Ano I - Número I - Julho 2010 Avaliação ultrassonográfica da recorrência ganglionar em pacientes operadas por câncer de mama. Prezado colega, Acompanhando o ritmo acelerado da produção científica em medicina diagnóstica, o CEPEM (Centro de Estudos e Pesquisas da Mulher) está lançando o. Com periodicidade mensal, a newsletter oferecerá uma seleção dos mais recentes estudos científicos publicados em revistas internacionais. Disponibilizamos a você um conteúdo de qualidade. Faça parte do! Hee Jung Moon, MD, Min Jung Kim, MD, Eun-Kyjung Kim, MD, Beyong-Woo Park, MD, JiHyun Youk, MD, Jin Young Kvok, MD, Jechyuk Scho, MD, Seung-li Kim, MD Atipia epitelial plana e hiperplasia epitelial atípica: Taxa de carcinomas subestimados. Anna Ingegnoli, MD, Cecilia d'aloia, MD, Antonia Frattaruolo, MD, Lara Pallavera, MD, Eugenia Martella, MD, Girolamo Crisi, MD, and Maurizio Zompatori, MD Achados mamográficos assimétricos baseados na quarta edição do BI-RADS: tipos, avaliação e manejo. Ji Hyun Youk, HD, EUN-Kyung Kim, MD, Kyung Hee Ko, MD, Min Jung Kim, MD Massas mamárias císticas complexas. Abordagem diagnóstica e correlação imagenológica-patológica Devang J. Doshi, MD, David E. March, MD, Giovanna M. Crisi, MD, PhD, Bret F. Coughlin, MD Carcinoma lobular invasivo de mama: achados de imagem em mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. January K. Lopez, MD, Lawrence W. Bassett, MD Implicações clínicas da subcategorização BI-RADS 4 em lesões mamárias associadas a microcalcificações: Um estudo correlacionando radiologia-patologia. Mary Ann Sanders, MD, PhD,*Lane Roland, MD, and Sunati Sahoo, MD* Departments of Pathology, and Radiology, University Of Louisville, Louisville, Kentucky Avaliações Radiológicas de alterações mamárias relatadas na gravidez e lactação. Josep M. Sabate, MD, Montse Clotet, MD, Sofia Torrubia, MD, Antonio Gomez, MD, Ruben Guerrero, MD, Pilar de Las Heras, MD, Enrique Lerma, MD www.cepem.med.br Unidade Barra da Tijuca - Shopping Barra Garden Av. das Américas, 3255 - Lojas 235 e 243 Unidade Botafogo Rua Barão de Lucena, 67 e 71 Unidade Centro da Cidade Av. Rio Branco, 173-13º ao 15º andar
Achados mamográficos assimétricos baseados na quarta edição do BI-RADS: Tipos, avaliação e manejo. Os achados assimétricos mamários são frequentemente encontrados via mamografia de rastreio e diagnóstica. Porém observa-se alguma confusão em torno da terminologia aplicável para descrever os achados assimétricos da mama. A quarta edição do sistema BI-RADS do colégio americano de radiologia incorporou alterações no léxico para os achados assimétricos da mama para direcionar estes problemas e ampliar a utilidade clinica do relatório. Essa edição substitui tecido mamário assimétrico por assimetria global, densidade vista em uma única incidência por assimetria focal. Uma vez que, quando um achado assimétrico é identificado, deve-se determinar se corresponde a uma lesão verdadeira. Para interpretar e manejar os achados assimétricos da mama, deve-se realizar estudos mamográficos adicionais com incidências como perfil, incidências roladas, spot e, a ultrassonografia ou ressonância magnética podem ser utilizadas apropriadamente no estudo de cada caso e o radiologista deve estar ciente das armadilhas de cada método e modalidade. (Youk J.H. et AL, RadioGraphics 2008;10.1148/rg.e33)
Massas mamárias císticas complexas: Abordagem diagnóstica e correlação imagenológica-patológica Massas mamárias císticas complexas apresentam os componentes anecóico (cístico) e ecogênico (sólido) à ultrassonografia. A ultrassonografia é utilizada para identificar e caracterizar tais massas e para guiar procedimentos invasivos. Várias entidades patológicas podem produzir lesões mamárias císticas complexas ou podem estar associadas a elas, e a biopsia é usualmente indicada. Os achados benignos mais comuns incluem alterações fibrocísticas, papilomas intraductais ou intracísticos sem atipias, e fibroadenoma. Achados atípicos habitualmente encontrados incluem hiperplasia ductal atípica, papiloma atípico, hiperplasia lobular atípica, e carcinoma lobular in situ. Achados malignos incluem carcinoma ductal in situ, carcinoma ductal infiltrante e carcinoma lobular infiltrante. Se a abordagem da biopsia for personalizada para cada paciente e se as características das imagens estão rigorosamente correlacionadas com os achados patológicos em análise, as biopsias percutâneas orientadas por ultrassonografia podem efetivamente ser utilizadas para diagnosticar e guiar o manejo das massas císticas complexas. (Doshi D.F. et AL, RadioGraphics 2007; 27:S53-S64)
Avaliação Radiológicas de alterações mamárias relatadas na gravidez e lactação Durante a gravidez e a lactação, a mama pode ser afetada por uma gama de distúrbios específicos e únicos, incluindo alterações benignas estreitamente relacionadas a mudanças psicológicas, doenças inflamatórias e infecciosas, papilomatose juvenil, e tumores benignos e malignos. Pacientes com carcinomas mamários associados à gravidez tendem a apresentar neoplasias mais avançadas quando diagnosticadas e piores prognósticos devido ao atraso no diagnóstico, alem de padrões biológicos mais agressivos. Linfomas de Burkitt relacionados à gravidez se manifestam caracteristicamente por acometimento bilateral e difuso das mamas. Fibroadenomas podem apresentar crescimento, infarto, cistos grandes, ductos proeminentes, e hiperplasia secretória durante a gravidez elactação. A Galactocele é a lesão mamária mais comumente encontrada durante a lactação e se manifesta tanto como pseudo lipoma, uma massa cística com nível de gordura, quanto como pseudo hamartoma. Os tumores e doenças que afetam as mamas durante a gravidez e lactação são basicamente os mesmos que aqueles observados em mulheres não grávidas porém apresentam de aparências distintas. A sensibilidade da mamografia em mulheres grávidas e amamentando diminui devido ao aumento da densidade mamária. Ao contrário, a ultrassonografia é o método radiológico mais apropriado para a avaliação mamária nestas situações e é particularmente útil no diagnostico e tratamento de abscessos. A compreensão das únicas entidades que são relacionadas especificamente com a gravidez e a lactação e suas apresentações radiológicas patológicas pode ajudar o radiologista a fazer o diagnóstico correto.
Avaliação ultrassnográfica da recorrência ganglionar em pacientes operadas por câncer de mama Objetivo: Determinar os índices diagósticos da ultrassonografia nos linfonodos em cadeias axilares e supra claviculares, para determinar recorrência de linfonodos após cirurgia de câncer de mama e estudar os efeitos da avaliação dos linfonodos no prognóstico da ultrassonografia bilateral de mama. Material e método: Foi realizada avaliação pelo comitê institucional que aprovou este estudo, liberando-o do uso do consentimento informado. Entre janeiro de 2003 e dezembro de 2004, 3982 ultrassonografias foram realizadas, avaliando linfonodos, incluindo as cadeias axilares e supraclaviculares bilateralmente, em 1817 mulheres ( idade média 49,9 anos ; variando de 22 a 86 anos), após cirurgia de câncer de mama. Nove mulheres tinham lesões palpáveis. O diagnóstico final foi baseado nos resultados citopatológicos, acompanhamento clínico e estudos por imagem por pelo menos 12 meses após a ultrassonografia mamária. Os índices diagnósticos da ultrassonografia na detecção da recorrência de linfonodos foram avaliados. A freqüência de metástases à distância entre pacientes com e sem recorrência ipsilateral de linfonodos foi comparada. A mortalidade em 3 anos em pacientes apenas com recorrência de linfonodos e naquelas com metástases à distância foi avaliada. Resultados: De 1817 pacientes, 54 tinha recorrência de linfonodos suspeitos à ecografia (28 na primeira ecografia, 20 na segunda, 10 na terceira e 1 na quarta). 39 das 1817 pacientes (2,1%), incluindo 9 com lesões palpáveis, tinham recorrência de linfonodos, 11 tinham recorrência de linfonodos ipsilateral apenas. À primeira avaliação ecográfica dos linfonodos, a recorrência linfonodal foi detectada em 17 pacientes; 10 na segunda avaliação, 2 na terceira e 1 na quarta. 9 apresentaram resultados falsos negativos.
Os valores encontrados para a avaliação da detecção de recorrência de linfonodos por mulher foram: sensibilidade 76,9% (30 de 39), especificidade 98,7% ( 1754 de 1778), acurácia 98,2% (1784 de 1817), valor preditivo positivo 55,6% ( 30 de 54), e valor preditivo negativo 99,5% ( 1754 de 1763). Os valores encontrados na primeira avaliação ecográfica foram: sensibilidade 85,0% ( 17 de 20), especificidade 99,4% (1786 de 1797), acurácia 99,2% (1803 de 1817), valor preditivo positivo 60,7% ( 17 de 28), e valor preditivo negativo 99,8% (1786 de 1789). Os valores encontrados para o total de exames ecográficos realizados foram: sensibilidade 78,0% ( 32 de 41), especificidade 99,4% ( 3917 de 3941), acurácia 99,2% (3949 de 3982), valor preditivo positivo 57,1% ( 32 de 56), e valor preditivo negativo 99,8% ( 3917 de 3926). Metástases à distância foram encontradas mais frequentemente em pacientes com recorrência de linfonodos ipsilateral (62%) do que naquelas sem recorrência linfonodal (2,3%) (P_.0001). A taxa de mortalidade em 3 anos recorrência de linfonodos ipsilateral não foi significativamente mais baixa do que aquelas com metástases á distância (P_.03) Conclusão: A recorrência de linfonodos ipsilateral é um preditor de metástases à distância, e a avaliação dos linfonodos durante o exame ecográfico é útil na detecção precoce recorrência de linfonodos em pacinetes assintomáticas. (Moon H.J et al, Radiology: Volume 252: Number 3 September 2009)
Ano I - Número I - Julho Junho2010 2010 Atipia epitelial plana e hiperplasia epitelial atípica: Taxa de carcinomas subestimados Estudo realizado para determinar a taxa de subestimação de carcinomas em biópsias cirúrgicas após diagnóstico de atipia epitelial plana, hiperplasia epitelial ductal atípica e biópsias assistidas à vácuo com agulhas de 11 gauge. Uma revisão retrospectiva foi realizada em 476 biópsias assistidas à vácuo entre maio de 2005 e janeiro de 2007 e um total de 70 casos de atipia epitelial plana foram identificados. 50 casos (71%) foram categorizados como hiperplasia ductal atípica pura, 18 (26%) como atipia epitelial plana pura e 2 (3%) como atipia epitelial plana e hiperplasia epitelial ductal atípica concomitantemente. Cada grupo foi comparado com as espécimes das subseqüentes biópsias cirúrgicas. A cirurgia foi realizada em 44 pacientes com hiperplasia ductal atípica, 15 pacientes com atipia epitelial plana, e 2 pacientes com atipia epitelial plana e hiperplasia epitelial ductal atípica. Cinco casos de hiperplasia ductal atípica foram enquadrados em carcinoma ductal in situ, três casos de atipia epitelial plana resultaram em um caso de carcinoma ductal in situ e dois casos de carcinoma ductal invasivo, e um caso de atipia epitelial plana/hiperplasia ductal atípica apresentava carcinoma ductal invasivo. A taxa global de malignidade foi de 16% para hiperplasia ductal atípica (incluindo as pacientes com atipia epitelial plana/hiperplasia epitelial ductal atípica) e 20% para atipia epitelial plana. A presença de atipia epitelial plana e hiperplasia epitelial ductal atípica em biopsias requer cuidadosa consideração, e a excisão cirúrgica deveria ser sugerida. (Ingegnoli A. et AL, The Breast Journal, Volume 16, Number 1,2010 55-59)
Carcinoma lobular invasivo de mama: Achados de imagem em mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. A prevalência relatada de carcinoma lobular invasivo de mama (CLI) é variável, sendo que os estudos mais recentes apontam que correspondem a 10 a 15% de todos os carcinomas mamários invasivos. Porém, o diagnóstico e manejo dos CLI podem ser bastante desafiadores. As modalidades de imagem utilizadas usualmente não são muito específicas em diferenciar CLI dos demais carcinomas invasivos da mama, e CLI tem a tendência de se apresentar à mamografia de formas atípicas para carcinomas ductais invasivos, resultando em altas maiores taxas de falsos negativos. A detecção clínica do carcinoma invasivo também pode ser difícil, uma vez que, CLI frequentemente não se apresenta como lesão palpável. Esta tendência dos CLI apresentarem imagens e aparência clínica atípicas está relacionada às suas características histopatológicas e sua falha em provocar reações desmoplásticas. Porém, apesar do desafio diagnóstico, os métodos por imagem permanecem cruciais para a detecção e manejo dos CLI. Mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética possuem importante papel no diagnóstico desta patologia, apresentando cada método suas vantagens e limitações. O uso da ultrassonografia e da ressonância como adjuvantes à mamografia aumenta a sensibilidade na detecção do CLI e proporciona informações úteis para o posterior manejo do caso e o planejamento cirúrgico. Estar familiarizado ao espectro de imagens que podem ser apresentadas nos CLI é essencial.
Implicações clínicas da subcategorização BI-RADS 4 em lesões mamárias associadas a microcalcificações: Um estudo correlacionando radiologia-patologia. Atualmente os radiologistas tem a opção de subcategorizar as lesões mamárias com categoria 4 em 4 A (baixa suspeição de malignidade), 4B (suspeição intermediária de malignidade) e 4C (suspeição moderada, mas não clássica de malignidade). Para determinar o significado clínico das subcategorias do BI-RADS 4 e as alterações patológicas comumente associadas a estas lesões mamográficas, foi realizada uma revisão retrospectiva de 239 core biopsias orientadas por estereotaxia em microcalcificações. Todas as lesões biopsiadas eram da categoria BI-RADS 4 e dentre elas, 191 foram subcategorizadas como 4 A, 4B ou 4C. 94 das 191(49%) eram 4 A, 73 (38%) eram 4B, e 24 (13%) eram 4C. Alterações fibrocísticas foram o achado mais comumente encontrado (66/239;28%) seguido de carcinoma ductal in situ, responsável por 23% dos casos. Estes achados são seguidos por alterações de células colunares com e sem atipias(47/239;19%),e fibroadenoma(45/239;19%). Enquanto 70% (17/24) das lesões com categoria BI-RADS 4C foram carcinoma ductal in situ, apenas 21% (15/73) das lesões BI-RADS 4B e 10% (10/94) das lesões BI-RADS 4A foram carcinoma ductal in situ. Sem subcategorização, foi diagnosticado carcinoma em 23%(55/239) em todos os casos com BI-RADS 4. Portanto, a subcategorização das lesões BI-RADS 4 é importante uma vez que isto não só beneficia as pacientes e o clínico no entendimento do nível de suspeição para carcinoma, como também orienta o patologista. (Sanders M.A. et AL, The Breast Journal, Volume 16, Number1, 2010 28-31)