma taxa mínima de atratividade. Essa taxa deve refletir a remuneração mínima aceitável para os acionistas diante do risco assumido. Duas variáveis são determinantes para o cálculo do valor de mercado da empresa: o retorno de caixa esperado e a taxa de oportunidade envolvida. O que importa aqui é a capacidade de gerar resultado futuro, e não o histórico de resultado acumulado. Portanto, o objetivo é promover a maximização do valor de mercado da ação da empresa. III. Maximizar a riqueza e garantir a continuidade do empreendimento: A elevação da riqueza do acionista é conseguida mediante incremento no valor econômico da ação da empresa, o que constitui o objetivo principal das empresas. Esse processo envolve a detecção de oportunidades, e a implementação de avanços na gestão, tecnologia e inovação. O objetivo de geração de riqueza (objetivo primário) não deve ser visto de forma isolada, mas sim como consequência da consecução dos objetivos secundários. Modernamente, as empresas devem incorporar objetivos ambientais e sociais, visando atender aos anseios da sociedade, o que possibilita a sustentabilidade empresarial. A sustentabilidade é alcançada quando a empresa busca atender ao conjunto dos seus stakeholders (partes interessadas) com transparência e ética. Desta forma, a sustentabilidade e a maximização da riqueza contribuem para preservar os recursos ambientais e culturais e reduzir a desigualdade social. 5

Referências Bibliográficas HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. 9ªed, São Paulo: Atlas, 2010. http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/objetivos-da-administracaofinanceira/69169/ 6