ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL. Paula Freire 2015

Documentos relacionados
Sumário Parte I ComPreensão dos Fundamentos do estado, das Formas e das Funções do Governo, 9 1 estado, Governo e sociedade, 11

HISTÓRIA. Crise dos anos 70 e Desmonte do Welfare State Parte 2. Profª. Eulália Ferreira

Outline da carta de Madri de 1998

Década de 1990-Neoliberalismo e inserção competitiva: a era FHC

Concurso: EPPGG MPOG Aula 4. Turmas 08 e 09 LEONARDO FERREIRA

CIÊNCIA POLÍTICA. Governabilidade e Governança. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

HISTÓRIA. Crise dos anos 70 e Desmonte do Welfare State Parte 1. Profª. Eulália Ferreira

Políticas Sociais para Gestão Social IGPP Professora: Maria Paula Gomes dos Santos

GLOBALIZAÇÃO. Globalização e a Crise Econômica Mundial

Política Social. Profa. Dra. Roseli Albuquerque

APPGG - SÃO PAULO - CRONOGRAMA GESTÃO GOVERNAMENTAL

SUMÁRIO. Parte I COMPREENSÃO DOS FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA POLÍTICA, ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Crise na Europa e Globalização

Sumário. Apresentação, xiii Estrutura do livro, xv

Inovação em Serviços Públicos

LIBERALISMO ECONÔMICO Sec. XVIII. Adam Smith

Parte I Compreensão dos Fundamentos da Ciência Política, Estado, Governo e Administração Pública, 9

INCENTIVOS FISCAIS PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS JOZÉLIA NOGUEIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO PÚBLICA GABARITO OFICIAL

Notas para conferência e artigo, aproveitando ideias apresentadas na UFRGS, em Porto Alegre em junho de 2014

Sumário. Parte I Panorama Descritivo da Economia Brasileira e Conceitos Básicos, 1

Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado

O NOVO DESENVOLVIMENTISMO

IDH e Globalização. Uma longa viagem começa com um único passo (Lao Tsé).

Administração. Reformas A nova gestão. Prof.ª Paula Freire

A HISTÓRIA SOCIAL DOS DIREITOS

Curso de Serviço Social. Política Social : Fundamentos e História

Reforma da administração. e aposentadoria. Agosto 2011

CONCEPÇÕES NÃO MARXISTAS DE ESTADO 14 de junho de 2011

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

Imperialismo. Estudo dos Capítulos 9 e 10 da obra Economia Política: uma introdução Crítica para o Curso de Economia Política

Administração Pública

X. Japão: do crescimento acelerado à recessão internacionalizada

Jornada do CFO O papel do executivo financeiro na crise. Othon Almeida, Sócio líder do CFO Program da Deloitte

Ressurgência Keynesiana nos Países Emergentes: o caso do Brasil

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL: SERVIÇO AO CIDADÃO

DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E AS INSTITUIÇÕES. Maputo, 12 de Junho de 2019

Administração pública em perspectiva: inovações e resquícios institucionais. Alketa Peci EBAPE/FGV

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS CAMPUS XIX CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Regulação e Agências Reguladoras no Contexto Brasileiro. Prof. Marcos Vinicius Pó

Sumário. Introdução geral. 1. Objetivos e metodologia... 5

Estratégia brasileira de desenvolvimento nos anos 2010: tres frentes de expansão. Ricardo Bielschowsky Apresentação na Unicamp Maio de 2012

As dores da jornada. Othon Almeida. Dezembro de Sócio-líder do CFO Program Brasil, Deloitte

GEOGRAFIA SÉRIE: 2º ano Previdência Social Profº Luiz Gustavo Silveira

Administração Pública

Política Sociais Setoriais. Profa. Dra. Roseli Albuquerque

CAPITALISMO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

A crise estrutural do capital na economia brasileira e o fenômeno da uberização. David Deccache

Formação do mundo contemporâneo. Estruturas de produção. Estruturas de produção. Estruturas de produção. Estruturas de produção. Evolução econômica

Prefácio... Prefácio da 1 a edição... Introdução...

Os diferentes modelos de Estados (principais características)

Edital n 860, de 20 de dezembro de Concurso Público para provimento efetivo de vagas no cargo de Professor da Carreira de Magistério Superior

Conferência na UFRGS com apoio do Corecon. Porto Alegre, Luiz Carlos Bresser-Pereira

PAINEL 10 FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA FAUSTO MOREY SECRETARIA TRANSPORTES METROPOLITANOS - STM

Questões de AFO para ESAF IGEPP 2016 Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli. Tópico 8

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS SOBRE O SURGIMENTO DO WELFARE STATE E SUAS IMPLICAÇÕES NAS POLÍTICAS SOCIAIS: UMA VERSÃO PRELIMINAR

SIS ÊNCIA DAS DEMOCRACIAS LIBERAIS

A América Latina e o ajuste estrutural apóso Consenso de Washington

Resposta Brasileira à Crise Financeira: O Longo Prazo. Yoshiaki Nakano Escola de Economia de São Paulo Fundação Getulio Vargas 21de Setembro de 2009

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 09. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

Modernização Periférica. Nacional-desenvolvimentismo brasileiro

A SOCIEDADE SALARIAL EM CRISE: A NOVA QUESTÃO SOCIAL

Da liberdade e de sua negação. A questão é muito complicada. Apresenta-se em sequência algumas ideias chaves.

III SIMPÓSIO MINEIRO DE ASSISTENTES SOCIAIS PLENÁRIA: POLITICAS EDUCACIONAIS E CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL ELIANA BOLORINO CANTEIRO MARTINS

Capacidade estatal, concursos e carreiras burocráticas

Análise de Cenários Políticos e Econômicos

Ambiente de Negócios e Reformas Institucionais no Brasil

MODELOS DE ESTADO, MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO E REFORMA DA GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL

Definição Compreende-se por o processo de integração e interdependência entre países em seus aspectos comerciais, financeiros, culturais e sociais. A

Governos Militares:

Sistema financeiro, globalização e crise internacional. Reinaldo Gonçalves

Sociedade Civil Organizada Global. Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS

REFORMA GERENCIAL NO BRASIL. Paula Freire 2015

A PREVIDÊNCIA E OS QUÍMICOS DO ABC. Santo André, 16 de setembro de 2016

AULA 1 INTRODUÇÃO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURSO: TECNÓLOGO EM GESTÃO PÚBLICA DISCIPLINA: MARKETING PÚBLICO PROFA. NATHÁLIA SANTOS

HISTORICIDADE DO MEIO 3 MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL

Gestão Pública Convergência Gestão Pública e Privada

PROGRAMAS ECONÔMICOS. Foco de cada candidato

Boletim Econômico Edição nº 72 outubro de 2015 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

27/07/2016. Noções de Administração Pública. Noções de Administração Pública. Direta. Administração Federal. Indireta. Noções de Administração Pública

Por que Dilma não faz um governo de esquerda? A economia política dos governos do PT

2 a Edição JOSÉ CLÁUDIO SECURATO. Economia brasileira. História, conceitos e atualidades. SaintPaul Editora EDITOU AFILIADA

Reforma do Estado: Introdução, comparação e limites

AS AGÊNCIAS REGULADORAS - CENTRADAS NO CIDADÃO: como nova forma de gestão pública no Brasil

Políticas públicas no Brasil: uma introdução

Exercícios Fenômenos Sociais

Revolução Francesa e Revolução Industrial => transformações políticas e econômicas.

GESTÃO PÚBLICA Professor Daniel Cabaleiro Saldanha, M. Sc.

governo. No mais, estamos inteiramente habituados, há muitos anos, a governos que governam pouco e mal ou que nada governam, inteiramente incapazes

Fundação Getúlio Vargas / EPGE Economia Monetária e Financeira. Condução da Política Monetária

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANATEL 2012

PANORAMA E DESAFIOS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA. Bruno Leonardo

Crise, Lucratividade e Distribuição:

Benedito Silva Neto Disciplina de Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento Universidade Federal da Fronteira Sul campus Cerro Largo

Reformas, Endividamento Externo e o Milagre Econômico ( ) GIAMBIAGI; VILLELA CASTRO; HERMANN (2011 cap. 3 e 4)

DIÁLOGO DA INDÚSTRIA COM CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Estratégia social- desenvolvimentista ( ) e o ano SEMINÁRIO NA ANDIFES Brasília, Julho de 2015 Ricardo Bielschowsky, IE-UFRJ

Da Modernidade à Modernização. Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS

Anteriormente vimos várias intervenções do setor público (Estado) nas atividades econômicas, motivadas pelas IMPERFEIÇÕES DO SISTEMA DE MERCADO:

Introdução à Microeconomia

Transcrição:

ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL Paula Freire 2015

ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL Os estados, em meio de uma grave crise econômica, com um número cada vez maior de pessoas atingindo os níveis da pobreza e da indigência. Como respostas à crise foram postas em prática as ideias econômicas de John Maynard Keynes, que defendia um papel mais interventor do Estado na economia de forma a estimular a demanda e, por consequência, o crescimento econômico.

BEM-ESTAR SOCIAL Welfare state NewDeal Desenvolvimentismo Auge: da década de 40 à de 70.

TEXTO EMBLEMÁTICO Independentemente de sua renda, todos os cidadãos, como tais, têm direito de ser protegidos com pagamento em dinheiro ou com serviços contra situações de dependência de longa duração (velhice, invalidez) ou de curta (doença, desemprego, maternidade).

QUESTÕES 1. (ESAF/STN/2005) O princípio fundamental do Estado de Bem-Estar Social é o da proteção universal, ou seja, independentemente da renda, todos os cidadãos, como tais, têm o direito de ser protegidos contra situações de dependência ou vulnerabilidade de curta ou longa duração. 2. (ESAF/APO-MPOG/2001) Independentemente de sua renda, todos os cidadãos têm o direito de serem protegidos contra situações de dependência de longa e de curta duração.

GABARITO: As duas questões são CORRETAS. Assim, o princípio básico do estado do bem-estar social é que TODO cidadão (rico ou pobre) tem direito a um conjunto de bens e serviços que deveriam ter seu fornecimento garantido diretamente pelo Estado. São direitos UNIVERSAIS a educação em todos os níveis, a assistência médica gratuita, o auxílio ao desempregado, a garantia de uma renda mínima, recursos adicionais para a criação dos filhos, etc. O Estado deve garantir condições mínimas de subsistência e conferindo direitos sociais a todas as pessoas.

E NO BRASIL? Há duas linhas de pensamento: 1) Contrária: Pode-se dizer que na história brasileira não se constituiu um sistema de seguridade social próximo do modelo que ficou conhecido como welfare state. Talvez seja mais coerente considerar que no Brasil, tenha-se implementado apenas algumas políticas de bemestar social. (Gomes) 2) Favorável: Entre os anos 30 e 60, construiu-se e consolidou-se institucionalmente, no Brasil, o Estado social (Welfare State), uma particular forma de regulação social que se dá pela transformação das relações entre o Estado e a Economia, entre o Estado e a Sociedade. (Draibe)

QUESTÃO (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) O Brasil se tornou um Estado de Bem-Estar ao inserir direitos sociais na Constituição de 1988. Resposta: o gabarito da Esaf deu como ERRADA. É provável que a ESAF siga a primeira linha. Por que?...

COMENTÁRIOS AO GABARITO No Brasil e nos países latino-americanos da periferia do mundo capitalista, a dimensão social não foi aplicada da mesma forma que nos países desenvolvidos. O Estado nacional-desenvolvimentista, característico desse grupo, preocupava-se em promover a industrialização, criando as estatais. O objetivo era a industrialização, ficando em segundo plano a instituição de condições de subsistência mínimas para a população.

E AS POLÍTICAS SOCIAIS E TRABALHISTAS DA ERA VARGAS? Getúlio Vargas ampliou sensivelmente os direitos sociais, mas não de modo universal. Assim, apenas trabalhadores urbanos tinham acesso às políticas sociais. Ademais, reduziram-se os direitos civis e políticos, em razão do regime ditatorial do Estado Novo. A Constituição de 1988 até tentou implantar no Brasil uma modelo de seguridade social próximo ao Welfare State, entretanto, a crise econômica e a reforma do Estado, caminharam no sentido contrário, num viés mais neoliberal.

QUESTÃO: (ESAF/EPPGG/2002) O crescimento do Estado de Bem-Estar leva a um aumento da autonomia do Estado em relação às diversas forças políticas e atores sociais internos. GABARITO: A questão é errada. Na medida em que cresce o Estado de Bem-estar Social, mais o poder público se compromete em oferecer benefícios sociais para a população. Assim, crescem as exigências da sociedade por mais políticas sociais. Logo, não há uma maior autonomia. Ao contrário, o Estado se vê mais pressionado.

CRISE DO WELFARE STATE A década de 1970 foi marcada por duas crises do petróleo (uma em 73 e outra em 79). Essas crises fizeram com que as taxas de juros dos financiamentos externos subissem para a estratosfera, interrompendo o desenvolvimento econômico dos países, que entraram em crise fiscal.

CRISE DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL Houve também, de um lado, o crescimento das demandas da sociedade por mais políticas sociais. De outro, reduziam os recursos disponíveis para que tais políticas fossem implementadas. Desse modo o Estado perdeu governança, pois não podia gerenciar suas políticas. O resultado foi uma crise de governabilidade.

GOVERNABILIDADE E GOVERNANÇA: Governabilidade: capacidade de governar, no aspecto político. Ex: um governo tem governabilidade se consegue aprovar suas leis no Legislativo; se a sociedade aceita ser governada por ele, ou seja, ele possui legitimidade, etc. Por outro lado, lhe faltaria governabilidade se há constantes tentativas de golpe de Estado, ou seja, há instabilidade política; se está sob constante pressão. E a governança?

GOVERNANÇA Governança é a capacidade gerencial e financeira de implementar políticas públicas, ou seja, está mais relacionada com a gestão. Um governo que consegue oferecer políticas de qualidade e com eficiência, gerando resultados para a sociedade, é um governo que possui governança.

CRISE DA BUROCRACIA E DO WELFARE STATE O Estado entra em crise fiscal e não consegue atender as demandas crescentes da população, colocando em xeque a autoridade estatal (crise de governabilidade). Para oferecer as políticas que a sociedade exigia, com poucos recursos, a administração pública precisava ser eficiente. Porém o modelo de gestão da época era o burocrático, disfuncional, o contrário de eficiente. Logo, a crise do Welfare State vai está diretamente relacionada à crise da burocracia.

SINTETIZANDO... Fim do desenvolvimentismo pós-guerra, crises do petróleo, instabilidade do mercado financeiro internacional (competitividade da globalização), etc.; Crise do Welfare State keynesiano, devido às disfunções e às desvantagens da intervenção estatal, para garantir o bem-estar e a estabilidade econômica; Disfunções burocráticas ou a crise do modo de implementação estatal de serviços públicos; e Ingovernabilidade: sobrecarga fiscal, excesso de demandas e crise de legitimidade.

NASCEDOURO DO GERENCIALISMO Com toda a insatisfação da sociedade em relação ao modelo burocrático, começam a surgir as teorias em busca de uma administração gerencial. Ao mesmo tempo, a crise fiscal demonstra que o Estado de bem-estar social era inviável, o que provocou o aparecimento das teorias neoliberais.

GERENCIALISMO E NEOLIBERALISMO Segundo Bresser Pereira: A administração pública gerencial é frequentemente identificada com as ideias neoliberais por outra razão. As técnicas de gerenciamento são quase sempre introduzidas ao mesmo tempo em que se implantam programas de ajuste estrutural que visam enfrentar a crise fiscal do Estado.

10 REGRAS BÁSICAS DO CONSENSO DE WASHINGTON Disciplina fiscal Redução dos gastos públicos Reforma tributária Juros de mercado Câmbio de mercado Abertura comercial Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições Privatização das estatais Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas) Direito à propriedade intelectual

NEOINSTITUCIONALISMO ECONÔMICO O neoinstitucionalismo econômico sustenta que as instituições são importantes (institutions matter) em dois principais sentidos: São vitais para a produção de resultados, mas são uma escolha de segunda ordem (second best), um mal necessário, uma vez que o mercado por si só não pode assegurar as transações sem estruturas ou organizações formais; As organizações não são instâncias tão racionais assim; a racionalidade (da eficiência econômica) é limitada, sujeita a uma série de interferências e constrangimentos decorrentes da sua natureza multifacetada (política, humana, cultural etc.).

ESTADO NEOLIBERAL? A partir desses fundamentos, o Estado passa a ser considerado como um problema logo, a solução seria haver menos Estado, e mais mercado e sociedade civil. O Estado havia, segundo essa ótica, atingido um ponto de estrangulamento e ingovernabilidade. À sociedade civil caberia resgatar sua determinação e suas capacidades próprias, depender menos do Estado (afinal, haveria no limiar do século XXI condições tecnológicas para isso) e controlá-lo mais. O Estado deveria restringir-se a suas funções mínimas (defesa, arrecadação, diplomacia e polícia).

QUESTÃO (ESAF/TCU/2002) Teorias no âmbito do neoinstitucionalismo econômico, entre as quais a teoria da agência e a teoria da escolha pública, formam, juntamente com abordagens contemporâneas de gestão, a base conceitual do New Public Managment.

GABARITO Esta questão é certa. O New Public Managment (Nova Administração Pública), é uma forma de se referir à administração gerencial. A Teoria da Escolha Pública (TEP) é o estudo dos processos de decisão política numa democracia, utilizando o instrumental analítico da economia, os conceitos de comportamento. Diferentemente das escolhas privadas feitas pelos indivíduos sobre bens e serviços de uso privado, a Escolha Pública refere-se às decisões coletivas sobre bens públicos. Todavia, essas decisões coletivas são tomadas por indivíduos, que afetam a toda coletividade.